Sempre acreditei que o setor sucroalcooleiro não deveria ficar apenas nos produtos tradicionais: açúcar e álcool, pois existe um grande potencial na alcoolquímica. Alguns exemplo sempre polvilharam aqui e ali, como a PHBISA fazendo plástico biodegradável, a Dow se associando à Santelisa Vale e a Braskem e seu polietileno a partir do etanol, mas quem sabe agora não é hora de mais associações como esta da São Martinho anunciada esta semana.
Das várias notícias sobre o tema, escolhi duas , que encontrei no BrasilAgro para ilustrar bem:
Acordo de São Martinho e Amyris foca indústria cosmética e de óleos
A São Martinho, terceira maior produtora de açúcar do País, anunciou nesta quinta-feira acordo com a americana Amyris para a fabricação de “especialidades químicas” derivadas da cana-de-açúcar com o qual pretende não apenas diversificar suas áreas de atuação, mas também ampliar a oferta de produtos de maior valor agregado. Sob a parceria, as empresas produzirão uma molécula que é matéria-prima para indústrias como as de cosméticos e óleos sintéticos.
Das várias notícias sobre o tema, escolhi duas , que encontrei no BrasilAgro para ilustrar bem:
Acordo de São Martinho e Amyris foca indústria cosmética e de óleos
A São Martinho, terceira maior produtora de açúcar do País, anunciou nesta quinta-feira acordo com a americana Amyris para a fabricação de “especialidades químicas” derivadas da cana-de-açúcar com o qual pretende não apenas diversificar suas áreas de atuação, mas também ampliar a oferta de produtos de maior valor agregado. Sob a parceria, as empresas produzirão uma molécula que é matéria-prima para indústrias como as de cosméticos e óleos sintéticos.
O plano de diversificação foi elaborado há cerca de um ano e meio, segundo João Carvalho do Val, diretor financeiro e de relações com investidores da São Martinho. Antes de fechar o acordo com a Amyris, a São Martinho comprou, por US$ 14,07 milhões, os 10% da Usina Boa Vista que estavam nas mãos da japonesa Mitsubishi – a nova linha de especialidades químicas será fabricada na Boa Vista. A Amyris ficará com 40% da unidade, em uma operação que envolverá desembolso em dinheiro e troca de ações.
Neste ano, a São Martinho chegou a negociar a compra do controle da Santelisa Vale, a segunda maior companhia sucroalcooleira do País, mas a venda acabou sendo feita para o grupo francês Louis Dreyfus. O diretor João do Val disse que, no momento, nenhuma negociação do gênero está em andamento com outras empresas do setor, mas que, “se aparecer uma boa oportunidade” (de negócio), uma oferta pode voltar a ser feita.
A São Martinho encerrou o segundo trimestre da atual safra (2009/10) de cana com receita líquida de R$ 308,1 milhões, montante 41,8% superior ao do mesmo período do ano passado. O lucro líquido foi de R$ 21,3 milhões, um contraste com a perda de R$ 44,4 milhões reportada no segundo trimestre do ciclo 2008/09. Com a baixa de 0,76%, suas ações fecharam nesta quinta-feira na Bovespa negociadas por R$ 17,01. No ano, em contrapartida, a alta acumulada é superior a 85% (Último Segundo, 3/12/09)
Amyris e São Martinho atuarão juntas com tecnologia química
A norte-americana Amyris Biotechnologies e o Grupo São Martinho firmaram joint venture para atuar no mercado de especialidades químicas, produzidas com cana-de-açúcar. Trata-se de uma tecnologia capaz de converter a sacarose da cana em um componente com diversos fins para a indústria química.
O negócio envolve a venda de 40% da Usina Boa Vista para a Amyris, por R$ 140 milhões, sendo R$ 40 milhões pagos à vista; R$ 50 milhões para 2012, ou quando a Amyris realizar sua oferta inicial de ações. Em contrapartida, a São Martinho receberá R$ 50 milhões em ações, que equivalem a aproximadamente 6% da Amyris.
O acordo é apenas o primeiro de seis parcerias que serão anunciadas pela Amyris na próxima semana. Além da joint venture para produzir na Usina Boa Vista, localizada no município de Quirinópolis, em Goiás, a parceria com a São Martinho também se estenderá para a Usina Iracema, em Iracemápolis, em São Paulo.
Segundo John Melo, presidente da Amyris, a companhia será sócia de uma das usinas que serão anunciadas e parceira de outras quatro. "A Boa Vista, a Iracema e mais quatro usinas serão as primeiras seis usando nossa tecnologia no Brasil. Depois devemos fazer novos contratos apenas em 2014", afirmou Melo. "Elas serão a base de produção da Amyris que deve estar pronta até 2014", completou o presidente da Amyris.
A Usina Boa Vista será a primeira a fornecer em escala industrial o farneseno, produto gerado por meio do rearranjo de carbonos e que resulta em um componente químico com diversas aplicações na indústria.
A escolha pela Boa Vista se deve ao fato de que a planta foi projetada para receber uma fábrica de químicos, além de possuir estrutura industrial e agrícola e estar fora da área de reserva legal.
A previsão é a de que até 2012 a unidade de Quirinópolis esteja apta a produzir a partir o farneseno a partir de 2 milhões de toneladas de cana, o suficiente para produzir de 80 milhões a 100 milhões de litros de farneseno. A planta irá processar ainda 1,4 milhão de toneladas de cana para produzir açúcar e álcool. Até lá a Boa Vista fará um aporte de R$ 50 milhões em equipamentos para elevar a moagem dos atuais 2,2 milhões de toneladas para 3,4 milhões.
"A meta de produção com as seis usinas é processar mais de 12 milhões de toneladas de cana em 2014", disse Melo.
De acordo com o presidente da Amyris, a companhia já tem dois contratos fechados e mais quatro em processo para a venda destinada à produto final. Entre as empresas com negócio já assinado está a Procter & Gamble.
Entre as possíveis destinações do farneseno está a indústria de cosméticos, fármacos, lubrificantes, combustível para avião e diesel. Para este último, a empresa deve dedicar cerca de 20% da sua produção.
Além de desenvolver uma tecnologia pioneira, a produção que será iniciada na Usina Boa Vista marca a entrada do Grupo São Martinho, um dos maiores produtores de açúcar e álcool do Brasil, no mercado de especialidades químicas. Fabio Venturelli, presidente do grupo, destaca que a joint venture trata-se da primeira em que a empresa participa da transformação do carbono usando matéria-prima renovável, o que antes era feito apenas com a queima de combustíveis fósseis. "A Boa Vista é a primeira planta onde nós vamos focar uma gama de produtos para entrar em um mercado com um potencial enorme, que poderá substituir produtos com base no petróleo", disse Venturelli, que afirmou ainda poder atuar na produção do carbono renovável com o menor custo de setor sucroalcooleiro.
Dos R$ 140 milhões estipulados acordados pela joint venture R$ 90 milhões serão utilizados no aumento da capacidade de processamento de cana da Usina Boa Vista e R$ 50 milhões serão destinados a implantação da unidade adjunta que vai operar com a tecnologia da Amyris.
O acordo que marca a expansão nas áreas de atuação da São Martinho também prevê que o Grupo seja um dos acionistas da Amyris antes de a empresa realizar sua abertura de capital no exterior. A empresa brasileira estima processar na safra 2009/2010 no País 13 milhões de toneladas de cana, produzindo 720 mil toneladas de açúcar, 602 milhões de litros de etanol, e 150 MW de energia elétrica (DCI, 4/12/09)
Um comentário:
Marcelo, mis felicitaciones por uno de los mejores sitios de agronegocios en Brazil.
un abrazo desde Nueva Zelanda
Daniel
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