domingo, setembro 30, 2007

Preços do grãos em alta por longo tempo

Em um artigo de Scott Kilman do The Wall Street Journal que encontrei no site do Kansas City Star descreve o movimento atual das commodities agrícolas e sua tendência de manutenção de altos preços nos próximos 30 anos devido ao aumento da demanda.

Segundo Dan Basse, presidente da AgResource Co., empresa de consultoria de commodities de Chicago, "os dias de grãos baratos se foram."

Os gráficos abaixo mostra o aumento de preço do milho (40%), soja (75%) e trigo (70%) quando comparado a um ano atrás. Especialistas e executivos do setor sugerem que isto pode ser mandar por uma decada, afetando o preço de todos os tipos de alimentos.

No passado ocorria o fenômeno de altas em períodos de safras ruins que na sequência tinha seus preços abaixados por boas safras quando muitos agricultores aumentavam a área de plantio da commodity em alta, causando uma oferta maior e baixando o preço.

Mas agora a situação é diferente, o aumento do milho um ano atrás tem forçado o aumento de outras commodiites como cevada, sorgo, ovos, queijo, aveia, arroz, ervilha, girassol e lentilhas.

O aumento da demanda surge dos biocombustíveis e também da melhoria das condições econômicas de países asiáticos e latino americanos que tem aumentado o gasto com alimentação.

Está ocorrendo um aumento do consumo de carne e leite que na sua produção utilizam-se de grandes quantidades de grãos.

Os estoques globais estão diminuindo e o mundo está se tornando mais vulnerável às safras ruins

Nos EUA, os preços dos alimentos estão subindo em uma taxa mais acentuada nos úlitmos 17 anos, sendo que o pão subiu 24% e o leite 26% em um ano.

O grande beneficiário desta situação é o cinturão agrícola cuja renda agrícola deve aumentar 48% neste ano, totalizando US$ 87,1 bilhões. Eset aumento de renda favorece aos fornecedores de insumos como a John Deere (76% de valorização das ações), Monsanto (79% de valorização) e Mosaic (mais que triplicou seu valor).

A causadora principal disso é a China, cuja crescen te demanda de leite fez aumentar em tres vezes o tamanho do rebanho. Cerca de metades dos suínos do mundo vivem na China, importando 13% da soja plantada nos EUA (sem ocntar a soja brasileira).

A perspectiva de um boom de longo prazo está preocupando os economistas pois o declínio dos preços dos grãos foi uma das forças por trás do desenvolvimento da economia global. Graças ao uso de tecnologia a produtividade dos fazendeiros do Oriente e da Ásia cresceu mais do do que a população de forma que os preços do milho e do trigo cairam 75% e 69% respectivamente desde 1974.

Esta sitaução tem preocupado o mundo em desenvolvimento e grupos de ajuda humanitária estão reforçando seus orçamentos para suprir de alimentos cerca de 200 milhões de pessoas nas nações mais pobres.



sábado, setembro 29, 2007

Cana ajuda desenvolvimento da pecuária

Ao contrário do que muito se fala por aí, a invasão dos canaviais tem feito com quem outras atividades agropecuárias se modernize, conforme noticiado ontem pela Gazeta Mercantil:

Cana ajuda a elevar eficiência no pasto

São Paulo, 28 de Setembro de 2007 - Estimativa é que a produtividade do rebanho aumente e o bagaço do produto seja insumo. O avanço da cana-de-açúcar sobre áreas de pastagens pode não ser "o bicho-papão" que se desenha. Segundo estudo da Agripoint Consultoria Ltda, o impacto é mínimo em termos de área. E a cana pode ajudar a aumentar a produtividade da pecuária - leiteira e de corte.

"A grande característica da pecuária é a ociosidade", afirma Miguel da Rocha Cavalcanti, analista da Agripoint. Segundo ele, a atividade ainda tem espaço para aumentar a eficiência, isso porque, de acordo com dados do setor, a taxa de lotação animal por hectare no Brasil é de 0,86 - na Argentina é de 2,5.

"Do lado da oferta de carne, o impacto da cana será nulo", diz. Ele argumenta, no entanto, que microrregionalmente, as conseqüências podem ser grandes - isso porque a cana tende a provocar a migração da pecuária para outros locais, a aumentar o confinamento e até mudar o perfil produtivo da atividade.

Cavalcanti acrescenta que o País é o único no mundo que tem capacidade de aumento de oferta - os principais concorrentes teriam restrições. E cita como exemplo o estado de São Paulo que, nesta década, a área de pastagem diminuiu cerca de 600 mil hectares, mas o rebanho se manteve em 13,9 milhões de bovinos. "Muda o perfil produtivo. Aumenta-se o confinamento ou deixa-se de ter cria e fazer apenas engorda na região".

O analista diz que a realidade brasileira abre a possibilidade da integração lavoura-pecuária e, neste contexto é que a cana-de-açúcar entraria. É o caso de Frutal (MG), em que a instalação de uma usina sucroalcooleira está ocorrendo em parceria com os criadores locais. A atividade pecuária ainda é a principal do município - cerca de 60 mil hectares ou 30% da área agricultável - mas a cana avança. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Frutal, Mauri José Alves, existem aproximadamente 40 mil hectares com a lavoura. "A cana é mais uma cultura a ser explorada. É uma novidade positiva ao produtor", avalia.

Para a instalação da Usina Cerradão, as terras de pecuária do grupo e de produtores locais foram revertidas em cana, ao mesmo tempo em que se cria um grande confinamento, abastecido com bagaço da lavoura, além de outros resíduos. Desta forma os produtores que quiserem usar a totalidade de suas propriedades e, mesmo assim, continuarem criando gado, têm uma alternativa. Florêncio Queiroz, diretor agrícola da usina, diz que estão sendo investidos R$ 180 milhões - 70% com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - para construção da unidade que irá moer 1 milhão de toneladas de cana no primeiro ano. O projeto abrangerá 30 mil hectares até 2012. No confinamento serão 30 mil bovinos.

"A gente acredita que integrando as duas atividades só temos a ganhar", afirma Queiroz. Segundo ele, a rentabilidade da cana é o dobro da pecuária: R$ 400 por hectare para o fornecedor, R$ 300 por hectare para o arrendador e R$ 200 por hectare para o gado de corte. Foi isso que atraiu o ex-pecuarista Marcelo Queiroz, que arrendou 95% de sua fazenda e deixou a atividade. Após o período de arrendamento - de seis anos - ele pretende também ser fornecedor. "Somos primários na cultura, tínhamos de aprender", explica.

Já o pecuarista Louribal Francisco de Souza vai deixar entre 60% a 70% de sua área para a cana e, no restante, cultivar abacaxi e criar gado. "É uma opção para diversificar a cultura", diz. Souza tinha um plantel de 1,4 mil animais e o reduziu para 900 ao ceder as terras à cana. Mas pretende aumentar o seu rebanho, usando o confinamento. Em dois anos terá 500 animais a pasto e número igual no cocho. "A cana está me obrigando a profissional a atividade pecuária", diz. Pelos seus cálculos com a lavoura sucroalcooleira ele terá uma rentabilidade 50% superior à de cria, ao mesmo tempo em que terá insumo para os animais e, dependendo do preço da entressafra, com o boi gordo oriundo de confinamento, pode ter uma renda maior que a atual na atividade pecuária.

ADM e Conoco - Parceira em biocombustíveis

Foi anunciado ontem que a ConocoPhillips e a ADM estão se unindo no sentido de desenvolver biocombustíveis para transporte. Irão comercializar a conversão de biomassa de culturas agrícolas, madeira e espécies de capim em biocombustíveis a serem refinados.

Esta associação une o maior produtor de etanol dos EUA com um dos maiores refinadores de petróleo dos EUA.

A reportagem completa está em inglês no site da Forbes.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Melhores do Ano - Globo Rural

Na última terça-feira (25 de setembro) foram premiados as melhores empresas do agronegócio da Revista Globo Rural. A reportagem é do site Cidade Biz:

Confira os vencedores do prêmio 'Melhores do Agronegócio', da Editora Globo

Grande vencedora foi a Agropecuária Jubran, dona de 150 mil cabeças de gado

A Agropecuária Jubran foi novamente a grande vencedora do prêmio Melhores do Agronegócio, promovido pela revista Globo Rural, da Editora Globo. A festa da premiação 2007 foi realizada ontem à noite, no Via Funchal, na zona sul de São Paulo.

Além do prêmio principal, a Jubran venceu na categoria Pecuária. O O grupo possui 11 fazendas (em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas e Goiás, além de uma no Paraguai) e 150 mil cabeças de gado.

As demais empresas vencedoras por ramo de atividade:

• Abate de Animais: Marfrig
• Açúcar e Álcool: Copersucar
• Algodão e Grãos: Agrária
• Alimentos Básicos: Camil Alimentos
• Atacado e Varejo: Makro
• Avicultura: Nutrisa
• Cana-de-Açúcar: Agrícola Colombo
• Comércio Exterior: Montecitrus
• Conservas, Sucos e Congelados: Louis Dreyfus Commodities
• Couro e Calçados: Azaléia Nordeste
• Criação e Pesca: Agroceres Pic Matrizes
• Desenvolvimento Agropecuário: Codasp
• Exploração Vegetal e Reflorestamento: Reflorestadora Sincol
• Ferramentas e Implementos Agrícolas: Metisa
• Fertilizantes: Fosfertil
• Frutas e Sementes: Agro Pastoril
• Fumo, Cigarros e Bebidas Alcoólicas: Souza Cruz
• Indústria de Carnes: Sadia
• Indústria de Doces e Salgados: Garoto
• Indústria de Soja e Óleos: Usina Maitá
• Indústria do Café e Chá: Ervateria Santiago
• Inseticidas e Defensivos: Monsanto Nordeste
• Laticínios: Batávia
• Massas e Farinha: M. Dias Branco
• Papel e Celulose: Suzano Papel e Celulose
• Pecuária: Agropecuária Jubran
• Produção de Soja: Cooagri
• Produtos Veterinários: Tortuga
• Rações: Nutron Alimentos
• Tratores e Máquinas Agrícolas: Lavrale

A revista Globo Rural também lançou a 3º edição do Anuário Melhores do Agronegócio, que está chegando hoje às bancas, com 212 páginas e tiragem de 110 mil exemplares.

1° Leilão de Créditos de Carbono do Brasil

Foi realizado ontem o primeiro leilão de crédito de carbono no Brasil. Os detalhes estão abaixo na reportagem do Terra:

Créditos de carbono rendem R$ 34 mi a São Paulo

Roberto do Nascimento e Antonio Gaspar

Com ágio de 27,5%, o banco holandês Fortis Bank NV/SA arrematou na manhã desta quarta-feira créditos de carbono pertencentes à Prefeitura de São Paulo, que arrecadou cerca de R$ 34 milhões a serem investidos em programas de meio ambiente. O leilão dos créditos, realizado pela Bolsa de Mercadorias &; Futuros, atraiu 14 interessados, todos estrangeiros, que fizeram ofertas eletrônicas desde Londres, a partir das 10 horas, horário de Brasília. Onze segundos após a abertura, o Fortis Bank demonstrou destacado interesse na aquisição dos créditos, com oferta de 13 euros por tonelada. Os lances foram se sucedendo, obrigando a BM&F a ampliar em quase uma hora o prazo para ofertas.

O lance vencedor alcançou 16,20 euros por tonelada, ante 12,70 euros do preço mínimo. O resultado é considerado muito bom pelo mercado, porque os créditos de carbono resultantes de MDL estão cotados hoje entre 14 e 16 euros a tonelada.

Das 14 instituições inscritas que fizeram depósito inicial de 1 milhão de euros cada, deram lance alé do vencedor, a Merrill Lynch Commodities, ABN AMRO Bank, Ixis Corporate & Investment Bank, Ecosecurites Capital, Kreditanstalt für Wiederaufbau, Electrabel SA, Goldman Sachs International e Morgan Stanley.

O sucesso do leilão foi muito comemorado pelo prefeito Gilberto Kassab e pelo presidente da BM&F, Manoel Felix Cintra, que consideram a operação um novo paradigma para o mercado de carbono. A prefeitura pode anunciar ainda este ano o segundo leilão, enquanto a BM&F estima fazer pelo menos dez pregões em 2008, incluindo créditos de empresas privadas.

O mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) adotado nos aterros de São Paulo é um dos instrumentos de flexibilização estabelecidos pelo Protocolo de Quioto com o objetivo de facilitar as metas de redução de emissão de gases de efeito estufa definidas para os países que ratificaram o acordo mundial. Cada tonelada de CO2 equivalente1 (tCO2e) que deixar de ser emitida ou for retirada da atmosfera por um país em desenvolvimento poderá ser negociada no mercado mundial, criando novo atrativo para a redução das emissões globais.

terça-feira, setembro 25, 2007

Ministério da Agricultura publica livros

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento acaba de publicar em seu site diversos livros sobre o Agronegócio brasileiro.

Acabei de fazer o download de "Brasil e Agronegócio" que fala sobre o país, a economia e o agronegócio brasileiro e suas relações com o meio-ambiente.

No mesmo site existem outros títulos. O site é http://www.mapa.gov.br.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Alga - um novo biocombustível?

Matéria da revista Superinteressante comenta sobre a possibilidade da utilização de algas como biocombustíveis. Vamos esperar para ver:

"ALGA OU GASOLINA, DOUTOR?"

Reinaldo José Lopes

Algas microscópicas podem virar o biocombustível número 1 do mundo - se alguns probleminhas técnicos saírem do caminho.

Nunca na história deste planeta se falou tanto em biodiesel. Os produtores da soja brasileira, do óleo de dendê indonésio e de outras culturas agrícolas salivam diante das perspectivas de transformar esse monte de matéria vegetal nos combustíveis do futuro.

Mas esses sonhos podem desmoronar diante de um concorrente inusitado: as algas. Essa aposta está sendo feita por uma série de empresas americanas de nomes mirabolantes, como Solix Biofuels e Solazyme.

No papel, a idéia mais que razoável: algumas espécies de algas verdes, seres de uma célula só que funcionam basicamente como as plantas terrestres, são até 100 vezes mais produtivas que a soja, por exemplo. E botar as bichinhas para crescer não requer prática nem tampouco habilidade: elas não precisam de terra, só de água, luz e gás carbônico.

O óleo da célula delas pode ser transformado em biodiesel, capaz de mover todo tipo de veículo e ainda ser usado para aquecer casas. A alta eficiência de crescimento delas também significa que uma área relativamente pequena seria suficiente para cultivá-las, em vez das vastas lavouras de soja que hoje impulsionam o desmatamento na Amazônia.

Resta saber, porém, se vai dar para resolver os problemas que impedem a produção do algadiesel em larga escala. É preciso achar o jeito certo de controlar o crescimento das algas - se ele for rápido demais, umas acabam tapando a luz das outras e enguiçam o processo. E também ainda é um problema extrair o óleo das algas - é preciso usar métodos químicos, porque não dá para simplesmente espremê-las, como se faz com as azeitonas.

Em resumo, falta provar que o algadiesel vai fazer tão bem ao bolso quanto pode fazer ao ambiente.

O mercado de Crédito de Carbono chega à BM&F

O mercado de créditos de carbono terá nesta semana um grande impulso em seu desenvolvimento pois, a BM&F será pioneira na realização de leilões desta nova commodity. Só o tempo dirá se é um mercado com liquidez ou não. A reportagem abaixo foi publicada na Folha de São Paulo de ontem:

PIONEIRO, BRASIL PREPARA 1º LEILÃO DE CARBONO EM BOLSA

O Brasil tem se destacado por pioneirismo em alguns temas relacionados ao mercado de crédito de carbono. Foi a delegação do país que sugeriu os moldes do que se tornou o MDL -Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, previsto no Protocolo de Kyoto. Foi brasileiro o primeiro projeto de MDL registrado no mundo.

Foi assinado aqui, no final do mês passado, o primeiro contrato de compra de créditos de carbono para o período pós-Kyoto, que termina em 2012. É um projeto de geração de energia a partir de biomassa de bambu, na Bahia.

E será no Brasil, mais precisamente na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), que ocorrerá o primeiro leilão mundial de créditos de carbono no mercado à vista, na próxima quarta-feira, em parceria com a Prefeitura de São Paulo.

Os créditos vendidos no leilão envolvem a despoluição obtida no aterro Bandeirantes, que recebeu lixo doméstico da cidade de São Paulo.

Segundo Marco Aurélio Giordano, administrador do projeto UTE Bandeirantes, o programa já passou da marca de 1,5 milhão de créditos de carbono e a venda de parte desses certificados na Europa já pagou o investimento feito. No leilão, serão vendidas 808.450 toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e), a medida usada nesse mercado.

Hoje, a energia gerada com a queima desses gases abastece parte da rede do Unibanco em São Paulo. "A usina tem capacidade de geração de 170 mil MWh, suficiente para uma cidade com 400 mil habitantes."

A técnica consiste em converter o metano, gerado pelo lixo, em gás carbônico, com a queima controlada do CH4. Embora haja emissão de CO2, o ganho se explica pelo fato de o metano tem um teor poluente 21 vezes maior do que o do gás carbônico. Assim, a conversão de uma substância em outra gera créditos de carbono.

Capital Internacional cresce no setor sucroalcooleiro brasileiro

O movimento de capital internacional no setor sucroalcooleiro parece que já está aparecendo bastante. Em reportagem da Reuters, podemos verificar em números esta influência:

Estrangeiros dobram participação em açúcar e álcool no Brasil

Por Inaê Riveras

SÃO PAULO (Reuters) - A presença de capital estrangeiro na indústria brasileira de açúcar e álcool praticamente dobrou em um ano, embora características do setor ainda representem um desafio para algumas empresas, segundo estudo recentemente concluído pela consultoria Datagro.

Grupos e investidores estrangeiros detinham o controle de 12 por cento de toda a cana processada no Brasil no fim de agosto, ante 5,7 por cento um ano antes, quando a Datagro deu início ao levantamento.

"Estamos observando que esse percentual está evoluindo mais rapidamente do que a gente imaginava", disse o presidente da consultoria, Plínio Nastari, à Reuters, acrescentando que esse movimento deve continuar pelos próximos anos.

O Brasil é o produtor mundial mais competitivo de açúcar e álcool. Também o principal exportador destas duas commodities.

O levantamento inclui a presença de capital estrangeiro nas ações em mercado das empresas abertas do setor: Cosan, Açúcar Guarani e São Martinho .

Como a colheita da safra 2007/08 ainda está em andamento, a Datagro usou a temporada anterior como base para o cálculo.

A compra da usina Santa Juliana, em Minas Gerais, pela gigante Bunge, anunciada na semana passada, vai elevar ainda mais o percentual.

"Tendo como referência a safra 2006/07, o capital estrangeiro controla atualmente 51,28 milhões de toneladas de cana das 428 milhões que foram processadas para açúcar e álcool", afirmou Nastari.

A maior participação ocorre por meio da Cosan, principal produtora de açúcar e álcool do Brasil, que tem 85 por cento de seu "free float" (ações no mercado) nas mãos de estrangeiros -- o equivalente a 12,4 milhões de toneladas de cana.

O grupo francês Tereos, que no Brasil controla a Açúcar Guarani, é o segundo maior player com 11,3 milhões de toneladas, seguido pelo também francês Louis Dreyfus com 10,22 milhões de toneladas. Este grupo tem sete usinas e recentemente pediu permissão para abrir capital na Bovespa.

O grupo espanhol Abengoa, a Infinity Bio-Energy, com base em Bermuda, e o grupo malaio Kuok aparecem em seguida no ranking.

A constatação da Datagro contrasta com o sentimento geral no mercado, de que empresas estrangeiras têm sido "barradas" pelas características do setor ao tentar entrar no mercado brasileiro.

A Bunge levou anos em busca de uma usina antes de anunciar a sua aquisição na semana passada.

Empresas como a gigante norte-americana Archer Daniels Midland, maior produtora de etanol dos EUA, e a alemã Suedzucker estão tentando entrar no setor nacional há anos, de acordo com fontes do mercado, ainda sem sucesso.

Algumas empresas demoraram ou ainda estão atrasadas porque o processamento de cana tem características completamente diferentes do que existe em outros países, disse Nastari.

"No milho e na soja (que são fontes de biocombustível em outros países), não é necessário controlar a produção agrícola. Na cana, tem que ter uma relação muito bem definida com o supridor (de matéria-prima)", disse o consultor.

A alta nos preços do açúcar em 2006, que atingiram o maior patamar em 25 anos, tornou as coisas ainda mais difíceis para essas empresas, já que o valor das usinas no Brasil subiu muito e os brasileiros, de modo geral, não estavam interessados em vender seus ativos.

Mas isso pode estar mudando, segundo alguns participantes do mercado, depois que os preços do açúcar praticamente caíram pela metade.

domingo, setembro 23, 2007

Ferrovias americanas necessitam de US$ 135 bi em investimentos

Estudo conduzido pela American Association of Railroads chegou a conclusão de que as ferrovias americanas necessitam de investimentos de infra-estrutura de cerca de US$ 135 bilhões nos próximos 28 anos para atender ao aumento previsto de demanda de 88% até 2035.

Se nos EUA são necessários estes investimentos, imagine o montante para nossas ferrovias? Até quando teremos o transporte baseado em caminhões?

A reportagem foi publicada na Commodity News for Tomorrow da CBOT de 20 de setembro de 2007.

sábado, setembro 22, 2007

Brasil fica em 2° em Índice de Atratividade de Biocombustíveis

A consultoria Ernest & Young publica a cada trimestre um índice de atratividade de biocombustíveis para cada país. Este índice leva em conta vários fatores da utilização dos biocombustíveis da infra-estrutura até regulação do mercado.

Neste último trimestre tivemos uma infeliz notícia para o Brasil, ele acaba de perder o posto de n° 1 para os EUA. As figuras abaixo mostram o ranking global, do etanol e do biodiesel. O Brasil encontra-se em 2º lugar no ranking global, 2º no etanol e 3º no biodiesel, perdendo para a França a segunda posição. Os EUA estão em primeiro lugar nos três rankings.
Abaixo temos os três rankings e os números em parentêsis representam a posição no primeiro trimestre deste ano.

Maiores informações podem ser obtidas no relatório em inglês, disponível aqui.



quarta-feira, setembro 19, 2007

Mais um grande "player" no agronegócio da cana

Mais uma grande empresa internacional entra na produção de cana no Brasil. A Bunge acaba de anunciar a compra de usina e a consequente entrada no setor. A notícia abaixo foi publicada no Valor Econômico:

AQUISIÇÃO DA BUNGE EM MG ENVOLVE PROJETO ’GREENFIELD’

A aquisição da Agroindustrial Santa Juliana, no Triângulo Mineiro, feita pela multinacional Bunge também inclui um projeto "greenfield" (construção). No pacote, a Bunge adquiriu além da usina em operação, uma área, já com viveiros de cana plantados, onde seria construída uma segunda unidade produtora, informou ao Valor José Givago Tenório, ex-presidente da Santa Juliana. O projeto "greenfield", batizado de Nova Ponte, localizado na cidade que leva o mesmo nome, fica a 65 quilômetros da usina Santa Juliana, no Triângulo Mineiro. Esse projeto aguarda aprovação para licença ambiental, que ainda está em análise. A Bunge confirmou a aquisição desse projeto, mas não deu mais detalhes. A multinacional ainda não definiu qual será o destino dessa área, que já tem cana plantada. Originalmente, a usina deveria entrar em operação na safra 2009/10, segundo informou Tenório. Tenório pertence a uma família de tradicionais produtores de açúcar e álcool em Alagoas, que controla a usina Triunfo no mesmo Estado.

Contudo, a família do empresário não tinha participação na Agroindustrial Santa Juliana. O governador de Alagoas Teotonio Vilela Filho (PSDB-AL) também não é acionista do grupo alagoano e nem da Santa Juliana, conforme informou erroneamente este jornal. Tenório ainda não definiu se deverá investir ou não novamente no setor sucroalcooleiro. "Ainda não deu tempo para pensar nisso." Com a aquisição, a Bunge marca sua estréia na produção de álcool no país. Em fevereiro do ano passado, o grupo montou uma trading de açúcar. O valor do negócio não foi divulgado. Mas, no mercado, a informação é de que a aquisição foi avaliada em R$ 150 milhões. A múlti avalia novas oportunidades de compra no setor.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Álcool com bom desempenho na BOVESPA

Apesar de ser recente e com muitos novatos na BOVESPA, as empresas produtoras de álcool estão com bons desempenhos, conforme mostra a reportagem do Valor Econômico de hoje:

ÁLCOOL GANHA FORÇA NA BOVESPA COM ESTRÉIAS

As usinas de açúcar e álcool estão formando um novo setor para investimento na Bovespa. Já são três companhias listadas no mercado doméstico, Grupo Cosan, São Martinho e Açúcar Guarani. A fila que aguarda aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para captações conta com mais um grande grupo, a LDC Bioenergia, e dois interessados em iniciar operações nesse segmento.

Sérgio Spinelli, coordenador de direito societário do escritório Mattos Filho Veiga Filho Marrey Jr. e Quiroga Advogados, acredita que o ano de 2008 terminará com mais de dez empresas de açúcar e álcool com ações na bolsa. Ele conta que trabalha em dois projetos, neste momento, que ainda não foram para a CVM.

Levantamento da consultoria Datagro mostra que as companhias listadas em bolsa são representativas diante da produção nacional de cana. Juntas, Cosan, São Martinho, Açúcar Guarani e LDC Bioenergia processaram 67,4 milhões de toneladas de cana na safra 2006/07, equivalentes a 15,7% do total nacional - 428 milhões de toneladas. Para a próxima safra, essa proporção deve ser mantida, pois as companhias elevarão em 10% o processamento, seguindo o ritmo do restante do setor.

Já os grupos Agrenco e Campos Verdes, que aguardam sinal verde da CVM para suas ofertas públicas inicias de ações (IPO), ainda não processam cana no país. No entanto, consideram o segmento atrativo e estudam iniciar atividades.

Da parte dos investidores, "há um grande interesse no mercado de energia", diz Plínio Nastari, presidente da Datagro. Ele também aposta num aumento da participação das usinas na bolsa. Aristides Jannini, diretor do Banco WestLB, explica que o apetite é por novas matrizes energéticas, sejam elas etanol, eólica ou solar. A questão ambiental também amplia o apelo da aplicação, já que se trata de uma fonte renovável e limpa. "O Brasil é a Arábia Saudita do etanol", dispara ele, a clássica analogia com o maior fornecedor global de petróleo. Nesse contexto, o país está em vantagem pois o álcool é o combustível com melhor rendimento comparado com o óleo fóssil.

A produção global de etanol é estimada em 50 bilhões de litros anuais. Os Estados Unidos são, desde o ano passado, o maior produtor, com um volume da ordem de 25 bilhões de litros projetados para este ano. O Brasil vem em segundo lugar nessa lista, com 20 bilhões de litros.

Na lista de exportadores, porém, o país é o maior, oferecendo os menores custos de produção. Por isso, é forte candidato para abrigar multinacionais interessadas em investir aqui nesse ramo. O Brasil responde por aproximadamente 70% do volume negociado no mercado internacional do combustível - 3,5 bilhões de litros anuais de um total de 5 bilhões ao ano. A China está em segundo no ranking da exportação, com 1 bilhão de litros comercializados.

A formação desse novo setor na Bovespa é considerada positiva pelos especialistas. Jannini, do WestLB, destaca que o Índice Bovespa ainda é fortemente concentrado e não reflete a composição do Produto Interno Bruto (PIB). Porém, a expectativa é que esse cenário melhore com a diversificação dos segmentos listados.

As empresas que procuram a bolsa estão em busca de recursos para expandir sua produção, diante da expectativa de crescimento na demanda tanto do álcool, como do açúcar. Além disso, o segmento oferece amplo espaço para consolidação. Os cinco maiores grupos respondem só por 17% da capacidade nacional de processamento de cana.

Para Júlio Maria Martins Borges, presidente da Job Economia e Planejamento, o mercado de álcool na bolsa é um caminho sem volta. "Em um futuro próximo, o setor terá poucos e grandes players", diz, lembrando que há pouco tempo tratava-se de um dos segmentos mais pulverizados da economia nacional. Ele faz coro a Spinelli e acredita num setor com dez companhias na bolsa.

O preparo para o IPO envolveu, em praticamente todos os casos, diversas aquisições antes do pedido de registro à CVM. Justamente pela elevada pulverização, as companhias quiseram antes alcançar tamanho atrativo para o investidor. Ainda assim, apesar dos negócios recentes, há muitos controladores familiares, sem condições para levar seu negócio à Bovespa.

A despeito da lista em espera para IPO, o apetite pelo setor já foi maior. "Passou a euforia" afirma Eduardo Roche, gerente de análise do Banco Modal. Ultrapassada a febre da novidade, o especialista explica que as empresas já listadas passaram a ser negociadas com base em seus fundamentos. As que virão, por sua vez, terão de apresentar, cada vez mais, escala e projetos consistentes.

O desempenho das ações das companhias que abriram capital está negativo. Os papéis refletem a queda no açúcar - parâmetro para o álcool. Nos 12 últimos meses, os preços internacionais do açúcar recuaram expressivos 25,75%. Só neste ano, a perda é de 17,25%, o que afetou o resultado das usinas.

"Quando o assunto é fundamento, não há bandeira ambientalista que sustente as ações", diz Roche. Ele acredita que se trata de um segmento para apostas de longo prazo, já que as principais expectativas positivas não são de concretização imediata. "Não adianta acreditar que num estalar de dedos o mundo vai trocar petróleo por álcool."

O maior grupo do país, a Cosan perdeu receita por conta da performance do açúcar. Encerrou o primeiro trimestre de seu exercício 2008, em 31 de julho, com receita operacional líquida de R$ 591,7 milhões, 37,3% menos que em igual intervalo do ano-fiscal anterior. Apesar disso, o lucro líquido subiu de R$ 5,4 milhões para R$ 13,7 milhões, na mesma comparação. Segundo Paulo Diniz, vice-presidente de finanças, foram usados mecanismos de proteção no mercado de derivativos para garantir rentabilidade nessa fase.

Diniz conta ainda que o grupo pretende mais do que dobrar de tamanho nos próximos anos, passando das atuais 40 milhões de toneladas anuais para 80 milhões a 100 milhões. Essa projeção considerada, além da expansão de capacidade em andamento no país, investidas na aquisição de usinas domésticas e também fora do território nacional.

O entendimento dos especialistas é que a consolidação do setor, quando começar a ocorrer entre as empresas na bolsa, atrairá mais interesse do investidor. Embora as companhias dediquem boa parte da produção de cana para o açúcar, o setor competirá em atenção com as gigantes globais de energia elétrica e de petróleo.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Créditos de carbono. Uma realidade

A venda de créitos de carbono já está aumentando a rentabilidade de muitas empresas brasileiras. Trata-se de uma boa oportunidade de aprimorar negócios e faturar mais. A matéria abaixo é do Valor Econômico:

CRÉDITOS DE CARBONO JÁ ENGORDAM O CAIXA DE GRUPOS BRASILEIROS

A pequena Raudi, uma empresa paranaense ligada ao setor sucroalcooleiro, vai receber nos próximos cinco anos 1 milhão de euros com a venda de créditos de carbono a um grande banco em Londres. Na Bahia, a Penha Papéis e Celulose estima obter 2,1 milhões de euros de um banco alemão com o mesmo tipo de operação. Em São Paulo, a expectativa gira em torno do primeiro leilão do mundo de créditos de carbono: a Prefeitura colocará à venda o volume expressivo de 808.450 toneladas de CO2 equivalente gerados pelo Aterro Bandeirantes. A expectativa, no caso, é de embolsar no mínimo 9 milhões de euros.

Embora ainda pouco conhecidos no país, os créditos de carbono já são uma realidade e começam a ser uma fonte de receita extra para as empresas brasileiras. Além das indústrias, são beneficiadas consultorias e bancos do país.

O Brasil possui hoje 61 empresas com créditos já emitidos pela ONU - isto é, efetivamente recebendo dinheiro. Em volume, representam 11,3 milhões de toneladas de CO 2 equivalente - cada tonelada equivale a um crédito - que deixam de ser jogados no ar. Outra centena de projetos brasileiros pleiteia o registro e aguarda o aval da autoridade internacional.

Por serem contratos estudados caso a caso, sob regras de mercado, especialistas não arriscam prever o volume de aportes que já entraram no país. Mas é possível estimar. A grosso modo, tomando-se como base o preço médio de 2006, de 8 euros, chega-se ao valor aproximado de 90,4 milhões de euros (R$ 240 milhões).

"Para projetos bons ou já registrados oferecemos preços altamente competitivos", diz Phillip Hauser, gerente de originação da consultoria EcoSecurities, peso-pesado do mercado com 55 projetos brasileiros aprovados na ONU.

O valor econômico criado para encorajar empresas e países industrializados a minimizarem seu impacto no ambiente propiciou um novo nicho de mercado nos países em desenvolvimento, como o Brasil. Um deles é o das consultorias, cuja participação é crucial para tirar do papel os projetos de carbono, chamados de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo).

Segundo levantamento mais recente da ONU, 37 consultorias trabalham com esses projetos no Brasil. Muitas nasceram nos últimos quatro anos, na esteira do Protocolo de Kyoto. Outras simplesmente ampliaram o escopo de seus negócios, entrando no mundo do MDL.

Na maioria dos casos, são essas consultorias que arcam com riscos e custos de até US$ 200 mil necessários para todas as fases do projeto - elaboração, validação, aprovação, registro e verificação. Em troca, recebem os créditos futuros gerados nos projetos, negociados a um preço fixo, que serão revendidos a europeus e japoneses, obrigados pelo Protocolo de Kyoto a reduzir suas emissões de gases.

"Por assumir os riscos [cerca de 40% dos custos são investidos antes mesmo de se saber se o projeto sairá ou não], as consultorias conseguem reduzir o preço da tonelada de carbono que receberá no futuro", diz Hauser, da EcoSecurities. Segundo ele, a compra de créditos de um projeto que nem saiu do papel - sem garantia de entrega - pode ser de 7 euros por tonelada. A revenda chega a até 14,00 euros.

A margem é possível porque a EcoSecurities trabalha com um portfólio de mais de 400 projetos no mundo. "Compramos créditos de muitos pequenos projetos a preço garantido e vendemos grandes volumes dos chamados créditos secundários, gerados pelo conjunto de projetos, que já não têm mais riscos e limitações de projetos individuais", diz Hauser. No Brasil, os projetos mais atraentes são nos setores de co-geração, suinocultura e aterros sanitários.
De forma tímida mas gradual, os bancos também começam a avançar sobre este mercado. O mais agressivo é o ABN Amro Real, que conta com o estímulo - e uma carteira de potenciais compradores - da matriz e filiais na Europa.

Entre os bancos brasileiros, o Unibanco anunciou neste mês uma linha de financiamento com o JBIC (Banco do Japão para Cooperação Internacional) de US$ 50 milhões, só para projetos de MDL.
Maurik Jehee, superintendente para vendas de créditos de carbono do ABN Real, explica que o banco busca dois tipos de operações. A intermediação - compra e venda de créditos - e á estruturação financeira do negócio, considerada mais interessante devido ao retorno alto. "Em geral, o spread entre compra de créditos e venda varia de 0,10 a 0,20 euros por tonelada", diz Jehee. "Mas ganhamos mais com a antecipação", afirma. Em 2007, o ABN fechou sete operações de intermediação de créditos, equivalentes a 383 mil toneladas de CO2.

Em projetos de estruturação, foram desembolsados R$ 41,9 milhões, seja em pagamento com o crédito em garantia ou antecipado. "Nós cobramos o cliente por assumir os riscos de mercado e performance", diz ele. "O prazo médio dessas operações é de 2,5 anos, com 2% ao ano do saldo devedor".

"Não há dúvida de que o crédito de carbono é um business. Na pauta de exportações brasileiras, já há 30 referências a créditos de carbono", afirma Marco Antonio Fujihara, da Totum Sustentabilitas.
O sinal mais emblemático disso, diz Fujihara, está no fato de o Brasil ter se tornado o primeiro país da América Latina, e um dos poucos do mundo, a fechar o primeiro contrato de comercialização de carbono que vigorará após 2012 - fim do período de compromisso de Kyoto, que determina que países industrializados cortem suas emissões de gases do efeito estufa em 5% frente aos níveis de 1990.

Apesar do mercado que se avista, a receita exterior não chega a ser significativa para as empresas brasileiras, donas dos projetos. Isso porque geram, em sua grande maioria, volumes pequenos de carbono. Na China, onde se queima muito combustível fóssil, um projeto de MDL emite em média 70 mil toneladas de CO2 por ano. No Brasil, que tem matriz energética limpa, são 30 mil toneladas.

"Os créditos de carbono são apenas a cereja do bolo", diz Shigueo Watanabe, da consultoria Geoklock, lembrando que não são o "core business" da empresa. Os créditos são, acima de tudo, uma tentativa de minimizar os danos do homem ao meio ambiente (Valor, 11/9/07)

Foi dado o primeiro passo para transformação do etanol em commodity

A definição de um contrato internacional de etanol é o primeiro passo para que o mesmo se torne uma commodity internacional. A matéria abaixo foi publicado no Valor Econômico

CONTRATO INTERNACIONAL DE ÁLCOOL SAI DO PAPEL

O contrato padrão internacional de álcool deverá ficar pronto até o fim da primeira quinzena deste mês. Segundo Paulo Siqueira Costa, secretário-executivo da Ietha (Associação Internacional de Comércio de Etanol), o contrato está em fase final de discussões entre os membros da entidade (total de 49 associados).
"Teremos uma reunião com o conselho do Ietha no próximo dia 19, quando esse contrato deverá ser oficialmente apresentado", afirmou Siqueira Costa ao Valor.

A padronização desse contrato está sob coordenação de Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, especializada no setor sucroalcooleiro. De acordo com Siqueira Costa, os contratos de álcool serão parecidos com os de energia. A associação está utilizando modelos semelhantes aos adotados pela indústria do petróleo e pretende, ainda, desenvolver um contrato de frete específico para etanol. O contrato terá cotação FOB e deverá começar a ser negociado ainda este ano, atendendo especificações do Brasil, dos Estados Unidos e da União Européia.

O objetivo é que o contrato padrão, específico para o chamado mercado físico, facilite o comércio internacional e transforme o etanol em uma commodity mundial.

No mercado internacional, o volume de álcool comercializado soma cerca de 5 bilhões de litros de álcool por ano - o Brasil responde por 3,5 bilhões de litros do total. No pais, o preço do hidratado para exportação está em média a US$ 350 (por mil litros).

O Brasil é o maior exportador mundial do combustível. A China é o segundo maior exportador, com 1,017 bilhão de litros em 2006, seguida pela França, com 319 milhões de litros no ano passado. Os Estados Unidos lideraram as importações, com 2,74 bilhões de litros, em 2006. O Japão veio em segundo lugar, com 502 milhões de litros de álcool importados, seguido pela Alemanha, com 429 milhões de litros também no ano passado.

Com sede em São Paulo, a Ietha foi criada em outubro de 2006 e reúne toda a cadeia sucroalcooleira, incluindo a área produtiva (usinas nacionais e estrangeiras), países importadores, consumidores e representantes de logística. A entidade pretende ter representantes na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia. A Brenco é a mais nova associada.

Siqueira Costa acredita que o incremento das negociações do álcool no mercado internacional deverá dar impulso aos mercados futuros de álcool nas bolsas internacionais e também no Brasil, por meio da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).

A boa demanda global por álcool tem impulsionado projetos de construção de usinas nos EUA e no Brasil, respectivamente primeiro e segundo maiores produtores mundiais do combustível. A produção americana está estimada em cerca de 25 bilhões de litros por ano. No Brasil, os volumes de produção estão projetados em 20 bilhões de litros (Valor, 11/9/07)

sexta-feira, setembro 07, 2007

Boa aplicação de resíduos da casca de coco

Não só na bioenergia os nossos resíduos agrícolas são aproveitados. Um exemplo muito interessante é o artigo abaixo publicado no Suplemento Agrícola do jornal O Estado de São Paulo na última quarta-feira:

Casca de coco verde vira insumo ecológico no campo

Fibras do resíduo orgânico, de difícil degradação, têm sido usadas em substituição à terra nos cultivos

O aproveitamento de lixo orgânico, como cascas de coco verde e seco e de arroz e bagaço de cana, representa uma economia de milhões de reais e contribui para reduzir a poluição. O mercado brasileiro de água-de-coco, com crescimento estimado em 20% ao ano, produz 6,7 milhões de toneladas casca de coco verde/ano, calculadas com base em 90 mil hectares cultivados com a fruta no País. Segundo o pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Fred Carvalho, 70% do lixo produzido no litoral dos grandes centros é composto por cascas de coco, de difícil degradação.

SUBSTRATO

Em Holambra (SP), vários produtores já utilizam a fibra de coco seco como substrato para o cultivo de flores e hortaliças, em substituição à terra nos vasos. O Sítio Pedra Branca começou o cultivo de gérberas em 2002, inicialmente em outro substrato e apenas uma pequena área em fibra de coco, como teste. 'Soubemos que a fibra já era usada até na Europa, com bons resultados', diz o chefe de Produção do sítio, Bernardo Krabbenborg.

'O resultado foi tão bom que passamos a usar a fibra do coco seco em toda a área de gérberas', diz, e aponta vantagens: facilidade de manejo da cultura e de drenagem, evitando o encharcamento das raízes.

Pelo fato de o substrato de coco seco proporcionar boa drenagem nos vasos, Krabbenborg diz que divide a água em várias regas por dia. Das 8 da manhã e de hora em hora, até as 15 horas, ele fornece 3 minutos de água ou cerca de 50 mililitros por rega. 'Toda a água usada na rega tem fertilizante.' Atualmente, o sítio tem 1,5 hectare de estufa com gérbera em vasos, ou 90 mil plantas.

MORANGO E HORTALIÇAS

As 45 estufas de mudas de hortaliças e de morango - 6 mil metros quadrados de cada - do Sítio Santa Maria, em Itatiba (SP), são cultivadas em substrato de coco seco há quatro anos. Há 18 anos, José Luis Batistela (Juca), dono do sítio, produz mudas em estufa, inicialmente em substrato de casca de pinus ou de arroz com turfa e vermiculita. 'Essa mistura dava muita variação, então substituímos pelo substrato de coco seco, que garante uniformidade das mudas e é de fácil manejo.'

Segundo Juca, a irrigação, manual, é feita três vezes ao dia, e a fertirrigação, em dias alternados, substituindo uma das irrigações diárias. As mudas recebem os nutrientes por fertirrigação, à base de NPK e minerais.

A produção exige muita mão-de-obra. Ao todo, são 22 empregados nas estufas, além de familiares. 'A semeadura é diária, à medida que uma produção é vendida, vamos semeando outra.' As mudas são vendidas na região, por encomenda. São 1,8 milhão de mudas de morango/safra e cerca de 2 milhões de mudas de hortaliças/mês.

Índice de valor de mercado de empresas de biocombustíveis

O site Biofuels Digest, um blog de notícia para produtores, consumidores e reguladores de etanol e biodiesel - http://biofuelsdigest.com, criou um índice com 21 empresas cotadas em bolsa do setor de biocombustíveis.

O índice chama-se Biofuels Digest Index (DBI) e é composto pelas seguintes empresas:

Archer-Daniels-Midland (ADM)
Alternative Energy Sources (AENS.OB)
Andersons (ANDE)
Aventine Renewable Energy (AVR)
Better Biodiesel (BBDS.OB)
Bluefire Ethanol (BFRE.OB)
Bio Solutions Manufacturing (BSLM.OB)
Earth Biofuels (EBOF.OB)
Environmental Power (EPG)
Green Plains Renewable Energy (GPRE)
Green Energy Resources (GRGR.PK)
GreenShift (GSHF.OB)
Intrepid Technology & Resource (IESV.OB)
MGP Ingredients (MGPI)
Nova Biosource Fuels (NBF)
NewGen Technologies (NWGN.OB)
Pacific Ethanol (PEIX)
Texcom (TEXC.PK)
US BioEnergy (USBE)
Verasun Energy (VSE)
Xethanol (XNL)

Infelizmente não achei o modo como este índice é calculado e nem quando foi criado. Passarei a monitorá-lo regularmente para analisar o mercado americano de biocombustíveis.

O BDI em 28 de agosto encontrava-se em 98,06 e 101,32 hoje. Mostrando que houve uma recuperação do índice depois da queda das bolsas que ocorreu mês passado.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Economia de Biocombustíveis de A a Z - Parte III

Terminando a série interessante sobre a economia de biocombustíveis, segue os últimos verbetes:

Organisms (Organismos) :
Synthetic Genomics, uma empresa start-up americana, acredita que seus organismos sintéticos podem ser úteis na produção de biocombustíveis e hidrogênio.

Poop (Fezes) : Crescimento de algas em tanques de esgotos podem soar grosseiro, mas é um negócio para uma empresa start-up da Nova Zelândia, Aquaflow Bionomic. Enquanto isso, pesquisadores da Universidade de Virginia Tech estão transformando resíduos de galinha em óleo.

Q Microbe (Micróbio Q) : A empresa Sun Ethanol, uma start-up americana está tentando descobrir como comercializar seu “Q Microbe”, um micróbio natural que pode converter celulose diretamente em etanol sem utilizar enzimas de alto custo.

Radish (Rabanete): Sementes de rabanete selvagem contêm até 48% de óleo que não é comestível aos humanos, desta forma poderia ser uma fonte viável de biocombustível. Na Purdue University, pesquisadores estão encarando o rabanete como um hospedeiro potencial para seus “genes mutantes” que foram projetados para armazenar grandes quantidades de óleo nas raízes dos vegetais. A equipe testará uma variedade com este gene, observando seu potencial no mercado de biocombustíveis.

Sawdust (Serragem): Pesquisadores da Universidade do Minnesota tem desenvolvido um processo para converter serragem em outros resíduos de biomassas diretamente em uma mistura de gases que podem ser transformados em combustíveis líquidos como diesel.

Tropical sugar beet (Beterraba açucareira tropical) : A Syngenta está levando aos EUA a beterraba açucareira da Índia para produção tanto de açúcar quanto de biocombustível. “O crescimento mais rápido das beterrabas tropicais aumentam a produção anual de etanol a partir da cana-de-açúcar” diz a companhia.

Unknown (Desconhecido): É claro que existem muitos outros biocombustíveis que aparecerão no futuro, e é possível que alguns importantes ainda nem tenham sido descobertos. (Para ser honesto, nos achamos que urina não serve como biocombustível e não encontramos nenhum outro material ou tecnologia legal com a letra “U”).

Vegetable Oils (Óleos vegetais): É claro que existe ainda a opção direta de usar óleos vegetais para abastecer carros. A internet é cheia de guias que explicam como tornar óleo vegetal em uma substância que funcione como combustível.

Wine (Vinho) : A União Européia abriu recentemente a proposta de vender vinhos não comercializado da França, Itália, Espanha e Grécia para a produção de bioetanol. A proposta é parte da “crise da destilação” para corrigir desbalanceamento de oferta.

Xylose (Xilose): Açúcares de xilose são normalmente difíceis de fermentar. A DuPont em colaboração com o National Renewable Energy Lab está desenvolvendo um processo de fermentação que ajuda a transformar os açúcares C-5 da xilose em etanol em altas produtividades.

Your Chopsticks (Nossos rashis): O Japão está tentando transformar a abundancia de rashis de madeira que são descartados anualmente em biocombustível para facilitar o racionamento de energia, segundo autoridades. “ Cada um dos 127 milhões de pessoas utilizam uma média de 200 conjuntos no ano, significando 90.000 toneladas de madeira, segundo dados do governo” relatou o Yahoo News.

Zeolite (Zeólita): A empresa japonesa Mitsui está desenvolvendo uma tecnologia que usa membranas de zeólita para “separar água e etanol”. A tecnologia é importante porque fornece um modo de baixo consumo de energia de separar água do etanol em instalações industriais.

terça-feira, setembro 04, 2007

Soja - Maior preço desde 2004

A soja aquecida de novo por causa do etanol de milho alcança bons preços conforme notícia publicada na Gazeta Mercantil de hoje:

Preço da soja atinge R$ 41 por saca

São Paulo, 4 de Setembro de 2007 - Demanda aquecida e prognóstico de novas altas elevaram cotação para maior nível desde 2004. A corrida por soja no mercado brasileiro fez o preço da saca bater ontem R$ 41 em Paranaguá (PR), valor que não se via desde 2004, melhor ano da oleaginosa. A perspectiva de novas altas no preço está fazendo com que o produtor que ainda tem estoques segure a oferta na expectativa de lucrar um pouco mais. Indústrias e tradings estão correndo atrás do produto para manter esmagamento e cumprir contratos de venda externa.

Segundo o especialista da Soma Corretora, Thiago Alarcon, há fábricas que não estão conseguindo comprar produto. "Ontem, o mercado chegou a ofertar R$ 41 em Paranaguá, mas nem assim o produtor quis vender. Quando a soja ostenta alta, eles querem sempre mais, nunca estão satisfeitos", conta Alarcon.
O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) registrou ontem preços de R$ 39,63 em Paranaguá. "Mas muitos negócios superaram os R$ 40", acrescenta o pesquisador Lucílio Alves.

O diretor de mercado da processadora de soja ABC Inco, Leonardo Freitas, explica que é efetiva a dificuldade das indústrias esmagadoras de comprar soja no mercado. "Por conta dessa oferta escassa, nosso custo de aquisição de matéria-prima foi elevado em 5% a 10% diante do que esperávamos para o ano", acrescenta o executivo. Ele se refere à parcela de sua demanda interna que é comprada depois da safra - historicamente em 30%, mas que foi reduzida na safra 2006/07 diante da perspectiva altista para os preços da soja. Dessa forma, por ter antecipado um pouco mais a aquisição de soja para o ano, Freitas explica que o volume demandado foi "praticamente" todo comprado.

A maior parte da soja restante da safra 2006/07 está na região Sul do País, segundo estimativa da Céleres Consultoria. Essa região ainda detém 72% de sua produção total de 22,7 milhões de toneladas, o que significa volume retido de cerca de 16 milhões de toneladas. O Paraná, que produziu metade desse volume - 11,7 milhões de toneladas - ainda possui 71% de sua produção de soja.

Alves, do Cepea, explica que, ao mesmo tempo em que é a região com mais soja estocada, o Sul é também o maior produtor nacional de outros grãos que estão com boa rentabilidade - trigo e milho. "Em um primeiro momento, é mais vantajoso para o agricultor vender milho ou trigo. No caso do milho, o produtor precisa aproveitar os preços bons, pois é grão com menor liquidez que a soja e sua formação de preço não é tão fundamentada. Já o trigo, porque está com preços superiores aos da soja, o que não é comum", completa Alves. Na sexta-feira, a saca do trigo cotada a R$ 33,60 no Oeste do Paraná, enquanto a de soja por R$ 32,10. Há duas semanas, em 15 de agosto, o trigo valia menos que a oleaginosa. A saca saía por R$ 30,33, enquanto a soja, R$ 31,19.

O produtor de grãos Armando Ortenzi Neto, que produz milho e soja em Paranavaí, Noroeste do Estado, afirma que ainda tem 20% de sua produção de soja, vendeu 100% da safra de milho e, até agora, já negociou 30% apenas da de milho safrinha. "Estou segurando tudo, soja e milho, à espera de preços melhores. A gente acompanha Bolsas e cotação do câmbio a todo o momento", avisa.

Economia de Biocombustíveis de A a Z - Parte II

Segue a segunda parte do artigo traduzido:

Grass (Capim) : A massa verde que cobre os campos agrícolas podem ser a chave para a independência energética americana. Também apostam na utilização de Miscanthus (tipo de capim da África) como a grande fonte de etanol celulósico.

Hemp (Maconha) : Os talos e sementes de maconha podem ser transformados em biocombustíveis, embora seja ilegal sua produção em muitos países. Fazendeiros do Dakota do Norte estão tentando convencer o governo americano a legalizar plantações de canabis de modo a produzir maconha. O Sacramento News & Review cita a maconha como “uma vítima da guerra das drogas”, apontando-o como um produtor eficiente de energia de etanol para biocombustível”.

Intestines, from termites? (Intestinos de formigas) : Ano passado, cientistas da empresa Diversa descobriram que os intestinos de certa espécie de formiga tem enzimas que degradam a celulose convertendo a biomassa em combustível. Outros cientistas, como os Departamento de Energia dos EUA, estão também interessados no potencial das formigas.

Jatropha (Pinhão Manso) : Saudada por alguns como a “Panacéia do Biodiesel”, esta planta potencial espalhada mundialmente a partir da América Central pelos portugueses no Século XVI, de acordo com a BBC. Países em desenvolvimento como Índia e países africanos tem grande esperança no potencial deste planta que poderia fornecer um empurrão nas economias locais. O Wall Street Journal disse que o Pinhão Manso pode ser mais barato do que o milho para a produção de biocombustíveis.

Kelp (Um Tipo de Alga) : Alga é uma outra potencial opção de biocombustível, de acordo com o Jornal The Herald. Na Europa, onde terra para cultivo de culturas para biocombustíveis é limitada, pesquisadores estão tentando entender se a produção de etanol a partir da grande população de algas da Escócia seria viável comercialmente.

Lignin (Lignina) : A empresa americana Zeachem tem desenvolvido uma nova maneira de criar etanol celulósico. O processo converte lignina e outros materiais não fermentáveis derivados de cavacos de madeira e biomassa adicional em hidrogênio, que é posteriormente misturado de volta com partes da biomassa que permitem fermentação. A mistura completa é então transformada em etanol.

Mushrooms (Cogumelos): O cogumelo comum que você pode encontrar no supermercado local é geneticamente abençoado, segundo pesquisadores, e pode ajudar na criação de biocombustíveis. Os cogumelos são decompositores secundários eficientes de material vegetal, quebrando materiais que outros fungos não conseguiriam.

Nuts (Castanhas) : Philip Rutter, CEO da Badgersett Research Corp., é um entusiasta da utilização das castanhas de avelã como próxima fonte de biocombustíveis, escreve o site Salon.com. “BRC tem medido muito de seus NeoHybrids como tendo potencial de produção cerca de 300% do valor da soja em termos de óleo”, diz Rutter.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Mais um grande player no jogo dos biocombustíveis

Mais uma notícia envolvendo grandes empresas entrando no setor de biocombustíveis. A notícia de 30 de agosto da Reuters fala sobre a entrada da British Petroleum em associação com a DuPont e outra empresa no setor de etanol:

A União Européia aprova a joint venture da BP para biocombustíveis

A petrolífera BP e a Associated British Foods Plc obtiveram autorização da Comissão Européia para construir uma planta para produzir biocombustível a partir do trigo em Hull nordeste da Inglaterra. A empresa DuPont também está envolvida.

Eles têm anunciado planos de investir 200 milhões de libras (US$ 402 milhões) na planta para produzir cerca de 420 milhões de litro de eanol anualamente a partir do início de 2009.

Economia de Biocombustíveis de A a Z - Parte I

Encontrei no blog Earth2Tech um artigo descrevendo a Economia de Biocombustíveis de A a Z e vou traduzí-lo em partes:

Apples (Maçãs) : A frutose, açúcar encontrando em maças e outras frutas pode ser convertido em um combustível que contêm mais energia que o etanol, segundo cientista da Universidade de Wisconsin em Madison. O combustível chamado de dimethylfuran ou DMF, tem cerca de 40% mais energia do que o etanol.

Beer (Cerveja) : Pesquisadores da Universidade de Abertay Dundee estão investigando maneiras de tornar os resíduos industriais de cerveja e uísque em biocombustíves. Enquanto isso a Cervejaria New Belgium de Fort Collins, Colorado se associou com a Solix Buefuels to usar o CO2 residual.

Coffee (Café) : Aparentemente, os grãos de café tem teor de açúcar suficiente para ser convertido em etanol. Pesquisa paga pela Federação Colombiana de Produtores de Café descobriram que o café tem o teor de açúcar por bushel do que o milho.

Dairy (Laticínios) : A pequena empresa petrolífera da Nova Zelândia, Gull está vendendo uma gasolina misturada com etanol feito de leite. Esta mistura contêm 10% de etanol produzido pela cooperativa de leite Fonterra.

E Vitamin (Vitamina E) : Cientista da Universidade de Toronto e da Michigan State University descobriram que a Vitamina E ajuda a planta no transporte de nutrientes e a se reproduzir em baixas temperaturas. O descobrimento surpreendente é que tem potencial para ser aplicado no desenvolvimento de culturas para biocombustíves e tolerantes ao frio segundo PhysOrg.com.

Fungi (Fungos) : A revista Wired publicou que cientistas do Indian Institute of Chemical Technology encontraram um modo mais eficiente de fazer biodiesel. Ao invés de desperdiçar energia aquecendo durante horas os ingredientes, um enzima produzida por um fungo na temperatura ambiente faz o trabalho.