quarta-feira, dezembro 23, 2009

Será que vem por aí a Friboi do leite?

Em duas notícias do Valor Econômico de ontem que encontrei no Notícias Agrícolas, comenta-se o fato de uma possível união de 5 cooperativas para formar uma grande empresa do setor de leite. Será que isso irá ocorrer? Somente o tempo dirá...

Cooperativas tentam criar gigante do leite

Cinco cooperativas de produtores de leite negociam união para a criar a maior entidade do setor na AL

Cinco cooperativas de produtores de leite negociam a união de suas operações para a criar a maior entidade do setor na América Latina, com faturamento de R$ 4 bilhões por ano. As negociações envolvem a Itambé, de Minas Gerais, a Centroleite, de Goiás, a Confepar, do Paraná e as também mineiras Cemil e Minas Leite.

Se a negociação for bem-sucedida, as cinco centrais terão uma captação conjunta de pouco mais de 7 milhões de litros por dia. Esse volume é muito superior ao captado diariamente pela DPA - Dairy Partners Americas (5,2 milhões) e pela Perdigão (4,5 milhões), que lideram a atividade.

A concentração já está em curso no setor. Desde 2007, a Perdigão - que hoje integra a Brasil Foods após a união com a Sadia - investe em aquisições. Comprou a Eleva (de lácteos e carnes) e a mineira Cotochés. A empresa gaúcha Bom Gosto, com o apoio do BNDES, fez sete aquisições desde 2007, com investimento de R$ 232 milhões, e hoje capta 4 milhões de litros por dia e fatura R$ 1,6 bilhão por ano.

As negociações para criação da megacooperativa começaram em agosto e já superaram "metade do caminho", segundo uma fonte ouvida pelo Valor. No ano passado, Itambé e Centroleite já haviam conversado, mas as negociações não prosperaram. Na atual fase da negociações, está sendo feita a avaliação dos ativos das cinco cooperativas para definição das participações na nova entidade. A Itambé é maior delas, com cinco unidades processadoras e vendas de R$ 1,9 bilhão neste ano. A Confepar tem duas fábricas e a Cemil, uma. Minas Leite e Centroleite não têm indústrias e apenas captam o produto para revender.

A aglutinação é "uma tendência do cooperativismo", diz o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas. A ideia é "buscar sinergias, baratear custos e rodar menos com o leite in natura". Em busca de fortalecimento no mercado, as cooperativas miram-se nos exemplos bem-sucedidos da neozelandesa Fonterra e da americana DFA, ambas resultantes de fusões de cooperativas. A Fonterra fatura US$ 8 bilhões anuais e responde por mais de um terço do comércio internacional de produtos lácteos.

Uma megacooperativa de leite em gestação

O movimento de concentração chegou às cooperativas de leite. As centrais de cooperativas Itambé, de Minas Gerais, Centroleite, de Goiás, Confepar, do Paraná e as também mineiras Cemil e Minas Leite negociam a união de suas operações, que poderá criar a maior cooperativa de leite da América Latina, com um faturamento de R$ 4 bilhões por ano, conforme apurou o Valor.

Em busca de fortalecimento de seus negócios, as cooperativas miram-se nos exemplos bem-sucedidos da neozelandesa Fonterra e da americana DFA - Dairy Farmers of America, ambas resultados de fusões de cooperativas de leite.

Juntas, as cinco centrais cooperativas brasileiras terão uma captação de pouco mais de 7 milhões de litros de leite por dia, bem acima dos 5,2 milhões de litros captados pela DPA (Dairy Partners Americas), joint venture entre Nestlé e a Fonterra, e dos 4,5 milhões de litros captados pela Perdigão. Os números se referem a 2008, quando DPA e Perdigão ficaram em primeiro e segundo lugar, respectivamente, no ranking de captação da associação Leite Brasil.

A união, se vingar, dará força às cooperativas para enfrentar o avanço de algumas empresas de lácteos do país, que nos últimos anos apostaram na consolidação do setor. Desde 2007, a Perdigão - agora Brasil Foods depois da união com a Sadia - vem investindo em aquisições nesse segmento, no qual faturou R$ 760 milhões até o terceiro trimestre. Comprou a Eleva (de lácteos e carnes) em 2007 e a mineira Cotochés no ano passado.

Também a gaúcha Bom Gosto, com o apoio do BNDES, fez sete aquisições desde 2007, com investimentos de R$ 232 milhões. A captação de leite atual da Bom Gosto é de 4 milhões de litros por dia e o faturamento este ano deve ficar em R$ 1,6 bilhão, informou a empresa em recente entrevista ao Valor.

Com a captação de 7 milhões de litros de leite por dia, a "supercooperativa" processará cerca de 2,5 bilhões de litros por ano de uma produção total do país de 27,5 bilhões de litros. Receberá leite de aproximadamente 40 mil produtores do país.

As negociações para a fusão das cooperativas começaram em agosto e já superaram "metade do caminho", ouviu a reportagem de uma fonte do setor. No ano passado, Itambé e Centroleite já haviam conversado, mas as negociações não foram adiante.

Uma empresa faz atualmente a avaliação dos ativos das cinco cooperativas para definir a participação no resultado da união. A Itambé é maior delas, com cinco unidades. A Confepar tem duas fábricas e a Cemil, uma unidade. Minas Leite e Centroleite não têm indústrias e apenas captam o produto e o revendem para terceiros.

"As cooperativas começaram a conversar para fazer essa aglutinação. É uma tendência no cooperativismo", diz o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas. "Elas querem buscar sinergia, baratear custo, rodar menos com leite in natura. A Itambé está coordenando esse processo do Paraná para cima. A recente filiação da Coonai aqui em São Paulo facilitou as conversas. Há um bom diálogo entre a Itambé e as cooperativas centrais Cemil, Confepar, Centroleite e Minas Leite", afirma Freitas.

No desenho da cooperativa que resultar da fusão, a Itambé, que deve fechar este ano com faturamento de R$ 1,9 bilhão, teria a maior participação. Na semana passada, a mineira divulgou que voltará a distribuir sobras aos seus cooperados. Em 2008, com receita de R$ 2,037 bilhões, teve perda de R$ 31 milhões. Neste ano, vai distribuir R$ 11 milhões.

Os modelos que as cooperativas brasileiras perseguem são o da Fonterra, da DFA e da escandinava Arla Foods. A Fonterra é uma das seis maiores empresas de lácteos do mundo em receita - estimada em US$ 8 bilhões anuais - e é responsável por mais e um terço do comércio internacional de lácteos. Tem 11 mil cooperados e processa mais de 14 bilhões de litros de leite por ano. Foi criada em 2001, resultado da fusão entre a New Zealand Dairy Board, New Zealand Dairy Group e Kiwi Co-operative Dairies.

Já a DFA nasceu em 1998, após a fusão de quatro cooperativas americanas: a Associated Milk Producers, Inc., a Mid-America Dairymen, Inc., a Milk Marketing, Inc. e a Western Dairymen Cooperative. Tem 18 mil cooperados e processa 30 bilhões de litros de leite a cada ano. Em 2008, sua vendas líquidas somaram US$ 11,7 bilhões.

Outro exemplo é a Arla, resultado da fusão de centenárias cooperativas dinamarquesas e suecas. Com atuação internacional, a Arla tinha, em 2007, 8.522 cooperados, captação de 8,5 bilhões de quilos de leite e receita de US$ 9,2 bilhões.

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