terça-feira, dezembro 08, 2009

Três Lagoas, a capital da celulose

Notícias publicadas nesta semana dão conta de que a cidade sul-matogrossense de Três Lagoas, situada na divisa com São Paulo será a capital da celulose em função do anúncio da segunda fábrica de celulose, a Eldorado Celulose. A primeira fábrica foi inaugurada neste ano é pertence à Fibria, o gigante formado pela VCP e Aracruz, em parceria com a americana International Paper.

Encontrei duas notícias sobre o tema que se complementam. A primeira delas é do Brasil Econômico e a segunda do Jornal do Povo de Três Lagoas, que encontrei no Portal do Agronegócio:

Nova fábrica de celulose é confirmada em Três Lagoas
Carolina Marcondes

O município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, próximo à divisa com o estado de São Paulo, caminha para tornar-se um importante polo produtor de celulose de fibra curta a partir de eucalipto.

A matéria-prima é utilizada para a fabricação sobretudo de papeis utilizados em escritórios e de uso escolar.

Após a unidade da Fibria em parceria com a International Paper (inaugurada no início deste ano), um novo projeto será erguido na região.

Trata-se da Eldorado, empresa formada pela MCL Empreendimentos e pela J&F (também controladora da JBS-Friboi), que construirá na cidade uma fábrica com capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas do insumo por ano.

A informação foi confirmada por Mário Celso Lopes, diretor-presidente da nova companhia. De acordo com o executivo, os investimentos serão de R$ 2,9 bilhões e já foi protocolado no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um pedido de financiamento. "Será a principal fonte de recursos", afirmou.

A cidade de Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, foi escolhida para sediar a fábrica porque no local já existem 30 mil hectares de florestas de eucalipto plantadas, cuja maturação deverá ocorrer em cerca de três anos.

A área com as árvores pertence à Florestal Serviços Florestais, empresa composta pela MCL e pela J&F, mas também pela Fundação dos Economiários Federais (Funcef) e da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros). O diretor-presidente da Eldorado ocupa o mesmo cargo na Florestal.

"O objetivo da Florestal é apenas plantar florestas, mas em certo momento elas precisam ser destinadas a algum projeto. E foi a própria Florestal que pediu ao governo do Estado um estudo de impacto ambiental e econômico", disse Lopes.

As obras da fábrica de celulose deverão ser iniciadas ainda em 2010. Elas dependem ainda do fornecimento das licenças exigidas pelos órgãos de fiscalização ambiental.

Durante o período de construção da indústria, serão criados de 7 mil a 8 mil empregos, segundo previsão de Lopes.

A licença ambiental prévia foi solicitada em 13 de novembro ao Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul). Na ocasião, Carlos Rosa, diretor da Florestal, afirmou que a empresa não tinha interesse em construir uma fábrica de celulose.

A celulose que será produzida pela Eldorado se destinará à exportação, principalmente China, Europa e Estados Unidos

Três Lagoas será pólo de celulose
Três Lagoas deverá sediar as duas maiores fábricas de celulose do mundo e se tornar a capital da celulose no Brasil dentro de três anos, aproximadamente


Segundo a prefeita Simone Tebet (PMDB), a construção da Eldorado Celulose e Papel – orçada em aproximadamente R$ 2,9 bilhões – deverá consolidar o município como o grande pólo de celulose do mundo. “Com a vinda da IP [International Paper] e Fibria, Três Lagoas passou a ser conhecida no Brasil.

Agora, teremos a primeira e a segunda maior fábrica de celulose do mundo.

Para a população, isto significa geração de emprego, aumento de renda e melhora na qualidade de vida”.

Simone justificou o silêncio de 15 dias – apenas na audiência pública sobre os impactos da obra que ela confirmou o investimento. Três Lagoas, de acordo com ela, estava concorrendo com mais três cidades e outros dois estados pelo investimento - os nomes não foram revelados – e o anúncio poderia atrapalhar o processo.

Pelo projeto, a Eldorado Celulose e Papel deverá ser responsável pela produção e exportação de um milhão de toneladas de celulose branqueada ao ano.

Somado com o volume de produção da Fíbria – a maior do mundo, com a produção de R$ 1,2 mi/toneladas por ano -, serão mais de dois milhões de toneladas da matéria prima que partem de Três Lagoas anualmente para exportação.

Segundo o empresário Mário Celso Lopes, diretor-presidente e sócio-fundador da Eldorado, os principais mercados serão China – maior consumidora de celulose do mundo no momento -, Europa e Estados Unidos.

“Há cinco anos vínhamos estudando o segmento. Hoje, a celulose branquiada é altamente demandada. Trata-se de um produto nobre e o Brasil é o único capaz de produzir a matéria-prima [eucalipto] em tão curto espaço de tempo”, concluiu.

Lopes também aproveitou para esclarecer a nota à imprensa da Florestal Brasil em que disse não ser responsável pela construção do empreendimento. “São situações societárias. A Florestal Brasil é uma empresa de floresta de eucalipto com cerca de 215 mil hectares apenas na região centro-oeste e pode encomendar estudos de fábricas, mas este projeto não é dela”.

O projeto Eldorado faz parte de outra empresa a Eldorado Celulose e Papel, fundada por dois sócios fundadores da Florestal Brasil, a MCL Empreendimentos e Negócios Ltda e J&F Participações S/A.

Construção da Eldorado Celulose vai iniciar em 2010

De acordo com o diretor-presidente, da Eldorado Celulose e Papel, Mário Celso Lopes, a construção da unidade em Três Lagoas (MS) deve começar dentro de seis meses após o término do processo de licenciamento. “Dentro de oito a dez meses no máximo, poderemos dar o ponta pé inicial da obra”.

Na etapa de construção, deverão ser gerados em torno de sete mil postos de trabalho diretos, podendo chegar a 13 mil trabalhadores no pico da obra. A fábrica será implantada na fazenda Santa Vera, km 231 da BR-158 (entre Três Lagoas e Selvíria), e contará com um total de 300 hectares de área construída.

Depois de concluída, a fábrica gerará dois mil postos de trabalho: 800 na indústria e 1,2 mil na área florestal.

“Além disto, temos os empregos indiretos que deverão ser gerados. Com um empreendimento deste porte, é atraída as empresas satélites, empreendimentos de menor porte que servem à fabrica. Como a Fíbria já está em funcionamento, muitas destas indústrias satélites já vieram, mas provavelmente elas terão de ser ampliadas, contratar mais funcionários”, destacou.

Conforme a vice-prefeita Márcia Moura, que também responde pela pasta de Desenvolvimento Econômico, o município já está preparando os “pequenos” para atender esta demanda. “Quando realizamos a rodada de negócios [em parceria com o Sebrae] já sabíamos da vinda desta unidade. Fizemos exatamente por conta dela. Atraímos os grandes empreendimentos, agora o nosso foco é preparar o pequeno empresário, fazer com que ele tenha qualificação suficiente para aproveitar as oportunidades geradas com o crescimento da Cidade”, lembrou.

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