quinta-feira, dezembro 23, 2010

África é bom investimento para alguns produtores brasileiros

Tenho um amigo que já foi para o Sudão em uma grande usina de açúcar de lá que é extremamente mecanizada e hoje fiquei surpreso sobre o bom resultado de um produtor brasileiro de soja e algodão por aquelas bandas. Segue abaixo notícia que encontrei no Portal do Agronegócio publicada no Diário de Cuiabá:

Bons resultados na colheita do Sudão
Favorecido pelos baixos custos de produção na África, terra fértil e boa logística de transporte, o produtor mato-grossense, Gilson Pinesso, com lavouras em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, já está colhendo bons resultados com a sua primeira safra de algodão e soja, no Sudão

A produtividade, apesar de ser menor do que a de Mato Grosso - maior produtor brasileiro - acaba compensada pela boa renda obtida pelo produtor.

Pinesso plantou este ano 500 hectares (400 ha de algodão e 100 ha de soja), num projeto experimental na região do Sudão, e colheu 2 mil quilos de soja por hectare. “O rendimento ficou um pouco abaixo do esperado porque plantamos com atraso de 50 dias devido à demora na liberação dos insumos (fertilizantes e inoculantes). Mas o baixo custo acabou compensando esta perda e podemos afirmar que a rentabilidade está sendo maior do que a de Mato Grosso, onde a cultura está consolidada”, conta o produtor.

Na região do Sudão, a época ideal para o cultivo de soja é o mês de junho, até o dia 20, mas Pinesso só conseguiu plantar depois do dia 10 de agosto. A expectativa do produtor é chegar no próximo ano a uma produtividade média de 40 sacas por hectare, distante do rendimento médio mato-grossense, de 50 sacas, porque na África o cultivo da oleaginosa é incipiente e ainda não foram descobertas variedades adequadas para o solo e clima da região.

“Mas fizemos os cálculos e chegamos à conclusão de que o lucro foi bem maior, pois o custo de produção na África é de apenas 600 quilos de soja por hectare. No Brasil, o custo passa de 2,2 mil quilos, acima de US$ 800 dólares. Isso acaba fazendo a diferença para o produtor e para ele é o que interessa”, salienta Pinesso.

No caso do algodão, cuja colheita está começando agora, a produtividade está sendo considerada boa. O produtor espera alcançar um rendimento médio de 250 arrobas por hectare, sendo 98 arrobas apenas da pluma, que o produto de maior valor.

“Estamos levando o Ima (Instituto Mato-grossense de Algodão) para pesquisar e desenvolver variedades adequadas na região do Sudão. A nossa previsão é de que dentro de cinco anos poderemos alcançar a produtividade brasileira”.

Pinesso destaca também o menor custo para a produção de algodão no continente africano, onde para se produzir um hectare de algodão gasta-se US$ 1,05 mil. No Brasil, este desembolso pode chegar a US$ 1,80 mil. “Estou bastante otimista com a boa perspectiva de rentabilidade diante e um menor custo de produção. Desenvolvendo tecnologias próprias para a África, num futuro próximo os produtores brasileiros terão todas as condições de ter lavouras naquele continente”, frisa.

PROJETOS - O produtor diz estar “tão animado” que acabou refazendo sua projeção de plantio para a próxima temporada. Para 2011 ele planeja cultivar 40 mil hectares, 20 mil hectares de algodão, 10 mil de soja e 10 mil ha de milho. A expectativa inicial de Pinesso era plantar 25 mil hectares de soja e algodão.

“Pegamos o projeto Brasil-Sudanês, que previa o plantio de 20 mil hectares de soja e algodão para 2011. Somado aos cinco mil hectares próprios, também para a próxima safra, chegaríamos a 25 mil hectares. Mas o resultado está sendo tão bom que elevamos esta projeção em 60% para o próximo ciclo”, conta.

Segundo Pinesso, na África “o solo é fértil, não há problemas de pragas e a logística é boa”. A produção sai das lavouras de caminhão, como em Mato Grosso, mas percorre uma distância muito menor (400 quilômetros, ao invés de 2 mil quilômetros como no trecho Sorriso-Santos) até atingir o porto e seguir rumo à China, Índia, Bangladesh e Paquistão, principais mercados compradores do Sudão

sábado, dezembro 11, 2010

Interesse da Petrobras pelo etanol é grande mesmo

Parece que a Petrobras está mesmo muito interessada no setor sucroenergético. Depois de se associar com Tereos e São Martinho, agora quer se associar com ETH. Acabei de ler esta notícia no Estadão e encontrei-a disponível online no site do Terra:

Petrobras e Odebrecht podem se unir em maior produtora de álcool

A Petrobras fez uma oferta de compra de 40% da ETH, empresa de etanol da Odebrecht, em um negócio avaliado em cerca de R$ 3 bilhões, segundo informações da edição deste sábado do jornal Folha de S. Paulo. O objetivo da estatal é correr atrás da liderança nacional do mercado de combustíveis de cana-de-açúcar. Desta maneira, a empresa de biocombustíveis da Odebrecht poderá se consolidar como a maior produtora global de álcool, posição que hoje pertence à Cosan, empresa em que a Shell é sócia. Concorrentes da estatal, como Shell e BP, foram mais rápidas e entraram primeiro no setor de álcool hidratado.

Tanto a Petrobras como a ETH disseram que não comentariam a negociação. O plano de investimento da ETH prevê a aplicação de R$ 3,5 bilhões até 2012, ano em que as nove usinas do grupo devem estar em operação. A empresa terá uma capacidade de moagem de 40 milhões de t de cana por safra e produzirá 3 bilhões de l de etanol. Poderá, ainda, gerar 2,7 mil GW/hora ao ano de energia a partir da biomassa. Com o dinheiro da Petrobras, a ETH irá abater parte de endividamento. A empresa comprou no ano passado a Brenco, que estava debilitada financeiramente, e assumiu sua dívida. A Odebrecht, dona da ETH, ficou com 65% da joint venture.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Carne de frango contrabandeada para o Paraguai

A notícia abaixo, apesar de ser pouco usual, mostra como a produção avícola e de hortaliças brasileira são eficientes...Ela consegue fazer a rota inversa de milhares de produtos, ou seja, contrabando do Brasil para o Paraguai. A nota foi encontrada no Avisite e é de autoria da Guilherme Wojciechowski da SopaBrasiguaia:

Paraguai apreende carne de frango contrabandeada do Brasil

Foz do Iguaçu, PR, 8 de Dezembro de 2010 - Fiscais da Direção Nacional das Aduanas (DNA), do Paraguai, fizeram nesta segunda-feira (07), na cabeceira paraguaia da Ponte da Amizade, chamativas apreensões de carne de frango e hortaliças adquiridas em Foz do Iguaçu e contrabandeadas ao país vizinho.

De acordo com a agência pública IP Paraguay, 315 quilos de frango, 663 quilos de tomate, 520 quilos de pimentão e 260 quilos de cebola foram apreendidos durante abordagens de rotina a veículos que retornavam do Brasil pela ponte fronteiriça mais movimentada da América do Sul.

Os produtos foram levados a um depósito da Administração Nacional de Navegação e Portos (ANNP) e, no caso dos vegetais, devem ser doados a instituições de caridade do lado paraguaio da fronteira. A carne de frango, transportada sem refrigeração, será destruída por representar riscos ao consumo humano.