quinta-feira, dezembro 24, 2009

Bunge e Petrobrás investem no etanol

Neste final de ano, época normalmente morna nos negócios, parece que está um pouco diferente do usual no setor sucroenergético, pois a Bunge anuncia a compra do Grupo Moema e a Petrobrás participação em uma usina e conversas com os chineses da Petrochina para investir no setor.

As notícas abaixo comentam sobre os acontecimentos, sendo que a primeira é da Agência Estado, a segunda do Portal do Agronegócio e a terceira do Portal Exame:

Bunge adquire 5 usinas do Grupo Moema por US$ 1,5 bi

A multinacional Bunge fechou ontem, em São Paulo, um dos maiores acordos do setor sucroalcooleiro do País ao adquirir cinco das seis usinas do Grupo Moema, com sede em Orindiúva (SP). O negócio, de US$ 1,5 bilhão, não envolveu dinheiro, apenas a troca de ações da Bunge na Bolsa de Nova York pelas do grupo brasileiro.

Com isso, os acionistas da Moema terão cerca de 9% de participação mundial na gigante do agronegócio. O valor base da troca de ações foi entre US$ 100 e US$ 102 por tonelada de cana processada pelas usinas, que moem 13,5 milhões de toneladas por safra.

O primeiro acordo assinado ontem foi com a Moemapar, holding cujo controle é dividido entre os empresários Maurílio Biagi Filho, Eduardo Diniz Junqueira e ainda filhos de Armando Junqueira. A Moemapar tem cerca de dois terços de participação total no grupo de usinas e controla 100% da unidade Moema, em Orindiúva; 56% da usina Frutal, na cidade homônima no Triângulo Mineiro; 50% da Ouroeste, na cidade paulista, 40% da Guariroba, em Pontes Gestal (SP), e 43,75% da Itapagipe, também em Minas Gerais.

Os outros sócios já firmaram acordo com a Bunge e assinarão a troca de ações nos próximos dias. O acordo, previsto para ser divulgado ontem à noite por meio de comunicado à Bolsa de Nova York, começa a valer no dia 1º de janeiro de 2010 por questões tributárias e fiscais. Entre os sócios da Moemapar nas usinas estão a Agropecuária CFM, o Grupo Arakaki, a Cargill, concorrente da Bunge, e a Humus Agrícola.

Para que o acordo fosse fechado, a Humus, que tinha 50% da Usina Vertente, assumiu a outra metade do controle da unidade que pertencia à Moemapar. Para isso, cedeu os 30% que tinha na Guariroba para o sócio e deixou o negócio. A Bunge, que só fecharia o acordo se todas as unidades fossem envolvidas, precisou ceder.

Além da aquisição feita ontem, a Bunge já tem 80% da Usina Santa Juliana, no Triângulo Mineiro, com moagem estimada em 2,5 milhões de toneladas de cana por safra. A multinacional também tem dois projetos em construção: a Usina Pedro Afonso, no Tocantins, que deve começar a operar em 2010, e a Usina Monte Verde, em Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, também com capacidade inicial de moagem de 1,4 milhão de toneladas, em 2012. (Gustavo Porto)

Petrobras Biocombustível adquire participação em usina de etanol
A Petrobras Biocombustível ingressou no capital social da Total Agroindústria Canavieira S.A., passando a deter 40,4% das ações da empresa, mediante aumento de capital de R$ 150 milhões

Esta parceria marca a entrada da Petrobras Biocombustível na produção de etanol.

A Total possui uma usina de etanol localizada no município de Bambuí, no Estado de Minas Gerais, com capacidade instalada de produção de 100 milhões de litros de etanol hidratado por ano. A parceria viabilizará a ampliação da usina para uma capacidade total de 203 milhões de litros por ano, com um excedente de energia elétrica para comercialização de 38,5 MW, gerada pelo aproveitamento do bagaço de cana-de-açúcar.

A participação em usinas produtoras de etanol e de energia elétrica está alinhada com o Plano Estratégico da Petrobras e irá contribuir para o alcance das metas de produção e comercialização de etanol do Plano de Negócios 2009-2013. Ao todo, estão previstos investimentos de US$ 2,4 bilhões para produção de etanol e biodiesel de 2009 a 2013 (Comunicação Institucional Petrobras).

Petrobras e Petrochina vão estudar parceria em etanol

A Petrobras, sua subsidiária Petrobras Biocombustível e a estatal chinesa Petrochina International Company Limited assinaram um memorando de entendimentos para estudar a viabilidade técnica e econômica de desenvolver projetos de produção de etanol no Brasil. O memorando, que tem prazo de vigência de seis meses, também tem como objetivo avaliar projetos de exportação de etanol para a China, em parceria entre a Petrochina e a Petrobras.

Em nota, a estatal brasileira afirma que, devido à necessidade de adoção da mistura de etanol à gasolina em uma maior parte do território chinês e à falta de condições para abastecer aquele mercado exclusivamente com produção local, a China pretende não só buscar suprimento, mas também investir em produção própria do produto no Brasil. "Neste sentido, a Petrochina considera a Petrobras o parceiro natural para tais empreendimentos, devido ao excelente relacionamento comercial entre ambas as empresas e à possibilidade de sinergias", diz a nota da Petrobras. (Agência Estado)

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