quinta-feira, dezembro 31, 2009

Ano ruim para a produção agrícola - PIB agrícola cai 9%

A notícia não é nova pois o resultado foi divulgado no início de dezembro, mas como o momento é de retrospectiva, acredito que valha a pena postar isso. Vamos esperar que 2010 tenha crescimento da economia brasileira como um todo e especial no agronegócio.

Desejo aos leitores um feliz ano novo cheio de realizações pessoais e profissionais.

Segue as notícias sobre a queda do PIB que encontrei, respectivamente no Portal Exame, Notícias Agrícolas e BrasilAgro:

IBGE: produtividade menor levou à queda na agropecuária
Por Jacqueline Farid e Alessandra Saraiva

Rio - A queda de 9,0% no Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, foi influenciada por uma forte queda na produtividade de vários itens agrícolas. A análise foi feita hoje pela gerente de Contas Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis. "Ou seja: nós mantivemos quase que a mesma área plantada do ano passado, mas o que levou ao recuo do PIB do setor foi mesmo uma redução na produtividade destas mesmas áreas", explicou.

Pela manhã, o IBGE informou que PIB do terceiro trimestre deste ano subiu 1,3% em relação ao trimestre anterior e caiu 1,2% em relação ao período de julho a setembro de 2008. O PIB da agropecuária apresentou os piores resultados.

Entre os motivos para o desempenho negativo, estão as previsões de queda, este ano, da produção de itens importantes para a agricultura, na comparação com 2008. É o caso de trigo (queda de 15,1%), café (baixa de 13,8%), mandioca (recuo de 0,3%) e laranja (baixa de 0,1%), cujas estimativas de baixa de produção já tinham sido reveladas pelo IBGE, durante a divulgação do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de outubro.

No entanto, Rebeca lembrou que há uma previsão de forte aumento na produção de cana-de-açúcar (alta de 6,9%) de 2009 ante 2008, o que também foi mostrado pelo LSPA.

PIB da indústria

Já a queda de 6,9% do PIB da indústria no terceiro trimestre deste ano, ante igual trimestre do ano passado, foi influenciada por recuo de 8,4% no PIB da construção civil, no mesmo período. "Mas essa queda na construção civil já foi mais intensa. Na comparação com igual trimestre do ano anterior, houve taxas negativas de 9,6% no primeiro trimestre e de 9,3% no segundo trimestre", destacou Rebeca.

O recuo do PIB industrial também contou com outro forte impacto negativo: a queda de 7,9% do PIB da indústria da transformação, no terceiro trimestre deste ano ante o mesmo período do ano passado. "As maiores quedas na produção da indústria da transformação foram detectadas em setores voltados para a produção de bens de capital", afirmou a especialista. Os destaques negativos ficaram com os segmentos de máquinas e equipamentos, metalurgia, produtos de metal, automóveis e materiais elétricos e eletrônicos.

PIB de serviços

O aumento de 2,1% no PIB de serviços no terceiro trimestre deste ano, ante igual período do ano passado, foi fortemente influenciado pela elevação de 6,1% nos serviços de intermediação financeira e seguros, de acordo com Rebeca. "Podemos dizer que o setor de serviços foi afetado pela crise, mas não tão afetado quanto os setores mais voltados para o comércio exterior, como a indústria, por exemplo", comentou.

Segundo ela, além dos serviços de intermediação financeira, o IBGE apurou aumentos nos serviços de informação (4,5%), em outros serviços (4,9%), na administração de saúde e educação públicas (3,2%) e nos serviços imobiliários e de aluguel (1,4%), no terceiro trimestre deste ano, ante o mesmo trimestre de 2008.

Consumo das famílias

O aumento de 3,9% no consumo das famílias no terceiro trimestre, informado hoje pelo IBGE, representou o 24º crescimento consecutivo na comparação com igual trimestre do ano anterior. "O consumo também registrou desaceleração em relação às taxas de crescimento apuradas até o terceiro trimestre do ano passado, mas nunca chegou a ficar com taxa negativa (desde o início da crise), porque continuamos com expansão do crédito, aumento da massa salarial, da ocupação e do rendimento médio", observou Rebeca.

Já o crescimento de 6,5% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no terceiro trimestre representou a maior alta ante um trimestre imediatamente anterior apurada pelo IBGE desde o primeiro trimestre de 2006. Rebeca observou que a indústria e os investimentos, que registraram os piores resultados no auge da crise, estão agora puxando a recuperação da economia.(Agência Estado)

Se o campo vai mal, a economia não decola

O agricultor Nelson Schreiner, de 70 anos, tem uma explicação para o fraco desempenho da economia brasileira, que resultou num Produto Interno Bruto (PIB) bem menor que o esperado no terceiro trimestre de 2009. "Se o campo vai mal, a economia toda não decola."

Produtor de grãos há 49 anos, Schreiner contabiliza este ano uma queda de 20% na renda obtida em suas fazendas entre Taquarivaí e Itapeva, no sudoeste paulista, em comparação com a média dos anos anteriores. Ele conta que as cotações internacionais do milho e da soja não acompanharam os preços da safra passada e foram, ainda, afetadas pelo dólar baixo. "Além dos preços fracos e do câmbio ruim, tivemos problemas climáticos na safra de inverno", disse.

PREJUÍZO

Produtor caprichoso, ele plantou 900 hectares de trigo pelo sistema de plantio direto. A lavoura, cuidada com esmero, teve um ótimo desenvolvimento e não chegou a ser afetada pelas doenças fúngicas que acometeram outros trigais da região.

"Era um trigo espetacular, que deveria produzir pelo menos 60 sacas por hectare", diz o produtor. Na véspera da colheita, começou a chover sem parar. "Resultado: não colhi uma única saca de trigo para moinho e tudo o que consegui colher virou farelo para ração." O prejuízo foi total, pois a lavoura não tinha seguro.

Schreiner calcula ter investido mais de R$ 1 mil por hectare para formar a lavoura.

Ele se considera um produtor precavido e pé-no-chão. Sabe que a agricultura é uma atividade de risco, em que se alternam os anos bons e os ruins, por isso mantém uma reserva para enfrentar os períodos de crise. Por conta disso, já cobriu as áreas de cultivo com milho e soja que serão colhidos no início de 2010.

"São lavouras de custo mais baixo, porque o preço do adubo e de outros insumos caiu, mas é preciso que outros fatores, como o clima e o mercado internacional, sejam favoráveis", diz Schreiner.

Uma coisa, para ele, é certa: o agricultor está sozinho e não pode depender do governo, pois dali não vem ajuda. "É o contrário: no Brasil, o governo é que depende do agricultor para a economia andar." (Fonte: Estadão.com)

Agricultura tem resultado ruim e reduz PIB

Queda de 9% em relação ao mesmo período do ano passado foi a maior entre os setores da economia.

O setor agropecuário sofreu um tombo no terceiro trimestre, com o maior recuo entre todas as atividades econômicas. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 9% no Produto Interno Bruto (PIB), influenciada por um forte recuo na produtividade de vários itens agrícolas, segundo a gerente de Contas Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis. "Mantivemos quase que a mesma área plantada do ano passado, mas o que levou ao recuo no PIB do setor foi mesmo uma redução na produtividade destas mesmas áreas", afirmou a técnica.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, atribuiu o resultado desastroso da atividade do setor no terceiro trimestre de 2009 à queda dos preços dos produtos agrícolas. A justificativa de Stephanes, que deu entrevista coletiva à imprensa à tarde para comentar o resultado negativo do PIB, foi a de que as comparações foram feitas em momentos muito distintos da economia.

A queda na agropecuária, além do desempenho da pecuária e da silvicultura, pode ser explicada pelo desempenho de alguns produtos que têm safra relevante no trimestre. Com exceção da cana-de-açúcar, com estimativa de crescimento anual de 6,9%, as estimativas para 2009 do trigo em grão (-15,1%), do café em grão (-13,8%), da mandioca (-0,3%) e da laranja (-0,1%) apresentaram quedas em relação ao ano anterior.

Entre os destaques citados por Rebeca Palis para explicar o desempenho negativo, estão previsões de queda nas produções de itens importantes na agricultura, na comparação com as produções registradas. É o caso de trigo (-15,1%), café (-13,8%), mandioca (-0,3%) e laranja (-0,1%), cujas estimativas negativas de produção já tinham sido reveladas pelo IBGE durante a divulgação da estimativa de safra de outubro.

Em contrapartida, ela lembrou que há uma previsão de forte aumento na produção de cana-de-açúcar (6,9%) em 2009 ante 2008, também mostrada pelo levantamento. Além da queda forte em relação ao terceiro trimestre de 2008, o IBGE revelou recuo de 2,5% em relação ao segundo trimestre.

Os resultados do setor foram muito mais críticos do que os do PIB geral do País, que mostrou retração de 1,2% no mesmo período do ano passado e crescimento de 1,3% na comparação do terceiro com o segundo trimestre de 2009.

Os números negativos vieram dentro das expectativas da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, senadora Kátia Abreu (DEM-TO). "Os números não trouxeram surpresa para o setor. O que fez o PIB cair foi a redução de 10 milhões de toneladas de grãos de 2008 para 2009, passando de aproximadamente 144 milhões de toneladas para perto de 134 milhões de toneladas", disse a senadora.

Ela argumentou que a safra é medida quando é plantada "e só se planta uma vez por ano". Mas voltou a destacar a expectativa para a safra de grãos em 2010, quando deve somar cerca de 140 milhões de toneladas. "Não é um volume próximo ao recorde (144,1 milhões de toneladas na safra 2007/2008), mas acredito que possamos compensar a queda do ano passado e voltar a crescer." (O Estado de S.Paulo, 11/12/09)

Um comentário:

Anônimo disse...

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