sexta-feira, novembro 23, 2007

Petrobras interessada pelo etanol. No Sudeste da Ásia

A Petrobrás está muito interessada em etanol, mas não no Brasil. Ela está, conforme podemos ver na notícia abaixo, interessada em produzir etanol de cana no sudeste asiático para suprir o Japão:

Joint Venture da Petrobrás com Trading Japonesa estuda produzir etanol do Sudeste da Ásia

A empresa Brazil-Japan Ethanol Co. começou a prospectar a fabricação de etanol na Indonésia e Camboja conforme noticiado pelo Nikkei Business Daily.

A empresa está estudando a geografia e clima nos dois países com o objetivo de fazer etanol a partir da cana-de-açúcar para fornecer não apenas ao Japão, mas também a China e outros mercados da Ásia.

A Brazil-Japan Ethanol é uma joint venture com 50% do capital da Petrobrás e 50% da Japan Alcohol Trading Co. e foi criada em março de 2006 para atuar na venda de etanol importado do Brasil para o Japão.

Cerca de 70% de todo o etanol do mundo é produzido no Brasil e EUA e atualmente o Brasil é o único país com excedente para exportação. Isto levantam questões sobre a instabilidade de fornecimento se o Japão introduzir o etanol em larga escala. A Brazil-Japan Ethanol está procurando ampliar o número de paises produtores no Sudeste da Ásia que possam fornecer as exportações e suportar uma ampla adoção do etanol como combustível.

Como a empresa não possui nem tecnologia de produção e nem equipe de pesquisa, qualquer investimento para produzir etanol no sudeste da Ásia dependerá de tecnologia e pessoal fornecidos pela Petrobrás.

terça-feira, novembro 20, 2007

Entrevistas com autoridades do Marketing do Agronegócio dos EUA

No Blog da NAMA (National Agri-Marketing Association) tem a cobertura do Agribusiness Forum realizado semana passada. Podemos encontrar lá pequenas entrevistas com especialistas do setor.

Vale a pena conferir o que acontece no agribusiness americano.

Eucalipto irrigado no MS

O eucalipto já tem uma excelente produtividade no Brasil imagine irrigado então! A notícia da semana passada do jornal Correio do Estado fala sobre um projeto de eucalipto irrigado no MS para suprir de madeira a empresa MMX para a produção de ferro gusa em Corumbá:

MS adota projeto pioneiro de fertirrigação de florestas

A MMX inaugurou ontem em Dois Irmãos do Buriti um projeto pioneiro no País de fertirrigação em florestas plantadas com eucalipto, objetivando dobrar a produtividade por hectare da cultura em MS nos próximos cinco anos. A estimativa da empresa é que a irrigação estratégica de água e nutrientes nas quantidades necessárias ao desenvolvimento das plantas possa reduzir o tempo de corte do eucalipto dos atuais sete anos para cinco anos, além de elevar o rendimento de 35 metros cúbicos de madeira por hectare/ano para 80 m³ de madeira/ha/ano.

Ontem, a empresa deu início oficialmente ao sistema de fertirrigação por gotejamento numa área de 250 hectares na Fazenda Correntes, em Dois Irmãos do Buriti, a 90 km de Campo Grande. No próximo ano, mais 250 hectares devem receber o sistema de irrigação, sendo que 60 hectares estão sendo utilizados para pesquisas para acompanhar o desenvolvimento da planta diante da tecnologia.

De acordo com o gerente florestal da MMX, Antônio José, além de duplicar a produtividade, o projeto possibilitará a redução, pela metade, da área plantada com eucalipto e o encurtamento do ciclo da cultura. "A meta é dobrarmos a produtividade em relação ao plantio convencional que não recebe fertirrigação", disse.

Para alcançar estes objetivos, a empresa investiu numa técnica desenvolvida pela empresa israelense Netafim, que está presente em mais de 120 países, que evita a erosão do solo e gera baixa evaporação da água. O processo, segundo a empresa, disponibiliza água e nutrientes de forma racional para a planta, na quantidade exata que ela precisa, de forma que a planta receba o volume adequado de água durante todo o ano, mesmo no período de seca.

A partir do projeto, a empresa espera alcançar em 2014 a auto-suficiência em carvão vegetal, oriundo de florestas plantadas, para atender a indústria de metálicos que produz ferro-gusa em Corumbá. Conforme acordo estabelecido com o Governo estadual, a empresa é obrigada a atingir a auto-suficiência até 2017.

Inicialmente, a empresa prevê área total de 500 hectares fertirrigados até 2008. O processo de irrigação tem início com a captação de água do Córrego Correntes, afluente do Rio Aquidauana, que irrigará toda a área do projeto. Um conjunto de quatro motobombas bombeia a água capturada para uma adutora subterrânea, por uma extensão de 4.300 metros, até chegar ao reservatório com capacidade de 11.000 m³. Do reservatório, a água e os nutrientes são gotejados por tubos nas áreas plantadas com eucalipto, com sistema de controle inteligente que permite o gotejamento nas quantidades necessárias às plantas, uma vez que as lavouras possuem sensores que informam a cada 30 minutos a situação da terra onde foram plantados os eucaliptos, enviando dados de temperatura, velocidade do vento e umidade, de diferentes profundidades do solo.

Curva de Aprendizado do Biodiesel

Em função dos sete leilões do biodiesel já realizados, é possível perceber uma tendência de repetição da curva de aprendizado do etanol, ou seja, ocorre uma diminuição dos custos em função do acumulo de experiência no setor. Este fenômeno ocorre com qualquer atividade econômica.

Nos gráficos abaixo podemos ver a curva de aprendizado do etanol elaborada por Goldemberg et al e a de biodiesel foi elaborada por mim. Embora as unidades sejam diferentes e a escala de produção do biodiesel muito pequena quando comparada ao do etanol, podemos verificar o mesmo comportamento:


Represas para aquicultura - vasto campo para produção

A utilização de lagos e represas para a produção de peixes é algo que acho muito interessante. Uma matéria encontrada no Agrolink mostra um bom exemplo em Goiás:

Lago será licitado para criação de peixe - Reservatório de Serra da mesa é o primeiro lago goiano a ser licitado para criação de peixe em cativeiro.

O reservatório da hidrelétrica Serra da Mesa, que banha 16 municípios da Região Norte do Estado, será o primeiro lago goiano a ser colocado em licitação pelo governo federal para conceder o direito de uso das áreas aqüícolas. O edital para contratar a empresa para fazer o diagnóstico do lago, demarcando-o em lotes para uso exclusivo à aqüicultura - a criação de pescado em cativeiro -, será lançado em fevereiro, e a expectativa é que o estudo seja concluído até junho.

Energia renovável para usina de açúcar no Havaí é Energia Solar!

Por incrível que pareça, achei na internet uma notícia em um jornal havaiano que comenta o interesse de uma usina de açúcar em energias renováveis.

Para minha total surpresa, a declaração de seu principal executivo foi a seguinte: " Nós estamos nos tornando literalmente uma empresa de energia. Isto nos fornece mais oportunidades."

O conceito de energia renovável para ele é uma planta de 20 milhões de galões de biodiesel e uma usina de energia solar de 5 MW.

Isto porque a empresa Gay & Robinson Inc é uma das duas únicas usinas de açúcar do estado. Será que o lobby do etanol de milho é tão forte assim que impede uma usina de açúcar pensar em produzir etanol de cana?

Outro aspecto interessante é a adição de aproximadamente 2.000 ha para a plantação de pinhão manso (jathropa) devido ao fato desta cultura necessitar menos água do que o açúcar e pode ser cultivada utilizando-se das mesmas máquinas para colher macadâmia.A

A notícia completa do jornal Star Bulletin em inglês encontra-se aqui.

domingo, novembro 18, 2007

Até turfa brasileira interessa aos estrangeiros!

Em nota publicada no blog Mundo Agro da Exame, Fabiane Stefano comenta o interesse de investidores estrangeiros pela nossa turfa. Confesso que nem sabia que existia turfa no Brasil, apenas em países frios. Segue abaixo a nota completa:

Fome de turfa

O apetite dos fundos estrangeiros pelo agronegócio brasileiro parece não ter limites. Não são apenas as usinas de cana-de-açúcar que chamam a atenção dos investidores de fora do país. Essa turma de endinheirados está à procura de empreendimentos em infra-estrutura, serviços e tecnologia para o setor agro. Recentemente, conversei com o consultor em agronegócios Marcos Françóia que me contou sobre o interesse de um fundo estrangeiro em investir um dinheirão em um negócio com turfa.

Turfa? Não seria trufa de chocolate, pensei. Não. Descobri que a turfa é um composto vegetal, rico em ácidos orgânicos. Na natureza, a turfa é uma espécie de solo fossilizado que, em última instância, se transformaria em petróleo daqui a 10 milhões de anos. Na agricultura, o composto orgânico é usado como condicionador de solo, produto que aumenta a eficiência da aplicação de fertilizantes e defensivos. Conseqüentemente, ele gera uma economia de cerca de 15% com insumos agrícolas, além de vantagens ambientais como a ausência de resíduos no solo. Ainda pouco conhecido no Brasil (na Europa é bem mais comum), o produto tem despertado a cobiça dos investidores por dois motivos: as altas margens de lucros das empresas que processam a turfa e as grandes reservas brasileiras do composto, que ficam principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Já há investidores, por exemplo, interessados em comprar terras que tenham turfa no subsolo. Parece promissor ...

sexta-feira, novembro 16, 2007

Fruticultura - um potencial imenso

A fruticultura tem um potencial imenso no Brasil. O artigo do Roberto Rodrigues publicado na Gazeta Mercantil retrata bem este quadro:

Fruticultura - uma nova fronteira para a exportação

Roberto Rodrigues

16 de Novembro de 2007 - A fruticultura brasileira vem ganhando mercados interessantes, graças à sua ampla variedade, inovação tecnológica e qualidade cada vez maior.

O Brasil é o 3 maior produtor mundial de frutas, mas 95% do seu consumo ainda se destina ao mercado interno. Assim, o crescimento das exportações, embora expressivo, tem um extraordinário potencial. Há números que impressionam: 92% de toda uva "in natura" exportada pelo País sai de Petrolina, Pernambuco. E os produtores da região estão trocando suas variedades por outras sem sementes, muito apreciadas lá fora, o que sem dúvida ampliará os mercados. O açaí, uma fruta tropical da Amazônia, é hoje uma coqueluche nos Estados Unidos, e seus sorvetes e sucos valem uma fortuna.

Grande parte deste sucesso se deve ao Sistema de Produção Integrado de Frutas (PIF), projeto do Ministério da Agricultura que agrega tecnologias sustentáveis que racionalizam a atividade, reduzindo o uso de fertilizantes e defensivos, monitorando o uso da água, do solo, do meio ambiente, inclusive no pós-colheita, regulando todos os passos da produção, de modo a permitir a rastreabilidade e certificação. O etiquetamento dos lotes ainda no campo, e até o processamento, garantem a identificação do produto ao consumidor, através de embalagens contendo selos de conformidade. Hoje já existem dezenas de projetos do PIF em 14 estados, alcançando 17 espécies frutíferas, em 40.000 hectares plantados, atendendo a mais de 1.500 produtores individuais, especialmente os pequenos.

Estima-se que a economia com a redução do uso de fertilizantes em maçã chegue a 40%. Em uva de mesa, calcula-se que, de 2005 até agora, a redução do uso de fungicidas foi de 42%, o de acaricida foi de 89% e o de herbicidas, 100%! Tais dados, além de indicarem economias nos custos de produção, referenciam frutas com melhor qualidade e produtividade, além dos efeitos ambientais positivos.

De todas as frutas, a mais produzida é a laranja, com uma previsão de colheita próxima de 18 milhões de toneladas em 2007. Depois vem a banana, com estimativa de 7 milhões de toneladas neste ano. A uva vem a seguir, perto de 1,3 milhão de toneladas, a maçã logo atrás, com 950 mil toneladas.

O quinto colocado na produção é o coco, cuja unidade de medida é o fruto mesmo (2 milhões neste ano) e o sexto é o abacaxi (1.7 milhão de frutos).

Para aumentar as exportações, os produtores estão investindo na qualidade, o que implica até a definição do tamanho da fruta: às vezes, um abacate ou um abacaxi pequeno tem mais aceitação lá fora do que um grande, devido aos hábitos de consumo. Por outro lado, investimentos importantes são necessários na cadeia do frio (armazenamento e transporte frigorífico) até o porto ou aeroporto, e vem sendo feitos pelos produtores. Laboratórios que atestam a qualidade também foram instalados próximo às áreas de exportação.

Em 2006, exportamos US$ 472 milhões em frutas in natura, sem falar nos sucos. Deste total, surpreendentemente, a uva representou 25%, cerca de US$ 118 milhões. Em seguida vêm: melão (US$ 88 milhões), manga (US$ 85 milhões), banana (US$ 38 milhões), limão (US$ 33 milhões), maçã (US$ 32 milhões) e papaia (US$ 30 milhões). A laranja fruta foi a oitava colocada, com apenas US$ 16 milhões, embora o suco de laranja tenha respondido por US$ 1,5 bilhão das exportações em 2006.

Mas outras frutas vão ganhando mercado, graças ao PIF e ao trabalho caprichoso dos produtores: abacaxi, abacate, coco, figo, tangerina, goiaba e outras, estão avançando. E no mercado interno cresce o consumo de frutas como pêssego, pêra, caqui, marmelo, melancia, mamão, entre outras.

A fruticultura é uma atividade interessante, porque pode ser executada por pequenos produtores, com alto valor agregado. Adicionalmente, através de cooperativas, pode-se verticalizar a produção, com a industrialização, gerando sucos, doces, compotas, geléias, etc.

Quando todo o corte da cana estiver mecanizado, cerca de 10% da área hoje plantada com a gramínea poderá ser plantada com frutas. Só no Estado de São Paulo, isto representará mais de 350 mil hectares. Sem dúvida, uma bela fronteira a conquistar.
Nossos produtores vão se firmando pela competência, embora exportemos ainda pouco mais de um quarto do valor exportado pelo Chile.

Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior de Agronegócio da Fiesp, professor de Economia Rural da Unesp (Jaboticabal) e ex-ministro da Agricultura. Próximo artigo do autor em 14 de dezembro)

Biodiesel - uma utilização inteligente pelas prefeituras

A utilização de resíduos de óleos de fritura na produção de biodiesel é algo que deve ser incentivada em todos os lugares, pois além de diminuirmos a poluição do ar estamos tirando um resíduo muito grande no esgoto doméstico.

A prefeitura de Indaiatuba, município vizinho de Campinas está fazendo um projeto interessante que pode ser visto na reportagem abaixo do Portal Cosmo:


Biodiesel de Indaiatuba vai abastecer a região

Gilson Rei / Agência Anhangüera

(15/11/2007) - A primeira usina de biodiesel urbano - obtido a partir da reciclagem do óleo saturado de cozinha ou de vegetais -, do País começa a ser construída no próximo mês em Indaiatuba. Ela servirá como piloto para outras cidades brasileiras. Com a vantagem de poluir menos a atmosfera e ser mais econômico, o biodiesel vai abastecer veículos públicos de 20 municípios, incluindo cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC).

A instalação da usina vai contribuir também para manter os rios e córregos de Indaiatuba mais limpos, pois o despejo do óleo de cozinha nas pias e ralos do município será reduzido ou até deixará de existir. Outra vantagem está na geração de milhares de empregos e no desenvolvimento econômico na região de Campinas, tanto para realizar a coleta e distribuição do produto como para o plantio de vegetais por pequenos agricultores.

O biodiesel vai ser produzido na usina a partir de óleo vegetal saturado (usado para frituras em restaurantes, lanchonetes e residências) e de produtos agrícolas como girassol e mamona, entre outros. A construção da usina está orçada em R$ 3 milhões e deverá ser inaugurada em abril do ano que vem na área disponibilizada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), ao lado da Estação de Tratamento de Esgoto Barnabé, no Distrito Industrial de Indaiatuba. Para entrar em operação pelo menos 200 empregos diretos estão previstos.

O projeto será viabilizado através de uma parceria entre a Prefeitura de Indaiatuba, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Instituto Harpia Harpyia, com apoio do governo federal. As projeções dos idealizadores indicam que a usina vai iniciar as atividades com a capacidade de produção de 50 mil litros diários de biodiesel.

O prefeito de Indaiatuba, José Onério da Silva (PDT), disse que uma planta piloto da usina funciona no município desde outubro do ano passado, a partir de uma parceria feita com a Faculdade de Agricultura (Feagri), da Unicamp, e com o Instituto Harpia Harpyia.

Em um pouco mais de um ano, a população de Indaiatuba incorporou-se ao projeto com doação de óleo de cozinha usado, assim como os proprietários de restaurantes e lanchonetes da cidade. Nesse período, foram produzidos quase 100 mil litros de biodiesel, utilizados 100% em três veículos do Saae e 50% do produto em mais 20 veículos da frota do Saae.

A experiência adquirida nessa planta piloto foi apresentada recentemente em Brasília, no gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a participação do chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, e de representantes dos ministérios de Ciência e Tecnologia e de Desenvolvimento Agrário.

A partir dessa reunião, os representante do governo federal comprometeram-se a fazer o investimento de R$ 3 milhões, necessários para a construção da usina. Carvalho destacou que a proposta é viável e promove a inclusão social. Além disso, o projeto foi bem visto na esfera federal porque preserva o meio ambiente e estimula a agricultura familiar.

Diante do sucesso do projeto, foi constituído também na reunião um grupo de trabalho que terá a incumbência de formar um consórcio intermunicipal da região. "Através do consórcio, cada município deverá participar na coleta e no transporte de óleo saturado para a usina, além de intermediar pequenos produtores agrícolas na produção de vegetais para a produção do biodiesel", revelou o prefeito de Indaiatuba.

Durante a reunião, foi acertado também a destinação do lucro gerado pela eventual venda do biodiesel da usina ao Fundo Municipal de Alimentação e Nutrição para financiar ações e programas de inclusão social.

O secretário de Meio Ambiente de Indaiatuba, Nilson Gaspar, disse que já começou a ser feita a terraplanagem da área de 2 mil metros quadrados doada para abrigar a usina. O local deverá iniciar as obras de dois galpões de 150 metros quadrados. A verba desse início de obras é municipal, mas o investimento do governo federal deverá vir a partir de janeiro, através dos ministérios participantes da reunião. Os primeiros contatos para a formação do consórcio intermunicipal na região também já foram iniciados.

SAIBA MAIS

O biocombustível é resultado de uma reação química chamada de transeterificação entre um ácido graxo e um álcool (ou um etanol obtido de cana ou o metanol, de cereais e madeira).

Essa reação química produz glicerina e diesel. A glicerina é separada para outras utilidades, entre elas na fabricação do sabão.

O biodiesel pode ser obtido de qualquer óleo.

Unicamp faz catalisador de alto desempenho

A proposta de utilizar o biodiesel urbano - obtido a partir da reciclagem do óleo saturado de cozinha ou de vegetais -, surgiu com a tecnologia desenvolvida nos últimos cinco anos por engenheiros e pesquisadores da Feagri, na Unicamp. No período, foi desenvolvido um catalisador que obtém resultados eficientes no processo de transformação do óleo em biodiesel. O catalisador é de alto desempenho à base de etanol e, por ser uma boa novidade no mercado, foi patenteado pela universidade em abril deste ano.

O pesquisador Osvaldo Cândido Lopes explicou que o catalisador, ou reagente, é essencial no processo de transformação do óleo vegetal em óleo combustível.

O coordenador do Programa de Biodiesel da Unicamp, Antonio José da Silva Maciel, disse que o catalisador desenvolvido na Feagri é de terceira geração, mas manteve em sigilo a composição desse novo catalisador. Adiantou apenas que é componente de matéria-prima abundante na natureza.

Além de ter criado uma planta piloto em Indaiatuba, através de uma parceria com a Prefeitura, a patente da tecnologia já foi licenciada para a BioCamp, uma empresa do Mato Grosso do Sul. Apesar disso, não há exclusividade de utilização. A tecnologia poderá ser repassada a quantas empresas desejarem utilizar o catalisador e a universidade receberá royalties pelo emprego dele.

sábado, novembro 10, 2007

Energia elétrica de biomassa - preço justo

O valor do MWh de energia de biomassa sempre foi muito questionado e talvez por isso não existam tantas usinas de açúcar e álcool vendam energia elétrica excedente. O artigo abaixo do site Agroind comenta isso e no final temos uma frase interessante: a que o valor projetado para o MWh da Usina do Rio Madeira seja o valor pretendido pelo setor sucroalcooleiro:

MEGAWATT A R$ 120 EM 2008

O preço médio do megawatt hora (MWh) deve começar 2008 em R$ 120,00. O valor foi anunciado nesta terça-feira (06), em Ribeirão Preto (SP), durante evento que reuniu cerca de 200 representantes de indústrias e executivos de concessionária de energia elétrica.

O valor médio do MWh coincide com o preço solicitado pelo MWh cogerado do bagaço de cana-de-açúcar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em setembro último, pelo presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Sawaya Jank. Conforme apurado pelo Agroind, até hoje os empresários do setor sucroalcooleiro aguardam uma resposta do governo sobre a solicitação.

Curiosamente, os mesmos R$ 120,00 equivalem ao MWh projetado pela primeira usina hidrelétrica a ser implantada no rio Madeira, em Rondônia.

Cana e Amendoim - bela rotação

A rotação de cultura cana-amendoim volta a ser bom negócio, conforme reportagem abaixo do site BrasilAgro:

COPERCANA: AMENDOIM É A NOVA APOSTA DE LUCRO DO AGRONEGÓCIO

A Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Copercana), as Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU) e a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Uberaba (Sagri), firmaram parceria para pesquisar cinco variedades de amendoim, entre elas, o amendoim auto-oléico ou amendoim light. A pesquisa vai identificar quais as espécies são mais resistentes às doenças.

Não é por acaso que as instituições apostam no amendoim para a região de Uberaba. “É um produto que pode ser utilizado na rotação de plantio com a cana-de-açúcar, prática comum dos produtores de Sertãozinho, SP, cooperados da Copercana. E ainda, segundo os produtores paulistas, o amendoim possui uma demanda grande para exportação”, esclarece a diretora acadêmica da Fazu, Dionir Dias Andrade.

A Copercana vai realizar controles nas etapas de produção das variedades de amendoim que serão pesquisadas na Fazenda Escola do Campus Fazu. Desde o início da plantação da cultura, será feito um acompanhamento técnico na aplicação das práticas agrícolas. Isso envolve a avaliação do solo e o seu preparo, análise de fertilidade, escolha de variedade/semente, plantio, controle de pragas e doenças durante todo ciclo da cultura.

Em 2005, a Copercana exportou 10 mil toneladas de amendoim, um volume 10 vezes maior em relação a 2004, primeiro ano que a cooperativa vendeu o grão para fora do País. De lá para cá, é notável o aumento no volume de exportação. Os mercados, externo e interno, passaram a ser mais exigentes com relação à qualidade do produto. Por isso, as instituições querem investir na diversificação de variedades do produto.

As perspectivas para a safra 2007/08 de amendoim, principalmente no Estado de São Paulo, são animadoras e se baseiam na alta dos preços para a saca de amendoim em casca, na queda dos preços da cana-de-açúcar, o que poderá impulsionar a renovação dos canaviais e, por conseqüência, favorecer o aumento da área plantada com amendoim. Tudo isso também está aliado às expectativas de queda na produção nos principais países exportadores, à disponibilidade de recursos financeiros e a capacidade técnica dos produtores.

Os principais destinos das exportações de amendoim descascado são os países da União Européia, em especial Alemanha, Espanha, Itália, Reino Unido e Holanda. Outros países também se destacam como Canadá, México, Peru e Rússia.

Resíduo de chocolate vira energia na África

A bioenergia chega ao chocolate. Leia abaixo uma nota do site da Reuters sobre aproveitamento de resíduos de chocolate na África:

NOVO PROCESSO TRANSFORMA SUBPRODUTOS DO CHOCOLATE EM COMBUSTÍVEL

Os chocólatras podem atenuar qualquer culpa que eventualmente sintam graças a um novo processo que transforma os subprodutos da fabricação do chocolate em biocombustível --de modo que a guloseima se torna "ecologicamente correta".

Um caminhão abastecido com esse biocombustível vai partir neste mês de Poole (costa sul da Inglaterra) para o Mali (África) numa missão humanitária.

"O dejeto do chocolate costumava ser usado em aterros. Mas agora podemos fazê-lo viajar como biocombustível", disse o organizador Andy Pag, que será um dos dois motoristas da viagem.

A empresa Ecotec, do noroeste da Inglaterra, pegou o lixo do processo de fabricação do chocolate, transformou-o em bioetanol e o misturou com óleo vegetal para produzir biodiesel.

Alguns biocombustíveis são criticados por usarem material que poderia ter finalidade alimentícia ou por incentivar o desmatamento -- no espaço usado para grandes canaviais, por exemplo.

"Isso é para mostrar que se pode ter biocombustíveis ambientalmente corretos e que não é preciso converter os motores a diesel normais para usá-lo", disse Pag à Reuters.

O BioTruck parte em 26 de novembro e deve levar cerca de três semanas para percorrer os 7,2 mil quilômetros até Timbuktu, onde vai entregar uma pequena unidade de produção de biocombustíveis a uma ONG local.

Mas que ninguém espere um aroma apetitoso quando o caminhão passar. "Não! Receio que o escapamento não cheire a chocolate," disse o Pag.

sexta-feira, novembro 09, 2007

Bagaço pode ser salvação de Apagão!

A imprensa só fala no possível apagão no futuro, mas como podemos observar na reportagem de ontem da Gazeta Mercantil, a solução encontra-se perto e fácil:

CANA PODE GERAR 15% DA ENERGIA NO PAÍS

O Brasil poderá gerar 15% de sua energia elétrica a partir da cana-de-açúcar até 2015, em comparação com os 3% atuais, ajudando a aliviar uma escassez de energia já prevista, prevê Marcos Jank, presidente da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo). A produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar poderá crescer para 11.500 megawatts até 2015 e para 14.400 megawatts até 2020, disse Jank durante entrevista concedida ontem em Amsterdã, na Holanda.

"Até o final da próxima década, a eletricidade será a segunda maior fonte de receita para os usineiros, sendo que a primeira será o etanol e a terceira será o açúcar", afirmou. "A temporada de colheita da cana é a temporada de estiagem no Brasil, exatamente quando incorremos no risco de registrar apagões devido ao fato de o nível dos reservatórios estar baixo", disse Jank. "Por isso, essa medida pode ser uma forma de proteção. Cada 1.000 megawatts de bioeletricidade gerada no Brasil tem o mesmo efeito que acrescentar um volume de 5% de água nos reservatórios", acrescentou.

O presidente da Unica reconheceu que o setor de biocombustíveis está "sob ataque" devido ao receio em relação a sua sustentabilidade, e, por isso, precisa melhorar sua imagem. "Nós precisamos defender o etanol mundialmente contra as críticas sem embasamento científico", disse Jank em conferência realizada antes da entrevista coletiva. "Precisamos de mais comunicação sobre o etanol. Nós temos um problema em relação a isso."

Grupos como a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) dizem que o setor gera inflação nos preços dos alimentos, prejudica o meio ambiente e pode piorar os níveis de pobreza dos agricultores de países em desenvolvimento.

Os governos de Europa e Estados Unidos estão estimulando o uso de combustíveis alternativos para limitar as emissões de dióxido de carbono geradas por combustíveis fósseis e reduzir a dependência das importações de petróleo. A União Européia (UE) quer que biocombustíveis como o etanol respondam por 10% do combustível utilizado em seu setor de transportes públicos até 2020. O presidente George W. Bush quer aumentar o consumo de etanol dos EUA com a quase quintuplicação da meta para o uso de combustíveis renováveis até 2017.

"Precisamos trabalhar juntos na comunicação, mesmo que utilizemos diferentes matérias-primas em diferentes países e tenhamos políticas diferentes" para informar o público "sobre os benefícios dos biocombustíveis e, especificamente, do etanol", disse Jank. O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar e de etanol, a partir da cana-de-açúcar, tendo registrado a produção de 30,2 milhões de litros de etanol e de 430 milhões de toneladas de cana na safra 2006-2007. A produção brasileira de cana mais do que dobrará até 2020, passando a 1 bilhão de toneladas.

terça-feira, novembro 06, 2007

Até sabugo de milho vira etanol nos EUA

Saiu hoje no Commodity News for Tomorrow da CBOT uma nota interessante sobre uma empresa americana que está usando sabugo de milho para produzir etanol.

A empresa chama-se Poet e fica localizada no Dakota do Sul. Atuam na produção de etanol há mais de 20 anos e estão, em conjunto com fabricantes de máquinas e equipamentos, desenvolvendo tecnologia para aproveitamento do resíduos dos sabugos para posterior transformação em etanol através de hidrólise da celulose.

Para isso usam uma colhedora de grãos adaptada que colhe grãos e sabugos e um separador separa esta mistura. Outra alternativa é o acoplamento de um dispositivo que separa na própria colhedora o sabugo dos grãos.

Maiores informações em inglês podem ser obtidas no Commodity News for Tomorrow ou no próprio site da POET.

Investimentos em biocombustíveis nos EUA devem chegar a mais de US$ 100 bilhões até 2022

Em artigo publicado no Biofuel Review, especialistas comentam que a quantidade de investimentos necessários para os EUA alcançarem a produção de 36 bilhões de galões anuais em biocombustíveis até 2022 deve ser de aproximadamente US$ 105 bilhões.

A notícia completa em inglês encontra-se disponível aqui.

sábado, novembro 03, 2007

Protecionismo comercial surge com novas caras

O Protecionismo Comercial tenta de todas as maneiras criar novas formas de proteção. Na reportagem abaixo do DCI podemos encontrar algumas formas "modernas" de protecionismo:

Gado estressado e avião poluidor vetam embarque

Animais estressados, aviões poluidores, plantação que não maltrate as florestas. Na briga pela abertura do mercado agrícola internacional, estas são as novas reclamações de diversos países para barrarem a importação e manterem seus mercados fechados. Enquanto se discute o uso dos subsídios agrícolas nas rodadas e negociações internacionais, surge a nova versão das antigas barreiras protecionistas: as barreiras sócio-ambientais. Enquanto isso, o Brasil perde cerca de US$ 10 bilhões por ano com o fechamento dos mercados agrícolas internacionais, segundo estudo feito pelo pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA).

Sob o argumento de contribuir para o desenvolvimento sustentável, alguns países têm fechado seu mercado com exigências que vão além da qualidade do produto. "Estamos assistindo a nova era do protecionismo agrícola. Com a falta de argumentos para manter seus subsídios num mercado pouco competitivo, com perdas no âmbito da Organização Mundial do Comério (OMC), vários países passaram a fazer exigências ligadas à temas excepcionais", descreveu o pesquisador sênior do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Ícone), Rodrigo Lima.

Food mile

Exemplos não faltam. Um deles é o "food mile", isto é, a distância que o alimento percorre desde a sua origem até chegar ao consumidor final, e, em decorrência disso, o impacto causado pelo gás carbônico na atmosfera. "Se o produto é transportado por avião, as emissões de CO2 são maiores do que o transporte por navio. Essa é uma medida que incentiva o consumo de alimentos produzidos localmente. É uma demanda ambiental, com forte apelo junto ao consumidor, que começou no Reino Unido", conta Lima. "É uma barreira não-tarifária de cunho ambiental extremo, uma vez que considera somente os impactos do transporte e, muitas vezes um alimento produzido a milhares de quilômetros tem um impacto menor para o meio ambiente quando comparado ao seu similar local", acrescenta.

Também cresce na Europa a preocupação com o bem-estar dos animais. Novamente, o Reino Unido está na vanguarda deste tipo de demanda. "O que é preocupante é que a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) começou a se envolver de uma forma mais ativa na criação de padrões para o bem-estar animal há pouco tempo e, por isso, não existem padrões internacionais amplamente aceitos nessa área. Com isso, podemos estar sujeitos a exigências exageradas sem ter uma regra ou um órgão que nos oriente", diz Lima.

Em função disso, o assessor técnico da Coordenação de Comércio Exterior da CNA, Antônio Donizete Beraldo, afirma que os pecuaristas e avicultores brasileiros estão investindo maciçamente para evitar que essa demanda pelo bem-estar animal termine consolidando a perda de um mercado consumidor importante, como o europeu.

"Principalmente os avicultores. Eles estão investindo muito em novas formas de criadouros, para manter o bem-estar das aves antes do abate", contou. Ele mencionou ainda que no Brasil, o gado é criado "solto e feliz, pastando livremente". Ao contrário da Europa, onde são confinados pela falta de espaço e para crescerem mais rápido, o que não condiz com a acusação dos importadores da Irlanda de que o Brasil não tem controle sobre a sanidade do gado. "Não somos contra o fim do trabalho escravo, nem contra a agricultura sustentável, mas sim contra as distorções no comércio agrícola. A medida que avança a discussão sobre o fim das barreiras tarifárias, esses tipos de exigências crescem como alternativas para manter os mercados consumidores fechados a quem é realmente competitivo", afirma.

O maior problema acerca das novas exigências é a criação de nova demanda que não necessariamente serão acolhidas por certificações, mas que podem criar barreiras à medida que grupos de consumidores sejam convencidos de sua necessidade. "O consumidor terá o poder de influenciar essas demandas. É o consumo ético, consciente, que cresce", diz o pesquisador da Ícone.

Sustentável

Para manter o Brasil na vanguarda dos países exportadores de produtos agrícolas, cerca de dezenove entidades do agronegócio brasileiro lançaram oficialmente em setembro deste ano o Instituto para o Agronegócio Sustentável (Ares). Com isso, o que era inimaginável anos atrás, a união em agricultores e pecuaristas com Organizações Não Governamentais (ONGs) ambientalistas, se tornou não apenas realidade, mas uma necessidade comercial. A idéia é buscar o desenvolvimento sustentável. O País é o 3º maior exportador agrícola, e o 1º em culturas como o etanol, açúcar, suco de laranja, tabaco, carnes e café.