Aproveitando o tema postado ontem, encontrei no Portal Exame, duas matérias interessantes sobre ações de empresas do agronegócio. A primeira mostra o excelente desempenho de empresas do setor e a segunda mostra as melhores opções de investimento e, entre as 10 empresas escolhidas, temos quatro empresas do agronegócio.
Abaixo encontram-se, na íntegra, as duas notícias e o primeiro encontra-se na íntegra
aqui e o segundo
aqui:
Ações do setor agrícola lideram ranking de rentabilidade em 2008
Papéis sobem até 84% impulsionados pela alta nos preços dos alimentos em todo o mundo
Por Francine De Lorenzo
Basta uma rápida passada pelos corredores dos supermercados para constatar que a inflação está de volta. E não são só as gôndolas no Brasil que denunciam a escalada dos preços. Nos Estados Unidos, na Europa e em diversos países ao redor do planeta o assunto já é olhado com cautela pelas autoridades. Se por um lado o surto inflacionário traz a boa notícia de que há mais gente consumindo, por outro agrava o problema da fome mundial. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de um bilhão de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza, com menos de 1 dólar por dia. Para essas pessoas está ainda mais difícil ter acesso a alimentos, que de acordo com o Commodity Research Bureau, instituto de pesquisas americano que acompanha o setor, ficaram 190% mais caros nos últimos dois anos.
Os investidores que conseguiram perceber o descompasso entre o crescimento da oferta e o da demanda mundial por por produtos agrícolas meses atrás, entretanto, viram suas aplicações engordarem. Apenas no primeiro semestre de 2008, os papéis da SLC Agrícola, produtora de algodão, milho, soja e café que estreou na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em junho do ano passado, subiram 83,92%. O retorno foi tão positivo que, mesmo diante de um período de instabilidade no mercado acionário, a companhia se animou em lançar uma nova oferta de ações e, no dia 27 de junho, colocou mais 11,7 milhões de papéis no mercado.
A Renar Maçãs, por sua vez, após um início difícil na Bovespa em 2005, já contabiliza valorização de 83,76% neste ano. A companhia chegou a amargar perdas de mais de 60%, mas no ano passado recuperou o fôlego e acumulou ganhos de 182,15%.
Com números tão atrativos, o segmento agrícola lidera o ranking de rentabilidade de ações em 2008, que traz na segunda posição outro setor fortemente impulsionado pela demanda mundial: siderurgia.
O ciclo de crescimento puxado pela China, aliado aos baixos estoques de aço no mundo, garantiram às empresas do ramo fortes ganhos nos últimos meses. Os papéis da CSN, depois de receberem o título de mais rentáveis em 2007, subiram 36,78% no semestre. Os ganhos, entretanto, ficaram abaixo dos proporcionados pelas ações da Gerdau e da Usimimas – 43,91% e 48,07%, respectivamente. “As ações da Usiminas ainda estão muito baixo do valor das concorrentes. Se a inflação não derrubar o mercado, os retornos para os acionistas devem ser generosos”, diz o analista da corretora Brascan Rodrigo Ferraz.
Das dez ações do Ibovespa que mais subiram no ano, cinco são de siderúrgicas. O resultado reflete os 23%, em média, de reajuste nos preços do aço no primeiro semestre e a expectativa de um novo aumento - dessa vez por volta de 15% - em meados de julho. “Por enquanto, não há indícios de que a inflação vai derrubar o consumo de automóveis, linha branca e imóveis. Nem mesmo o crescimento da inadimplência está afetando os negócios”, afirma Ferraz.
A campeã de rentabilidade em 2008, porém, não vem nem do setor de siderurgia, nem dos agronegócios. A incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil levou as ações da instituição paulista às alturas, fechando o semestre com uma valorização de 84,94%. O caso provocou discussões no mercado, com concorrentes como Bradesco, Itaú e Unibanco reivindicando um leilão para terem a chance de participar do negócio. Chegou-se a cogitar que a venda da Nossa Caixa seria atrelada à privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), que teve seu processo de venda fracassado por falta de interessados. A operação casada foi negada pelo governador de São Paulo, José Serra.
Consenso do mercado traz sugestões em busca de oportunidades na bolsa
Infomoney
As ações ordinárias da Telesp (TLPP3) são novamente as preferidas dos analistas, de acordo com o MCI, que é o índice de consenso de mercado elaborado pela InfoMoney.
O indicador, que compila a análise de 24 corretoras e bancos de investimentos, atribui a nota máxima (5,00) aos papéis ordinários da companhia. Muito embora não apresentem grande liquidez e, portanto, tendam a ficar em segundo plano para boa parte dos investidores, os papéis parecem contar com boas perspectivas.
Para uma melhor interpretação do MCI, é sempre importante considerar o número de avaliações atribuídas a cada ativo. Uma maior quantidade de opiniões tende a tornar mais robusta a sugestão. Neste caso, especificamente, vale ressaltar que as ações da operadora receberam três opiniões.
Outro ponto importante do indicador é que ele considera os princípios de análise fundamentalista, sendo, portanto, mais recomendado para investidores que atuam buscando rentabilidade de longo prazo.
Dividendos e cenário promissor
De um modo geral, as boas perspectivas dos analistas com as ações da Telesp refletem, principalmente, o sólido histórico de distribuição de dividendos da companhia, que eleva a atratividade dos papéis em tempos de maior turbulência.
"Esse é, sem dúvida, o principal atrativo da Telesp, cuja forte geração de caixa tem sido distribuída quase que integralmente aos seus acionistas", afirma a equipe da corretora Ativa. Dando força a esta visão, o Credit Suisse ressaltou que a companhia possui grande flexibilidade financeira para distribuir seus ganhos aos acionistas. O dividend yield projetado para 2008 é de 12%.
Além disso, os analistas do Santander destacam como ponto favorável o objetivo da companhia de ampliar sua participação nos mercados de banda larga e TV a cabo, que apresentam um cenário promissor.
Neste sentido, a equipe do Bradesco destaca que a empresa é muito forte em serviços de dados e que a receita oriunda do segmento de TV por assinatura está em pleno crescimento, o que compensa parcialmente as perdas no segmento fixo.
Quanto à escolha pelas ações ordinárias da Telesp, a Ágora Corretora afirma que o desconto frente aos papéis preferenciais da companhia deve ser eliminado, em razão do maior alinhamento de interesse com os controladores. Desta forma, os analistas aconselham os investidores que não tenham restrição à liquidez do papel.
Pódio disputado
Em segundo lugar, com nota 4,72, os papéis ordinários da Datasul também aparecem como boa opção de investimento. Os sólidos fundamentos e as expectativas por bons resultados são alguns dos pontos apontados pelos analistas para deixar os ativos em boa situação.
O Credit Suisse acredita que o investment case da Datasul apresenta vários pontos positivos, como alta geração de fluxo de caixa, boas perspectivas de ganhos e exposição ao crescente mercado de software no Brasil.
Já a Ativa ressalta como positiva a estratégia agressiva de aquisições da companhia, que já soma dez compras desde dezembro de 2006. "Esta estratégia, além de expandir o tamanho da empresa, amplia o potencial de crescimento orgânico".Para este ano, os analistas projetam um avanço de 30% na receita líquida, impulsionado em parte pelas aquisições.
Em adição, a aprovação do programa de recompra de ações da empresa também recebe elogios. Segundo os analistas, a notícia é positiva para os papéis da Datasul, já que a operação tem como objetivo sinalizar ao mercado que a empresa considera os seus ativos abaixo de seu valor justo.
Já com nota 4,69, nada menos que seis companhias aparecem empatadas em terceiro lugar. As ações ordinárias de Porto Seguro, Petrobras, M. Dias Branco, Fertilizantes Heringer, Tecnisa e Açúcar Guarani dividem o posto.
No caso da Porto Seguro, mesmo atuando em um segmento bastante competitivo, a seguradora conta com um bom posicionamento em função de seu foco estratégico nos seguros de automóveis, se beneficiando da expansão nas vendas de veículos.
A estatal petrolífera brasileira também aparece bem cotada. Os analistas citam os recentes anúncios de novas descobertas e as crescentes projeções para os preços do petróleo como principais drivers para os papéis da companhia.
A M.Dias Branco oferece, na visão dos analistas, uma combinação interessante entre forte crescimento e grande geração de caixa, por meio do preenchimento de sua grande capacidade ociosa. Eles esperam um bom pagamento de dividendos no futuro e oportunidades atrativas de fusões e aquisições.
Em meio ao bom momento para o segmento de fertilizantes, os analistas acreditam que a Heringer irá apresentar um crescimento nos próximos anos acima da média, aumentando assim sua participação no mercado.
A boa performance de vendas e expectativa por bons resultados aparecem entre os principais fundamentos para a visão favorável dos especialistas às ações da Tecnisa.
Por fim, a Açúcar Guarani deve se beneficiar das melhores premissas para o setor sucroalcooleiro, principalmente em função da recuperação dos preços do açúcar. Além disso, o crescimento da demanda doméstica também aparece como ponto positivo.
O que é o MCI?
O Market Consensus Indicator (MCI) tem como principal objetivo facilitar as decisões de investimento dos usuários do site no mercado de ações.
Considerando uma amostra com informações e projeções de diversos bancos de investimento e corretoras, o indicador busca trazer um indicador de consenso entre os analistas de mercado a respeito das recomendações de uma determinada ação.
Variando em uma escala de 0 (venda forte) a 5 (compra forte), o indicador é calculado a partir das recomendações dos analistas consultados, trazendo um resumo do consenso. É importante destacar que o MCI é calculado apenas para ações com ao menos três recomendações de analistas distintos.