domingo, setembro 13, 2009

Morre o pai da "Revolução Verde"

Acabei de ver na Globo News que morreu Norman Borlaug, o pai da Revolução Verde. Segue abaixo notícia da AFP sobre este triste acontecimento para a agricultura mundial.

Apesar de alguns questionarem esta revolução, acredito que foi responsável pelo desenvolvimento da agricultura no século XX:

Morreu Norman Borlaug, prêmio Nobel da Paz e pai da "Revolução Verde"
De Andrew Beatty (AFP)

WASHINGTON, EUA — O agrônomo americano Norman Borlaug, prêmio Nobel da Paz por seus trabalhos com agricultura que permitiram salvar milhões de vida ao evitar a fome, morreu no sábado aos 95 anos.

Norman Borlaug morreu em Dallas (Texas) por causa de um câncer, informou um porta-voz da Universidade do A&M do Texas, especializada em agronomia, onde o prêmio Nobel trabalhava desde 1984.

Os trabalhos de Borlaug sobre a reprodução vegetal permitiram aumentar a produção agrícola na América Latina e na Ásia e lhe valeram o reconhecimento internacional.

Entre outras coisas, trabalhou com variedades de cereais de alto rendimento, contribuindo para evitar fomes em massa que se antecipavam nos anos 60.

Suas descobertas lhe valeram o apelido de "pai" do chamado movimento da Revolução Verde e o Prêmio Nobel da Paz em 1970.

"Norman Borlaug é o homem que mais salvou vidas na história da humanidade ", afirmou neste domingo Josette Sheeran, diretora do Programa Mundial de Alimentos (PAM) da ONU, enfatizando que "sua dedicação total à erradicação da fome revolucionou a segurança alimentar de milhões de pessoas em inúmeros países ".

Nascido em 1914 no Iowa (centro), Norman Borlaug começou sua carreira antes da Segunda Guerra Mundial no serviço florestal dos Estados Unidos, depois de estudar na Universidade de Minnesota (norte). Como muitos americanos do Meio Oeste, vinha de uma família originária do norte da Europa.

"Passou sua infância em uma granja do Iowa, influenciado pelas lições de seu avó norueguês com base no senso comum ", recordou a Universidade A&M em um comunicado.

Foi o que o levou a se interessar pela alimentação.

"A civilização tal como a conhecemos atualmente não teria podido evoluir nem sobreviver sem uma quantidade suficiente de alimentos", enfatizou, em seu discurso ao receber o Prêmio Nobel da Paz em 1970.

A partir de 1944, Borlaug iniciou duas décadas de trabalhos junto a cientistas mexicanos para desenvolver uma nova variedade de trigo que seria introduzido em seguida na Índia e no Paquistão.

O trigo anão permitiu alcançar rendimentos duas a três vezes superiores aos das variedades clássicas. Segundo os próprios cálculos de Borlaug, permitiu praticamente duplicar a produção de trigo da Índia e Paquistão, entre 1965 e 1970, equivalente a um aumento de mais de 11 milhões de toneladas.

Este êxito, em uma época na qual se temia e antecipava grandes fomes, lhe valeu fama mundial e seu trigo anão começou a ser cultivado em toda a América Latina, no Oriente Médio e na África.

Quando ganhou o Nobel, prometeu continuar trabalhando em seu objetivo com "um exército de combatentes da fome durante toda a vida".

Borlaug recebeu as duas maiores distinções civis nos Estados Unidos: a Medalha da Liberdade concedida pelo presidente dos Estados Unidos e a Medalha de Ouro do Congresso. Também recebeu distinções de inúmeras universidades, da Índia à Bolívia.

Era um fervoroso defensor das biotecnologias e as manipulações genéticas. "O público deve ser informado melhor sobre a importância das biotecnologias na produção alimentar e será menos crítico", afirmou, em 2002, em uma entrevista à ActionBioscience.org.

Norman Borlaug teve dois filhos. Sua esposa, Margaret, faleceu em 2007.

(Arquivo) Norman E. Borlaug (D) e sua esposa Margaret posando com o Prêmio Nobel da Paz em 14 de dezembro de 1970, em Oslo
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