domingo, maio 30, 2010

Biorefinaria baseada em biomassa

Apesar das tecnologia abaixo não serem novidade, existem ainda algum questionamento quanto à sua viabilidade. Entretanto, acredito que esta viabilidade chegará e o agronegócio suprirá toda a biomassa necessária. A reportagem abaixo é da Priscila Machado do Brasil Econômico:

RM Energia estreia tecnologia inédita a partir de biomassa

A RM Energia, fruto de uma sociedade entre o Grupo Peixoto de Castro (GPC) e a Senergen, está iniciando a construção de uma biorrefinaria na cidade de Lorena, em São Paulo, para colocar no mercado uma tecnologia inédita.

A proposta da empresa é a produção de energia a partir da biomassa, mas ao invés de usar o tradicional processo de queima, a usina separa a água de diversas matérias-primas por meio de processos termoquímicos, obtendo em cada fase não apenas energia elétrica e térmica como subprodutos utilizados pela indústria química.

O objetivo da unidade que será inaugurada em poucas semanas é fazer demonstrações para os futuros clientes.

Quem está à frente do projeto pioneiro é Roberto Paschoali, ex-presidente da subsidiária brasileira do Lloyds Bank. Após anos no mercado financeiro, o empresário está animado para começar a lucrar com o novo negócio.

Paschoali é sócio diretor da Senergen e da RM e diz ter nas mãos "uma tecnologia nova, emergente e poderosa".

Em menos de dois meses ele irá inaugurar um centro integrado de processamento de biomassa na área ao lado de onde a RM está instalada.

"Começamos a desenvolver projetos de energia renováveis e partimos atrás de soluções que viabilizassem os projetos dos clientes. Viajamos tanto e encontramos a resposta no Brasil", disse Paschoali.

Com a tecnologia desenvolvida, o objetivo da RM agora é comercializá-la. Paschoali conta que, quando realiza a venda, a companhia é responsável por todo o projeto, montagem e administração e que as empresas que irão fabricar o reator já estão sendo certificadas.

Exportações também estão em foco e a tecnologia já foi patenteada em mais de 50 países.

Trajetória

A RM foi criada em 1989 para apoiar a pesquisa e desenvolvimento da tecnologia Probem - Programa de Biomassa, Energia e Materiais.

O primeiro investidor foi o Grupo Peixoto de Castro, que atua há mais de 80 anos nas áreas química e petroquímica. Em outubro de 2009 a Senergen, criada em 2008 para desenvolver, implantar e operar usinas de geração de energia limpa e renovável, comprou 50% de participação na RM.

Durante 20 anos a empresa apenas recebeu investimentos, cerca de R$ 30 milhões, que foram usados, basicamente, para manter a equipe formada por pesquisadores da Escola de Engenharia de Lorena, da Universidade de São Paulo (USP).

Este ano a companhia instalou o primeiro reator em escala industrial para o grupo Arroz Pilecco, em Alegrete, no Rio Grande do Sul. A usina tem capacidade de processamento de 90 toneladas de casca de arroz por dia para produção de energia elétrica e sílica pura.

Tecnologia

Neste processo, que emprega o processamento por pré-hidrólise ácida da biomassa, é gerado um caldo orgânico (que pode ser composto por lixo orgânico, resíduos de madeira, bagaço de cana-de-açúcar, pneus inservíveis, dejetos de animais, etc) que pode ser transformado em produtos úteis à indústria química, como o etanol.

Além deste pré-hidrolisado, também é gerado um produto sólido que pode ser transformado em pó, chamado celulunigna.

A queima deste produto é semelhante à do gás, sendo possível a utilização do mesmo como combustível para caldeiras e geração elétrica em turbinas.

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