Interessante como a crise faz com que as pessoas voltem a olhar para a agricultura. No artigo abaixo, da Folha de São Paulo que encontrei no Notícias Agrícolas, podemos verificar como a agricultura em especial a agricultura sustentável e a agroenergia pode ser um investimento interessante até mesmo para os capitais de risco, acostumados a taxas de retorno mais elevadas:
Agricultura 2.0 conquista adeptos na terra do silício
Investidores veem oportunidades na sustentabilidade.Os pomares de damascos e cerejas do Vale do Silício desapareceram décadas atrás, substituídos por fábricas de semicondutores e complexos de escritórios povoados por tecnólogos. Agora, alguns dos mais destacados investidores dali estão procurando nas raízes da região o que poderá ser a próxima novidade em um antigo setor: a agricultura.
"A agricultura sustentável é um espaço que parece tão grande ou maior que a tecnologia limpa", disse Paul Matteucci, capitalista de risco da Venture Partners em Menlo Park, Califórnia. "Historicamente, não vimos grande atividade empresarial na agricultura, mas estamos começando a vê-la hoje, e as oportunidades são enormes."
Frase mágica na agricultura ambientalmente benéfica, a "agricultura sustentável" há muito tempo é território dos entusiastas orgânicos. Mas os investidores de risco dizem que uma crescente consciência da contribuição da agricultura convencional para a mudança climática e as preocupações sobre seu consumo de água e energia estão criando um mercado para a inovação tecnológica que minimiza esses efeitos.
A pioneira do que está sendo chamado de Agricultura 2.0 é uma ex-banqueira de investimentos de Wall Street de 33 anos chamada Janine Yorio. Sua empresa em Nova York, a NewSeed Advisors, reúne empresários da agricultura sustentável com investidores.
No hotel Four Seasons em East Palo Alto, Califórnia, a NewSeed Advisors atraiu recentemente uma multidão de investidores bem vestidos e algumas das principais companhias de investimentos do Vale do Silício. Eles lotaram um salão de baile para ouvir empresários divulgarem empresas novatas que desenvolvem de tudo, de pesticidas atóxicos e ferramentas para análise do solo a sistemas de agricultura urbana para interiores.
"Se você se interessa por investir em energia e água, passa a se interessar por investimentos em agricultura", disse Amol Deshpande, sócio da investidora Kleiner Perkins Caufield & Byers, que participou da conferência. "Muitas oportunidades agrícolas vão ser conduzidas pela água, sua disponibilidade e limpeza."
A carreira de Yorio foi muito distante da agricultura. Ela fez negócios corporativos na Salomon Brothers e depois nas firmas de investimentos privados HVB Capital e NorthStar Capital. Estava trabalhando em transações imobiliárias quando o mercado despencou. Procurando maneiras de gerar renda em edifícios vazios, ela explorou espaço de locação para empresas que cultivam plantas em ambientes fechados.
"No processo de organizar essa ideia, comecei a conhecer muitas empresas de agricultura e percebi uma oportunidade", disse Yorio.
Ela fundou a NewSeed Advisors no ano passado. Yorio disse que a firma está assessorando ricos investidores individuais em negócios de agricultura sustentável e já pensa em criar seu próprio fundo de investimentos.
"A agricultura sustentável cheira a tecnologia limpa, mas não é tão obscura que você nunca ouviu falar nela. Só que é obscura o suficiente para não ter concorrência", disse Yorio, acrescentando que investidores a haviam procurado para levar a conferência Agriculture 2.0 para o Canadá, a Europa e a Índia.
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