A fúria por impostos de nossos governos aumenta dia a dia e atualmente "come" cerca de um quinto do total da receita bruta do agronegócio, conforme podemos ver nesta notícia do Canal Rural que pode ser acessada na íntegra aqui com disponibilidade da reportagem de TV:
Impostos comprometem 19% do faturamento do agronegócio
Além de encarecer o custo, o peso da tributação dificulta até a venda do que é produzido no campo
Letícia de Oliveira | Planaltina (DF)No agronegócio, 19% do faturamento bruto vão para taxas, tributos e impostos, segundo estimativa de entidades ligadas a produtores rurais. É uma carga proporcionalmente muito superior à da indústria e do comercio, na análise de alguns economistas. Além de encarecer o custo, o peso da tributação dificulta até a venda do que é produzido no campo.
Uma cooperativa do Distrito Federal produz 21 mil toneladas de soja por ano. Dos R$ 1,5 mil gastos, em média, para o cultivo de um hectare, R$ 570 são destinados ao pagamento de impostos.
— Quando o agricultor compra os insumos, já estão embutidos, na maioria das vezes, os impostos. Então, você paga INSS para funcionários e o ICMS em cima dos produtos, que já está embutido. O produtor já não tem renda, quem tem renda no final é o governo que tem esses impostos todos a recolher — avalia o presidente da cooperativa, João Carlos Werlang.
O sistema tributário atual prejudica até a comercialização, diz a economista Rosemeire dos Santos, uma das responsáveis pela pesquisa que avaliou os gastos do setor agropecuário com tributos e taxas. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil negocia com a área econômica do governo federal o fim da cobrança de Pis e Cofins para toda a cadeia de alimentos.
— Se nós tomarmos, por exemplo, o café, o produtor pessoa física tem dificuldades em vender para agroindústria, porque ela prefere comprar das cooperativas. Comprando de cooperativas ela consegue restituir crédito. Se comprar do produtor, não — explica a economista.
A especialista defende que a isenção deve começar pelos produtos que compõe a cesta básica. A medida diminuiria o preço nos supermercados, aliviando o bolso de quem ganha pouco e gasta muito com alimentação e incentivando os agricultores a investir.
— Essa política tem um forte conteúdo de justiça social, de redistribuição e além de favorecer o aumento do consumo, a satisfação das necessidades básicas, se constituiria em fator de grande estímulo para produção agrícola. Esse é o grande desafio: conseguir, talvez iniciar um processo de reforma tributária não querendo fazer tudo de uma vez só — diz o economista Roberto Piscitelli.
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