A utilização de biomassa para geração de energia elétrica é algo corriqueiro no setor canavieiro, portanto o título da reportagem abaixo está incorreto. O que tem de interessante nesta notícia é a utilização de capim elefante. Dias atrás, em 16 de fevereiro, foi publicada pela Folha de São Paulo uma reportagem sobre o interesse de uma empresa americana em utilizar capim elefante para gerar energia na Califórnia. Abaixo seguem as duas notícias, a primeira do Jornal Nova Fronteira que encontrei no site da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia) e a outra da Folha de São Paulo que encontrei no BrasilAgro:
São Desidério é sede da primeira termelétrica do Brasil movida à biomassa
25/02/10 - A Sykué Bioenergya Eletricidade, situada a 120 km da sede de São Desidério, é a primeira usina termelétrica do Brasil a produzir eletricidade a partir da queima do capim elefante. Com capacidade para gerar 30mw por hora - quantidade suficiente para atender a uma cidade de 30 mil habitantes - a primeira usina entra em operação em fevereiro de 2010.
Segundo o diretor geral, Norbertino Morais, a região de São Desidério foi escolhida observando características importantes. "O grupo empreendedor decidiu implantar a empresa na região nordeste. São Desidério tem área próxima de rede, é plana e produz bem a matéria prima que é o capim".
O sistema de integração e compensação da rede de distribuição permite que a usina abasteça várias regiões do Brasil. A energia produzida será entregue a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) e em seguida será comercializada. Parte da produção está garantida para o Grupo Pão de Açúcar.
Para o gerente industrial Cláudio José Dias, o projeto é inovador e importante para visualização do potencial de São Desidério. "O pioneirismo será a marca para o município que terá seu potencial energético melhorado, será gerador de emprego, pois estamos criando uma razão para a implantação de cursos técnicos e especializados na região".
Até fevereiro quatro mil hectares foram plantados com o capim elefante, o necessário para abastecer uma usina. A unidade possui 107 funcionários fixos e cerca de 200 sazonais, contratados no período de plantio e de colheita. Até 2014 a Sykué pretende construir quatro usinas, totalizando 120mw/hora.
Capim elefante - O capim elefante é uma cultura que tem origem africana e até pouco tempo servia apenas para a alimentação do gado. Estudos realizados com a espécie mostram que seu potencial de produção de energia é três vezes superior ao da cana-de-açúcar.
Por ter grande porte, produz muita massa, desta forma, é a variedade mais energética de capim. É renovável com rápido crescimento, baixo custo e alta produtividade. A queima do capim elefante gera cerca de 5% de gás carbono, mas as plantas em crescimento absorvem toda essa porcentagem por meio da fotossíntese, tornando a espécie a mais adequada na geração limpa de energia.
Além do Brasil a Inglaterra também produz energia com a queima do capim elefante. Esta matéria prima tem ciclos de cinco meses, ou seja, não é colhido na época da chuva. Todo o capim produzido na seca é armazenado, sua durabilidade de estoque pode durar por mais de um ano.
Produção - O capim plantado é cortado e secado naturalmente. Em seguida, é transportado até a usina. Por meio de esteiras é conduzido às caldeiras onde é queimado. Aquecido em água tratada, passa do estado líquido para o gasoso e faz girar a turbina que movimenta o gerador. Esse movimento converte o vapor em eletricidade.
Todos os gases são tratados para sair limpo da usina, o mesmo procedimento é realizado com a água utilizada, por isso o empreendimento tem saldo positivo de crédito de carbono.
Crédito de Carbono - Conhecido também como Redução Certificada de Emissões (RCE) consiste em um certificado emitido a empresas que reduzem a emissão de gases do efeito estufa (GEE). Uma tonelada de dióxido de carbono, por exemplo, corresponde a um crédito de carbono. A Sykué tem crédito positivo equivalente ao montante de 1 milhão de tonelada/ano.
O capim-elefante, mais conhecido no Brasil pelo uso em pastagem, vai se transformar em energia renovável na Califórnia. A empresa California Renewable Energies se prepara para iniciar as obras de uma usina termelétrica movida à capim-elefante, com capacidade de 50 MW. A empreitada é liderada pela americana Nathalie Hoffman.
Ela descobriu a planta em uma de suas viagens ao Brasil, depois que seu projeto de produzir etanol a partir da cana na Califórnia não vingou. "Tive dificuldade de conseguir contratos de longo prazo para o fornecimento de etanol e resolvi partir para a produção de energia renovável", diz ela. "O capim-elefante é uma biomassa mais eficiente que a cana e mais barata de plantar." Para reduzir custos, a usina ficará ao lado da plantação, no Imperial Valley -região desértica no sudeste da Califórnia que recebe sol o ano inteiro. A planta vem sendo estudada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo há mais de uma década, mas o uso é pouco difundido. Hoffman contará com a ajuda de agrônomos e engenheiros brasileiros e já firmou quatro contratos de longo prazo com companhias municipais de energia. A queima do capim deve começar em setembro de 2013
Um comentário:
estou com um projeto para uma termo eletrica com o capim elefante como combustivel,na cidade de palmeiras de goias, 30 kw, gostaria d saber mas sobre o capim elefante,onde encontrar mas imformações?
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