Em reportagem publicada no AviSite podemos observar a guerra existente entre a produção de frango e a produção de etanol devido à fonte de matéria-prima de ambos setores: o Milho.
Em Washington, preço do milho opõe frango ao etanol
Campinas, 15 de Maio - Pelo que informa Cindy Skrzycki, do Washington Post, penas estão voando para todos os lados no Congresso norte-americano. Simplesmente porque – diz ela – o governo decidiu tirar o milho do bico dos frangos para colocá-lo nos tanques de combustíveis.
Conforme a jornalista, a indústria do frango – “um empreendimento de 40 bilhões de dólares” – e vários outros setores da produção animal, além de varejistas e algumas ONGs ambientalistas e de combate à fome lutam junto a seus representantes no legislativo norte-americano em busca de um “bloqueio regulatório” que impeça o desvio dos estoques de milho para a fabricação de etanol.
Consultado sobre a questão, o porta-voz do Conselho Nacional da Indústria do Frango (NCC, na sigla em inglês), Richard L. Lobb, afirma que jamais, em toda a história da avicultura, os preços pagos pelo grão evoluíram tão assustadoramente. Tanto que alcançam, no momento, o triplo do valor registrado há dois anos. “Estamos, agora, numa disputa direta com o pessoal do etanol. E eles estão levando a melhor”, lamenta.
Nas últimas semanas, grupos participantes da guerra “comida x combustível” desencadeada pelo preço do milho tem conseguido algumas vitórias. Assim, embora uma nova legislação determine que em 2022 a produção de combustível de fontes renováveis deva alcançar os 36 bilhões de galões, 15 bilhões deles a partir do milho, também prevê que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) dispõe de autoridade suficiente para abandonar ou alterar a meta se ela ocasionar um problemático aquecimento da economia.
Os críticos da legislação que determina o uso do milho como combustível afirmam que ela é parcialmente responsável pela atual crise mundial de alimentos, pelo aumento generalizado de preços das commodities e, ainda, pela inflação dos preços ao nível do consumidor. “É deprimente saber que o consumidor está sendo obrigado a pensar se compra ou não compra uma dúzia de ovos”, afirma o dirigente de uma das entidades de varejistas que vêm lutando por uma imediata ação da EPA. Uma petição nesse sentido pede, por exemplo, que o volume de milho (especificado em lei) para a produção de etanol seja reduzido à metade. A Agência tem 90 dias para se pronunciar.
No Congresso, membros dos dois partidos têm se manifestado sobre o assunto, uns contra, outros ainda a favor do etanol à base de milho. E até mesmo o senador John McCain, candidato republicano à presidência do país, dirigiu petição à EPA solicitando a revisão das metas de uso do milho para a fabricação de combustível, “dada a inflação que seu uso está ocasionando no preço dos alimentos”.
Do outro lado da mesa, senadores como o republicano Charles Grassley ou o democrata Tim Johnson afirmam que o etanol de milho responde por uma fração muito pequena do aumento doméstico ou global de preço dos alimentos. Fazem coro com os agricultores, para quem o aumento de preços nos alimentos de origem animal resulta dos preços estratosféricos do petróleo, da quebra de safras em várias partes do mundo, da especulação com as commodities e, ainda, do aumento da demanda mundial pelos grãos.
Presidente de uma entidade que reúne comerciantes de combustíveis renováveis, Bob Dinneen diz não acreditar que as pressões contra o uso do milho para a fabricação do etanol tenham sucesso: “Sem o etanol, o combustível [de petróleo] que hoje consumimos estaria 15% mais caro”, comenta.
Pode ser – diz a jornalista do Washington Post. “Mas” – complementa – “essa é uma observação dura de engolir para uma empresa como a Tyson Foods” que, lembra Skrzycki, produz semanalmente 40 milhões de frango e enfrenta, nos últimos dois anos, uma elevação de custos da ordem de um bilhão de dólares só com o aumento da ração.
Apesar de tudo, porém, a Tyson também está envolvida com empreendimentos visando à produção de combustíveis renováveis: está às voltas com dois projetos visando à utilização do milhão de toneladas de gordura animal que produz anualmente em seus abatedouros e indústrias de processamento de carnes
Em Washington, preço do milho opõe frango ao etanol
Campinas, 15 de Maio - Pelo que informa Cindy Skrzycki, do Washington Post, penas estão voando para todos os lados no Congresso norte-americano. Simplesmente porque – diz ela – o governo decidiu tirar o milho do bico dos frangos para colocá-lo nos tanques de combustíveis.
Conforme a jornalista, a indústria do frango – “um empreendimento de 40 bilhões de dólares” – e vários outros setores da produção animal, além de varejistas e algumas ONGs ambientalistas e de combate à fome lutam junto a seus representantes no legislativo norte-americano em busca de um “bloqueio regulatório” que impeça o desvio dos estoques de milho para a fabricação de etanol.
Consultado sobre a questão, o porta-voz do Conselho Nacional da Indústria do Frango (NCC, na sigla em inglês), Richard L. Lobb, afirma que jamais, em toda a história da avicultura, os preços pagos pelo grão evoluíram tão assustadoramente. Tanto que alcançam, no momento, o triplo do valor registrado há dois anos. “Estamos, agora, numa disputa direta com o pessoal do etanol. E eles estão levando a melhor”, lamenta.
Nas últimas semanas, grupos participantes da guerra “comida x combustível” desencadeada pelo preço do milho tem conseguido algumas vitórias. Assim, embora uma nova legislação determine que em 2022 a produção de combustível de fontes renováveis deva alcançar os 36 bilhões de galões, 15 bilhões deles a partir do milho, também prevê que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) dispõe de autoridade suficiente para abandonar ou alterar a meta se ela ocasionar um problemático aquecimento da economia.
Os críticos da legislação que determina o uso do milho como combustível afirmam que ela é parcialmente responsável pela atual crise mundial de alimentos, pelo aumento generalizado de preços das commodities e, ainda, pela inflação dos preços ao nível do consumidor. “É deprimente saber que o consumidor está sendo obrigado a pensar se compra ou não compra uma dúzia de ovos”, afirma o dirigente de uma das entidades de varejistas que vêm lutando por uma imediata ação da EPA. Uma petição nesse sentido pede, por exemplo, que o volume de milho (especificado em lei) para a produção de etanol seja reduzido à metade. A Agência tem 90 dias para se pronunciar.
No Congresso, membros dos dois partidos têm se manifestado sobre o assunto, uns contra, outros ainda a favor do etanol à base de milho. E até mesmo o senador John McCain, candidato republicano à presidência do país, dirigiu petição à EPA solicitando a revisão das metas de uso do milho para a fabricação de combustível, “dada a inflação que seu uso está ocasionando no preço dos alimentos”.
Do outro lado da mesa, senadores como o republicano Charles Grassley ou o democrata Tim Johnson afirmam que o etanol de milho responde por uma fração muito pequena do aumento doméstico ou global de preço dos alimentos. Fazem coro com os agricultores, para quem o aumento de preços nos alimentos de origem animal resulta dos preços estratosféricos do petróleo, da quebra de safras em várias partes do mundo, da especulação com as commodities e, ainda, do aumento da demanda mundial pelos grãos.
Presidente de uma entidade que reúne comerciantes de combustíveis renováveis, Bob Dinneen diz não acreditar que as pressões contra o uso do milho para a fabricação do etanol tenham sucesso: “Sem o etanol, o combustível [de petróleo] que hoje consumimos estaria 15% mais caro”, comenta.
Pode ser – diz a jornalista do Washington Post. “Mas” – complementa – “essa é uma observação dura de engolir para uma empresa como a Tyson Foods” que, lembra Skrzycki, produz semanalmente 40 milhões de frango e enfrenta, nos últimos dois anos, uma elevação de custos da ordem de um bilhão de dólares só com o aumento da ração.
Apesar de tudo, porém, a Tyson também está envolvida com empreendimentos visando à produção de combustíveis renováveis: está às voltas com dois projetos visando à utilização do milhão de toneladas de gordura animal que produz anualmente em seus abatedouros e indústrias de processamento de carnes
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