sexta-feira, abril 11, 2008

Grãos - Aperto na oferta

O cenário atual de diminuição da oferta de grãos e o consequente aumento de suas cotações foi confirmado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) segundo nota publicada ontem pelo Valor:

USDA CONFIRMA APERTO NA OFERTA E IMPULSIONA GRÃOS

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou ontem o cenário de aperto na oferta global de commodities agrícolas. Não era o relatório mais esperado e as alterações já eram eram razoavelmente esperadas pelo mercado, mas isso não impediu fortes altas dos preços de milho e soja. O trigo, que chegou a registrar avanço, encerrou sem tendência linear.

Os estoques finais de milho devem chegar a 102,9 milhões de toneladas na safra 2007/08, abaixo das 108,2 milhões de toneladas da safra 2006/07. A demanda total deverá crescer de 722,2 milhões de toneladas para 777,3 milhões de toneladas, segundo o USDA. "Os dados não são grandes novidades e já estavam precificados", afirmou Vinicius Ito, da corretora Newedge, com sede em Nova York - que ressalta, por outro lado, o reforço do cenário de aperto na oferta do grão.

Sob a influência do relatório do USDA, os contratos de milho com vencimento em julho subiram 13,75 centavos de dólar, a US$ 6,18 por bushel. Mais aguardado que o relatório de ontem, afirma Ito, é a projeção sobre a temporada 2008/09, que será apresentada no próximo mês.

Para a soja, além da projetada redução dos estoques finais, teve papel relevante para a alta de ontem o rumor de falta de consenso nas negociações que tratam das taxas de exportação na Argentina. O temor do mercado é de que as negociações, ocorridas após a trégua da greve dos produtores argentinos, não estão andando a contento, de acordo com Ito.

Os contratos de soja com vencimento em julho subiram 61,25 centavos de dólar, para US$ 13,30 por bushel. Os estoques finais da commodity projetados pelo USDA para a safra 2007/08 são de 49,3 milhões de toneladas, abaixo das 63,2 milhões de toneladas da safra 2006/07.

Influenciado pelo desempenho de milho e soja, o trigo chegou a ser negociado em alta, mas, com as notícias de melhora nas condições climáticas em regiões produtoras dos EUA, a commodity recuou em Chicago. Os papéis para julho caíram 0,75 centavo de dólar, para US$ 9,4675 o bushel. Em Kansas, onde é negociado o trigo de melhor qualidade, os contratos que vencem em julho subiram 5 centavos de dólar, para US$ 9,99 por bushel.



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