O governo brasileiro resolve criar adidos agrícolas em oito países para aumentar a atuação nesta área. Isto é de fato interessante pois coloca pessoas com conhecimento técnico para negociar e compreender os mercados internacionais. Na sequência a notícia publicada hoje pela Folha de São Paulo:
PAÍS CONTARÁ COM ADIDO AGRÍCOLA EM 8 EMBAIXADAS
Pesquisa de mercados e negociações de temas sanitários serão prioridades. Cargos serão criados por decreto presidencial após meses de negociação nos bastidores entre Itamaraty e Ministério da Agricultura.
Após meses de negociação nos bastidores entre os ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura, o governo decidiu criar o cargo de adido agrícola em oito embaixadas no exterior para pesquisar mercados e facilitar negociações sobre temas sanitários.
Os cargos serão criados por meio de um decreto presidencial, cujo texto está na Casa Civil da Presidência e será publicado no "Diário Oficial" da União nos próximos dias.
Os destinos escolhidos foram as embaixadas brasileiras na Argentina, na China, no Japão, na Rússia, nos Estados Unidos, na África do Sul, em Bruxelas -por ser a capital da União Européia- e em Genebra, onde fica a sede das Nações Unidas na Europa.
O Itamaraty não comenta o assunto oficialmente. A assessoria de imprensa do ministério confirmou apenas que o texto do decreto presidencial já passou por lá, e que o diálogo técnico foi concluído.
Segundo a Folha apurou, os diplomatas brasileiros resistiram à idéia, não queriam o título de "adido" e insistiam para que os ocupantes dos postos recebessem algum treinamento em diplomacia. O Itamaraty também tinha o receio de nomeações políticas.
Para resolver esses detalhes, ficou acertado que os futuros adidos agrícolas deverão ser funcionários concursados do Ministério da Agricultura -veterinários ou engenheiros agrônomos. Depois de escolhidos, eles ainda passarão por treinamento no Instituto Rio Branco durante seis meses, antes de assumir as funções.
O Ministério da Agricultura espera que os primeiros adidos agrícolas iniciem o trabalho dentro de no máximo nove meses, provavelmente ainda neste ano.
Um dos maiores produtores mundiais de grãos, o Brasil entra atrasado nessa seara. Muitas embaixadas estrangeiras localizadas em Brasília, por exemplo, contam com especialistas nessa área há décadas.
FUNÇÕES
Na prática, os adidos não serão apenas auxiliares dos diplomatas. A idéia é dar autonomia a esses técnicos para um trabalho independente.
Sozinhos, deverão fazer a prospecção de mercado para setores específicos da agricultura, para identificar produtos do agronegócio brasileiro que não entram em determinados países ou cuja exportação pode aumentar.
Como haverá apenas oito adidos inicialmente, serão responsáveis por uma série de assuntos e regiões. De Pretória o técnico acompanhará todo o mercado africano, por exemplo. Em Genebra, vai monitorar discussões e mudanças em regras sanitárias.
Uma outra função importante será auxiliar grupos do agronegócio brasileiro em compras internacionais, fornecendo informações gerais sobre o mercado de tratores ou colheitadeiras, por exemplo, em determinado país.
"É uma reivindicação histórica do setor, há muito tempo estamos pedindo isso porque é uma absoluta necessidade. O embaixador e a sua equipe diplomática não têm obrigação de conhecer a rotina do comércio e entender a linguagem do mercado", disse Gilman Viana Rodrigues, secretário de Agricultura de Minas Gerais e presidente do Conseagri (Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura).
PAÍS CONTARÁ COM ADIDO AGRÍCOLA EM 8 EMBAIXADAS
Pesquisa de mercados e negociações de temas sanitários serão prioridades. Cargos serão criados por decreto presidencial após meses de negociação nos bastidores entre Itamaraty e Ministério da Agricultura.
Após meses de negociação nos bastidores entre os ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura, o governo decidiu criar o cargo de adido agrícola em oito embaixadas no exterior para pesquisar mercados e facilitar negociações sobre temas sanitários.
Os cargos serão criados por meio de um decreto presidencial, cujo texto está na Casa Civil da Presidência e será publicado no "Diário Oficial" da União nos próximos dias.
Os destinos escolhidos foram as embaixadas brasileiras na Argentina, na China, no Japão, na Rússia, nos Estados Unidos, na África do Sul, em Bruxelas -por ser a capital da União Européia- e em Genebra, onde fica a sede das Nações Unidas na Europa.
O Itamaraty não comenta o assunto oficialmente. A assessoria de imprensa do ministério confirmou apenas que o texto do decreto presidencial já passou por lá, e que o diálogo técnico foi concluído.
Segundo a Folha apurou, os diplomatas brasileiros resistiram à idéia, não queriam o título de "adido" e insistiam para que os ocupantes dos postos recebessem algum treinamento em diplomacia. O Itamaraty também tinha o receio de nomeações políticas.
Para resolver esses detalhes, ficou acertado que os futuros adidos agrícolas deverão ser funcionários concursados do Ministério da Agricultura -veterinários ou engenheiros agrônomos. Depois de escolhidos, eles ainda passarão por treinamento no Instituto Rio Branco durante seis meses, antes de assumir as funções.
O Ministério da Agricultura espera que os primeiros adidos agrícolas iniciem o trabalho dentro de no máximo nove meses, provavelmente ainda neste ano.
Um dos maiores produtores mundiais de grãos, o Brasil entra atrasado nessa seara. Muitas embaixadas estrangeiras localizadas em Brasília, por exemplo, contam com especialistas nessa área há décadas.
FUNÇÕES
Na prática, os adidos não serão apenas auxiliares dos diplomatas. A idéia é dar autonomia a esses técnicos para um trabalho independente.
Sozinhos, deverão fazer a prospecção de mercado para setores específicos da agricultura, para identificar produtos do agronegócio brasileiro que não entram em determinados países ou cuja exportação pode aumentar.
Como haverá apenas oito adidos inicialmente, serão responsáveis por uma série de assuntos e regiões. De Pretória o técnico acompanhará todo o mercado africano, por exemplo. Em Genebra, vai monitorar discussões e mudanças em regras sanitárias.
Uma outra função importante será auxiliar grupos do agronegócio brasileiro em compras internacionais, fornecendo informações gerais sobre o mercado de tratores ou colheitadeiras, por exemplo, em determinado país.
"É uma reivindicação histórica do setor, há muito tempo estamos pedindo isso porque é uma absoluta necessidade. O embaixador e a sua equipe diplomática não têm obrigação de conhecer a rotina do comércio e entender a linguagem do mercado", disse Gilman Viana Rodrigues, secretário de Agricultura de Minas Gerais e presidente do Conseagri (Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura).
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