A agricultura moderna é cada vez mais dependente de fertilizantes que são derivados do petróleo, além disso o Brasil importa quantidade representativa deste insumo, que no futuro pensará ainda mais em nossa balança comercial. A Embrapa desenvolve pesquisas visando a diminuição desta dependência, bem como um aumento no grau de sustentabilidade de nossa agricultura. A notícia abaixo foi publicada na Gazeta Mercantil de sexta-feira passada:
Projeto reduz dependência externa de nutriente
SÃO PAULO, 26 de dezembro de 2008 - Em parceria com empresas do setor privado, a Embrapa Solos está desenvolvendo fertilizantes orgânicos à base de resíduos industriais. Com isso, o Brasil poderá reduzir a importação de nutrientes, que representa atualmente 75% do total de 30 milhões de toneladas consumidas por ano.
Segundo o pesquisador José Carlos Polidoro, um dos coordenadores do projeto, atualmente o país importa 75% dos nutrientes que consome na agricultura, seja em resíduos orgânicos ou minerais, o que corresponde a um total de 22 milhões a 24 milhões de toneladas por ano. Quanto ao potássio, o país importa anualmente 92% do volume consumido. "E a tendência é aumentar."
A Roda d'Água, de Minas Gerais, foi a primeira empresa privada que procurou a Embrapa, interessada em criar produtos inéditos no mercado de agricultura orgânica, desenvolvendo fertilizantes próprios para a agricultura tropical, para maior aproveitamento dos nutrientes. Polidoro disse que o objetivo da Embrapa Solos é estimula empresas nacionais que já produzem fertilizantes orgânicos por processos não-tecnológicos, baseados na simples compostagem de resíduos orgânicos, oferecendo apoio tecnológico para que seus produtos tenham garantias técnicas mínimas que substituam o produto importado.
Inicialmente, a Embrapa Solos aproveitará resíduos usados pelo grupo Roda d'Água como matéria-prima - resíduos de cervejaria, como bagaço da cevada, fornecido pela Ambev, e do restaurante industrial da montadora de automóveis Fiat, para transformar em fertilizante orgânico. "O que queremos agora é aprimorar esse fertilizante."
De acordo com Polidoro, o produto atende as exigências para registro no Ministério da Agricultura. "Só que não compete com o fertilizante mineral importado, porque tem teor muito baixo de nutrientes." Com esse serviço, a Embrapa busca usar sua tecnologia para colocar no mercado um fertilizante em condições de competir com o importado.
Outro aspecto positivo é a proteção do meio ambiente por intermédio do reaproveitamento de resíduos na produção do fertilizante. Para Polidoro, o uso de fertilizantes adequados é um dos fatores necessários para a agricultura orgânica brasileira alcançar alta produtividade com baixo impacto ambiental. "Aí, torna-se uma atividade profissional, que sempre se deve procurar na agricultura." A terra preta, fertilizante encontrado comumente em supermercados, não é um insumo adequado para sustentar uma agricultura de alto padrão, disse o pesquisador, em entrevista à Agência Brasil.
Oito pesquisadores trabalham no projeto de fertilizantes orgânicos, que usa também resíduos como aparas de grama, carvão, biofortificação e dejetos de cavalos. "Além de ser uma alternativa viável para diminuir a dependência externa de insumos, evita-se o impacto ambiental desses resíduos todos', afirmou Polidoro.
Ele ressaltou que mesmo os produtos importados têm de ser bem aproveitados na agricultura: "Não podemos jogar fertilizante fora, nem deixar que resíduos como potássio sejam destinados a lixões e aterros sanitários, ou que fiquem acumulados em pátios de indústrias. Isso tem de se tornar fertilizante." Para ele, as empresas precisam começar a produzir fertilizante orgânico competitivo a partir de resíduos industriais, com adição de tecnologia. Para a agricultura brasileira, que depende de 75% de fertilizantes importados, trata-se de uma questão de 'segurança nacional', uma vez que o país precisa do agronegócio para manter a balança comercial positiva, disse.
"É um perigo depender tanto de uma importação dessa, porque são poucos os países que exportam nutrientes". Os principais exportadores de potássio são Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Polidoro informou que o único nutriente para fertilizantes produzido atualmente no Brasil é o fosfato, que equivale a 50% do consumo. Em 1993, o país produzia 100% de fosfato. "Tinha até excedente, que exportávamos para a América Latina. Hoje, importamos metade do fosfato". Com elevada reserva de fosfato, Marrocos é o principal fornecedor desse mineral ao Brasil.
As empresas interessadas na parceria para produção de fertilizante orgânico tecnológico devem procurar a Rede Nacional de Fertilizantes, recém-aprovada no Sistema Embrapa de Gestão de Projeto. A rede é liderada pela Embrapa Solos e integrada por indústrias em geral, fábricas de fertilizantes, órgãos de fomento e universidades, além de agricultores. Seu foco central é a diminuição da dependência externa de nutrientes do Brasil.
As informações são da Agência Brasil (Redação - InvestNews)
Projeto reduz dependência externa de nutriente
SÃO PAULO, 26 de dezembro de 2008 - Em parceria com empresas do setor privado, a Embrapa Solos está desenvolvendo fertilizantes orgânicos à base de resíduos industriais. Com isso, o Brasil poderá reduzir a importação de nutrientes, que representa atualmente 75% do total de 30 milhões de toneladas consumidas por ano.
Segundo o pesquisador José Carlos Polidoro, um dos coordenadores do projeto, atualmente o país importa 75% dos nutrientes que consome na agricultura, seja em resíduos orgânicos ou minerais, o que corresponde a um total de 22 milhões a 24 milhões de toneladas por ano. Quanto ao potássio, o país importa anualmente 92% do volume consumido. "E a tendência é aumentar."
A Roda d'Água, de Minas Gerais, foi a primeira empresa privada que procurou a Embrapa, interessada em criar produtos inéditos no mercado de agricultura orgânica, desenvolvendo fertilizantes próprios para a agricultura tropical, para maior aproveitamento dos nutrientes. Polidoro disse que o objetivo da Embrapa Solos é estimula empresas nacionais que já produzem fertilizantes orgânicos por processos não-tecnológicos, baseados na simples compostagem de resíduos orgânicos, oferecendo apoio tecnológico para que seus produtos tenham garantias técnicas mínimas que substituam o produto importado.
Inicialmente, a Embrapa Solos aproveitará resíduos usados pelo grupo Roda d'Água como matéria-prima - resíduos de cervejaria, como bagaço da cevada, fornecido pela Ambev, e do restaurante industrial da montadora de automóveis Fiat, para transformar em fertilizante orgânico. "O que queremos agora é aprimorar esse fertilizante."
De acordo com Polidoro, o produto atende as exigências para registro no Ministério da Agricultura. "Só que não compete com o fertilizante mineral importado, porque tem teor muito baixo de nutrientes." Com esse serviço, a Embrapa busca usar sua tecnologia para colocar no mercado um fertilizante em condições de competir com o importado.
Outro aspecto positivo é a proteção do meio ambiente por intermédio do reaproveitamento de resíduos na produção do fertilizante. Para Polidoro, o uso de fertilizantes adequados é um dos fatores necessários para a agricultura orgânica brasileira alcançar alta produtividade com baixo impacto ambiental. "Aí, torna-se uma atividade profissional, que sempre se deve procurar na agricultura." A terra preta, fertilizante encontrado comumente em supermercados, não é um insumo adequado para sustentar uma agricultura de alto padrão, disse o pesquisador, em entrevista à Agência Brasil.
Oito pesquisadores trabalham no projeto de fertilizantes orgânicos, que usa também resíduos como aparas de grama, carvão, biofortificação e dejetos de cavalos. "Além de ser uma alternativa viável para diminuir a dependência externa de insumos, evita-se o impacto ambiental desses resíduos todos', afirmou Polidoro.
Ele ressaltou que mesmo os produtos importados têm de ser bem aproveitados na agricultura: "Não podemos jogar fertilizante fora, nem deixar que resíduos como potássio sejam destinados a lixões e aterros sanitários, ou que fiquem acumulados em pátios de indústrias. Isso tem de se tornar fertilizante." Para ele, as empresas precisam começar a produzir fertilizante orgânico competitivo a partir de resíduos industriais, com adição de tecnologia. Para a agricultura brasileira, que depende de 75% de fertilizantes importados, trata-se de uma questão de 'segurança nacional', uma vez que o país precisa do agronegócio para manter a balança comercial positiva, disse.
"É um perigo depender tanto de uma importação dessa, porque são poucos os países que exportam nutrientes". Os principais exportadores de potássio são Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Polidoro informou que o único nutriente para fertilizantes produzido atualmente no Brasil é o fosfato, que equivale a 50% do consumo. Em 1993, o país produzia 100% de fosfato. "Tinha até excedente, que exportávamos para a América Latina. Hoje, importamos metade do fosfato". Com elevada reserva de fosfato, Marrocos é o principal fornecedor desse mineral ao Brasil.
As empresas interessadas na parceria para produção de fertilizante orgânico tecnológico devem procurar a Rede Nacional de Fertilizantes, recém-aprovada no Sistema Embrapa de Gestão de Projeto. A rede é liderada pela Embrapa Solos e integrada por indústrias em geral, fábricas de fertilizantes, órgãos de fomento e universidades, além de agricultores. Seu foco central é a diminuição da dependência externa de nutrientes do Brasil.
As informações são da Agência Brasil (Redação - InvestNews)
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