Encontrei nesta semana duas notícias interessante sobre a questão preço do petróleo versus viabilidade de biocombustíveis. A primeira é uma nota publicada em 28/11 no Blog Mundo Agro da Fabiane Stefano no Portal Exame onde ela comenta o problema do petróleo barato e a possibilidade de tirar a viabilidade do biodiesel e do etanol.
E a segunda é análise do Merryll Lynch publicada na Folha de São Paulo hoje que fala de petróleo na faixa dos 25 dólares no ano que vem em virtude da queda da demanda. Seguem abaixo as duas notícias:
O PROBLEMA DO PETRÓLEO BARATO
A cotação do barril de petróleo na casa dos 50 dólares jogou um banho de água fria no entusiasmo em relação aos biocombustíveis no Brasil. Em junho, o preço do petróleo bateu 145 dólares, viabilizando a produção de quase todos os combustíveis verdes do mundo. Com a crise, a commodity desceu ladeira abaixo e deve promover um forte rearranjo no setor de biocombustíveis.
O etanol brasileiro, feito a partir de cana de açúcar, continua no páreo. Sua viabilidade econômica resiste a um petróleo a 35 dólares o barril. Mas as pretensões de tornar o combustível uma commodity global não combinam com esse patamar, uma vez que a produção de outros tipos de etanol (como o de milho e o de trigo, nos Estados Unidos e na Europa, respectivamente) fica economicamente inviável.
E, como não existe commodity global produzida em único país, fica difícil convencer o mundo rico a adotar um biocombustível cuja formação de preço está restrita a um único lugar (nesse caso o Brasil).
Naturalmente, a situação pode mudar. Mas os dados mais recentes indicam uma desaceleração que pode ser duradoura. Ou seja, o plano de internacionalização do etanol brasileiro deve permanecer em compasso de espera.
Se há fôlego para o etanol brasileiro com o petróleo baratinho, não se pode dizer o mesmo do biodiesel. Antes da queda da commodity, o combustível a partir de óleo vegetal (soja, girassol, mamona e outros) operava a base de subsídios públicos. No mundo todo, o biodiesel só é viável com forte subvenção governamental. E com o petróleo a 50 dólares, é puro voluntarismo.
MERRILL LYNCH PREVÊ PETRÓLEO A US$ 25
O preço do barril de petróleo voltou a cair ontem devido às preocupações com a recessão dos Estados Unidos e atingiu o seu menor valor desde janeiro de 2005. Ontem, a cotação recuou 6,7% em Nova York, valendo US$ 43,67 no fim do pregão -o menor preço desde 4 de janeiro de 2005. O banco Merrill Lynch prevê que, caso a crise se agrave, o preço pode chegar a US$ 25 no ano que vem, o que não ocorre desde 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário