O primeiro dado interessante está relacionado à matriz energética brasileira, mostrado na figura abaixo. Nela podemos ver a importância do etanol e seus derivados (no caso, o bagaço) representando 16% do total, ou seja, um sexto do total. Outra importante fonte oriunda do agronegócio é o carvão vegetal que ainda é obtida grande parte de madeira não cultivada para este fim, mas existe a tendência do aumento das florestas cultivadas para uso energético.
Segundo a Exame, o preço do etanol brasileiro ainda é imbatível apesar do aumento nos custos de produção ocorrido nos últimos 12 meses, passando de 22 para 45 centavos de dólar o litro do álcool anidro pois os custos do etanol de milho nos EUA e de beterraba produzido na Europa são respectivamente, 0,66 e 1,28 dólar o litro. Entretanto, necessitamos de investimento em pesquisa em etanol celulósico para não perdermos esta liderança.
Com relação ao etanol, antes de falar sobre os dados gerais, comentarei sobre a avaliação geral do segmento realizada pela revista que levou em conta marco regulatório, questões legais, tributárias e institucionais além dos aspectos relacionados aos investimentos. Para cada item foi dada um critério verde, amarelo e vermelho, que representam uma escala de problemas impedindo a realização dos investimentos necessários para atender às exigências do país.
As avaliações positivas (verde) foram dadas para o marco regulatório, questões institucionais enquanto que os demais itens (questões legais, tributárias e investimentos) a avaliação foi a amarela, principalmente devido à falta de legislação que impede a criação de um mercado futuro de etanol, diferenças significativas na alíquota do ICMS e a crise internacional que fez com que ocorresse problemas de liquidez que podem afetar os investimentos.
Os principais desafios ao setor estão relacionados à escassez de milho nos EUA que pode aumentar a nossa exportação e à criação de infra-estrutura de transporte ainda muito dependente das rodovias, entretanto para tanto necessitamos de investimentos na capacidade produtiva e na infra-estrutura necessária para viabilizar exportação de grandes volumes.
Os principais dados do setor encontram-se nas figuras abaixo:
Das figuras acima vale a pena comentar a perda da primeira posição na produção mundial de etanol para os EUA e que mesmo assim ele importou cerca de 25% do total exportado pelo Brasil, apesar do total exportado ser muito pouco ainda perto do total produzido, menos de 10%.
Com relação ao mercado interno, vemos a supremacia paulista na produção enquanto que o estado de Goiás caminha firme para a segunda posição em virtude do grande número de novas usinas a serem instaladas lá.
O mercado de carros bicombustível já está se estabilizando em patamares próximos a 90% do total de veículos fazendo com que o mercado interno cresça ano a ano.
Biodiesel
A principal matéria-prima, a soja, teve um grande aumento em suas cotações causando sérios problemas aos produtores devido à diferença entre a cotação do grão e o baixo preço do combustível pago pelos leilões, isso fez com que a Agência Nacional do Petróleo autorizasse a compra direta das distribuidoras nos produtores possibilitando a formação de estoques. Após aumentar a mistura obrigatória de 2% para 3% em julho, o governo pensa em antecipar a meta de adição de 5% de 2013 para 2009 ou 2010 na tentativa de melhorar o cenário ajudando a emplacar o programa.
Diferente do etanol que obteve 2 avaliações positivas e 3 avaliações intermediárias, o biodiesel recebeu 2 avaliações negativas e 3 avaliações intermediárias. As avaliações negativas (vermelhas) foram dadas para o marco regulatório que ainda necessita de marco regulatórios e algumas empresas venderam produto nos leilões e não entregam e não houve nenhuma tipo de punição e também as questões intitucionais pelo fato da Petrobras estreiar como produtora de biodiesel com 3 usinas inauguradas com capacidade de produção de 13% do mercado atual, mostrando assim um sinal de concentração e estatização do segmento.
As questões legais mostram que apesar do aumento da adição de 2% para 3% não ocorreu diminuição do diesel importado devido ao aumento do consumo e que a mistura de 5% não fará com que o preço final do óleo diesel abaixe, pois o biodiesel ainda é mais caro que o óleo diesel.
Nas questões tributárias, o biodiesel ainda é muito dependente dos subsídios do governo e atrelar redução de impostos à compra de matéria-prima de pequenos produtores pode comprometer a escala de produção.
Os investimentos estão caindo devido à questão do custo de produção alto porém a Petrobras Biocombustíveis planeja montar mais uma usina para produzir a partir de dendê e girassol.
Os principais desafios estão relacionados à encontrar uma matéria-prima competitiva e sustentável, dissociar política energética da política social para garantir escala de produção e tambem criar marcos regulatórios definidos e desenvolver o biodiesel como commodity.
Abaixo alguns dados sobre o setor:
Com relação aos dados apresentandos, podemos verificar a hegemonia da soja representando 2/3 do total e a capacidade instalada atualmente é muito superior a capacidade utilizada, fazendo com que existam poucos projetos em autorização.
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