domingo, junho 01, 2008

Freakonomics no agronegócio - Como a obesidade aumenta a emissão de CO2

Encontrei no site UOL na coluna Freakonomics um artigo interessante publicado em 20 de maio sobre o consumo excessivo de alimentos, o gasto destas calorias e a emissão de CO2.

Nesta coluna editada pelos mesmos autores do livro Freakonomics - O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta, o economista Steven Levitt, Ph.D. pelo MIT e o jornalista Stephen J. Dubner defendem teses econômicas polêmicas, mostrando uma linha de pensamento diferente da maioria dos economistas onde aplica princípios econômicos às mais variadas situações da vida cotidiana.

O texto completo em português segue na íntegra:

Comendo mais, comendo menos e comendo torta de humildade
De Stephen J. Dubner e Steven D. Levitt

Para combater o aquecimento global devemos taxar todo exercício recreativo

Um recente artigo na publicação médica do Reino Unido "Lancet" afirmou que a obesidade está contribuindo para o aquecimento global porque as pessoas com excesso de peso consomem mais calorias.

Como a produção de comida libera carbono, isso significa que uma pessoa que come demais é, em média, pior para o aquecimento global do que uma pessoa que não o faz. Para pôr esses argumentos em perspectiva, eu fiz alguns cálculos simples para os EUA.

Digamos que a produção de comida seja responsável por 20% das emissões de gases do efeito estufa -embora eu suspeite que o índice seja alto demais. Segundo o Departamento de Energia dos EUA, as emissões de gases do efeito estufa do país em 2006 foram equivalentes a aproximadamente 7 bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono. Se a produção de alimentos representasse 20% dessas emissões, resultariam na emissão de 1,4 bilhão de toneladas de CO2.

Segundo a Wikipedia, o custo social -ou o custo para os indivíduos e a sociedade- de uma tonelada de CO2 é US$ 12. Então os gases do efeito estufa liberados para fazer os alimentos que os americanos comeram em 2006 tiveram um custo social de US$ 16,8 bilhões.

Existem cerca de 300 milhões de americanos que consomem cerca de 1.500 calorias por dia. Se meus cálculos estiverem corretos, o imposto de aquecimento global adequado seria de cerca de US$ 1 para cada 10 mil calorias consumidas.

Segundo o artigo da "Lancet", os indivíduos obesos consomem cerca de 400 calorias a mais por dia. Por isso o imposto apropriado para os obesos sobre seu impacto extra para o aquecimento global seria um pouco mais de US$ 1 por mês. Em outras palavras, o efeito é pequeno demais até para se discutir.

Mas como estamos tendo uma conversa sobre a quem culpar pelo aquecimento global, certamente também deveríamos apontar o dedo para aqueles que se dedicam a exercícios recreativos como correr ou pedalar por prazer. Afinal, alguém que corre regularmente durante uma hora queima mil calorias a mais por dia -muito mais que uma pessoa obesa. Essa queima de calorias excedente deve ser desencorajada se quisermos salvar o planeta.

Por meio deste, peço que o próximo presidente dos EUA aprove leis aplicando um imposto de carbono de US$ 0,10 por hora sobre toda a queima de calorias recreacional. Para salvar o planeta devemos incentivar as pessoas a ficar em casa e queimar o mínimo de calorias possível.

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