quinta-feira, março 04, 2010

Projeções para o agronegócio brasileiro

Hoje ao voltar do trabalho ouvi duas notícias no rádio que me chamaram a atenção. Elas falam sobre algumas projeções do agronegócio brasileiro para 2020 realizadas pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Ao chegar em casa, entrei no site do MAPA e encontrei as seguintes notícias:

Agropauta: Mapa divulga projeções do agronegócio para safra 2019/20 (Atualizada)

Brasília (4.3.2010 10:49) - Hoje, às 11h30, os cenários de produção, a participação brasileira no mercado mundial, a produção regional de produtos da pauta agropecuária do País na safra 2019/2020 serão apresentados, pelo coordenador-geral de Planejamentos Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Gasques. O estudo foi realizado pela Assessoria de Gestão Estratégica e aponta, ainda, as perspectivas para exportações e consumo interno brasileiro.

Produção de grãos e carnes deve crescer 37% nos próximos dez anos

Brasília (4.3.2010 11:37) - Estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aponta que soja, carne de frango, açúcar, etanol, algodão, óleo de soja e celulose serão os produtos com maior potencial de crescimento nos próximos onze anos. A pesquisa realizada pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) indica cenários de produção, participação no mercado mundial, exportação e consumo de 23 produtos da pauta agropecuária do País.

A safra de grãos - soja, milho, trigo, arroz e feijão - deverá crescer 36,7%, passando de 129,8 milhões de toneladas em 2008/2009 para 177,5 milhões em 2019/2020. As carnes bovina, suína e de aves deverão seguir percentual parecido, com aumento de produção estimado em 37,8%, incremento de 8,4 milhões de toneladas. Três outros itens com elevado crescimento previsto são açúcar (mais 15,2 milhões de toneladas), etanol (35,2 bilhões de litros) e leite (7,4 bilhões de litros).

O óleo de soja e a celulose merecem atenção, na opinião do coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques. “O óleo de soja segue tendência mundial, pois a demanda tem crescido nos mercados interno e externo, inclusive, para a utilização como biocombustível. No caso da celulose, o crescimento será expressivo, pela substituição de florestas nativas por plantadas”, afirma.

Tendências - De acordo com a pesquisa, o crescimento agrícola no Brasil deve ocorrer com base na produtividade. Os resultados revelam maior acréscimo da produção agropecuária que de área plantada. As projeções indicam que, de 2010 a 2020, a taxa anual média de crescimento das lavouras deve ser de 2,67%, com incremento de 0,45% na área.

As estimativas para o período 2019/2020 apontam que a área total de lavouras deve passar de 60 milhões de hectares em 2010, para 69,7 milhões em 2020, incremento de 9,6 milhões de hectares. Essa expansão concentra-se na soja (mais 4,7 milhões de hectares) e cana-de-açúcar (mais 4,3 milhões). O milho deve ocupar mais um milhão de hectares e as demais lavouras analisadas mantêm-se praticamente sem alteração ou até perdem área, como as culturas de café, arroz e laranja.

Apesar da tendência de aumento das exportações, nos próximos anos, o mercado interno será um forte fator de crescimento. Do aumento previsto para a soja e o milho, 52% e 80%, respectivamente, serão dirigidos ao mercado interno.(Eline Santos)

Brasil deverá ter 44,5% do mercado mundial de carnes em 2020

Brasília (4.3.2010 11:42) - A produção nacional de carnes deverá suprir, até 2020, 44,5% do mercado mundial, segundo projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), relativas a cenários de produção, participação no mercado mundial, exportação e consumo de produtos agropecuários. A pesquisa realizada pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) mostra ainda que, em 2010, a participação do Brasil nas exportações mundiais de carne bovina, suína e de frango será de 37,4 %.

Haverá expressiva mudança de posição do País no mercado internacional. A relação entre as exportações brasileiras e o comércio mundial mostra que, em 2019/2020, as vendas de carne bovina representarão 30,3% do mercado, contra os 25% atuais. A participação da carne suína passará de 12,4%, em 2009/2010, para 14,2%, em 2019/20. A carne de frango terá 48,1%, das exportações mundiais. Atualmente, o percentual é 41,4%. Os resultados indicam que o Brasil continuará a manter posição de primeiro exportador mundial de carnes bovina e de frango.

A carne bovina, um dos principais itens na pauta exportadora do Brasil, ficou com patamar inferior em comparação aos estudos anteriores. O coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques, explica que a crise financeira internacional, em setembro de 2008, impactou as exportações, refletindo na dinâmica do produto.

De acordo com Gasques, até 2020, o agronegócio brasileiro sofrerá dupla pressão. “Haverá aumento do consumo interno, por conta do crescimento da renda, e grande demanda do mercado mundial”, comenta.

Embarques - Os embarques de etanol têm estimativa de crescimento de 222,9%, passando de 4,6 bilhões de litros, na safra 2008/2009, para 15,1 bilhões de litros, no período 2019/2020. Também devem apresentar expressivo aumento nas exportações de algodão (91,6%), leite (84,3%), carne bovina (82,8%), milho (80,3%), carne de frango (71,5%) e óleo de soja (52,8 %). (Eline Santos)

Projeções 2020: produção de milho e soja deve crescer 94,3% e 55,6% em Mato Grosso

Brasília (4.3.2010 11:46) - A produção mato-grossense de milho e soja deverá crescer, até 2020, 94,3% e 55,6%, respectivamente. As projeções são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e fazem parte de pesquisa realizada pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) que aponta cenários de produção, participação no mercado mundial e dados regionais de 23 produtos da pauta agropecuária do País.

Na safra 2008/2009, o cultivo de milho em Mato Grosso era de 8, 08 milhões de toneladas e passará, em 2019/2020, para 17,7 milhões de toneladas. A soja, por sua vez, sairá de 17,9 milhões de toneladas para 27, 9 milhões de toneladas. A área de soja em Mato Grosso deverá ocupar mais 2,46 milhões de hectares, quase metade da expansão do cultivo da commodity no Brasil, que deverá crescer cinco milhões de hectares em 10 anos.

O coordenador da pesquisa, José Garcia Gasques, explica que os motivos desse desenvolvimento no estado serão as novas áreas e a introdução da soja em superfícies de pastagens degradadas. No Paraná, a soja deve ganhar aproximadamente um milhão de hectares e o Rio Grande do Sul deve manter a área quase inalterada.

Milho - No Paraná, a produção de milho indica possível incremento de 50,2%. Em 2008/2009 o resultado foi de 11,1 milhões de toneladas e as projeções indicam que passará a 16,7 milhões, na safra 2019/2020. De acordo com as estimativas, o crescimento da área no estado sulista será de 17%, saindo de 2,78 milhões hectares para 3,25 milhões. Minas Gerais deve registrar aumento de 32,9% na quantidade produzida, passando de 6,45 milhões de toneladas para 8,57 milhões. A produção mineira, no entanto, terá a área reduzida em 7%, caindo de 1,28 milhão para 1,18 milhão.

Cana-de-açúcar - As projeções para 2020 mostram que o estado de São Paulo deverá expandir a produção de cana-de-açúcar em 50,3%, passando de 400,5 milhões de toneladas em 2008/09 para 602 milhões em 2019/2020. Por sua vez, a área com cana nesse estado deve expandir-se em 46%: deverá passar de 4,7 milhões de hectares em 2008/2009 para 6,8 milhões em 2019/2020.

Destaque para a cana-de-açúcar, que vem crescendo em estados sem tradição no cultivo, como Paraná, Mato Grosso e Minas Gerais. Esse último deve registrar incremento de 75% na cultura, passando de 56 milhões de toneladas, obtidas na safra 2008/2009, para 98,15 milhões, em 2019/2020.

As projeções regionais para produção e área plantada indicam as tendências nas principais regiões agrícolas. Foram analisados o arroz no Rio Grande do Sul; milho em Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais; soja em Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná; trigo, no Paraná e Rio Grande do Sul; e cana-de-açúcar em São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. (Eline Santos)

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