O milho é um dos cereais mais presentes em nossa vida, apesar de representar pouco nas exportações brasileiras, conforme pode ser visto no gráfico do post anterior.
Encontrei nos últimos dias, duas notícias interessantes sobre o milho. A primeira dela, encontrada no AviSite, dá conta que cerca de 80% do milho no Brasil vira carne, a segunda, do Portal do Agronegócio, é que a crise mundial vai favorecer o milho brasileiro.
Abaixo as duas notícias na íntegra:
No Brasil, 80% do milho vira carne
Curitiba, PR, 15 de Abril - Com base em informações da Associação Brasileira das Indústrias do Milho (Abimilho), os pesquisadores apontam que cerca de 80% de todo o milho produzido no Brasil foi consumido sob a forma de ração nos últimos anos, com pouco mais de 10% da produção total sendo destinada para uso industrial e para consumo humano direto, proporção que segue estável desde o início da década de 80. Mais da metade do milho destinado à alimentação animal vai para a criação de suínos e aves, que representam cerca de 30% da disponibilidade total de carnes no país. No período de 2001/02 a 2005/06, a avicultura consumiu, em média, 55% do total de milho destinado à alimentação animal, enquanto a suinocultura 37,1% e a pecuária bovina mais os outros animais apenas 9,3%.
(UBA / Jornal Gazeta do Povo).
Crise Mundial favorece milho brasileiro
Entre os principais produtores de milho mundiais, o Brasil é o que apresenta as melhores condições de aumentar as exportações.
Entre os principais produtores de milho mundiais, o Brasil é o que apresenta as melhores condições de aumentar as exportações e, consequentemente, sua participação no abastecimento internacional do grão. Esse foi o balanço do debate entre autoridades internacionais no assunto, que se reuniram no I Fórum Internacional da Economia do Milho, que aconteceu ontem (16) na AgroBrasília 2009.
Responsáveis por 40% do volume de milho produzido no mundo, os Estados Unidos não têm mais área livre para aumentar a produção, segundo dados do USDA apresentados no Fórum e já estão próximos ao pico de produtividade. A China, por sua vez, segundo produtor mundial, consome tudo o que produz e já começa a importar. Milhocultores da Argentina, outro tradicional exportador do grão, no momento, veem mais vantagens no cultivo da soja, o que está dificultando a ampliação da área cultivada com milho.
"Sobra o Brasil, que possui área, tecnologia e vontade do produtor", analisa Odacir Klein, presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho). Segundo ele, falta apenas incentivo ao produtor brasileiro. "O produtor precisa de financiamento para plantar milho, e isso é resultado de políticas públicas que estimulem a milhocultura", defende.
Ao lado da entidade, estiveram presentes no Fórum a adido agrícola Estados Unidos na embaixada americana, Julie Morin, o pesquisador João Carlos Garcia, da Embrapa Milho e Sorgo, e Pablo Adriani, da AgriPAC Consultores SRL, da Argentina. De acordo com Morin, apenas entre 15% e 20% do milho americano são destinados à exportação, e esse cenário deve assim permanecer devido à crise.
Segundo Adriani, a crise mundial não afetou o consumo de alimentos. "O que diminuiu foi o consumo de automóveis, de petróleo e combustíveis, de telefones, de imóveis e de tecnologia. A necessidade de alimentos permaneceu, se não aumentou" , raciocinou. Em relação ao mercado de milho, segundo ele, a tendência foi a mesma, puxada sobretudo pela produção de etanol (especialmente nos EUA) e proteína animal.
João Carlos Garcia seguiu argumentação semelhante para explicar os principais destinos do milho brasileiro: frangos e suínos. Para ele, o país precisa integrar o que há de melhor em logística, armazenamento, distribuição e tecnologia para garantir a qualidade do milho e custos competitivos. "O próximo passo da produtividade é a tecnologia", afirmou.
"Milho é um insumo fundamental praticamente em todo o mundo", completou João Carlos Werlang, presidente institucional da Abramilho e um dos idealizadores da feira. "Existe demanda interna e externa para o milho brasileiro. A crise não afetou essa demanda, mas trouxe a dificuldade de financiamento, e é isso o que devemos solucionar", concluiu. As informações são da assessoria de imprensa da Abramilho.
(Agrolink)
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