sexta-feira, julho 31, 2009

Horta doméstica High Tech desenvolvida pela NASA

Achei no blog da Globo Rural um post sobre uma invenção da NASA que possibilita a produção de pequenas hortas em casa no estilo hightech:

Horta futurista
Qua, 29/07/09 por Mariana Caetano

Um equipamento que permite o cultivo de uma espécie de “mini-horta”, desenvolvido por cientistas da Nasa, é uma alternativa para quem mora em apartamento ou numa casa pequena mas deseja manter um cantinho verde – ou até mesmo cultivar o próprio alimento.

A máquina, produzida comercialmente pela empresa norte-americana Prepara, lança nas raízes das plantas centenas de pequenos jatos contendo nutrientes – o que, segundo os cientistas, proporciona o crescimento do vegetal em um ritmo mais acelerado que o normal. A técnica é conhecida como aeroponia, e foi projetada pela Agência Espacial Norte-Americana para ajudar astronautas a consumir alimentos mais saudáveis durante as missões.

“Os vegetais começam a brotar em cinco dias, em média. No cultivo tradicional espera-se até 120 dias para que a planta cresça. Com nossa máquina, são cerca de 90 dias. No verão, com mais luz no ambiente, esse tempo pode ser diminuído para cerca de 60 dias”, afirma Anthony Freedman, diretor comercial da Prepara.

O invento, chamado de “Power Plant” (algo como “Super Planta”, numa tradução aproximada para o português), está disponível em dois tamanhos. O menor, com 15 centímetros de altura e 20 centímetros de comprimento, é ideal para o plantio de ervas e flores. O maior é indicado para o cultivo de vegetais de grandes proporções e até frutas.

A loja virtual brasileira Inovamundi, que oferece o produto menor por R$ 241, preparou um vídeo com instruções de funcionamento.


domingo, julho 26, 2009

Quanta água é necessária para a produção de alimentos?

O consumo de água na produção agrícola é um assunto em pauta nos últimos tempos e encontrei no Blog da Globo Rural uma postagem sobre este tema que coloco abaixo. Apesar dos altos valores, o homem com a tecnologia agrícola pode diminuir consideravelmente estes consumos.

Para maiores informações, pode-se consultar a notícia do The Guardian com o título traduzido "O custo escondido de nossos alimentos e bebidas "de onde também tirei as figuras com legendas em inglês:

A pegada da água
Qui, 23/07/09 por Mariana Caetano

Você sabia que para se produzir uma xícara de café são necessários 140 litros de água? E que para um quilo de bife bovino, quase 16 mil litros de água são utilizados? Pois é, apesar de não muita divulgada, a pegada da água (ou “water footprint”, como é chamada em inglês), que é a quantidade de água não mencionada no processo de produção de alimentos, vem ganhando cada vez mais destaque.

Dois grupos do Reino Unido, o Food Ethics Council e o Sustain, estão pressionando o governo para que um selo da pegada da água seja colocado em diferentes alimentos. A sugestão é que ele seja na forma de “litro de água por quilo de produto”, para que o consumidor saiba o quanto é gasto do precioso líquido. A ideia do selo é levar as pessoas a pensaram sobre o desperdício de água, intensificando o combate ao problema.

Confira uma comparação de consumo de água na produção de alimentos, elaborada pelo diário britânico The Guardian. (Nota do blog: as figuras encontram-se no final e das 9 postadas no blog, foram adicionadas trigo, açúcar, milho e carneiro).

A pegada da água surgiu em 2002, e segue a mesma linha de duas outras pegadas: a ecológica, que mede em hectares quanto uma pessoa ou população necessita para produzir os recursos que consome, e a de carbono, que mede a quantidade de gás carbônico produzida por nós, durante a vida.














quarta-feira, julho 22, 2009

TI e agronegócio - Notícias recentes

A introdução da TI (Tecnologia da Informação) é algo fundamental ao agronegócio, pois em muitos casos ela possibilita ganhos tecnológicos e gerenciais às cadeias produtivas. Encontrei nesta semana três notícias relativas ao assunto que considerei interessante.

A primeira delas mostra a percepção do governo sobre a importância da disponibilização de internet banda larga em áreas rurais, algo fundamental para a melhor utilização da TI.

A segunda mostra a importância do rastreamento na cadeia da carne e a última fala sobre o desenvolvimento de ferramentas computacionais para os produtores de café em MG.

As fontes destas notícias são o site Notícias Agrícolas, para a notícia 1 e notícia 2 e o Portal do Agronegócio para a última:

Governo quer internet banda larga em toda área rural até 2014

O Ministério das Comunicações publicará nas próximas semanas portaria instituindo o Programa Nacional de Telecomunicações Rurais. Com isso, abrirá caminho para a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) licitar frequências para as empresas oferecerem telefonia celular e internet banda larga nas áreas rurais.

De acordo com a minuta da portaria, divulgada nesta terça-feira pelo ministro Hélio Costa, uma das condições para que as empresas comprem as frequências é que elas ofereçam os serviços em toda a área rural de sua prestação em cinco anos. O documento determina ainda o início do atendimento já em 2010.

As empresas terão ainda que atender gratuitamente os usuários de todas as escolas públicas rurais. De acordo com o ministro, a ideia é vender as frequências a preços mais baixos para que as empresas possam atender os requisitos.

Costa disse, no entanto, que o governo não oferecerá desoneração tributária para tornar a licitação mais atraente. "Não vejo a menor chance de reduzir tributos enquanto não houver redução de tarifas", completou. (Folha de S. Paulo)

Rastreamento pode ir além da pecuária
Pequenos produtores já começam a adotar sistemas de rastreabilidade da produção de alimentos como frutas, verduras e pescados

Os recentes acontecimentos envolvendo a cadeia de produção da carne, como o embargo das redes de varejo aos produtos vindos de áreas de desmatamento, colocaram o tema do rastreamento de alimentos na ordem do dia. Agora, uma nova tendência que surge é de que os sistemas de verificação de origem sejam ampliados para outras cadeias produtivas, como de frutas, legumes, pescados e frutos do mar. A adoção de sistemas de rastreabilidade pode ser uma ferramenta para aumentar os ganhos de pequenos produtores e estimular iniciativas de comércio justo.

É o que aponta O Livro Verde de Rastreamento, obra de autoria do engenheiro Thomas Eckschmidt, lançada este mês pela Varela Editora. Eckschmidt é sócio da Pari Passu Aplicativos, empresa que desenvolveu um software de rastreamento voltado especialmente para pequenos produtores e cooperativas agrícolas.

Ex-executivo da área de finanças, Eckschmidt passou 15 anos viajando por mais de 20 países, ajudando empresas a fazerem gestão de fluxo de caixa. Viu o impacto que embargos comerciais causados por eventos como a doença da vaca louca, no início da década, causaram nos negócios de pequenos produtores rurais. "Muitos quebraram porque não tinham acesso a informações sobre novas barreiras comerciais e sanitárias, em um mercado que já vinha se globalizando", diz.

Hoje, segundo Eckschmidt, as demandas sobre os produtores de alimentos estão crescendo. "Além de qualidade e segurança, os produtores estão sendo questionados sobre os aspectos socioambientais da produção: se envolveu trabalho infantil ou escravo, ou danos ao ambiente." O desafio é convencer os produtores de que o investimento em rastreabilidade pode trazer ganhos de mercado.

"O consumidor brasileiro ainda não exige essa informação, como o europeu. Mas a velocidade com que as notícias circulam nas redes sociais já faz com que um novo perfil de consumidor, mais consciente, seja moldado."

Grandes redes varejistas já estão apostando na tendência. É o caso do Pão de Açúcar, que investiu R$ 3 milhões na rastreabilidade dos fornecedores de hortifrúti. O Wal-Mart concentrou esforços na rastreabilidade da cadeia da carne e manteve o embargo aos frigoríficos do Pará. "Só vamos comprar carne da região quando os frigoríficos apresentarem um sistema de rastreamento que seja confiável", diz Daniela de Fiori, gerente de sustentabilidade do Wal-Mart. (O Estado de S. Paulo)

Computação agrícola
Até meados de 2010 a Cooxupé, testará novas ferramentas computacionais que estão sendo desenvolvidas por uma pesquisa conjunta entre as áreas de computação e ciências agrárias

Até meados de 2010 a Cooperativa de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), que tem cerca de 11 mil associados, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais, testará novas ferramentas computacionais que estão sendo desenvolvidas por uma pesquisa conjunta entre as áreas de computação e ciências agrárias no âmbito do Instituto Virtual de Pesquisas FAPESP-Microsoft Research.

Coordenado pela professora Claudia Maria Bauzer Medeiros, do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o projeto “eFarms, uma estrada de mão dupla de pequenas propriedades rurais para o mundo em rede” foi um dos selecionados na primeira chamada do convênio, em 2007.

O eFarms já conta com vários módulos funcionando, disponibilizados pela internet. Outros ainda estão em fase preliminar e serão integrados ao longo de 2009 e 2010. A Cooxupé testará as soluções que estão sendo desenvolvidas para que, até meados de 2010, sejam levadas para propriedades rurais indicadas pela cooperativa.

Claudia tem desenvolvido trabalhos conjuntos com pesquisadores de ciências agrárias desde 1996. “Com o edital do Instituto Virtual de Pesquisas FAPESP-Microsoft Research vislumbrei a oportunidade de realizar pesquisa em computação e em ciências agrárias, combinando os resultados de modo a apresentar soluções inovadoras para problemas reais”, disse à Agência FAPESP.

O projeto eFarms consiste na especificação e no desenvolvimento de ferramentas de software – para acessar bancos de dados heterogêneos – e de redes sem fio de baixo custo de implantação, para comunicação de dados entre pequenas propriedades rurais, permitindo, inclusive, acesso à internet.

Com os softwares se pretende facilitar simulações, gerenciamento de dados e execução de modelos, sempre visando a apoiar pequenos proprietários rurais em decisões na área de planejamento e acompanhamento de safra.

Com as redes, o objetivo é interligar propriedades rurais à cooperativa, com acesso à internet. Será possível a cada proprietário cruzar dados relativos à sua propriedade com características de clima, produção ou variações meteorológicas captadas por sensores (desde microssensores instalados nas propriedades até dados fornecidos por satélites).

O cruzamento de informações permitirá aos agricultores e cooperativas acompanhar a evolução da safra para aprimorar as atividades do ciclo de vida de culturas, desde a decisão do que plantar, onde, como e quando, até estratégias para organizar a colheita.

“Muito do que estamos fazendo é também inédito em outros países, pela combinação de dados de sensores a imagens de satélites, e pelas características dos usuários que queremos atender”, explicou Claudia, que membro da coordenação da área de Ciência e Engenharia da Computação da FAPESP.

Estudo multidisciplinar

Do lado de pesquisa em computação, o grupo tem que lidar com a questão de tratamento de vários tipos de dados – principalmente de sensores – e sua integração. De parte da pesquisa em ciências agrárias existe, por exemplo, a necessidade de desenvolver novos modelos matemáticos de previsão de safra e monitoramento de culturas com sensores.

“Se combinarmos esses dois problemas, que são alvo de pesquisa de ponta em nível mundial, temos uma questão muito interessante: a especificação de modelos que sejam baseados em dados de sensores, enquanto que grande parte dos modelos utiliza outros tipos de dados. Ao mesmo tempo, estamos atendendo demandas de relevância social, neste caso, de pequenos proprietários rurais”, disse Claudia Bauzer Medeiros.

A parte relativa a redes de sensores exige um grande trabalho de engenharia para sua implantação. Os sensores foram inicialmente testados em laboratório para, em seguida, serem levados a ambientes externos. Agora, estão sendo montadas várias pequenas redes, que enviam dados de vários locais da Unicamp para um computador central, que os retransmite para outros computadores.

Tudo isso está sendo feito com uso de tecnologia sem fio, o que também é um desafio – muitos projetos envolvendo sensores usam simulações pela dificuldade de instalação.

Na fase em que o eFarms será levado para teste em propriedades rurais indicadas pela cooperativa, surgirão novos desafios associados a problemas de ligação de rede sem fio, tendo em vista, por exemplo, dificuldades de relevo, altura da plantação e visibilidade entre propriedades.

Esses desafios exigirão medições demoradas em campo, para planejamento de colocação adequada de antenas. Nos experimentos realizados na Unicamp foram feitas medições desse tipo, em uma plantação de milho, para verificar a influência das plantas nos sinais.

A partir dessa experiência será possível testar efetivamente toda a parte de infraestrutura em uma plantação de café e verificar o desempenho de comunicação de dados entre fazenda e cooperativa.

A parte de software funciona independentemente dessa migração. “Do ponto de vista de pesquisa em computação, estamos obtendo resultados muito bons, por exemplo, com novos algoritmos de processamento de imagens de satélite e de análise de séries temporais”, explicou Claudia.

O grupo que está desenvolvendo o trabalho no eFarms é composto de uma equipe multidisciplinar das áreas de computação (bancos de dados, processamento de imagens, redes de computadores e integração de sistemas) e ciências agrárias (sensoriamento remoto, agricultura de precisão e ciência dos solos).

O eFarms atua em três eixos: pesquisa (com os resultados tradicionais associados), formação de recursos humanos de qualidade (que aprendem a trabalhar com metodologias e vocabulário de grupos de pesquisa distintos) e desenvolvimento de infraestrutura de redes sem fio em vários níveis. Mais informações sobre o eFarms: http://proj.lis.ic.unicamp.br/efarms.

A coordenadora do eFarms será uma das convidadas de um painel que debaterá “Computação e Agricultura” durante o Seminário sobre Computação na Universidade, um dos eventos do 29º Congresso da Sociedade Brasileira de Computação. O congresso, que tem início nesta segunda-feira (20/7), em Bento Gonçalves (RS), terá a participação da FAPESP entre os expositores. O painel está programado para as 14 horas desta terça-feira (21/7). (Agência FAPESP)

sábado, julho 18, 2009

Quais frutas são genuinamente brasileiras?

Encontrei no site da revista Mundo Estranho, uma nota sobre as frutas brasileiras e o interessante é que apesar de algumas serem amplamente cultivadas por aqui, são nativas de outras regiões.

Que frutas são originais do Brasil?

por Luís Joly

Estima-se que existam pelo menos 312 frutas tipicamente brasileiras. E isso porque muitas frutas tidas como "a cara do Brasil", como a banana e a laranja, não são naturais de terras brasileiras. "Mas, apesar do número impressionante, apenas seis frutas brasileiras são cultivadas comercialmente em grande escala", diz o engenheiro agrônomo Harri Lorenzi, co-autor do livro Frutas Brasileiras Exóticas e Cultivadas (confira quais são as seis frutas aqui ao lado). A lista de frutas brasileiras não comerciais tem nomes que você provavelmente nunca ouviu falar, como banana-de-macaco, marôlo, araticum-cagão, taperebá, cariota-de-espinho, pau-alazão, marajá e fruta-de-ema, entre outras. Algumas dessas frutas exóticas são registradas fora do Brasil, o que não anula a originalidade verde-amarela, mas deixa o país de fora de eventuais ganhos monetários relacionados ao comércio da fruta. Há ainda as frutas extintas, como o oiti-da-baía, umas das favoritas do imperador dom Pedro II, que hoje não existe mais.

Segredo da cachaça de Salinas é geográfico

Parece que a localização geográfica de Salinas lhe garante uma cachaça de melhor qualidade. Isto pode ser lido na notícia abaixo que encontrei no site do Canal Rural:

Qualidade da cachaça de Salinas é atribuída a condições geográficas

Minas Gerais deverá ter Museu da Cachaça a partir de 2010

Os especialistas dizem que pelo sabor se escolhe uma boa pinga. Mas reforçam que a origem da bebida também conta. Da cidade de Salinas, no Vale do Jequitinhonha, no interior de Minas Gerais, vêm as cachaças artesanais mais vendidas e mais caras do país, segundo distribuidores do próprio Estado e do Rio de Janeiro.

Famoso no sertão mineiro, o produto atrai todos os anos distribuidores de vários estados para o Festival Mundial da Cachaça, com a oitava edição marcada para este final de semana. O sucesso da feira aumenta a cada ano e é atribuído à qualidade das pingas salinenses. Este ano, o evento deve movimentar até R$ 3 milhões.

Muitos atribuem o sabor da pinga de Salinas ao solo fértil (que não precisaria de adubo), à fermentação e ao processo de envelhecimento. De acordo com a Associação de Produtores de Cachaça de Salinas (Apacs), vários fatores fazem da cidade líder no segmento.

– Pesquisas mostram que algumas leveduras [fungos responsáveis pela fermentação] diferenciam nosso produto. Também tem a questão do Sol, devido à altitude das nossas terras, onde estão os canaviais, e até mesmo a composição do solo – avalia o presidente da Apacs, Nivaldo Gonçalves.

Dono de umas das marcas mais tradicionais da região, a Havana, Oswaldo Santiago diz que o produto não tem segredo. Desde a década de 40 a cachaça é produzida com as mesmas técnicas e é uma das mais caras do Brasil (custa entre R$ 300 e R$ 700). Para Santiago, o mistério está mesmo na terra.

– O nosso segredo é asseio, asseio, asseio. Cuidado com os depósitos, com o canavial, com o envasamento e o armazenamento, de mais de dez anos. Mas a qualidade do solo influi, da cana influi. Na verdade, tudo aqui influi – disse o proprietário da Havana, declarada patrimônio imaterial de Salinas em 2006.

Representante de um dos maiores fabricantes individuais de pinga artesanal do país, Renata Rodrigues, da Seleta, confirma que a qualidade da bebida salinense está ligada ao cuidado com a produção e às condições do clima e do solo. A Seleta custa entre R$ 10 e R$ 30 e está entre as pingas mais vendidas.

– Acho que [o segredo] está na localização geográfica. Existe até um estudo sobre isso. Querem ver, por exemplo, por que no norte a cachaça sai de um jeito e, no sul, num raio de 40 quilômetros de diferença, a cachaça sai de outro – comentou Renata.

Para pesquisar o assunto, a cidade criou o primeiro curso de nível superior em tecnologia da cachaça, oferecido temporariamente pelo Instituto Federal de Educação Tecnológica (Ifet). A primeira turma se forma no final de 2009.

Para divulgar informações sobre a origem da bebida, que se confunde com a própria história do município, está sendo construído o Museu da Cachaça, uma iniciativa da prefeitura em parceria com o governo estadual. O prédio e o acervo devem ser entregues em 2010. (AGÊNCIA BRASIL)

sexta-feira, julho 17, 2009

Vale na concorrência pela aquisição da Mosaic

A Vale está querendo entrar no mercado de fertilizantes. E parece que quer entrar firme...

A notícia abaixo do Estadão mostra o interesse pela aquisição da Mosaic, uma das grandes do setor. Entretanto, a briga não será fácil, pois a concorrente é somente a BHP Billinton. Esperemos pelo desfecho da história:

Vale estuda oferta de US$ 25 bi pela fabricante de fertilizantes Mosaic

Depois de gastar US$ 850 milhões este ano com a compra de ativos de potássio - matéria-prima para a fabricação de fertilizantes - na Argentina e Canadá, a Vale continua mirando o setor. Segundo fontes de mercado, a mineradora brasileira se prepara para entrar na briga pela Mosaic, empresa controlada pela Cargill e pela IMC Global, duas líderes no segmento de agronegócio.

O negócio é avaliado em cerca de US$ 25 bilhões, cifra que embute um prêmio de controle sobre o atual valor de mercado da companhia, de quase US$ 20 bilhões, pelas ações listadas na Bolsa de Valores de Nova York. Também estaria no páreo a principal concorrente da Vale, a mineradora anglo-australiana BHP Billiton, a primeira no ranking mundial.

Com sede em Minnesota, nos Estados Unidos, a Mosaic é a maior produtora de fosfato e uma das maiores produtoras mundiais de potássio. Empresa de capital aberto, a Mosaic surgiu de uma união entre a Cargill Fertilizantes e a IMC Global. A empresa tem unidades de produção nos Estados americanos da Flórida, Louisiana, Michigan e Novo México, além de quatro minas de potássio no Canadá.

Em 2008, o grupo de fertilizantes - que atua em mais de 40 países - contabilizou uma receita líquida superior a US$ 9,8 bilhões, com US$ 11,8 bilhões em ativos investidos. Em sua página na internet, a companhia informa que detém ainda importantes participações acionárias em fabricantes de fosfato no Brasil e na China.

INTERESSE

Desde ano passado, a Vale vem sinalizando o interesse de entrar mais pesado no segmento de produção de fertilizantes. A mineradora até chegou a analisar a compra da Cibrafértil, uma das quatro divisões do grupo Paranapanema.

O presidente da mineradora, Roger Agnelli, já destacou que o foco no setor tem como pano de fundo o crescimento da demanda mundial por alimentos, que vai exigir uma produção maior de minerais usados na indústria de fertilizantes, como potássio e fosfato.

A Mosaic, para a qual a mineradora volta agora suas atenções, possui no Brasil 62% do controle da Fospar, empresa produtora de fertilizantes e que possui também operações portuárias, com terminal em Paranaguá, no Paraná; 45% da Indústria de Fertilizantes de Cubatão (IFC), que opera serviços de mistura e distribuição de fertilizantes; e 19,92% de participação direta e indireta na Fosfertil, maior produtora nacional de matérias-primas fosfatadas e nitrogenadas.

No Brasil, a Vale já explora potássio na mina de Taquari-Vasssouras, em Sergipe. No exterior, a companhia desenvolve um projeto de produção de fosfato em Bayóvar, no norte do Peru. A mina peruana, cuja concessão foi adquirida pela mineradora brasileira em leilão em 2005, vai produzir 3,9 milhões de toneladas anuais de fosfato, e tem previsão de entrar em operação no primeiro semestre de 2010. Os investimentos são estimados em US$ 479 milhões.

A Vale possui ainda os dois depósitos comprados este ano da Rio Tinto e que também estão em fase de maturação. O ativo na Argentina fica localizado em Neuquém, na Argentina, e prevê, além da mina, a construção de um ramal ferroviário de 350 quilômetros, um porto e uma usina de geração de energia. O depósito no Canadá está localizado na província de Saskatchewan.

Procurada, a Vale não se pronunciou sobre o assunto. Já a Cargill do Brasil informou que essa questão seria de responsabilidade da matriz nos Estados Unidos. (Fonte: Estadão).

domingo, julho 05, 2009

B4 poderá fazer Brasil economizar quase US$ 1 bi

Devido à importação de parte do diesel consumido aqui no Brasil, o aumento da quantidade de biodiesel adicionado ao diesel de 3% para 4% (B4) pode fazer com que o país economize reservas, porém devemos ver a que preço este biodiesel será produzido. A notícia abaixo foi publicada na semana passada no Portal do Agronegócio:

Mistura de 4% de biodiesel vai gerar economia de US$ 900 milhões
A mistura de 4% de biodiesel ao óleo diesel comercializado em todo o país começa a ser obrigatória a partir desta quarta-feira 1º/07

A mistura de 4% de biodiesel ao óleo diesel comercializado em todo o país começa a ser obrigatória a partir desta quarta-feira (1°). A expectativa é que sejam economizados cerca de US$ 900 milhões por ano com a redução das importações de óleo diesel em função do uso de maior volume de biodiesel.

Estudo feito pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) aponta que cada litro da nova mistura reduz em 3% a emissão de gás carbônico. Assim, estima-se uma diminuição anual de 1,2 milhão de toneladas nas emissões.

Com a adição de 4% de biodiesel ao diesel, a estimativa é que sejam consumidos 925 milhões de litros de biodiesel no segundo semestre deste ano. De janeiro a junho, com o B3 (3% de biodiesel), o consumo estimado foi de 615 milhões de litros de biodiesel.

A demanda anual de biodiesel, com o B4, será de 1,72 bilhão de litros, incremento de 33% frente ao 1,29 bilhão demandado com o B3 ao longo de 2008.

A obrigatoriedade do B4 é um forte indício de que a intenção do governo em antecipar o B5 de 2013 para 2010 será mesmo feita. (Folha Online)

Diplomatas para ajudar o agronegócio

No site MundoAgro da Exame encontrei a notícia abaixo que trata da preparação de diplomatas para dar suporte às demandas comerciais internacionais do agronegócio brasileiro. Sempre é bemvinda a entrada de novas "forças" para os embates que existem neste mundo cada vez mais protegido.

Diplomatas no campo

Na próxima semana, começa o primeiro treinamento de diplomatas brasileiros em temas do agronegócio. Promovido pelo Ministério da Agricultura em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, o programa levará profissionais que ocupam postos estratégicos em países da África, Américas, Europa, Ásia e Oriente Médio para conhecer propriedades rurais e agroindústrias, como frigoríficos, laticínios e usinas de etanol. Em duas semanas, os diplomatas passarão por municípios de Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, São Paulo e Paraná. A ideia do Ministério da Agricultura é que esses profissionais ajudem a solucionar problemas burocráticos que o Brasil enfrenta no comércio exterior.

A iniciativa - obviamente louvável - é uma reivindicação antiga do setor rural. Associações e empresários que lidam com as embaixadas brasileiras diziam que era assustadora a falta de conhecimento da chancelaria em relação ao agronegócio nacional. Só para se ter uma idéia os diplomatas brasileiros que estavam envolvidos nas disputadas do açúcar e do algodão na Organização Mundial do Comércio foram orientados por advogados americanos e europeus (pagos pelas respectivas associações de produtores) que conheciam os meandros da legislação internacional. Se o pelotão da diplomacia brasileira não tem conhecimento sobre o agronegócio nacional (e são eles que tocam o dia a dia das embaixadas), quem irá defender a produção agrícola brasileira na batalha do comércio global?

sábado, julho 04, 2009

Análise das principais commodities - 2º Trimestre

Continuando a análise iniciada no post "Análise das principais commodities - 1º Trimestre" realizada a partir da tomada diária das cotações dos 5 mais importantes setores do agronegócio brasileiro. Com base nestes valores foram criados um índice para cada setor: Sucro, Soja, Boi, Café e Milho e um índice que leva em conta todos os índices anteriores que foi chamado de Índice Composto.

A determinação de cada índice e do Índice Composto encontra-se detalhada no post do 1º trimestre.

Os resultados para os índices encontram-se no gráfico abaixo:

Neste gráfico podemos observar que tanto a soja quanto o açúcar tiveram crescimento substancial no período, puxando para cima o Índice Composto devido ao grande peso destas commodities. O café e milho tiveram crescimento na mesma época porém seguida de uma baixa durante todo o mês de junho. As cotações do boi mantiveram-se constantes durante todo o período.

Visando entender um pouco melhor cada commodity seguem abaixo os gráficos com os valores médios mensal para cada cotação das cinco commodities:

Na soja, ambas cotações (CBOT e BM&F) tiveram crescimento a partir de abril e o mesmo comportamento se observa com relação ao milho. Com relação ao café, os mercados de NY e SP tiveram crescimento, porém com grande queda no mercado de Londres.

Na outra commodity com crescimento no período, setor sucroalcooleiro, podemos verificar que nos mercados em bolsa: NY, Londres e BM&F o açúcar teve crescimento expressivo em todos os meses, porém nas cotações locais avaliadas pelo CEPEA, açúcar cristal e álcool, ocorreu queda ou manutenção. Os valores para o álcool ainda estão muito baixos comparados aos valores iniciais.

Para finalizar, podemos verificar que tanto as cotações de boi gordo quanto de bezerro mantiveram-se constantes no período.

Fica como conclusão final, que apesar da crise internacional, alguns preços de commodities estão crescendo principalmente o açúcar e soja.

Ações do Agronegócio - Análise do 2º Trimestre

Dando continuidade à análise iniciada em "Ações do Agronegócio - Análise do 1º Trimestre" segue abaixo a análise do segundo trimestre iniciado em abril.

Com relação às bolsas analisadas (Bovespa e NYSE) podemos verificar na figura abaixo que o desempenho da Bovespa continuou positivo chegando a ultrapassar o nível de 140 ficando nesta região no final do período. Devemos lembrar que no início do trimestre, ela encontrava-se em 110. Isso mostra o crescimento espantoso deste trimestre. Já não podemos observar isso na NYSE onde apesar da recuperação, com valor em abril de 90, o crescimento foi pequeno e ainda o valor não atingiu o valor inicial de 100.

Até em virtude da grande ascenção do IBovespa, podemos verificar que as ações recomendadas pela Exame (IExameAgro) apesar da boa recuperação, não conseguiu retornar ao valor relativo do início do ano. As demais ações escolhidas do agronegócio brasileiro (IAgroBovespa) tiveram um desempenho parecido ao IExameAgro porém devido ao seu maior valor inicial em abril, cerca de 10 pontos superior, manteve um desempenho melhor, ou seja, como conclusão podemos dizer que o crescimento da Bovespa foi aproveitado pelos dois conjuntos de ações de maneira muito parecida. No mercado de NY, o índice oscilou entre 95 e 105 não mostrando nenhuma tendência. O gráfico abaixo mostra estes comportamentos:
Ao analisarmos individualmente as ações da Bovespa (gráfico abaixo), podemos verificar que as ações componentes do IExameAgro tiveram todas um desempenho muito parecido com relações aos valores médios enquanto que no IAgroBovespa apareceram algumas estrelas: Marfrig e São Martinho que mostraram excelentes desempenhos:
Enquanto isso em Wall Street, apenas duas ações (International Paper e ConAgra) tiveram resultados melhores que 120, ficando as demais em valores muito próximos ao Dow Jones, conforme mostrado na figura abaixo:
Como conclusão final do estudo para o primeiro semestre fica que investir no agronegócio brasileiro é muito melhor que no agronegócio americano.

sexta-feira, julho 03, 2009

Acaba o viva-voz na BM&FBovespa

Acabou na quarta-feira o pregão viva-voz na BM&FBovespa. Somente serão realizados negócios eletrônicos a partir desta data. Eu, que nunca tive a oportunidade de conhecer um pregão, fico triste, pois tinha a intenção em ver aquela agitação algum dia. Segue abaixo notícia do Canal Rural:

Bolsa de São Paulo passa a operar apenas por meio do pregão eletrônico
Espaço do pregão viva voz da BM&FBovespa vai ser totalmente reformulado

A partir do dia 1º de julho, todas as operações na BM&FBovespa envolvendo contratos derivativos referenciados em ativos financeiros e commodities do segmento BM&F passarão a ser realizadas exclusivamente por meio do sistema eletrônico. Em junho, esse sistema já respondeu por mais de 98% do total de 22 milhões de contratos negociados neste segmento.

Nos próximos meses, o espaço onde funciona o pregão de viva voz será totalmente reformulado. O local passará a integrar o circuito de visitação pública da Bolsa, que já conta com o Espaço BM&FBovespa, onde os visitantes recebem informações sobre educação financeira e o funcionamento dos mercados de ações e derivativos. Também serão centralizadas no novo espaço as atividades de auto-regulação da Bolsa.

Reconhecendo a relevância do papel desempenhado pelos operadores e auxiliares do pregão de viva voz no desenvolvimento dos mercados, a BM&FBovespa criou dois programas voltados aos profissionais que exerceram estas atividades durante o ano de 2009. O Programa de Desenvolvimento Profissional oferecerá a oportunidade de aprofundamento do conhecimento sobre mercado de capitais, com a concessão gratuita de vagas em cursos presenciais, semipresenciais e à distância promovidos pelo Instituto Educacional BM&Fbovespa. Já o Programa de Incentivo concederá a esses profissionais desconto na taxa de emolumentos para operações realizadas na Bolsa, em ambos os segmentos, por um período de 24 meses, a partir de 01/07/09.

A migração total do pregão de viva voz para o sistema eletrônico é uma opção do mercado e consolida no Brasil a tendência mundial de avanço dos processos tecnológicos de negociação, que vem ocorrendo ao longo das duas últimas décadas. O sistema eletrônico possibilita a ampliação das formas e da qualidade de acesso dos investidores nacionais e estrangeiros aos produtos oferecidos pela Bolsa brasileira.

De acordo com o plano de evolução do ambiente de negociação da BM&FBovespa, até o final de 2009 serão oferecidos aos investidores três níveis diferenciados de acesso direto ao mercado (DMA, na sigla em inglês), incluindo o co-location, serviço que permite ao investidor colocar o próprio computador dentro das instalações da Bolsa. Também será criada uma interface única de negócios, que permitirá ao cliente final operar nos segmentos BM&F e Bovespa em uma única tela.

O sistema eletrônico foi implantado no segmento BM&F em 2000, com a negociação de pouco mais de 3% dos contratos, naquele ano. Em 2006, superou o pregão de viva voz, encerrando o ano com 57,59% dos contratos negociados. Em 2007, teve início o processo de negociação simultânea (side-by-side), que oferece a possibilidade de negociar produtos em horários similares tanto no pregão eletrônico quanto no de viva voz. O percentual de participação do eletrônico subiu, então, para 72,95%. Também em 2007, foi alcançada a marca de 2 bilhões de contratos negociados

Plano Real - A base foi o agronegócio

Ontem o Ministro Reinold Stephanes assumiu que foi a agricultura que pagou o preço do Plano Real, algo que todos já sabíamos. A notícia abaixo foi encontrada no Canal Rural:

Stephanes diz que produtor rural pagou um preço alto pelo plano real
Ministro afirmou que parte do endividamento agrícola vem da época de implantação da moeda

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou nesta quarta, dia 1º, que o real foi um grande avanço, mas que o produtor do campo pagou “um preço” com o plano.

Para ele, depois de tantos planos de combate à inflação, é indiscutível que as medidas adotadas foram bem feitas, bem conduzidas e administradas, mas a agricultura, considerada a “âncora verde da plano real”, foi obrigada a manter preços baixos para não pressionar a inflação.

A consequência, na opinião do ministro, foi que nos três anos seguintes à implantação do plano a produção diminuiu, numa época em que não havia um mercado de excedentes e grande parte da produção terminava sendo consumida internamente.
Stephanes afirmou que parte do endividamento agrícola vem daquela época, mesmo considerando os problemas climáticos.

— Os preços caíram muito e aí o agricultor, embora recebesse crédito abundante, não tinha como devolver esse crédito depois — afirmou o ministro.
Ele lembrou que, para rolar a dívida, o agricultor tomava novo empréstimo e se endivida mais.

Stephanes fez questão de deixar claro que o plano foi positivo, pois nos anos seguintes o fato de não haver inflação permitiu planejar ações, o que mudou o panorama, principalmente para “os pequenos” tanto assalariados quanto produtores agrícolas.

— Sabemos que quem pagava o preço pela inflação eram os assalariados, os que tinham menor poder de renda. Isso aconteceu também com a pequena agricultura, com aqueles que não tinham a menor condição de comercializar a produção e acabavam pagando um preço muito alto por causa da inflação — defendeu.

O ministro lembrou que nos anos seguintes ao lançamento do plano, a agricultura passou a ter desempenho cada vez melhor e o agronegócio se desenvolveu com velocidade e maior eficiência. Essa nova realidade permitiu mensurar melhor os custos de produção, os ganhos e a renda, o que era praticamente impossível durante o período de alta inflação.

Quando à valorização do real frente ao dólar, o ministro não credita apenas à força da moeda brasileira. Para ele, o real se mantém uma boa posição porque os fundamentos da economia estão bem e isso faz com que os investidores tenham mais confiança e vejam o Brasil como uma das grandes opções.

— Isso faz com que o dólar se deprecie em relação ao real [com mais dólares na economia]. Então, não é só o fato de o real ser uma moeda boa e forte — concluiu Stephanes.(AGÊNCIA BRASIL)