sábado, abril 17, 2010

Energia solar ou biomassa? Veja duas aplicações

Ao ler a edição de terça-feira passada (13 de abril) do Brasil Econômico me deparei com uma foto na seção Encontro de Contas que mostra uma área gigantesca com painéis solares.

Abaixo da imagem tinha um texto onde dizia o texto que coloco abaixo, abrindo aspas:

Energia que não acaba mais

Foi inaugurado em Hasborn, na Alemanha, o maior sistema de energia solar do mundo. São cerca de 147 mil placas, espalhadas por uma área de 40 hectares, que vão fornecer energia para aproximadamente 3.400 famílias.

Construído com a ajuda da companhia PowerLight, o sistema tem potência de 10 megawatts. Além das placas, o complexo também tem moinhos de vento.

A Alemanha é o país número um no mercado mundial de energia solar e representa 55% da produção de eletricidade solar global. O país é considerado o mais bem sucedido em mecanismo de incentivo às fontes renováveis de energia.

Consegui na internet no site CicloVivo as figuras que encontram-se abaixo que mostram este sistema.



O interessante de tudo é que uma área gigantesca dessas tem uma potência muito pequena quando comparamos às utilizações de biomassa para produção de energia elétrica em termoelétricas.

Somente para comparação, a união da CPFL com o Grupo Pedra Agroindustrial irá produzir 145 MW, ou seja, quase 15 vezes mais energia. Abaixo segue a notícia desta união publicada no site da UNICA em 29 de março

Acordo Pedra-CPFL para cogeração é "importante sinalizador" para futuro do setor

Um acordo anunciado esta semana entre o Grupo Pedra Agroindustrial e a CPFL Energia para o fornecimento de eletricidade gerada a partir de biomassa de cana-de-açúcar abre portas e incentiva a entrada de novos agentes do setor elétrico nessa atividade. A avaliação é do assessor de Bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Zilmar de Souza.

Dentro do acordo, a CPFL Energia deterá o controle das unidades geradoras CPFL Bio Buriti, CPFL Bio Ipê e CPFL Bio Pedra, projetos que juntos tem investimentos previstos totalizando R$366 milhões. A potência instalada dos três projetos totaliza 145 MW, sendo 50 MW da Bio Buriti, 25 MW da Bio Ipê e 70 MW da Bio Pedra. Um total de 88,63 MW serão exportados para a CPFL (30,00 MW da Bio Buriti, 14,37 MW da Bio Ipê e 44,26 MW da Bio Pedra) ao longo da safra 2010/2011.

Zilmar de Souza lembra que a CPFL é a maior companhia privada do setor elétrico brasileiro, com mais de 90 anos atuando nesta área. "É preciso lembrar que a venda de bioeletricidade pelo setor sucroenergético é uma atividade relativamente nova, que existe a partir de 1987. Assim, o que temos é uma sinergia benéfica com o casamento das empresas na complexa tarefa de produzir e comercializar bioeletricidade,” avaliou.

A entrada em operação comercial das unidades Bio Buriti e Bio Ipê está prevista para junho de 2011, enquanto a Bio Pedra deve iniciar suas atividades em abril de 2012.

Retrofit

Para o assessor da UNICA, a parceria com a CPFL Energia mostra o potencial que o setor sucroenergético apresenta quando se avalia a perspectiva de reforma de seu parque de cogeração, o chamado “retrofit”. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, em 2008 apenas 88 das mais de 430 usinas sucroenergéticas exportaram bioeletricidade, revelando que há oportunidades significativas para o parque sucroenergético existente.

Ele lembra que a CPFL Energia tem importante foco de atuação no interior de São Paulo, justamente onde está localizada a maioria das usinas sucroenergéticas da Região Centro-Sul. "Se considerarmos que apenas 54 usinas das 182 usinas paulistas comercializaram energia para a rede elétrica em 2008, vemos que o sucesso dessa parceria chamará a atenção para novos players do setor elétrico e a oportunidade que o `retrofit´ representa no coração do sistema elétrico nacional,” conclui Souza.

Uma outra aplicação interessante vem da Espanha, onde uma termoelétrica do grupo Acciona localizada em Sanguesa, tem a potência de 25 MW para queimar cerca de 160.000 toneladas anuais de palha oriunda de restos de culturas, principalmente trigo e milho. Encontrei um vídeo no Youtube em espanhol que pode ser acessado clicando aqui.

Abaixo coloquei uma foto e o esquema de funcionamento da termoelétrica que tirei do catálogo em PDF que encontrei neste link:


2 comentários:

Anônimo disse...

Todas as formas de energia renováveis devem ser aproveitadas, dependendo a escolha dos recursos disponíveis. Quanto à pergunta, a solar está muito vocacionada para a minigeração: ou em zonas isoladas, ou mesmo em áreas residenciais ligadas à rede geral para onde envia os excedentes e recebe a energia necessária nas faltas, evitando o caro recurso do armazenamento. Aligeira as redes de distribuição reduzindo, ainda, a perda em linha. Isto para a voltaica (foto ou termo). A solar térmica direta é já de alto rendimento, enquanto a fotovoltaica para lá caminha através das películas finas.
Para grandes usinas a biomassa, ou aproveitando resíduos da indústria, ou limpesa da floresta com enorme vantagem de prevenção dos fogos florestais. Todas ajudam a libertar-nos da escravidão do petróleo, um negócio cada vez mais sujo.

Unknown disse...

Prezado Eng. Marcelo Pierossi;

poderia me informar se existe algum projeto para a implantação do sistema de energia solar nessas usinas, aqui no Brasil?

Cordial abraço.

Marcus Americano
adacosta@das.ufsc.br