Depois da chegada de grupos indianos, um que acertou a compra da Equipav e outro que namora com a Usina Furlan, parece que os russos também estão desembarcando por aqui. Para completar os BRICs, só faltam os chineses.
As reportagens abaixo encontrei no Agromundo e BrasilAgro com notícias da Folha de São Paulo:
Carol fecha acordo com grupo da Rússia
Maior cooperativa agrícola do Estado e a 5ª maior do país está prestes a consolidar joint venture com o Sodrugestvo. Empresa europeia é a mais importante negociadora e esmagadora de soja da Rússia; acordo depende de aval dos cooperados.
O capital russo está desembarcando na região e terá a Carol (Cooperativa de Agricultores da região de Orlândia) como seu porto de entrada. Maior cooperativa agrícola do Estado e uma das cinco grandes no país, a Carol informou ao mercado na última quinta-feira que está prestes a se unir ao grupo russo Sodrugestvo.
Pelo acordo, que ainda depende de aprovação em assembleia dos 4.000 agricultores ligados à cooperativa, Carol e Sodrugestvo, maior negociadora e esmagadora de soja da Rússia, irão formar uma nova empresa, a Carol Sodru, por meio de uma joint venture.
No novo negócio, os russos terão 51% do capital, enquanto a Carol fica com os 49% restantes. Os europeus também estarão em maioria no conselho da nova companhia: quatro membros serão indicados pelos russos e três pela cooperativa.
Para ficar com o controle da Carol Sodru, o grupo russo terá de fazer um aporte de capital cujo valor não foi revelado.
De acordo com o CEO da Sodrugestvo, Stéphane Frappat, o grupo pretende elevar de um milhão para três milhões a captação de soja da Carol no país até 2015. O segundo passo, disse Frappat, é montar no Brasil um sistema de transformação e distribuição de fertilizantes importados da Rússia.
A elevação da captação de soja deve priorizar os Estados onde a Carol já atua -São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Tocantins. Além de ganhos em produtividade, a Carol Sodru irá trabalhar nesses locais para ampliar sua base de associados.
O atual presidente da Carol, José Oswaldo Galvão Junqueira, disse que a decisão de procurar um sócio foi tomada “há alguns anos”. A cooperativa foi sondada por outros grupos, mas nenhum fez proposta “tão fechada” e financeira semelhante à da Sodru, disse ele.
Junqueira afirmou considerar a negociação do controle da Carol necessária para prepará-la para o novo momento da economia brasileira. “Os bancos estão se unindo, as redes de lojas estão se unindo, as usinas estão se unindo. Faz sentido também nos unirmos”, disse.
Segundo ele, o modelo de cooperativismo não será mudado, e os cooperados devem se beneficiar com a nova empresa. “Agora eles vão ter 49% de uma empresa maior”, afirmou o presidente da cooperativa.
Nas instalações da Carol em Orlândia e em São Joaquim da Barra, as diretrizes a serem implantadas pelos novos controladores gera apreensão, segundo funcionários que não quiseram se identificar.
Há tanto os que esperam demissões para enxugar a estrutura da empresa e torná-la mais lucrativa quanto aqueles que acham que os russos vão interferir mais nos altos escalões da empresa do que no cotidiano da companhia.
Para o analista do mercado de soja da Scot Consultoria, Rafael de Lima Filho, a Carol pode ampliar sua capacidade de captação. Hoje, a cooperativa é mais forte na distribuição de insumos, e a Sodru poderá abastecer com fertilizantes russos os cooperados da Carol.
Brasileiros têm 30 anos a mais de história
Trinta anos de diferença e milhares de quilômetros separam as histórias da Carol e do Sodrugestvo Group, que em breve deverão se unir para competir no mercado global de soja.
A Carol foi fundada em 1963 por um grupo de 59 agricultores da região de Orlândia. O modelo escolhido para diminuir o custo dos insumos e melhorar a produtividade das lavouras de soja foi o cooperativismo. Quase 47 anos depois, o número de associados chega a 4.000. No ano passado, a Carol teve receita de R$ 750 milhões.
Além da captação, a Carol tem uma processadora de grãos em São Joaquim da Barra e arrenda outra em Ipameri (GO). Atua nos ramos de insumos, ração animal, sementes, assistência técnica, varejo e financeiro. Lojas, assistência técnica e sementes forrageiras não foram incluídas no negócio.
Fundado em 1994, o Sodrugestvo processou 1,1 milhão de toneladas de soja no ano passado, com faturamento de US$ 900 milhões. Além da transformação, atua na comercialização e gestão logística do grão. É controlado pela família Lutsenko, que detém 85% das ações.
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