Para aqueles que tratam de maneira inadequada o setor sucroalcooleiro, a notícia abaixo servirá como reflexão e quem sabe para mudança de alguns paradigmas. A notícia foi encontrado no Ethanol Brasil Blog com fonte do Estado de São Paulo.
O trabalho completo que serviu de base para a notícia foi elaborado pelo Marcos Fava Neves da USP e encontra-se disponível para download na íntegra no site da UNICA clicando aqui:
"PIB" das usinas equivale a um Uruguai
Os elevados investimentos feitos nas últimas décadas fizeram do setor sucroenergético uma das mais poderosas indústrias do Brasil. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do segmento ficou na casa dos US$ 28 bilhões, valor equivalente à economia do Uruguai ou 1,5% do PIB nacional. Os dados fazem parte de um estudo inédito feito pelo Centro de Pesquisa e Projetos em Marketing e Estratégia (Markestrat), da USP.
O trabalho, intitulado Mapeamento e Quantificação do Setor Sucroenergético, faz um retrato da indústria da cana-de-açúcar no País e os negócios que ela cria em toda cadeia de produção, desde os insumos até o consumidor final. "Procuramos fazer um desenho completo do sistema agroindustrial sucroenergético. Os números do setor são impressionantes", diz o coordenador da pesquisa, Marcos Fava Neves, da Faculdade de Economia e Administração/USP de Ribeirão Preto.
Um dos dados mais expressivos, na avaliação dele, é o da movimentação financeira de toda cadeia produtiva, que somou US$ 86,83 bilhões. Desse total, 23% referem-se aos insumos agrícolas e à produção de cana de açúcar. Segundo o estudo, preparado por uma equipe de 10 pesquisadores por cinco meses, o setor foi responsável por 47% dos tratores de alta potência (acima de 200 cv) vendidos pela indústria no ano passado e 22% das colheitadeiras produzidas - apesar da crise global que abalou as finanças do setor.
O grosso da movimentação financeira, porém, está no setor industrial, que responde por mais de dois terços do que é faturado no setor. Só a cadeia responsável pela construção e modernização das usinas faturou US$ 6,41 bilhões. O valor considera o investimento em 29 unidades iniciadas por volta de 2006 e concluídas no ano passado.
O faturamento das usinas com a comercialização de açúcar e etanol somou US$ 22,64 bilhões. A distribuição dos produtos responde por mais US$ 23,7 bilhões. "No ritmo que o setor está, apesar da crise, vamos ter valores completamente diferentes de quando refizermos esse estudo nos próximos anos", prevê Fava.
Ele destaca que o Brasil deve fechar 2009 com 50% da exportação mundial de açúcar. "Nos próximos cinco anos essa fatia deve chegar a 60%."
No caso do etanol, o professor acredita que o futuro do combustível está no mercado interno por causa das várias implicações no ambiente internacional. "Estima-se que, em 2015, 80% do combustível consumido por automóveis leves seja de etanol. Hoje o setor já tem pouco mais 50% do mercado nacional."
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