Encontrei no portal Exame, uma notícia da Agência Estado que comenta o fato da Bunge estar preocupado com a situação cambial. Isto é a consequência da valorização do real frente ao dólar. O que é bom para alguns setores, é especialmente trágico para os exportadores, como o agronegócio. Segue notícia na íntegra:
Real forte pode forçar Bunge a fechar unidades no Brasil
O presidente e executivo-chefe da gigante norte-americana de agronegócio Bunge, Alberto Weisser, disse hoje que a companhia está reduzindo custos no Brasil por causa da valorização do real e que, por conta disso, unidades poderão ser fechadas no País. O executivo afirmou que, na visão da empresa, a moeda brasileira deve continuar forte. As declarações foram dadas durante entrevista para comentar os resultados do terceiro trimestre.
Na divulgação dos números, hoje cedo, a companhia disse que, além dos problemas com a questão cambial, a redução do plantio de milho e algodão no Brasil afetou as vendas de adubos no País, seu principal mercado. Contudo, Weisser se disse otimista a respeito da recuperação do setor de fertilizantes em 2010 na medida em que a Bunge recompor estoques ao custo de mercado e registrar recuperação na demanda brasileira.
O presidente da Bunge também afirmou que continua confiante de que o aumento na demanda por alimentos vai puxar o segmento agribusiness da companhia, embora a desvalorização do dólar ante o real e o euro seja um fator preocupante. "Apesar da crise (econômica), nada mudou", disse. "Precisaremos de mais alimentos".
Ele e outros executivos do setor agrícola se mantêm otimistas a respeito do aumento na demanda por alimentos no longo prazo por conta de fatores demográficos, apesar de os investidores estarem vendendo agressivamente os papéis do setor desde o estouro da bolha das commodities, em 2008. Weisser observou que os preços historicamente altos de alguns produtos agrícolas apontam para a necessidade de aumentar a oferta.
A demanda por carne e lácteos nos mercados em desenvolvimento continua a aumentar, apesar de quedas registradas nos Estados Unidos e na Europa, ponderou. A Bunge é uma das maiores processadoras mundiais de grãos e outros produtos agrícolas e também atua no setor de fertilizantes. Mais cedo, a companhia informou queda de 1% no lucro do terceiro trimestre fiscal, para US$ 232 milhões, resultado creditado ao mau desempenho do setor de adubos.
Como outros produtores desse insumo, a Bunge tinha estoques altos quando os preços despencaram em 2008. A esperada recuperação no segundo semestre deste ano não ocorreu. Por conta disso, a Bunge mais uma vez reduziu sua previsão de resultados para 2009. Agora, a companhia espera lucro anual de US$ 3,10 a US$ 3,50 por ação, ante intervalo entre US$ 4,90 e US$ 5,40 por ação previsto em abril. As informações são da Dow Jones. (Agência Estado)
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