A notícia abaixo não é nova, pois foi publicada no dia 02 de outubro passado, mas fiz questão de colocá-la pois mostra a força do agronegócio e como ele foi uma das principais âncoras da fase de crescimento atual de nossa economia:
Agronegócio eleva em 24% poder de compra do brasileiro
Entre 1994 e 2006, quase mesmo período decorrido entre os dois últimos censos agro do IBGE, o poder aquisitivo do consumidor aumentou 24% frente à alimentação (produtos agropecuários), segundo pesquisas do coordenador científico do Cepea, professor titular da Esalq/USP Geraldo Barros. Além desta contribuição direta aos brasileiros, o setor contribuiu com mais de US$ 300 bilhões (superávit da balança do setor no período) para as reservas do País, que ajudaram consideravelmente no pagamento da dívida externa. Para um período mais longo, que vai de 1975 a 2006, outros estudos de Geraldo Barros mostram que os preços agropecuários caíram em média 60%, a produtividade dobrou – favorecendo o aumento real dos salários –, mas a lucratividade média do setor diminuiu 20%.
Apesar deste desempenho do setor, o professor destaca que, ao comparar 1995 e 2006, os dados do IBGE indicam a quase ausência do estado no cumprimento de seu papel de apoio à agropecuária, principalmente nas regiões mais carentes. Em sua análise, considera alarmantes o grau de analfabetismo entre os agricultores, a ampla falta de orientação técnica, o acesso muito baixo ao crédito rural.
“Apesar de todo barulho em torno da questão da reforma agrária, ainda 85% dos trabalhadores rurais acham-se amontoados nos pequenos estabelecimentos. São, na maioria, trabalhadores da mesma família que não contam com terra suficiente que assegure condição de vida satisfatória. Certamente deveriam ser priorizados na distribuição de terra.”
Quanto às demais informações estruturais – como a distribuição da posse da terra – Geraldo Barros observa que o censo de 2006 mostra alterações muito pequenas em relação a 1995, “o que não deixa de ser interessante”, destaca. O período foi de expressiva expansão do setor, tanto na produção de alimentos, como de fibras e energia.
“Houve grande crescimento com queda significativa de preços para o consumidor e com avanço considerável no mercado externo, apesar do protecionismo dos países desenvolvidos, que tem prejudicado a lucratividade do setor. Tudo isso com queda de quase 7% na área dos estabelecimentos rurais, o que ajuda muito no controle do uso da terra do Cerrado e da Amazônia.”
A comparação dos resultados pontuais de 2006 é desaconselhada pelo coordenador científico do Cepea, já que aquele ano não foi bom para a agropecuária. A renda foi 2% menor do que em 2005 e 12% inferior a 2004. O resultado foi impacto negativo nos gastos com insumos, que encolheram 15% em relação a 2004, e provavelmente na produtividade, comenta. Com base em dados do próprio IBGE, o professor lembra que a produção de soja relatada para 2006, por exemplo, de 40,7 milhões de toneladas foi 17,3% inferior à de 2004, de 49,2 milhões de toneladas. A produção de algodão encolheu em terço (33%) entre 2004 e 2006. (Fonte:CEPEA)
Agronegócio eleva em 24% poder de compra do brasileiro
Entre 1994 e 2006, quase mesmo período decorrido entre os dois últimos censos agro do IBGE, o poder aquisitivo do consumidor aumentou 24% frente à alimentação (produtos agropecuários), segundo pesquisas do coordenador científico do Cepea, professor titular da Esalq/USP Geraldo Barros. Além desta contribuição direta aos brasileiros, o setor contribuiu com mais de US$ 300 bilhões (superávit da balança do setor no período) para as reservas do País, que ajudaram consideravelmente no pagamento da dívida externa. Para um período mais longo, que vai de 1975 a 2006, outros estudos de Geraldo Barros mostram que os preços agropecuários caíram em média 60%, a produtividade dobrou – favorecendo o aumento real dos salários –, mas a lucratividade média do setor diminuiu 20%.
Apesar deste desempenho do setor, o professor destaca que, ao comparar 1995 e 2006, os dados do IBGE indicam a quase ausência do estado no cumprimento de seu papel de apoio à agropecuária, principalmente nas regiões mais carentes. Em sua análise, considera alarmantes o grau de analfabetismo entre os agricultores, a ampla falta de orientação técnica, o acesso muito baixo ao crédito rural.
“Apesar de todo barulho em torno da questão da reforma agrária, ainda 85% dos trabalhadores rurais acham-se amontoados nos pequenos estabelecimentos. São, na maioria, trabalhadores da mesma família que não contam com terra suficiente que assegure condição de vida satisfatória. Certamente deveriam ser priorizados na distribuição de terra.”
Quanto às demais informações estruturais – como a distribuição da posse da terra – Geraldo Barros observa que o censo de 2006 mostra alterações muito pequenas em relação a 1995, “o que não deixa de ser interessante”, destaca. O período foi de expressiva expansão do setor, tanto na produção de alimentos, como de fibras e energia.
“Houve grande crescimento com queda significativa de preços para o consumidor e com avanço considerável no mercado externo, apesar do protecionismo dos países desenvolvidos, que tem prejudicado a lucratividade do setor. Tudo isso com queda de quase 7% na área dos estabelecimentos rurais, o que ajuda muito no controle do uso da terra do Cerrado e da Amazônia.”
A comparação dos resultados pontuais de 2006 é desaconselhada pelo coordenador científico do Cepea, já que aquele ano não foi bom para a agropecuária. A renda foi 2% menor do que em 2005 e 12% inferior a 2004. O resultado foi impacto negativo nos gastos com insumos, que encolheram 15% em relação a 2004, e provavelmente na produtividade, comenta. Com base em dados do próprio IBGE, o professor lembra que a produção de soja relatada para 2006, por exemplo, de 40,7 milhões de toneladas foi 17,3% inferior à de 2004, de 49,2 milhões de toneladas. A produção de algodão encolheu em terço (33%) entre 2004 e 2006. (Fonte:CEPEA)
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