sábado, junho 09, 2007

Perspectivas para o café - bons ventos até 2011

O café é uma das culturas mais interessantes do ponto de vista do marketing do agronegócio. Ela é tanto uma commodity cotada internacionalmente em bolsas de mercadoria quanto um produto altamente diferenciado.

Desta forma, ela permite ao seu produtor maiores ações e consequentemente uma maior necessidade de informação e conhecimento.

Abaixo segue um artigo da Safras & Mercados que comenta sobre o anor passado e as perspectivas futuras para o café. O artigo pode ser encontrando em http://www.safras.com.br/safra2007/apresentacao5.asp

BOM MOMENTO DEVE SE ESTENDER PELO MENOS ATÉ 2010/11

As perspectivas para o próximo ano também são boas para a cafeicultura nacional e mundial. Nahum projeta que o mercado estará equilibrado por pelo menos mais quatro anos, com produção e consumo não sofrendo grandes alterações. Segundo o "trader", dificilmente neste período os preços do arábica em Nova Iorque ficarão abaixo de US$ 1,00/lb, e em alguns momentos deverão até mesmo operar acima de US$ 1,30/lb. Barabach, ainda mais otimista, acredita que os preços do arábica iniciem o ano tentando superar a máxima de 136,75 cts/lb registrada em 2005. "As cotações tendem a manter a tendência de valorização, principalmente no primeiro semestre. Os estoques mundiais estão baixos, principalmente os nossos, e não podemos menosprezar a certeza de que o Brasil terá uma safra menor, além da previsão de déficit entre oferta e demanda mundial".

Conforme indica o analista, os principais concorrentes brasileiros não assustam, pelo menos por enquanto. "A Colômbia deve continuar produzindo entre 11 a 12 milhões de sacas por ano, e o Vietnã não deve aumentar muito sua safra. O volume da produção mundial vai continuar oscilando de acordo com a volatilidade da safra brasileira", acredita. O diretor do Cecafé também está tranqüilo em relação ao ano de 2007. "Como o quadro de equilíbrio entre oferta e demanda vai continuar, os preços deverão seguir firmes. Não espero altas muito significativas nas cotações, mas elas permanecerão em níveis muito bons".

No mercado interno, a realidade externa de preços em ascensão deverá ser refletida com ainda mais intensidade. Com as exportações estimadas para 2007 em cerca de 26 milhões de sacas, mais um consumo interno de 17 milhões, seriam necessárias 43 milhões de sacas somente para atender essas duas pontas. "Com a produção brasileira não devendo superar 35,85 milhões de sacas, 2007 é um ano onde certamente vai faltar café, reduzindo quem sabe a estimativa de exportações para o período", avalia Barabach. SAFRAS & Mercado projeta uma safra 2007/2008 de 34,25 a 35,85 milhões de sacas.

Porém, os corretores do mercado de café trabalham com números mais expressivos, acreditando até mesmo que o Brasil fechou a produção brasileira de 2006 totalizando 48 milhões de sacas, devendo colher mais 36 milhões em 2007, volumes que garantiriam uma situação de oferta tranqüila para abastecer demanda interna e exportações por pelo menos mais dois anos. "Não temos estoques grandes, mas nenhuma ponta do mercado ficará desabastecida em 2007, e não podemos esquecer que em 2008 colheremos uma safra grande novamente", observa Nahum.

O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Maurício Miarelli, também está entre aqueles que confiam num mercado altista até no médio a longo prazo. "Deveremos ter um bom preço para o café nos próximos dois anos pelo menos", avalia. O assessor de negócios da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Otto Vilas Boas, concorda e diz que o mercado deve continuar numa tendência positiva, "a não ser que surjam novidades".

Gil Barabach adverte que a demanda é um gargalo estrutural visível. Ou seja, o consumo mundial cresce lentamente a uma taxa constante e por isso o mercado é sensível a qualquer salto na produção. Foi exatamente isso que ocorreu com desequilíbrio da oferta em relação à demanda em 2002, quando os produtores enfrentaram a mais recente crise de baixos preços, e é certamente o que os cafeicultores no Brasil não querem nunca mais ver se repetir

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