domingo, junho 10, 2007

O governo brasileiro também tem interesse em mercados futuros para o etanol

Como toda commodity internacional que se "preza", existe uma grande necessidade de tornar com liquidez contratos futuros internacionais do etanol. A BM&F vem trabalhando neste sentido com o lançamento do novo contrato e o governo também tem grande interesse. Neste artigo encontrado no site G1 da www.globo.com, o ministro da Agricultura trata também de outros temas relacionados ao agronegócio.:

GOVERNO PODERÁ INCENTIVAR MERCADO FUTURO DE ÁLCOOL

O incentivo à criação de um mercado futuro efetivo para o álcool de cana-de-açúcar poderá ser uma das medidas adotadas pelo governo federal para controlar o sobe-e-desce no preço do combustível. De acordo com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, é preciso evitar que o preço do etanol varie tanto conforme o período da safra. "Este tipo de volatilidade não é benéfica para o produtor e nem para o consumidor", ressalta.

O mercado futuro, que negocia contratos futuros e tira parte do combustível de circulação durante o pico de produção, pode ser uma forma de evitar que o preço caia tanto no início da safra – como está ocorrendo no momento. Outra proposta dentro das medidas para suavizar a variação do preço do etanol, segundo o ministro, é a formação de estoques reguladores do produto. Essas medidas, disse ele, devem entrar em prática no curto prazo: "Não vamos chegar à próxima safra nesta situação".

A outra medida do governo para ajudar o setor agrícola, de acordo com Stephanes, é a queda nos juros de financiamentos para agricultores. "Os juros vão cair", afirmou, sem no entanto dizer para quanto.

SECRETARIA E ÁREA PLANTADA

Dentro do objetivo de profissionalizar o mercado de etanol no Brasil, Stephanes afirmou que a criação de uma secretaria federal ligada à Presidência da República é uma "boa idéia", embora não necessariamente viável no curto prazo. Segundo o ministro, a idéia – que é capitaneada pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues – já é discutida dentro do governo, mas ele lembra que a decisão final será da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

O ministro voltou a confirmar que a concentração de álcool na gasolina, uma medida para aumentar o consumo em tempos de preço baixo, deverá estar concretizada até o fim deste mês. Stephanes disse que toda a parte burocrática do aumento da mistura de álcool no derivado de petróleo – que passará dos atuais 23% para 25% - já está acertado. "Acredito que (entre em vigor) ainda neste mês", afirmou.

Ele também voltou a afirmar que há um grande espaço para o aumento da produção de etanol no Brasil. A área plantada com cana-de-açúcar vem crescendo em velocidade inferior à da produtividade – enquanto a área plantada de cana cresceu 7% neste ano, a produtividade aumentou 11%. Hoje, conforme o ministro, apenas 1% da área destinada à agricultura no Brasil é destinada à produção do combustível. "E só de pastagens degradadas temos 30 milhões de hectares. Se essas áreas forem ocupadas por cana, elas serão recuperadas. É um passo no caminho certo".

BIODIESEL E FERTILIZANTES

O ministro também afirmou que a produção de biodiesel no Brasil depende de um mapeamento das potencialidades de cada matéria-prima – estudo que está sendo feito pela Embrapa. Segundo ele, o país ainda precisa definir maneiras de aumentar a produtividade da mamona e maneiras de definir os perigos – pragas e doenças que podem afetar outras culturas – do pinhão-manso, que já se provou uma alternativa de alta produção.

Stephanes também se queixou do cartel de fertilizantes e defensivos agrícolas, que aumentou os preços dos produtos após o 'boom' de consumo provocado pelo crescimento da área plantada de milho nos EUA e do crescimento da agricultura na China. "O problema é que é um mercado dominado por poucas empresas. É um cartel", disse. O ministro afirmou que esse problema afeta especialmente os produtores de soja brasileiros, hoje em situação econômica menos privilegiada.

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