segunda-feira, maio 07, 2007

Agronegócio Brasileiro e o Mercado Financeiro

Depois da abertura de capital do grupo COSAN, e mais recentemente Grupo São Martinho e Friboi, leio nos jornais desta semana que o Grupo Nova América também pretende abrir seu capital e que a BM&F bate recorde do número de contratos comercializados.

As duas notícias encontram-se abaixo:

NOVA AMÉRICA FAZ PEDIDO DE ABERTURA DE CAPITAL NA CVM

O Grupo Nova América, dono do açúcar União, marca líder no varejo brasileiro, registrou pedido para abertura de capital na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no fim de abril. Se concretizada a operação, será a terceira empresa com atuação na área de açúcar e álcool do país a emitir ações no mercado, depois das usinas paulistas Cosan, a maior do segmento, e São Martinho.

Controlado pela família Rezende Barbosa, o grupo Nova América está em expansão, e recentemente anunciou investimentos da ordem de R$ 1 bilhão na construção de duas usinas de açúcar e álcool no Mato Grosso do Sul.

A companhia quer ampliar seu processamento de cana dos atuais 7 milhões de toneladas para 15 milhões nos próximos dois anos. Com duas usinas em operação em São Paulo, nas cidades de Tarumã e Maracaí, a Nova América também prepara uma emissão de debêntures para alavancar recursos e viabilizar seus novos projetos. Procurado, o grupo informou que não comentaria o assunto.

Na safra 2006/07, encerrada no dia 30 de abril, o faturamento do grupo deve ter alcançado cerca de R$ 1,7 bilhão, ante R$ 1,4 bilhão obtidos na temporada 2005/06. Há mais de um ano, a Nova América deu início a um processo de reestruturação.

O Valor apurou que, a partir do pedido registrado na CVM, a emissão pública de ações (IPO, na sigla em inglês) é uma das opções que poderão ser adotadas, mas não necessariamente a única. De gestão familiar, o grupo opera atualmente em três grandes frentes: açúcar e álcool, laranja e pecuária de corte e leiteira (tem gado bovino no Mato Grosso do Sul e no Paraguai).

A companhia também é proprietária de um terminal portuário de açúcar, o Teaçu, em Santos (SP). Esse terminal tem capacidade para escoar 2 milhões de toneladas de açúcar a granel e 1 milhão de toneladas de açúcar ensacado. O grupo também faz parte de um pool de usinas que, ancoradas pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), deverá negociar soluções logísticas para o escoamento de álcool para exportação das principais regiões produtoras do país até os portos.

A divisão de agroenergia do grupo é coordenada por Roberto Rezende Barbosa, presidente da companhia. José Eugênio, irmão de Roberto, está à frente da divisão de citros, que também está em expansão. Neste segmento, o grupo possui uma área de 3 mil hectares, com produção de cerca de 3,5 milhões de caixas de 40,8 quilos de laranja, volume que deverá atingir 8 milhões de caixas nos próximos anos.

No varejo, a Nova América tem forte presença, sobretudo com marcas próprias de suco. O controle das fazendas e da área de pecuária do grupo fica a cargo de Renato Eugênio de Rezende Barbosa (Valor, 4/5/07)


MAIS UM MÊS DE MOVIMENTO RECORDE NA BM&F

Como já se tornou rotina nos últimos anos, abril foi mais um mês de recordes agropecuários na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Foram negociados 146.131 contratos (futuros, opções e ex-pit) no total, 62,5% mais que no mesmo mês de 2006, que representaram um volume financeiro de US$ 1,365 bilhão, um crescimento de 59,1% em igual comparação. Em ambos os casos, foi o melhor abril da história.

Conforme levantamento divulgado ontem (dia 3) pela BM&F, também foram recordes para abril as negociações com café arábica e boi gordo - 61.877 e 39.382 contratos (futuros e opções), respectivamente. E, no caso da soja, os 25.258 papéis negociados representaram o maior volume mensal já apurado.

"Continuamos constatando a presença de novos players no mercado. No lado da venda, mais produtores e cooperativas. E no lado comprador, sobretudo na soja, mesmo as grandes tradings, que são pragmáticas, já preferem comprar soja em Paranaguá [porto paranaense onde é feita a entrega do produto segundo os termos dos contratos da BM&F]", afirmou Félix Schouchana, chefe do departamento agrícola da bolsa.

Para Schouchana, outro fator que vem impulsionando a movimentação é a maior participação de fundos multimercado nas negociações agropecuárias, um movimento também observado nos últimos anos nas bolsas americanas de Chicago e Nova York.

De acordo com o executivo, nesse ritmo as negociações com futuros e opções tendem a aumentar quase 50% no acumulado deste ano, para aproximadamente 2 milhões de contratos. Ver mais em www.bmf.com.br (Valor, 4/5/07)

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