José Luiz Tejon, co-autor de um importante livro sobre o marketing do agronegócio, intitulado Marketing&Agronegócio, a nova gestão, além de dirigir Núcleo de Agronegócio da ESPM, é mestre em Arte e Cultura pela Universidade Mackenzie e doutorando em Educação, escreveu um artigo muito interessante sobre a inteligência de marketing no agronegócio que encontrei no Notícias Agrícolas e resolvi compartilhar:
Inteligência de Marketing no agronegócio não é só administrar percepções: é análise do mundo real
" Os estoques de grãos do governo são insuficientes para cobrir toda a demanda do pais. Precisamos buscar grãos " ( Dmitry Medvedev - Presidente da Rússia )
Descobrir sonhos, desejos, necessidades; lacunas de posicionamento na mente humana; criativas formas novas de distribuição, inovações genéticas, novos processos de nutrição de plantas, nutrição animal, sensorialidade alimentar; e orquestração harmônica de uma cadeia produtiva, da pesquisa ao consumidor final, incluindo até a reciclagem e sustentabilidade; tudo isso - e muito mais, faz parte do incansável exercício da gestão no agronegócio. E, dentro dessa moderna gestão, não compreender a amplitude estratégica da inteligência de marketing é erro fatal.
O ponto que separa o marketing do agronegócio, como das suas áreas gêmeas Saúde e Educação, das demais - é que não estamos falando apenas da construção de novos e diferenciados papéis para os distintos nichos da sociedade humana e seus egos interpretarem. Alimento, Saúde e Educação exigem análises concretíssimas do mundo real existente. Pensamentos fora disso serão duramente castigados pela lei da insensatez. Em agosto o preço dos alimentos subiu 5% pelo índice da FAO. Em Roma especialistas estarão discutindo uma provável tendência de escassez de alimentos no mundo. A Rússia suspendeu as exportações de Trigo. A Argentina está liberando apenas 3 milhões de toneladas das 12 milhões do trigo que produz. A China, que se auto-abastece em 95% das suas necessidades, amplia seus estoques de todos os grãos - e prepara medidas de racionalizar a demanda. Na Alemanha, Canadá e Paquistão, aspectos climáticos causam diminuição na oferta .
Se marketing é a sabedoria com a qual harmonizamos o intangível dos sonhos com o tangível das realidades possíveis, é vital e sagrado ampliar enormemente o lado do componente de segurança nacional e alimentar na questão das análises dos fatores incontroláveis desse macro setor, com a inteligência e os investimentos de médio e longo prazo na adaptação estrutural competitiva do ramo. Isso quer dizer que se as percepções de escassez de alimentos no mundo possam soar como estimulantes para o Brasil adicionar área e recursos no plantio deste segundo semestre e numa hiper safrinha no começo de 2011, por outro lado a insensatez da governança na ausência de armazenagem, logística cara e desastrosa e toda confusão de leis ambientais que servem para distrair o foco central de uma política de estado , seguro rural , mecanismos financeiros, preços e de administração das cadeias produtivas - quer dizer a análise concreta das situações concretas - soam como altos riscos, e esses ingredientes são imperativos sagrados na inteligência de marketing do agronegócio.
A insensatez na cadeia do trigo é um outro marco recorrente "eterno " no Brasil. Eixo da alimentação popular, com programas incompetentes no estimulo e segurança da produção nacional, onde comemos mais de 10 milhões de toneladas de trigo e plantamos cerca da metade, com doses marcantes de insatisfação dos produtores e de suas cooperativas. Não haverá sacadas criativas de ativação de marketing que poderá alterar o fato real do preço do pãozinho, do macarrão ou da pizza sagrada do domingo a noite. E, sempre que falamos de mandioca e de raízes tropicais, os narizes são sempre torcidos, assim como as dita cujas.
E, se o reino das percepções da provável escassez de alimentos no mundo , não estiver tão mais elevado assim do que o reino da vida real, quando o concreto absorve e passa a embalar os sonhos, e nas horas duras da história humana, quando passamos a ter o tamanho do concreto aprisionando desejos e vontades nos empurrando para a dura distinção entre sonhos versus ilusões; nessas horas iremos nos arrepender profundamente dos bons tempos da fartura, quando desperdiçávamos grãos pelas estradas do Brasil, pela burocracia dinossáurica, pelas discussões utópicas das terras de brasileiros ou de estrangeiros, e consumíamos nossas energias nos envergonhando de administradores corruptos legalizando madeira ou distribuindo terras da reforma agrária para privilegiados e para os amigos dos amigos, dentre tantos outros crimes de " lesa-pátria".
Mas, imaginando que o reino das percepções sempre antecede e governa o reino das realidades, e muda o mundo com a força da sua locomotiva de poderosos sonhos, quanto antes os sinais e os sensores detectarem os riscos, mais cedo o poder da imaginação evolutiva humana consegue entrar em ação. Está óbvio que o mundo mudou e que bilhões de novos consumidores passam a comprar não apenas mais celulares ou motocicletas, passaram a desejar e a consumir mais e novos alimentos, bebidas, fibras, formas de energia e " feed "- comida moderna para animais e "pets ".
Vamos plantar, criar, armazenar e realizar fatos reais para mudarmos velozmente a eficiência e a eficácia brasileira do maior agronegócio planetário : O tropical brasileiro.
Caindo na real, sem marketing não tem agronegócio inteligente e sem governança do agronegócio não teremos o país que poderíamos ter .
Um comentário:
Olá Marcelo,
Acompanho seu blog e vi que você tb é de Campinas-SP.
Segue link de uma notícia de mkt no agronegócio (não é virus)
http://www.mundodomarketing.com.br/9,15624,agronegocio-muda-com-estrategias-de-marketing.htm
Atuamente curso MBA em Agronegocios para complementar minha atuação como profisisonal de marekting há mais de 10 anos.
Me interesso bastante pelo tema e caso tenha outros cases, livros (e-books, inormações, etc e puder compartilha-los agradeço.
Grande abraço.
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