terça-feira, agosto 18, 2009

Sadia e Perdigão lucram com dólar

Depois de um prejuízo com variação cambial, parece que a Brasil Foods teve algum lucro recentemente. Veja a notícia abaixo do Valor Econômico:

Perdigão e Sadia têm lucros recordes com ganho cambial

São Paulo, SP, 17 de Agosto - Depois de registrar perdas com a aposta em derivativos financeiros "exóticos", a Sadia fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 346, 3 milhões, o maior ganho trimestral de sua história, representando um aumento de 125% em relação ao mesmo período do ano passado. A Perdigão, já usando a nova denominação Brasil Foods, lucrou R$ 129 milhões no mesmo período, 70% mais do que no segundo trimestre de 2008.

O lucro no trimestre foi resultado principalmente da valorização do real em relação ao dólar sobre a posição cambial da empresa. Os resultados operacionais, porém, foram afetados pelo aperto de margens resultante do aumento de custos e despesas comerciais, além do efeito do prejuízo fiscal na incorporação da Perdigão Agroindustrial no primeiro trimestre.

Entre abril e junho deste ano, a Brasil Foods teve receita líquida de R$ 2,7 bilhões, 5% menor do que no mesmo período de 2008. As vendas no mercado doméstico caíram 4%, para R$ 1,9 bilhão. As exportações tiveram o mesmo declínio e ficaram em R$ 1,2 bilhão, reflexo da menor demanda internacional.

Os lucros antes de juros, impostos e depreciação teve uma forte queda - de 43% - em relação ao segundo trimestre de 2008, e somou R$ 133 milhões.

Ainda que o cenário tenha sido adverso no período, a Brasil Foods conseguiu elevar sua margem líquida, de 2,7% no segundo trimestre de 2008 para 4,8% em igual intervalo este ano. Segundo a empresa, a recuperação de mercados importadores, ainda lenta, e o mercado interno contribuíram para a melhora.

Com a geração de caixa sob pressão, a BRF viu seu endividamento líquido crescer 26,5% em relação a 30 de junho de 2008, para R$ 3,280 bilhões no fim do primeiro semestre. Segundo a empresa, a dívida cresceu em função da necessidade de capital de giro e dos investimentos do período.

Já o lucro líquido da Sadia foi impulsionado por um ganho financeiro de R$ 607,2 milhões, ante R$ 6,5 milhões no mesmo período do ano passado. O resultado foi favorecido pela valorização do real ante o dólar de abril a junho, fazendo com que o endividamento líquido da companhia caísse para R$ 6,1 bilhões em 30 de junho, frente R$ 749,2 milhões registrado no fim do primeiro trimestre.

A empresa, no entanto, continua com um endividamento financeiro líquido de R$ 6 bilhões, que devem ser equacionados com a captação de R$ 5,3 bilhões, dos quais a Brasil Foods já antecipou o pagamento de R$ 950 milhões para saneamento da companhia.

A receita operacional líquida somou R$ 2,6 bilhões, recuo de 1,4% comparado com o segundo trimestre de 2008. O resultado, no entanto, mostra um crescimento em relação ao primeiro trimestre, com aumento de 7,6% do volume total comercializado. Segundo a companhia, as vendas no mercado interno acabaram compensando a queda das exportações, respondendo por 58,5% da receita total da companhia no segundo trimestre, ante participação de 51,2% no mesmo período do ano passado.

O volume de vendas para o mercado externo apresentou recuo de 12,3%, compensada por expansão de 15,2% no mercado interno.Já lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização totalizou R$ 248 milhões no trimestre, queda de 13,7% em relação a um antes.

A Previ continua interessada em estender o acordo de voto com os demais fundos de pensão na Brasil Foods. Esse acordo foi firmado em 2006, quando a companhia migrou para o novo Mercado e tem validade até 2011. O objetivo é manter um grupo forte de acionistas durante a transição de um modelo de controle definido para o de capital pulverizado.

O presidente da fundação, Sérgio Rosa, afirmou que essa decisão depende do consenso com os demais acionistas, que são hoje principalmente Petros, Valia e Sistel. Na opinião de Rosa, a manutenção do acordo por um tempo maior daria suporte para a empresa nessa fase após a união com a Sadia.

Já houve conversas preliminares nessa direção, mas a questão ainda não está definida.(Colaborou Graziella Valenti)

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