sexta-feira, outubro 17, 2008

Notícias ruins do setor de papel e celulose

Ontem e hoje tivemos notícias ruins sobre o setor de celulose e papel brasileiro, uma sobre a Klabin e outra sobre a Aracruz:

Aracruz perde R$ 1,64 bi no trimestre e suspende ampliação de Guaíba

SÃO PAULO - A Aracruz apresentou prejuízo líquido de R$ 1,642 bilhão no terceiro trimestre. Um ano antes, obteve lucro de R$ 260,9 milhões. A receita líquida ficou em R$ 801,6 milhões, ou 8% mais enxuta do que os R$ 873 milhões somados entre julho e setembro de 2007.

Em nota, a empresa explicou que sua liquidez tem sido muito afetada pela restrição de crédito e aumento da percepção de risco do mercado financeiro global. "O sistema financeiro global permanece sob estresse extraordinário, em especial no tocante a créditos e financiamentos. Como reflexo desse cenário, desde meados de setembro a moeda brasileira se desvalorizou fortemente em relação ao dólar, afetando negativamente o resultado financeiro com derivativos", destacou.

Vale recordar que a companhia comunicou recentemente perdas de R$ 1,95 bilhão com operações com derivativos cambiais.

A fim de conservar seu caixa, a Aracruz tomou uma série de medidas, como a suspensão temporária do projeto de expansão de sua unidade em Guaíba, no Rio Grande do Sul. Por meio de fato relevante, a empresa avisou, contudo, que tem a intenção de retomar os investimentos no projeto "assim que as condições de mercado os justificarem". (Valor Online, 17/10)
Nova vítima do câmbio,

Klabin tem prejuízo de R$ 253 milhões no 3º tri

SÃO PAULO - A Klabin encerrou o terceiro trimestre deste ano com prejuízo líquido de R$ 253,14 milhões, contra um lucro de R$ 177,52 milhões registrado no mesmo período de 2007.

A empresa mostrou piora tanto em seu desempenho operacional quanto no financeiro, este último agravado pelo efeito da valorização do dólar no endividamento.

Entre julho e setembro, a companhia obteve receita líquida de R$ 770,2 milhões, alta de 6,56% sobre igual intervalo do ano passado. As vendas do período somaram 388 mil toneladas, uma expansão de 7,7% em um ano. No entanto, o custo dos produtos vendidos cresceu muito mais, 22%, para R$ 587,9 milhões.

A mudança no mix de vendas, além de maiores preços de insumos como óleo combustível, produtos químicos e gás foram apontados como os principais responsáveis pelo salto.

As despesas também avançaram de forma importante, 30,2%, para R$ 133,18 milhões, influenciadas pelas rescisões de contratos de alguns executivos da companhia.

Até este momento, no entanto, a Klabin ainda estava no azul, mas os resultados financeiros agravaram o quadro, fechando o trimestre em R$ 447,1 milhões negativos, contra uma cifra positiva de R$ 101,2 milhões do mesmo período de 2007. A valorização do dólar ante o real gerou um custo de R$ 381 milhões para a empresa, que tem 50% da sua dívida atrelada à moeda americana.

Excluídos esses fatores, somou R$ 154,63 milhões a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações), uma queda de 22,7% sobre o terceiro trimestre do ano passado, quando o valor ficou em R$ 200,13 milhões. (Valor Online, 16/10)

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