Interessante o post do Blog Mundo Agro da Exame escrito pela Fabiane Stefano onde comenta a presença feminina em posições outrora ocupadas pelos homens na atividade rural. O post original encontra-se aqui:
Mulheres no campo
Ontem, conversei com Marcelo Vieira, diretor da Adecoagro, empresa que atua nos segmentos de cana e de café e que tem entre seus sócios o mega-investidor George Soros. Vieira me contou sobre a dificuldade de conseguir mão-de-obra para a usina Angélica, construída na cidade de mesmo nome, no Mato Grosso do Sul. A unidade, que começou a moer cana há dois meses, fica numa região tradicional de pecuária, onde faltava gente treinada para assumir cargos tanto na área industrial como na agrícola. A solução foi investir no treinamento de quase um terço da cidade. Dos 6000 habitantes de Angélica, cerca de 2000 trabalham para a usina.
Ainda assim, a demanda por pessoal na Adecoagro continuava grande. Sabe qual foi a solução que a empresa criou? Começou a treinar mulheres para cargos como tratoristas e operadoras de colhedoras de cana, cargos pouco usuais para o sexo feminino no campo (veja uma delas na foto abaixo). Foi um sucesso. Hoje, sete moças estão na direção de colhedoras da usina Angélica - máquinas que chegam a custar 800 mil reais cada uma. Outro grupo do mesmo tamanho dirige tratores. A entrada das mulheres nesse segmento vem ocorrendo em função do avanço tecnológico das máquinas, que exigem cada vez menos força física e cada vez mais conhecimentos de informática. Vieira conta que as operadoras e as tratoristas são mais cuidadosas com os equipamentos que os homens - o que também tem contribuído para mudar o comportamento dos colegas do sexo masculino (quando elas estão por perto, não há espaço para brincadeiras). "As oportunidades para as mulheres nessa região eram muito restritas. Muitas vezes, a única opção era trabalhar como empregada doméstica", diz Vieira. "Agora, uma operadora de colhedora pode ter um salário de 1000 reais".
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