Na edição 331 da Síntese Agropecuária da BM&F/Bovespa tem uma análise muito boa sobre como a instabilidade econômica atual está afetando o mercado de commodities:
Instabilidade econômica causa retração no mercado de commodities
Estoques cheios e exportações em ritmo lento deixam agentes em alerta.
Instabilidade econômica causa retração no mercado de commodities
Estoques cheios e exportações em ritmo lento deixam agentes em alerta.
As incertezas no mercado mundial de capitais já se refl etem nas commodities, o que vem causando apreensão e alta volatilidade, com impacto nos agentes do milho. No cenário doméstico, a questão a ser analisada é a possível escassez de crédito aliada ao baixo preço esperado para a safra 2008/09, o que pode contribuir para redução das áreas plantadas e do uso de tecnologia para as lavouras. O segundo fator de preocupação é o grande volume de produto disponível internamente – há a possibilidade de o estoque de passagem brasileiro ser o maior de todos os tempos, conforme Cepea/Esalq/USP. Esse excedente é mais visível quando comparados os volumes exportados em 2007 e 2008. Segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), o porto de Paranaguá teve declínio de 53%. Até agosto, esse volume caiu de 2,8 milhões de toneladas em 2007 para 1,4 milhões de toneladas. Conforme o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), a variação nacional do produto exportado foi de 54,7% e a redução foi de 5,6 para 3,6 milhões de toneladas. Esses valores somados à safra 2007/08, 13,1% superior à anterior, com variação de 51,8 para 58,6 milhões de toneladas, aponta para estoques mais expressivos. A possível redução na produção 2008/09 de 5,6%, ou 3,1 milhões de toneladas a menos, não foi suficiente para movimentos positivos de preço no mercado interno, volume este justifi cado, em parte, pela redução na área plantada de 1,7% (de 14,7 para 14,5 milhões de hectares), conforme dados do Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos 2008/2009, divulgado em 8 de outubro pela Conab. Quanto à lavouras de milho verão, 17,5% da área da região Centro-Sul já estava semeada no início de outubro segundo a Céleres. Os trabalhos estão 5,2% à frente do registrado no mesmo período de 2007. No Sul, o plantio está mais acelerado, com 10,5% acima de 2007 – noano passado, o longo período de estiagem prejudicou a plantação na região.
O relatório do Departamento de Agricultura Americano (USDA) de 10 de outubro mostrou incremento de 1% na produção se comparado ao documento de setembro, e 7% abaixo da safra passada. A produção atual foi estimada em 309,9 milhões de toneladas. Os Estados Unidos continuam sendo os maiores exportadores com 50 milhões de toneladas. A segunda posição permanece com a Argentina, que sofreu retração no volume a ser exportado em 12,5% (de 12 para 10,5 milhões de toneladas) – ou menos 1,8% de milho ofertado no mercado mundial. O Brasil, o terceiro maior exportador, continua com a expectativa de 9 milhões de toneladas.
O mercado físico do milho segue com poucos negócios, os baixos preços ofertados aos produtores, aliados às expectativas de quedas ainda maiores pelos compradores deixam o mercado engessado. As praças de Sapezal e Campinas apresentavam, em 9 de outubro, os extremos de preços: R$12,00/saca e R$22,60/saca, respectivamente. Os preços divulgados pelo indicador Esalq/BM&FBOVESPA, que servem de referência para o contrato de milho com liquidação financeira, acumulavam baixas de 3,1% em 13 de outubro, fi cando em R$22,29/saca. No mercado externo na mesma data, o milho para entrega em dezembro/08, apresentava queda mensal acumulada de 26,9%, encerrando em US$¢411,50/bushel.
Na BM&FBOVESPA, entre 10 de setembro e 10 de outubro, foram negociados mais de 22,2 mil contratos de milho, o que representa 10 milhões de sacas.
Os contratos sofreram retração de preço, acompanhando a maioria do mercado. Os vencimentos novembro/08 e março/09 foram cotados, em 10 de outubro, a R$21,70/saca e R$22,38/saca, redução de 10%.
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