domingo, agosto 17, 2008

Agronegócio brasileiro diversifica seus compradores

Em duas notas do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) publicada no site BrasilAgro comenta a diversificação dos mercados compradores dos produtos brasileiros e o aumento da importância no mercado internacional.

Abaixo as duas notas na íntegra:

BRASIL DIVERSIFICOU MERCADOS DE EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO

Em dez anos o Brasil diversificou os mercados de destino das exportações de produtos do agronegócio. É o que mostra o estudo Intercâmbio Comercial do Agronegócio - Principais Mercados de Destino, da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), lançado nesta quinta-feira (14).

Diversificar mercados significa maior independência no escoamento dos produtos agropecuários brasileiros. A ampliação da rede de destinos dá mais autonomia e capacidade de negociação ao País. Além disso, um leque variado de países importadores diminui a vulnerabilidade do Brasil em caso de eventuais crises econômicas.

Em 1997, 71,1% das exportações brasileiras do agronegócio tinham como destino os cinco primeiros mercados. No ano passado, essa porcentagem caiu para 63,5%. Já os dez primeiros, em 1997, eram responsáveis por 80%. Dez anos depois, essa participação decresceu para 74%. Com os 20 primeiros destinos, não foi diferente. Em 1997, compravam 88,3% e, no passado, 83,7%.

No que se refere aos trinta principais países que mais importavam produtos do agronegócio brasileiro, em 1997, eles respondiam por 92,9% do total vendido pelo Brasil, índice que caiu para 89%, em 2007.

Em 1997, os cinco primeiros mercados importadores do agronegócio brasileiro eram a União Européia, Estados Unidos, Japão, Argentina e China. Dez anos depois, a China ascendeu para o terceiro lugar, a Rússia tomou a posição da Argentina e o Japão caiu para a quinta colocação.

Atualmente, os chineses formam o segundo maior mercado para os produtos do agronegócio brasileiro, atrás apenas da União Européia. Considerando os países isoladamente, o mercado da China já é o principal destino de produtos agrícolas e pecuários do Brasil.

CRESCE A PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NO COMÉRCIO MUNDIAL DO AGRONEGÓCIO

O comércio mundial do agronegócio cresceu 57% entre os anos de 1997 e 2006. Nesse período, o valor exportado em todo o mundo subiu de US$ 388,6 para US$ 609,8 bilhões. Em igual intervalo, a participação do Brasil nesse mercado subiu dois pontos percentuais, passando para 6,9%. A média de crescimento das exportações brasileiras do agronegócio no período foi de 9,6% ao ano.

Os dados fazem parte do estudo Intercâmbio Comercial do Agronegócio - Principais Mercados de Destino, organizado pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRI/Mapa), lançado nesta quinta-feira (14).

Em 2007, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram a cifra de US$ 58,4 bilhões, valor 2,5 vezes maior que o registrado há dez anos, quando o Brasil exportou US$ 23,4 bilhões. Esse crescimento, no entanto, não foi regular devido às oscilações dos preços internacionais das commodities.

A evolução do valor das exportações do agronegócio brasileiro apresenta dois períodos distintos. O primeiro vai de 1997 a 2000 e se caracteriza pela queda de 12% das exportações, influenciada pela redução acumulada de 22,5% nos preços.

De 2001 a 2007, o crescimento do valor exportado torna-se contínuo. Até 2002, esse incremento é moderado por conta dos preços ainda baixos. Só no ano seguinte, com a conjugação de preços mais elevados e o aumento da quantidade exportada, é que a curva de crescimento das exportações se acentua.

PREÇO X QUANTIDADE

A relação entre preço e quantidade ajuda a explicar melhor o comportamento das exportações do agronegócio brasileiro entre 1997 e 2007. A queda das exportações, registrada de 1997 a 2000, foi determinada pela redução dos preços de 8,2% ao ano, ainda que a quantidade exportada tenha crescido a uma média de 4,4% nesse período.

Em 2001, o valor das exportações começa a subir por conta do grande aumento da quantidade exportada. Mas é em 2003 que as exportações iniciam uma subida acelerada pelo crescimento dos preços a uma taxa anual de 10%, com o incremento da quantidade exportada de 4,4% ao ano. Entre 2000 e 2004, a quantidade exportada cresceu a uma taxa anual de 16,8%, índice que caiu para 4,4% entre 2004 e 2007.

Nos últimos três anos o crescimento anual de 14% no valor das exportações do agronegócio é conseqüência, principalmente, do incremento de 68% dos preços, no período, e menos pelo aumento da quantidade exportada, 32%.

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