domingo, agosto 29, 2010

Nova praga na soja

Os artigos abaixo do Jornal do Comércio disponibilizado no Notícias Agrícolas e do Blog South America Calling (traduzido por mim), mostram a importância da pesquisa agrícola em todas suas áreas: do melhoramento genético às máquinas agrícolas. Parece que a natureza é expert em produzir novas pragas às culturas estabelecidas. Mãos à obra, doutores fitopatologistas....

Soja Louca é novo desafio para a pesquisa agrícola

Um novo distúrbio da soja, identificado em lavouras do Mato Grosso, Pará e Tocantins, está desafiando os pesquisadores brasileiros. Batizada de Soja Louca, justamente pela dificuldade de identificar suas causas, a anomalia tem provocado perdas significativas nestes estados. "Houve casos de produtores com 300 hectares de soja, que tiveram que lavrar tudo e plantar milho, pois perderam toda a oleaginosa", disse o fitopatologista da Embrapa Soja Maurício Meyer.

A principal suspeita dos pesquisadores é de que a moléstia, que impede que a soja mature, seja causada por um ácaro encontrado na palha sobre a qual as lavouras, em regime de plantio direto, são cultivadas. Os cientistas apontam que entre as principais características do distúrbio, identificado pela primeira vez em 1996, está a perda de qualidade das vagens, que permanecem verdes até apodrecerem. Entre os sintomas ocorre um afilamento das folhas do topo das plantas e o engrossamento das nervuras. As folhas apresentam uma tonalidade mais escura em relação às sadias. As hastes exibem deformações e engrossamento dos nós. As vagens também apresentam deformações, redução do número de grãos e apodrecimento de grãos. Plantas com problemas registram alto índice de abortamento de flores e vagens. Esse sintoma é mais intenso na parte superior das plantas, diminuindo em relação à base, o que impede o processo natural de maturação, fazendo com que a planta permaneça verde no campo.

Mesmo sem registros no Rio Grande do Sul, por se tratar de uma anomalia de climas mais quentes, a orientação das cooperativas é de que os produtores fiquem atentos a modificações nas lavouras. "Ainda não identificamos a doença, mas não descartamos a possibilidade, por isso devemos ficar atentos", disse o diretor agrotécnico da Cotrijuí, Mário Jung. O especialista diz que, ao contrário do que ocorreu com a Ferrugem da Soja, que é "transportada" pelo vento, é mais difícil o deslocamento da Soja Louca até o Estado, se efetivamente se confirmar se tratar de uma praga. "Precisaria ser transportada junto com alguma planta, já que com as sementes é mais difícil", disse.

Sem um diagnóstico conclusivo, os cientistas ainda não têm uma fórmula para combater o problema e por isso apostam na prevenção. Conforme o professor da Esalq/USP Durval Dourado Neto, outras causas da doença podem ser o estresse causado por fatores ambientais ou biológicos, hormônios relacionados à inibição ou crescimento da planta. "É preciso observar as fases de desenvolvimento da planta e suas relações com o ambiente", disse o professor.

Os estudos em lavouras de soja do Mato Grosso descartaram que o problema fosse ocasionado por doenças, percevejos, fitoxicidade ou deficiências nutricionais. "Colocamos o ácaro na planta sadia e ela manifestou a doença", disse Meyer. No entanto, o professor Aníbal Ramadan Oliveira, da Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia, afirma que não é esperado que os ácaros sejam os agentes causais da Soja Louca. Segundo ele, há relatos raros e bastante antigos de que os ácaros causem danos a culturas agrícolas. "Isso mostra que se houver correlação com a Soja Louca II será uma descoberta científica completamente inovadora." Para Oliveira, é necessária uma intensificação dos estudos para constatação quanto a onde, quando e em que condições os ácaros poderiam estar se alimentando da planta de soja e, de alguma forma, contribuindo para a manifestação da Soja Louca.

Doença da Soja Louca perturba agricultores no Brasil

Enquanto que a ferrugem asiática tem sido a maior ameaça à produção brasileira de soja nos últimos anos, os agricultores podem agora ter um nova doença para enfrentar.

A última anomalia, conhecida como doença da Soja Louca, causou perdas de até 40% em algumas áreas do pais, principalmente nos estados de Mato Grosso, Tocantins e Goiás.

A nova doença, cuja origem ainda é desconhecida, evita a maturação da soja com as plantas permanecendo verdes até que elas eventualmente caiam no solo.

Outros sintomas incluem um afinamento das folhas superiores e deformação dos talos. As folhas também tem uma cor mais escura quando comparada com as plantas saudáveis bem como vagens deformadas com poucos grãos.

Pesquisadores ainda tem que encontrar a cura para esta doença, ainda que eles não estejam seguros do que a causa. Os principais suspeitos no momento são os ácaros encontrados na resteva onde a soja é plantada no sistema de cultivo mínimo.

Algo positivo comparado à ferrugem asiática é que a doença não é facilmente transmitida. É mais presente em condições quentes e requer contato físico com as plantas infectadas para transmissão.

A ferrugem asiática, por outro lado, por ser conduzida por centenas de quilômetros por esporos infectados viajando pelo ar, tornando mais difícil seu controle.

Será que pensar verde é um luxo para o mundo?

Artigo do blog Freakonomics intitulado Desemprego vs Aquecimento Global mostra que um estudo conduzido por dois economistas Matthew E. Kahn e Matthew J. Kotchen indica que o desinteresse pelo aquecimento global aumenta conforme a economia entra em crise. Baseado em dados de pesquisas por palavra-chave do Google entre 2004 e 2010, verificaram que "taxas de desemprego mais elevada diminui a atividade de busca da Internet por aquecimento global, mas aumenta a atividade de pesquisa por desemprego".

Além disso analisaram a ligação entre desemprego e negação do estado de mudança climática e concluíram que "um aumento na taxa de desemprego está associado com uma diminuição da probabilidade de pensar que o aquecimento global está ocorrendo".

Outras observações podem ser encontradas diretamente neste link no texto original em inglês.

quinta-feira, agosto 26, 2010

Brasil regulamenta compra de terras por estrangeiros

A questão de venda de terras para estrangeiros foi resolvida nesta semana após a publicação de norma do Poder Executivo que regulamenta a compra de no máximo 50 módulos de exploração por parte de empresas estrangeiras. Abaixo encontrei três notícias no site "Food crisis and the global land grab" e postei-as para esclarecer a situação. A primeira é da Agência EFE, a segunda do Portal Terra e a terceira do Globo:

Governo limita venda de terras a estrangeiros

As empresas controladas por estrangeiros não poderão adquirir a partir de agora propriedades rurais no Brasil com mais de 50 módulos de exploração, uma área que varia entre 250 e 5.000 hectares dependendo da região do país.

O advogado-geral da União, Luís Inácio Lucena Adams, informou nesta terça-feira sobre o alcance da norma aprovada ontem pelo Executivo, que também estabelece que a soma das áreas adquiridas por empresas sob controle estrangeiro não poderá superar 25% do tamanho de cada município.

Esta nova normativa tem como base o artigo da Constituição segundo o qual o Estado tem que regulamentar o capital estrangeiro em setores considerados como estratégicos, explicou Lucena Adams.

A recente valorização dos produtos agrícolas, a escassez mundial de alimentos e a tendência a um aumento do mercado de biocombustíveis transformam a propriedade rural em um setor estratégico, acrescentou.

“A exemplo do que fazem muitos outros países, necessitamos impor limites à compra de terras por estrangeiros”, disse.

Nos últimos meses, aumentou a demanda de empresas estrangeiras, principalmente de capital chinês, por terras brasileiras, o que provocou um forte aumento do preço das propriedades rurais no país.

Inúmeras companhias manifestaram interesse em produzir alimentos e biocombustíveis no Brasil.

O país proíbe a venda de terras para estrangeiros ou empresas domiciliados no exterior, razão pela qual as aquisições eram feitas até agora por meio de empresas brasileiras controladas por investidores estrangeiros.

A norma é uma nova interpretação de uma lei de 1971 pela qual o regime militar (1964-1985) impôs um controle sobre a venda de terras.

Dito controle foi flexibilizado em 1994 por uma regulação agora sem efeito e que considerava que, como a empresa era brasileira, inclusive sob controle estrangeiro, não precisava notificar suas compras de terras.

Em 1994, o Brasil deixou de ter um registro sobre as terras que foram adquiridas por empresas controladas por estrangeiros. Hoje, não existem números oficiais que permitam conhecer a extensão dessas propriedades.

“Hoje temos uma visão limitada do que é o controle estrangeiro sobre terras nacionais (…), mas a partir de agora qualquer compra de terra por estrangeiros tem que ser comunicada aos Governos estaduais e ao federal”, afirmou Lucena Adams.

O advogado-geral da União esclareceu que a medida não é retroativa, ou seja, as propriedades já adquiridas por estrangeiros serão respeitadas, e que as restrições não buscam excluir a participação estrangeira na produção agropecuária brasileira, mas recuperar o “controle nacional” sobre a propriedade da terra.

AGU aprova limite de venda de terras do País a estrangeiros

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o advogado-Geral da União, ministro Luís Inácio Lucena Adams, aprovaram nesta segunda-feira um parecer da Consultoria-Geral da União (CGU) que limita a venda de terras brasileiras a estrangeiros ou empresas brasileiras controladas por estrangeiros. O documento, segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), levou em consideração alterações no contexto social e econômico no Brasil, assim como aspectos como a valorização das mercadorias agrícolas, a crise mundial de alimentos e o desenvolvimento do biocombustível.

Com a nova interpretação, as compras de terras serão registradas em livros especiais nos cartórios de imóveis. Todos os registros feitos por empresas brasileiras controladas por estrangeiros devem ser comunicados trimestralmente à Corregedoria de Justiça dos Estados e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.

O parecer prevê, entre outras restrições, que as empresas não poderão adquirir imóvel rural que tenha mais de 50 módulos de exploração indefinida. Só poderão ser adquiridos imóveis rurais destinados à implantação de projetos agrícolas, pecuários e industriais que estejam vinculados aos seus objetivos de negócio previstos em estatuto. Esses projetos devem ser aprovados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.

As restrições alcançam também o tamanho da terra. A soma das áreas rurais pertencentes a empresas estrangeiras ou controladas por estrangeiros não poderá ultrapassar 25% da superfície do município.

Histórico

Em 1994, a pedido do Ministério da Agricultura, a CGU emitiu parecer argumentando que só poderia haver restrições à compra de terras por empresas brasileiras de capital estrangeiro caso esse impedimento estivesse expresso no texto constitucional, o que não ocorria, segundo o entendimento da época, em conformidade com Constituição Federal de 1988. Mais tarde, em 1998, o parecer foi ratificado pela AGU.

Nas duas primeiras manifestações, a AGU sustentou que as restrições impostas aos estrangeiros na aquisição de imóveis rurais no Brasil não era extensível às empresas brasileiras controlas por estrangeiros.

Terras: novas regras não têm efeito retroativo
Roberto Maltchik

Para evitar uma guerra jurídica, a Advocacia-Geral da União (AGU) garantiu nesta terça-feira que o novo parecer impondo limites à compra de áreas rurais por empresas brasileiras controladas por estrangeiros não terá validade para negócios já formalizados. O parecer, adotado como regra pelo governo, determina que estrangeiros não podem acumular mais de um quarto da área de um município nem podem adquirir mais de 50 unidades de exploração indefinida, medida que varia entre 250 e cinco mil hectares.

Desde 1994, as limitações não contemplavam empresas com sede regular no Brasil. O parecer, pronto há dois anos, só foi apresentado agora, segundo a AGU, em razão de fatores estratégicos. Entre eles, o temor de uma reação do setor produtivo em meio à crise.

No parecer, o consultor-geral da União, Ronaldo Vieira Junior, admite que ao longo dos últimos 16 anos a aquisição de propriedades por tais companhias esteve fora de controle. Afirma que essa foi uma das razões para o avanço de fronteira agrícola em áreas de proteção ambiental, a valorização desenfreada do preço da terra, o aumento da grilagem e a ampliação desregulada da produção de etanol e biodiesel, além da aquisição de terras em faixa de fronteira.

O advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, afirmou que haverá regras diferentes para as empresas controladas no exterior que compraram antes e as que comprarão terras após o parecer.

Resíduo de uísque vira biocombustível

Notícia da EFE publicada no Portal Exame fala sobre o desenvolvimento de biocombustível (butanol) a partir da fermentação dos resíduos do uísque. Pelo visto vai ter gente tomando uísque para ajudar o meio ambiente...:

Escoceses desenvolvem combustível a partir de uísque
Cientistas afirmam que nova fonte de energia produz 30% mais potência que o etanol

Londres - Cientistas da universidade escocesa de Napier, em Edimburgo, desenvolveram um novo biocombustível para automóveis à base da refinação dos resíduos procedentes da fabricação de uísque

O biobutanol, que, segundo os cientistas, gera 30% mais potência que o etanol, utiliza dois produtos derivados da produção do uísque.

Ao contrário do que ocorre com o etanol, os motores dos automóveis não precisam ser alterados para utilizarem o biobutanol em vez do petróleo tradicional.

O biobutanol pode ser utilizado também para fabricar outros bioquímicos ecológicos, entre eles a acetona.

Os cientistas, que solicitaram a patente e querem criar uma companhia para comercializar o novo produto, afirmam que se inspiraram em processo desenvolvido há um século por Chaim Weizmann, químico de origem judaica refugiado em Manchester que chegaria a ser o primeiro presidente de Israel.

Weizmann estudou a fermentação do butanol como parte de um programa de produção de borracha sintética, e o processo seria utilizado mais tarde para a fabricação de explosivos.

"Algumas empresas energéticas estão cultivando colheitas para gerar biocombustíveis, mas nós averiguamos os materiais de resíduo do uísque para desenvolvê-los", disse o diretor do centro de pesquisas sobre biocombustíveis da Universidade Napier, Matin Tangney.

"É uma opção mais compatível com a defesa do meio ambiente, e que aproveita uma das maiores indústrias escocesas", disse Tangney, em referência ao uísque.

O projeto de desenvolvimento do combustível foi financiado pelo Scottish Enterprise, organismo de apoio ao empresariado que conta com a ajuda do Governo escocês.

sábado, agosto 21, 2010

Propostas dos 3 principais candidatos a presidente para o agronegócio

O Notícias Agrícolas publicou as respostas dos três principais candidatos à presidência à alguns temas propostos pela ABAG. A íntegra do texto encontram-se nos links na sequência onde também podem ser vistos os vídeos com as respostas: Dilma, Serra e Marina.

Abaixo compilei os três textos em um texto único, colocando a ordem de respostas devido à ordem alfabética:

ELEIÇÕES: Veja as propostas dos Presidenciáveis para o Agronegócio Brasileiro

A Abag - Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e mais de 50 entidades ligadas ao segmento elaboraram um documento, com propostas e metas macro-estratégicas para o crescimento seguro e sustentável do agronegócio brasileiro. A meta é dobrar as exportações do agronegócio brasileiro, alcançando, em 2020, US$ 130 bilhões. No campo social, busca-se a inclusão de 800 mil pequenos produtores rurais ao mercado e a capacitação dos filhos de agricultores. Em termos de produção, pretende-se incorporar 15 milhões de hectares de áreas degradadas ao processo produtivo. São metas possíveis, mas que dependem do esforço do Governo para a solução dos entraves na infraestrutura e logística, desoneração tributária, garantia de renda ao produtor, entre outras medidas.

O documento foi entregue aos três principais candidatos à presidência - Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva, que participaram virtualmente (gravaram depoimentos em video), nesta segunda-feira, 9 de agosto, em São Paulo, do 9º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), respondendo a questões referentes aos seis pilares para o crescimento seguro e sustentável do agronegócio brasileiro. O evento foi promovido pela Abag - Associação Brasileira do Agronegócio.

Para Dilma, o agronegócio deve englobar segurança energética, segurança alimentar e segurança no meio ambiente.

Serra diz que o agronegócio é a galinha dos ovos de ouro do país e que o câmbio, a falta de um seguro rural e o sistema de crédito precisam de mais atenção dos governantes

Segundo Marina, para o desenvolvimento do agronegócio é preciso que sejam criadas novas bases e estratégias para problemas de infraestrutura, crédito e financiamento.

Garantia de renda para o agricultor

"O agronegócio engloba três agendas estratégicas para o Brasil e para o mundo: segurança energética, segurança alimentar e segurança no meio-ambiente", disse Dilma Rousseff.

José Serra afirmou que é necessário equacionar três questões para o desenvolvimento da renda do agricultor: o câmbio, a falta de um seguro rural, o sistema de crédito. "O agronegócio é a galinha dos ovos de ouro do desenvolvimento", completou.

Para Marina Silva, é preciso criar novas bases e estratégias para o desenvolvimento do agronegócio e resolver problemas ligados à infraestrutura, ao crédito e financiamento. "Eu sou a solução para o setor no século 21", afirmou.

Infraestrutura e logística

Dilma concordou que a infraestrutura é um dos principais gargalos do agronegócio brasileiro e por isso foi estabelecido o PAC I e PAC II. Segundo a candidata, entre 2007 e abril de 210 foram investidos R$ 460 bilhões em ferrovias, aeroportos, portos, hidrovias, rodovias, estaleiros e embarcações.

Serra enfatizou as más condições das estradas federais brasileiras e o alto custo logístico para escoar os produtos agrícolas, além de ressaltar que um caminho importante seria a competente parceria entre público e privado para melhorar as condições de infraestrutura no País.

Na visão de Marina, é necessária a elaboração de um plano para infraestrutura com diretrizes que orientem todas as ações relacionadas ao setor. "O PAC, apesar de sua importância, é um junção de obras, é um gerenciamento de obras", disse. "Não podemos perder essa guerra para nós mesmos", completou.

Comércio Exterior

Dilma afirmou que o Brasil possui um grande potencial de produção, boas tecnologias disponíveis e diversificação de produtos para exportação. "Estamos finalizando a criação de uma agência especializada em Comércio Exterior", explicou.

Para Serra, antes de pensar em exportações é preciso resolver o gargalo da infraestrutura porque o produtor é prejudicado por conta desse problema. "O preço dos produtos do setor vem crescendo 5% abaixo a inflação e apresentando um superávit de US$ 40-50 bilhões. Se não fosse o agronegócio, o Brasil estaria quebrado", afirmou.

Segundo Marina, é necessário desconstruir o argumento daqueles que querem incluir barreiras para impedir a entrada dos produtos brasileiros nos países. "Precisamos criar uma nova narrativa, passando no teste de economia sustentável e com isso ganharemos respeito internacional", disse.

Pesquisa, desenvolvimento e inovação

Dilma destacou a importância da Embrapa para o posicionamento do País como importante player no desenvolvimento tecnológico na área agrícola. "Pretendemos manter o apoio a Embrapa e, também, aos centros de pesquisa estaduais, universidades e iniciativa privada", disse.

De acordo com Serra, as parcerias com as empresas privadas deveriam ser multiplicadas no Brasil para a produção de uma agricultura verde que não afete o meio-ambiente. "Precisamos turbinar a pesquisa, desenvolvimento e inovação para que tenhamos mais exemplos positivos na área", disse.

Marina afirmou que o País precisa ter produtos de alto valor agregado e por isso é necessário ter investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Um exemplo citado pela candidata é o caso da soja plantada no cerrado.

Defesa agropecuária

Dilma disse que irá trabalhar para a modernização de redes públicas de laboratórios. "Precisamos gerar tecnologias e novas metodologias de controle de medidas sanitárias e fitossanitárias", afirmou.

Serra defendeu a criação de defensivos genéricos e de produtos transgênicos "verde e amarelo", ou seja, adaptados para a realidade e agricultura brasileira. "Precisamos proteger nosso agronegócio cuidando de nossas fronteiras e, até, ajudando a fazer o combate contra doenças nesses países para minimizar o risco de transmissão", completou.

Esse tema, segundo Marina, depende dos esforços governamentais e do setor. "O aporte e apoio são de responsabilidade do governo federal, estadual e municipal, já o desenvolvimento de produtos de qualidade depende do setor", afirmou. "Defesa Agropecuária está ligada a dois importantes assuntos: saúde e abertura de novos mercados", acrescentou.

Institucionalidade do poder público

De acordo com Dilma, integrar os ministérios não é a solução porque o agronegócio possui ações específicas e transversais. "O desafio é integrar as diferentes atividades cotidianas mesmo que não estejam em uma mesma pasta", afirmou.

Para Serra, existem duas questões fundamentais que o governo precisa reconhecer para trabalhá-las em conjunto. São elas: as diferentes formas de exploração agrícola e as distintas maneiras de produzir agricultura. "Se bem entendidas e trabalhadas, haverá aumento de eficiência e renda para o produtor", disse.

Marina afirmou que o foco não impede um trabalho integrado. "Precisamos criar mecanismos de integração, mantendo a especificidade de cada setor", explica

As maiores empresas agrícolas da América do Sul

No Blog South America Calling de Kieran Gartlan hospedado no DTN Progressive Farmer encontrei uma notícia interessante que resolvi traduzir para o português. Ela trata sobre as 10 maiores empresas agrícolas da América do Sul e uma breve introdução sobre a área cultivada e seus negócios:

Quem é quem nos gigantes corporativos agrícolas da América do Sul

Com o aumento das empresas agrícolas na Argentina e no Brasil nos últimos 2-3 anos, pensei que seria útil para compilar uma lista dos maiores grupos com uma breve descrição de cada um.

1) El Tejar

A maior empresa agrícola do mundo, com cerca de 2,75 milhões de hectares de soja, milho e algodão, principalmente na Argentina, Brasil e Uruguai. A empresa possui apenas 20 por cento de suas terras agrícolas, alugando o resto, e terceiriza todas as máquinas e mão de obra agrícola. Apoiada pelo fundo de hedge sediado em Londres, Altima Partners, com uma participação de 40 por cento, e a empresa de private equity, Capital Group, com 13 por cento.

2) Los Grobo

Usa um modelo semelhante ao El Tejar, mas numa escala um pouco menor. Fazendas em torno de 750 mil acres principalmente no Brasil e Argentina. No Brasil, formou uma parceria com o banco local Pactual para financiar sua expansão. Los Grobo adquiriu participação controladora da empresa brasileira de grãos Ceagro no início deste ano e também comprou as sementes da empresa Selecta, no final de 2008.

3) Cresud

Cresud é a única empresa agrícola listada na Bolsa de Buenos Aires e também é listada na Nasdaq. Cresud controla cerca de 1,6 milhões de acres de terra, a maioria de posse própria. No entanto, apenas 150 mil hectares estão com lavouras, 575 mil hectares são pastagens e o restante não é utilizado. O objetivo da empresa é adquirir e desenvolver a terra para venda futura. Cresud tem uma participação de 35 por cento na BrasilAgro, empresa de investimento agrícola listada no mercado acionário brasileiro.

4) MSU

Empresa agrícola familiar argentina que também possui operações no Uruguai, Paraguai e Brasil. Cultivou 250.000 acres em 2007, mas tem perto do dobro agora seguindo uma rápida expansão, especialmente no Brasil. Tem um modelo similar à El Tejar e Los Grobo no qual a maioria de suas terras é arrendada.

5) Adecoagro

Adecoagro, que tem o investidor bilionário George Soros, entre os seus principais acionistas, foi criada em 2002 na Argentina e começou a operar no Brasil em 2004. A empresa detém a maioria das terras que cultiva, totalizando cerca de 670 mil acres na Argentina, Brasil e Uruguai. Ela produz grãos, arroz, oleaginosas, laticínios, açúcar, etanol, café, algodão e carne bovina.

6) Calyx Agro

Calyx Agro, formada em 2008, está focada no desenvolvimento, aquisição, arrendamento e exploração de terras agrícolas localizadas na América do Sul com ênfase no Brasil. Calyx Agro foi formado por LD Commodities, e um grupo de investidores liderado pela AIGInvestimentos, bem como uma série de outro fundos de de investimentos de private equity e familiares. A empresa adquiriu mais de 100 mil acres no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

7) Agrifirma

Agrifirma é uma moderna empresa de operação e desenvolvimento de terras agrícolas co-fundada por Ian Watson e Jim Slater, em 2008, na sequência de seu sucesso na Galahad Gold. Nos investidores estão incluídos Lord Rothchild e o guru de commodities Jim Rogers. A empresa adquiriu cerca de 175.000 acres, todos no oeste da Bahia.

8) SLC

Fundada em 1977 no sul do Brasil. A primeira empresa agrícola no Brasil listada na bolsa local (2007). Possui e cultiva fazendas ao redor 575.000 acres, todos no Brasil. Cultiva principalmente soja, algodão e milho.

9) Tiba Agro

Criado por Vision Brasil Investments e dois ex-executivos do Bank of America. O principal objetivo da empresa é adquirir terras e revender com lucro. Ele já adquiriu cerca de 800.000 acres, em sua maior parte no Cerrado (região de fronteira).


10) Radar

O braço imobiliário da gigante da cana-de-açúcar Cosan, juntamente com os fundos de pensão americanos (TIAA-CREF). Radar adquiriu cerca de 200.000 acres, em regiões de fronteira do Brasil durante os últimos três anos.

domingo, agosto 15, 2010

Agronegócio e recuperação judicial

No Valor Econômico da semana passada foi publicado um artigo assinado por Celso Umberto Luchesi, mestre em direito das relações sociais PUC-SP e coautor da obra "Proteção de Cultivares - Aspectos Jurídicos" e Eliana Cavalcante de Moura, especialista em direito processual civil pela PUC-Cogeae e em direito empresarial pela Universidade Presbiteriana Mackenzie sobre a recuperação judicial do agronegócio e suas características.

Como o tema judicial é pouco recorrente neste blog, resolvi publicar este artigo que encontrei no Notícias Agrícolas:

A recuperação judicial no agronegócio

A produção de commodities, assim como os demais setores do agronegócio, tem se tornado extremamente complexa, pois envolve inúmeras atividades nos mais diversos segmentos que o compõem.

Além de ser uma atividade com demandas e necessidades bastante específicas, tornou-se inafastável a necessidade de financiamento para fomentá-la. Isto exige do produtor rural o conhecimento das ferramentas financeiras disponíveis e, muitas vezes, a oneração de seu patrimônio, além do comprometimento de parte da produção como forma de viabilizar o acesso aos recursos financeiros de que necessita. Por outro lado, fornecedores de insumos, diante da ausência de financiamento público e mesmo de instituições financeiras privadas, passaram a assumir o risco do crédito, intermediar ou garantir a seus clientes - produtores rurais - o acesso ao financiamento da safra.

Falhas no planejamento financeiro e estratégico de negócios, somadas às dificuldades enfrentadas nas safras de 2004/2005 e 2005/2006 (principalmente câmbio e preços defasados) contribuíram para que surgisse uma grave crise no setor. Com isso, vieram também os problemas de crédito, de liquidez e de cumprimento das obrigações até então assumidas pelos produtores rurais com as empresas de insumos e instituições financeiras públicas e privadas.

Foi mais ou menos diante desse cenário - em se tratando do setor de agronegócios -, que em 9 de fevereiro de 2005 foi sancionada a Lei nº 11.101, denominada como Lei de Falências e de Recuperação de Empresas, que surgia para substituir o tão obsoleto Decreto-Lei nº 7.661, de 1945, que há muito tempo já não se mostrava como um caminho alternativo para empresas em dificuldades financeiras.

Especificamente na área de agronegócios, muito se tem discutido a respeito das recuperações judiciais requeridas pelos produtores rurais pessoas físicas, que costumeiramente desenvolvem suas atividades sem a constituição de uma pessoa jurídica. O tema tem sido bastante recorrente nos tribunais, sobretudo nas regiões em que tal atividade está mais presente.

A Lei da Recuperação Judicial é destinada às sociedades empresárias e também aos empresários. Seria, então, o produtor rural pessoa física empresário e, portanto, titular do direito de requerer os benefícios da recuperação judicial?

Empresário, para o Código Civil, é a pessoa que exerce profissionalmente a atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, ou seja, aquele que explora atividade econômica por meio da organização dos quatro fatores de produção - capital, mão-de-obra, insumos e tecnologia.

Na prática, no entanto, em especial no setor de agronegócios e nos longínquos lugares em que tal atividade se desenvolve, nem sempre é fácil distinguir quem é empresário de quem não é.

Não basta saber se determinado produtor rural de fato organiza os quatro fatores de produção já citados, para se concluir que ele é empresário e, portanto, passível de requerer a recuperação judicial.

Isto porque, há disposição específica na legislação brasileira (artigo 971 do Código Civil), que prevê a equiparação do produtor rural ao empresário (com todos os direitos e deveres), se, e somente se, aquele tiver requerido seu registro junto ao Registro Público de Empresas Mercantis de sua localidade.

Portanto, se o produtor rural exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, com a organização dos fatores de produção e se inscreve no Registro Público de Empresas Mercantis, será considerado empresário nos termos da lei, e como tal, poderá requerer a recuperação judicial.

Assim, o entendimento mais acertado e consonante com o próprio espírito e disposição da lei é o de que somente o produtor rural pessoa física, que exerça sua atividade econômica de forma profissional e com a organização dos fatores de produção para produção ou a circulação de bens ou de serviços e com registro no Registro Público de Empresas Mercantis, é quem pode requerer o benefício da recuperação judicial. Portanto, os produtores rurais que exercem a atividade, ainda que empresários, sem o respectivo registro, estão impedidos de requerer tal benefício.

Embora muitos produtores rurais (pessoas físicas não inscritas nas Juntas Comerciais de seus Estados) estejam pleiteando o benefício da recuperação judicial, o Poder Judiciário tem, na medida do possível, impedido a concessão do benefício aos que a ele não fazem jus.

A exigência da prévia inscrição dos produtores rurais nas Juntas Comerciais de seus Estados para que possam ser beneficiados pela recuperação judicial, não pode ser considerada (como muitos entendem) mera formalidade, já que é exigência legal, e como tal não pode ser abrandada. É a referida inscrição que equipara o produtor rural ao empresário e que confere ao primeiro todos os direitos e deveres inerentes ao segundo, incluindo-se, aí, o benefício da recuperação judicial, como todos os ônus e bônus a ela inerentes.

Pensar de modo contrário pode abrir perigoso caminho de enfraquecimento do princípio da segurança jurídica, na contramão do espírito da lei.

Agronegócio quer reforçar imagem

Durante o 9º Congresso Brasileiro do Agronegócio realizado semana passada foi apresentado pela ABAG um projeto para reforçar e melhorar a imagem do agronegócio brasileiro dentro de nosso país. Esta iniciativa é muito boa, pois imagem é algo muito importante. Abaixo segue notícia do Portal do Agronegócio:

Agronegócio prepara projeto para mostrar sua importância à opinião pública
Não existe uma imagem ou palavra que resuma o setor.

Diversas entidades representativas do agronegócio e importantes empresas do segmento reuniram-se para preparar um projeto de comunicação a longo prazo para mostrar à opinião pública a verdadeira capacidade e potencial da agricultura brasileira. O lançamento foi anunciado durante o painel da manhã do 9º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), promovido pela Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, na última segunda-feira, dia 9 de agosto, em São Paulo.

“Estamos expostos a múltiplas interpretações, muitas delas sendo críticas negativas radicais e até mal-intencionadas, criando situações que maculam gratuita e injustamente a nossa imagem por isso precisávamos nos defender e apresentar a agenda positiva de nosso setor”, afirmou Carlo Lovatelli, presidente da ABAG. “Nosso objetivo é que o Congresso seja o corte seccional entre a velha e a nova era de comunicação do agronegócio”, ressalta.

Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, acrescentou que o projeto tem o intuito de divulgar o agronegócio brasileiro por isso será institucional, ou seja, impessoal, sem assinatura e sem privilegiar nenhuma personalidade ou entidade. “Com isso resolveremos o principal problema de nosso setor que é o branding”, explica. O termo é utilizado para definir o conjunto de práticas e técnicas que visam a construção e o fortalecimento de uma marca.

O problema foi identificado por Roberto Duailibi, sócio-diretor da DPZ Propaganda. “O agronegócio significa muita coisa: é leite, é commodities, é carne, é maquinário, é manifestações, é leilões, entre outros. Não existe uma imagem ou palavra que resuma o setor. É preciso criar uma marca que defina todas as cadeias produtivas do agronegócio brasileiro”, ressaltou.

O executivo contou sobre o caso do café da Colômbia, que criou o personagem Juan Valdez como marca, e hoje é conhecido mundialmente como um produto de qualidade com share superior ao do Brasil.

Segundo Duailibi, quando esta identificação positiva se torna forte o bastante, a marca passa a valer mais do que o próprio produto oferecido. “O agronegócio brasileiro precisa apresentar seu core business para o mundo que é abastecer todos os lares”, explicou. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico reforçam essa afirmação já que em 10 anos a demanda mundial por alimentos crescerá 20% e o Brasil será responsável pelo abastecimento de 40% deste percentual.

Para Geraldo Alonso Filho, presidente da FGF Agricultura & Negócios, essa iniciativa é importante porque, caso contrário, os desafios que aparecerão não serão superados. “O agronegócio chegou a representar 25% do PIB, no entanto os investimentos em comunicação não passaram de 1% desse valor. A Comunicação é um ativo, um insumo necessário e funciona”, resumiu.

De acordo com José Luiz Tejon Megido, presidente da TCAI Consultores, é a primeira vez que a comunicação é colocada como tema em um evento do porte do 9º CBA. “O Brasil desconhece a nova classe média produtora que é distinta dependendo de sua localidade e mais diferente ainda se comparada ao imaginário da maior parte da população. Precisamos reunir essa classe com a nova classe média brasileira para mostrar que não há distinção entre elas”, explicou.

Hiran Castelo Branco, presidente do Conselho Nacional de Propaganda, sugere que antes de definir alguns pontos no projeto é preciso realizar uma pesquisa com a população urbana brasileira para saber como ela percebe o agronegócio e o campo. “Assim será possível identificar os gargalos que precisam ser superados para que a população tenha a percepção correta sobre o setor”, completa. O presidente ainda propôs ao diretor de pós-graduação da ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, Licínio Motta, que a faculdade ajudasse na análise dessa pesquisa. Proposta aceita por Motta.

Solenidade de abertura

A solenidade de abertura do 9º CBA contou com a participação de Carlo Lovatelli, presidente da Abag, Luiz Carlos Guedes Pinto, vice-presidente de agronegócio do Banco do Brasil, do deputado federal Abelardo Lupion, presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, José Geraldo Fontelles, secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gilman Viana, Secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas Gerais, Pedro Antonio Arraes Pereira, presidente da Embrapa e Marcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras.

quinta-feira, agosto 05, 2010

Gado clonado tem carne disponibilizado na Inglaterra

Matéria da AFP publicada no Terra mostra que carne proveniente de gado clonado entrou no mercado na Grã-Bretanha, algo que é proibido.. Imagine se acontece isso com carne brasileira exportada!!!!!

Carne de gado clonado entrou na cadeia alimentar do Reino Unido

A agência de segurança para os alimentos na Grã-Bretanha (FSA) confirmou nesta terça-feira, após uma investigação, que gado produzido por uma vaca clonada entrou na cadeia alimentar do país no ano passado. Os responsáveis da FSA chegaram à conclusão após uma investigação baseada nas declarações do proprietário de uma fazenda que revelou vender leite de uma vaca produzida por um animal clonado, o que é proibido na União Europeia.

A investigação deflagrada com tal revelação concluiu que dois bois produzidos na Grã-Bretanha, feitos a partir de embriões de uma vaca clonada nos Estados Unidos, foram para o corte e a carne de um dos animais "foi consumida" pela população.

"O primeiro boi, Dundee Paratrooper, produzido em dezembro de 2006 e abatido em julho de 2009, teve sua carne consumida entre a população, declarou uma porta-voz da FSA. "O segundo, Dundee Perfect, produzido em março de 2007 e abatido em 27 de julho de 2010, não teve sua carne incluída na cadeia alimentar".

Pela legislação europeia, produtos alimentares procedentes de animais clonados devem ser submetidos a severos controles e obter uma autorização especial para entrar no mercado.