segunda-feira, março 09, 2009

COSAN em pleno vapor: contrato ferroviário e possível aquisição da Nova América

Apesar da crise, parece que a COSAN não para em suas atividades. Somente hoje, encontrei no Portal Exame, duas notícias da Agência Estado sobre a empresa. A primeira trata do acordo COSAN-ALL para transporte ferroviário de açúcar e álcool e a segunda da possível aquisição do grupo NovAmérica:

Cosan e ALL assinam contrato para transportar açúcar

A Cosan firmou contratos de longo prazo entre sua controlada indireta Rumo Logística e a América Latina Logística (ALL) para transporte de açúcar a granel e outros derivados. Em comunicado enviado ao mercado, a empresa sucroalcooleira diz que o acordo levará à expansão da capacidade operacional ferroviária da ALL por meio de investimentos em via permanente, pátios, vagões, locomotivas e terminais a serem realizados pela Rumo na malha da ALL. A Rumo deverá investir em um sistema de transporte ferroviário, apoiado na operação da ALL, o valor de aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Do total, R$ 535 milhões irão para a duplicação, ampliação e melhoria da via permanente e pátios do corredor ferroviário paulista Bauru-Santos. Outros R$ 435 milhões vão para aquisição de até 79 locomotivas e 1.108 vagões HPT com capacidade de 30 toneladas por eixo e mais R$ 206 milhões serão destinados à construção e ampliação dos terminais. Em contrapartida ao investimento, a ALL garantirá, no transporte, curva de volume mínimo, chegando a 1,09 milhão de toneladas por mês a partir do quarto ano.

Também vai assegurar prática de tarifas competitivas em relação ao modal rodoviário, gestão das obras e indicação dos fornecedores de locomotivas e vagões e pagamento de aluguel dos equipamentos em valor proporcional ao transporte efetivo de açúcar e derivados. Com a implementação do investimento da Rumo, a ALL terá capacidades operacionais adicionais crescentes para a prestação do serviço de transporte, que serão proporcionais ao investimento anual a ser executado pela Rumo. No primeiro ano, a capacidade será de 545 mil toneladas (t), no segundo de 666 mil t, no terceiro de 787 mil t, no quarto de 1.090 mil t e no quinto de 1.112 mil t. Os contratos preveem o transporte com destino ao Porto de Santos (SP) de aproximadamente 9 milhões de toneladas por ano após a conclusão do investimento e 184 milhões de toneladas de produto no período de 2010 a 2028, caso as condições contratuais sejam implementadas. Essa quantidade adicional assegura um crescimento significativo, visto que no ano de 2008 o volume total transportado pela ALL foi de apenas 2 milhões de toneladas de açúcar e derivados. Esse projeto fará com que a Rumo possa explorar o potencial futuro de seu terminal portuário de açúcar, que é o maior do mundo, com capacidade estática de armazenagem de 435 mil toneladas e capacidade anual de embarque de 15 milhões de toneladas de açúcar ou grãos, operando, além de granéis sólidos, açúcar ensacado. (Agência ESTADO)

Cosan está mais perto de levar a NovAmérica Agroenergia

O Grupo Cosan está perto de finalizar a compra da NovAmérica Agroenergia, braço sucroalcooleiro do Grupo NovAmérica, para se consolidar como o maior conglomerado produtor de açúcar e álcool do planeta. Segundo fontes, a ratificação do acordo está prevista para ser oficializada até o final de fevereiro. O negócio deve ser realizado por meio de uma troca de ações da Cosan para a família Rezende Barbosa, controladora da NovAmérica. A operação também envolve um valor financeiro não revelado, além de uma participação de executivos da NovAmérica no conselho administrativo da Cosan.

A Cosan já estaria realizando o processo de análise de dados na NovAmérica, que deve se estender por 60 dias, quando a operação será ou não concretizada. A avaliação pode inviabilizar a operação, já que Agência Estado apurou que a Cosan sente-se insegura em relação ao endividamento financeiro da NovAmérica Agroenergia. De acordo com balanço divulgado em dezembro, a dívida total da NovAmérica é de R$ 723,13 milhões, sendo R$ 373,05 milhões com vencimento no curto prazo e R$ 350,08 milhões no longo prazo. No entanto, R$ 150 milhões dessa dívida de longo prazo são debêntures que devem ser resgatadas em dois anos, considerado um prazo curto no mercado diante da atual crise de liquidez. Com a fusão, o Grupo Cosan elevaria para 51 milhões de toneladas o processamento total de cana-de-açúcar, já que as suas 18 unidades moem 44 milhões de toneladas de cana por safra e as quatro unidades sucroalcooleiras da NovAmérica processam mais de 7 milhões de toneladas por safra.

O acordo finalizaria uma disputa da Cosan com outras quatro empresas que apresentaram propostas de compra da NovAmérica. As propostas foram apresentadas até o dia 20 de dezembro e o prazo para a decisão expirou em 30 de dezembro de 2008. Ouvidas pela Agência Estado, Cosan e NovAmérica não confirmaram nem negaram a informação. A Cosan informou apenas que não comenta especulações de mercado, mas que segue analisando todas as oportunidades de crescimento. Já o Grupo NovAmérica confirmou o afunilamento das negociações, sem citar nomes de companhias, e informou que não há negociações fechadas, mas que elas seguem para um desfecho.

Com usinas nas cidades paulistas de Tarumã e Maracaí, a NovAmérica Agroenergia iniciou seu crescimento no setor sucroalcooleiro com a aquisição da marca União, da Copersucar, em 2005. Comprou ainda unidades de refino em Sertãozinho (SP) e Piedade (RJ). Em 2006, confirmou a construção de uma usina em Caarapó (MS) e, no ano seguinte, comprou a Destilaria Paralcool, em Paraguaçu Paulista (SP). Já em 2008, a NovAmérica informou que negociava a aquisição da Usina Pau D’Alho, em Ibirarema (SP), mas desistiu do negócio em função da crise. (Agência ESTADO)

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