O mercado internacional de álcool ainda é incipiente, mas segundo reportagem abaixo do DCI publicada hoje, a Europa pode transformar-se em um mercado importante para nosso etanol:
O desafio de vender etanol para a Europa
A União Européia (UE) tem sido um dos principais consumidores do etanol brasileiro. E este mercado tem um grande potencial para aumentar sua participação na balança comercial do Brasil. De acordo com o Ministério da Agricultura, a exportação para o velho continente passou de 20,5% em 2005 para 28,4% no ano passado. Com a adoção de políticas de redução da dependência do petróleo e de programas de diminuição de emissão de gases poluentes, a União Européia pretende ainda aumentar para 20% a utilização de energias provindas de fontes renováveis até 2020.
Mas a UE está considerando restringir a importação pela falta de confiança no processo de fabricação do etanol, com relação a questões ambientais. O Comitê de Energia da UE anunciou que a meta de abastecer 10% de seus veículos com biocombustíveis até 2020 pode ser adiada. Nesse sentido, a instituição preparou um projeto de lei que, caso seja aprovado, proibirá os 27 países-membros de importar etanol cuja produção exija o uso excessivo de recursos naturais, como solo e água, e que estimule a devastação florestal. O Comitê alega também que não há garantias de que o etanol reduza a emissão de gases poluentes, responsáveis pelo aquecimento global.
Se o projeto for aprovado, a balança comercial brasileira do biocombustível pode ser severamente afetada. Levando-se em consideração o atual cenário, a UE é responsável por mais de 20% da exportação do etanol, com a compra de quase 2,125 bilhões de litros em três anos.
Caso a entidade mantenha a meta de aumentar para 5,75% a fatia de biocombustível no total do combustível consumido em transporte até 2010, isso corresponderá a quase 2,826 bilhões de litros de etanol brasileiro importado pela União Européia anualmente. Em um futuro próximo, um percentual de 10% de biocombustível deve aumentar a exportação para 4,915 bilhões de litros por ano, até 2020.
Esta previsão otimista é baseada em dados disponíveis no site da União Européia. De acordo com eles, o percentual de biocombustíveis nos combustíveis para o setor de transporte era de 1,8% em 2005. Segundo o Ministério da Agricultura do Brasil, a exportação de etanol brasileiro para a UE no mesmo ano foi equivalente a 530,728 milhões de litros. Para prever o volume de importação em 2010 e 2020, uma taxa constante de 530,728 milhões de litros importados para cada 1,8% de biocombustível na gasolina usada nos países da União Européia deve ser considerada, assim como todas as outras variáveis, como barreiras comerciais, taxas de importação e as políticas energéticas do Brasil e da UE.
Estudos internacionais abordam todos os tipos de etanol de forma semelhante, levando a interpretações incorretas. É necessário destacar as características que diferenciam o etanol do Brasil, a partir da cana-de-açúcar, dos outros fabricados no mundo. De acordo com as Nações Unidas, o desenvolvimento dos biocombustíveis no Brasil tem tido pouco impacto ambiental. A produção de cana-de-açúcar está quase toda concentrada no Estado de São Paulo, com menos de 1% na Amazônia.
O estudo mostra ainda que o etanol brasileiro reduz a emissão de dióxido de carbono em 70%, enquanto o norte-americano, feito do milho, reduz em 13%. Um relatório do Ministério da Ciência e Tecnologia revela que o uso do etanol como fonte de energia evitou a emissão de 225 milhões de toneladas de dióxido de carbono no Brasil, entre 1994 e 2005.
Ao impor mais barreiras à importação de etanol brasileiro, além de afetar negativamente a receita comercial, a União Européia pode aumentar os custos de diminuição de emissão de gases poluentes. Nesse sentido, a iniciativa da UE é contraditória às preocupações mundiais em relação ao aquecimento global e à dependência do petróleo.
Questões de comércio internacional são estratégicas para cada país. Por isso, a UE tem o direito de organizar suas atividades de importação e exportação. No entanto, os argumentos para sustentar suas decisões devem ser muito bem justificados, de modo a não prejudicar interesses globais. Neste episódio, a União Européia precisa reconhecer que o etanol brasileiro é um caso especial a se levar em consideração
O desafio de vender etanol para a Europa
A União Européia (UE) tem sido um dos principais consumidores do etanol brasileiro. E este mercado tem um grande potencial para aumentar sua participação na balança comercial do Brasil. De acordo com o Ministério da Agricultura, a exportação para o velho continente passou de 20,5% em 2005 para 28,4% no ano passado. Com a adoção de políticas de redução da dependência do petróleo e de programas de diminuição de emissão de gases poluentes, a União Européia pretende ainda aumentar para 20% a utilização de energias provindas de fontes renováveis até 2020.
Mas a UE está considerando restringir a importação pela falta de confiança no processo de fabricação do etanol, com relação a questões ambientais. O Comitê de Energia da UE anunciou que a meta de abastecer 10% de seus veículos com biocombustíveis até 2020 pode ser adiada. Nesse sentido, a instituição preparou um projeto de lei que, caso seja aprovado, proibirá os 27 países-membros de importar etanol cuja produção exija o uso excessivo de recursos naturais, como solo e água, e que estimule a devastação florestal. O Comitê alega também que não há garantias de que o etanol reduza a emissão de gases poluentes, responsáveis pelo aquecimento global.
Se o projeto for aprovado, a balança comercial brasileira do biocombustível pode ser severamente afetada. Levando-se em consideração o atual cenário, a UE é responsável por mais de 20% da exportação do etanol, com a compra de quase 2,125 bilhões de litros em três anos.
Caso a entidade mantenha a meta de aumentar para 5,75% a fatia de biocombustível no total do combustível consumido em transporte até 2010, isso corresponderá a quase 2,826 bilhões de litros de etanol brasileiro importado pela União Européia anualmente. Em um futuro próximo, um percentual de 10% de biocombustível deve aumentar a exportação para 4,915 bilhões de litros por ano, até 2020.
Esta previsão otimista é baseada em dados disponíveis no site da União Européia. De acordo com eles, o percentual de biocombustíveis nos combustíveis para o setor de transporte era de 1,8% em 2005. Segundo o Ministério da Agricultura do Brasil, a exportação de etanol brasileiro para a UE no mesmo ano foi equivalente a 530,728 milhões de litros. Para prever o volume de importação em 2010 e 2020, uma taxa constante de 530,728 milhões de litros importados para cada 1,8% de biocombustível na gasolina usada nos países da União Européia deve ser considerada, assim como todas as outras variáveis, como barreiras comerciais, taxas de importação e as políticas energéticas do Brasil e da UE.
Estudos internacionais abordam todos os tipos de etanol de forma semelhante, levando a interpretações incorretas. É necessário destacar as características que diferenciam o etanol do Brasil, a partir da cana-de-açúcar, dos outros fabricados no mundo. De acordo com as Nações Unidas, o desenvolvimento dos biocombustíveis no Brasil tem tido pouco impacto ambiental. A produção de cana-de-açúcar está quase toda concentrada no Estado de São Paulo, com menos de 1% na Amazônia.
O estudo mostra ainda que o etanol brasileiro reduz a emissão de dióxido de carbono em 70%, enquanto o norte-americano, feito do milho, reduz em 13%. Um relatório do Ministério da Ciência e Tecnologia revela que o uso do etanol como fonte de energia evitou a emissão de 225 milhões de toneladas de dióxido de carbono no Brasil, entre 1994 e 2005.
Ao impor mais barreiras à importação de etanol brasileiro, além de afetar negativamente a receita comercial, a União Européia pode aumentar os custos de diminuição de emissão de gases poluentes. Nesse sentido, a iniciativa da UE é contraditória às preocupações mundiais em relação ao aquecimento global e à dependência do petróleo.
Questões de comércio internacional são estratégicas para cada país. Por isso, a UE tem o direito de organizar suas atividades de importação e exportação. No entanto, os argumentos para sustentar suas decisões devem ser muito bem justificados, de modo a não prejudicar interesses globais. Neste episódio, a União Européia precisa reconhecer que o etanol brasileiro é um caso especial a se levar em consideração
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