quinta-feira, setembro 13, 2007

Foi dado o primeiro passo para transformação do etanol em commodity

A definição de um contrato internacional de etanol é o primeiro passo para que o mesmo se torne uma commodity internacional. A matéria abaixo foi publicado no Valor Econômico

CONTRATO INTERNACIONAL DE ÁLCOOL SAI DO PAPEL

O contrato padrão internacional de álcool deverá ficar pronto até o fim da primeira quinzena deste mês. Segundo Paulo Siqueira Costa, secretário-executivo da Ietha (Associação Internacional de Comércio de Etanol), o contrato está em fase final de discussões entre os membros da entidade (total de 49 associados).
"Teremos uma reunião com o conselho do Ietha no próximo dia 19, quando esse contrato deverá ser oficialmente apresentado", afirmou Siqueira Costa ao Valor.

A padronização desse contrato está sob coordenação de Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, especializada no setor sucroalcooleiro. De acordo com Siqueira Costa, os contratos de álcool serão parecidos com os de energia. A associação está utilizando modelos semelhantes aos adotados pela indústria do petróleo e pretende, ainda, desenvolver um contrato de frete específico para etanol. O contrato terá cotação FOB e deverá começar a ser negociado ainda este ano, atendendo especificações do Brasil, dos Estados Unidos e da União Européia.

O objetivo é que o contrato padrão, específico para o chamado mercado físico, facilite o comércio internacional e transforme o etanol em uma commodity mundial.

No mercado internacional, o volume de álcool comercializado soma cerca de 5 bilhões de litros de álcool por ano - o Brasil responde por 3,5 bilhões de litros do total. No pais, o preço do hidratado para exportação está em média a US$ 350 (por mil litros).

O Brasil é o maior exportador mundial do combustível. A China é o segundo maior exportador, com 1,017 bilhão de litros em 2006, seguida pela França, com 319 milhões de litros no ano passado. Os Estados Unidos lideraram as importações, com 2,74 bilhões de litros, em 2006. O Japão veio em segundo lugar, com 502 milhões de litros de álcool importados, seguido pela Alemanha, com 429 milhões de litros também no ano passado.

Com sede em São Paulo, a Ietha foi criada em outubro de 2006 e reúne toda a cadeia sucroalcooleira, incluindo a área produtiva (usinas nacionais e estrangeiras), países importadores, consumidores e representantes de logística. A entidade pretende ter representantes na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia. A Brenco é a mais nova associada.

Siqueira Costa acredita que o incremento das negociações do álcool no mercado internacional deverá dar impulso aos mercados futuros de álcool nas bolsas internacionais e também no Brasil, por meio da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).

A boa demanda global por álcool tem impulsionado projetos de construção de usinas nos EUA e no Brasil, respectivamente primeiro e segundo maiores produtores mundiais do combustível. A produção americana está estimada em cerca de 25 bilhões de litros por ano. No Brasil, os volumes de produção estão projetados em 20 bilhões de litros (Valor, 11/9/07)

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