quarta-feira, janeiro 30, 2008

Carnes - Problemas com a UE

A nota abaixo da Agência Estado mostra o descontentamento dos europeus com relação à atitude do governo brasileiro de enviar uma lista de fazendas autorizadas a exportar carne muito maior do que os europeus esperavam. Agora vamos esperar que tipo de retaliação virá:

Lista brasileira de exportadores de carne irrita europeus

Agência Estado

(30/01/2008) - O Brasil entregou à União Européia (UE) uma lista de fazendas autorizadas a exportar carne quase nove vezes maior que Bruxelas esperava receber e irritou os negociadores europeus. Ontem, a Comissária de Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel, apelou para que "o Brasil atue de maneira justa" no comércio e garantiu que apenas 3% das fazendas brasileiras poderão vender carne à Europa.

A lista do governo tem mais de 2,6 mil fazendas credenciadas. "Isso é bem mais do que havíamos dito", disse uma funcionária próxima à cúpula da Comissão Européia. Fischer Boel não nega que se o atual sistema de certificação de fazendas não funcionar, um embargo total poderá ser aplicado. No fim do ano passado, Bruxelas anunciou que estava impondo novos limites às exportações brasileiras por questões sanitárias. Os europeus estabeleceram várias normas e anunciaram que dariam o sinal verde a apenas 300 fazendas. O governo brasileiro passou a verificar cada uma das fazendas e, pelos critérios exigidos pelos europeus, certificou mais de 2,6 mil propriedades. A avaliação do governo é de que, se todas cumprem os requisitos, não caberia ao Ministério da Agricultura selecionar 3% delas.

Em Bruxelas, os europeus não escondiam a irritação com a atitude brasileira. Primeiro, pelo número de fazendas, considerado exagerado. Outra confusão foi o fato de cada Estado ter feito uma lista separada. A missão diplomática do Brasil junto à UE confessou que não tinha como somar as listas. Com a atitude, o governo jogou de volta para os europeus o problema.

Frutas - aumenta exportação brasileira

Que o Brasil tem um enorme potencial para produção e exportação de frutas, todos já sabem. O que a nota abaixo publicada pela Agência Estado mostra é que o país melhorou seu desempenho na fruticultura. Esperamos que melhore ainda mais pois o total exportado é apenas 650 milhões de doláres:

Exportação de frutas cresceu 35,8% no ano passado

Agência Estado

(30/01/2008) - O Brasil ocupa o terceiro lugar como produtor mundial de frutas e exportou 920 mil toneladas, em 2007, 35,88% mais do que no ano anterior, com uma receita de US$ 644 milhões. O Programa de Produção Integrada de Frutas (PIF), coordenado pelo Ministério da Agricultura, contempla 21 culturas frutíferas, das quais 14 em condições de certificação e formar pólos de produção integrada institucionalizados com selos de conformidade.

As uvas de mesa, exportadas principalmente para a União Européia (UE), Estados Unidos e Canadá, ocupam o primeiro lugar, com a marca de 79 mil toneladas, rendendo US$ 169 milhões, 43,29% mais que em 2006. O segundo lugar é ocupado pelo melão, com mais de 204 mil toneladas ou US$ 128 milhões, aumento de 45,3%. O Japão e a UE foram os principais compradores de mangas, consumindo 116 mil toneladas ou US$ 89 milhões.

A UE contribuiu para o crescimento da exportação de maçãs, no ano passado, quando comprou 112 mil toneladas da fruta, investindo mais de US$ 68 milhões, 115% mais do que no ano anterior. Para o coordenador-geral de Sistemas de Produção Integrada do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos Bhering Nasser, o aumento nas exportações se deve à qualidade das frutas brasileiras, como é o caso da maçã. "Em 2005, uma missão oficial da União Européia realizou uma auditoria nas maçãs do Brasil e ficou satisfeita com o que encontrou, ou seja, um alimento seguro", ressaltou. As informações são da assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Saldo do Agronegócio Paulista tem queda em 2007

Aproveitando o gancho da nota anterior, encontrei no site Último Segundo do IG a nota abaixo que diz que o agronegócio paulista apesar de apresentar resultado positivo de 10 bilhões de doláres, teve um saldo ligeiramente inferior ao de 2006.

Os dados foram retirados de um relatório do IEA - Instituto de Economia Agrícola de São Paulo e pode ser encontrado na íntegra aqui:

IEA: saldo da balança comercial do agronegócio em SP recua 1,9%
21/01 - 14:12 - Agência Estado

São Paulo, 21 - O saldo da balança comercial paulista do agronegócio foi de US$ 10,06 bilhões em 2007, com redução de 1,9% em relação ao ano anterior. As exportações do setor cresceram 5,0%, para US$ 15,49 bilhões, enquanto as importações aumentaram 20,9%, somando cerca de US$ 5,43 bilhões.

O dado foi divulgado hoje pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.

"Em função disso, há que se destacar que as importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$ 42,97 bilhões para exportações de US$ 36,24 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado, de US$ 6,73 bilhões em 2007", dizem os pesquisadores do IEA. "Assim, os preços internacionais de açúcar levaram à variação negativa do saldo comercial dos agronegócios paulistas, conquanto se mantenham os superávits setoriais que garantem saldos comerciais positivos em todo o comércio exterior paulista", avaliam os pesquisadores.

O estudo, elaborado pelos pesquisadores José Sidnei Gonçalves, José Roberto Vicente e Sueli Alves M. Souza, está disponível no site do IEA

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Saldo positivo do agronegócio salva balança comercial brasileira

Novamente o setor agrícola, com seu desempenho positivo, fez com que a balança comercial do país tenha se mantido positiva. A reportagem abaixo da Folha Online mostra este fato:

Agrícolas evitam déficit da balança comercial

Não fossem as exportações de produtos agrícolas, o Brasil teria fechado o ano de 2007 com déficit na balança comercial. Havia dois anos o fenômeno não ocorreria, basicamente pelo crescimento das exportações do país.

O alto preço das commodities impulsionou o agronegócio, que terminou o ano passado com superávit recorde de US$ 49,7 bilhões -valor suficiente para manter positivo o saldo de balança comercial brasileira, de US$ 40 bilhões no total. Foram US$ 58,4 bilhões de produtos agrícolas exportados, contra importações de US$ 8,7 bilhões.

Na estimativa do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, o campo continuará auxiliando a balança comercial brasileira em 2008, com um superávit de "US$ 55 bilhões, provavelmente US$ 60 bilhões". "Quem efetivamente mantém o superávit da balança comercial e ainda cobre o déficit dos demais setores é o setor agrícola", disse o ministro.

As vendas do agronegócio foram beneficiadas pelas cotações recordes das principais commodities agrícolas e pela ampliação de mercados para o complexo de carnes, fatores que compensaram a valorização do real ante o dólar no ano passado.

O complexo soja, por exemplo, apresentou crescimento de 22,3% nas exportações em 2007, apesar de uma queda de 2,9% no montante de toneladas embarcadas, compensada pelo aumento de 26% no preço. Já o complexo de carnes registrou aumento de 30,7% nas vendas no ano passado, quando houve aumento de 13,2% no preço e 15,5% de crescimento na quantidade. "A Bolsa de Chicago está em alta há vários meses e o que se pergunta no mercado é se os preços já atingiram um teto ou se há espaço para crescer. Nós achamos que ainda há bastante espaço", disse o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto.

O maior aumento registrado na pauta de produtos foram os 309,1% do milho, que embarcou uma quantidade 178,1% superior ante um preço médio 47,1% acima do registrado em 2006. As vendas se beneficiaram da opção norte-americana de utilizar o cereal como matéria-prima para a produção de álcool. Outra conseqüência dessa política de Washington foi a redução nas vendas de álcool brasileiro para os Estados Unidos, o que contribuiu decisivamente para uma queda de 8,7% na exportação do agronegócio para os norte-americanos.

Outro fator que explica essa queda foi a redução nas vendas de produtos de madeira, como móveis e compensados, devido à crise imobiliária que afeta os EUA.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Marca Swift - Análise de Branding

Na edição deste mês da Época Negócios, o Professor Francisco Gracioso da ESPM, em sua coluna de Marketing comenta o trabalho de Branding que a JBS Frinoi está iniciando para revitalização da marca Swift.

A marca Swift é desconhecida para menores de 30-35 anos e estava muito ligada à carne e vegetais enlatados que com o tempo e o surgimento de alimentos congelados passaram a ser obsoletos.

Comenta alguns casos de sucesso de revitalização de marcas, porém cita alguns exemplos de miopia em marketing que focaram em atributos errados e se deram muito mal.

Somente o tempo nos dirá se a estratégia está certa ou errada.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Maiores produtores de soja

Respondendo à uma consulta feito no blog, segue abaixo a tabela com os maiores produtores mundiais de soja. A tabela foi feita com dados apresentados pelo Prof. Gil Camâra da ESALQ baseada em informações da FAO do ano de 2005.


Retrospectiva 2007 da BM&F para boi gordo

Terminando a nossa série de retrospectivas publicadas na Síntese Agropecuária da BM&F, segue abaixo o texto referente ao boi gordo:

A BM&F e a necessidade de proteção em 2007

Os mecanismos de proteção ao risco de preços se tornam necessários diante da maior volatilidade apresentada no mercado de boi gordo nos últimos anos.

O mercado em 2007 refletiu a alteração na disponibilidade de boi gordo em relação aos anos anteriores. A reduzida oferta em 2007 deve-se ao processo de descarte de matrizes que se intensificou nos últimos anos e que conduziu a menor oferta de animais, reflexo da remuneração inferior da atividade comparado a outros setores como soja, milho e cana. No entanto, outros fatores de ordem conjuntural ajudaram a explicar o comportamento de alta verificado entre janeiro e novembro de 2007, que resultou em elevação de 45,12% do Indicador de Preço Disponível de Boi Gordo Esalq/BM&F.

O indicador iniciou o ano com preços equilibrados, cotado a R$53,03/arroba em 2 de janeiro. Nesse mesmo dia, o mercado futuro da BM&F negociava a R$58,63/arroba o vencimento novembro/07 (pico da entressafra de 2007). A variação de R$5,60/arroba que pode ser observada entre a cotação do novembro/07 e o preço físico trazia a expectativa de oferta representativa de animais confinados na entressafra e de contratos a termo entre pecuaristas e frigoríficos. Os preços se comportaram em alta na safra, movimento atípico se comparado aos anos anteriores. Em 21 de maio, o indicador era cotado em R$55,70/arroba, refletindo as condições de oferta reduzida diante da retenção de animais por parte dos pecuaristas, favorecidos pelas chuvas nas regiões produtoras. Porém, apenas na última semana de maio, houve ligeiro aumento de oferta em função das baixas temperaturas que dificultavam a manutenção dos animais nos pastos.

O vencimento novembro/07 apresentou preços estáveis até meados de setembro, enquanto o indicador Esalq/BM&F iniciou movimento de elevação nos preços a partir do início de junho, que se estendeu até a entrada dos primeiros animais de confinamento na segunda quinzena de agosto. Em 1° de junho, o indicador era cotado em R$55,54/arroba, porém, em função da restrita disponibilidade de boi gordo no mercado físico, em 15 de agosto, fechou em R$64,93/arroba. Em 1° de junho e 15 de agosto, a BM&F apontava R$61,50/arroba e R$61,29/arroba, respectivamente, para o vencimento novembro/07. Note no Gráfico 1 que, enquanto o vencimento novembro/07 mostrava estabilidade diante da incerteza do volume de oferta disponível para época de expiração do contrato, o indicador registrava elevação de 16,90% no período.

A segunda quinzena de agosto foi caracterizada pela entrada de lotes de animais confinados e de um maior volume de contratos a termo que contribuíram para pressionar a oferta no mercado e os preços físicos. Sendo assim, o indicador Esalq/BM&F iniciou movimento de redução nos preços que se estendeu até 19 de setembro, quando foi cotado em R$60,00/arroba, desvalorização de 7,59% em relação a 15 de agosto (R$64,93/arroba). Em 19 de setembro, o vencimento novembro/07 foi cotado em R$61,20/arroba.

No entanto, a partir da última semana de setembro, houve ajuste de oferta no mercado de boi gordo diante da restrita disponibilidade de animais prontos para o abate. A estiagem nas regiões produtoras atrasou a entrada de bois de pasto, dificultando a formação de escalas por parte dos frigoríficos. Com isso, a escassez de oferta na época ocasionou movimento de elevação tanto no indicador Esalq/BM&F como no vencimento novembro/07. O indicador atingiu R$76,96@ em 30 de novembro, apresentando crescimento de 28,26% em relação ao indicador de 19 de setembro (R$60,00/arroba), data do início de elevação nos preços. O vencimento novembro/07, no último dia de negociação (30/11), foi cotado a R$76,57/arroba.

As chuvas chegaram somente em meados de novembro e, conseqüentemente, as ofertas do início da safra melhoraram apenas na segunda semana de dezembro. Após o indicador Esalq/BM&F ser cotado a R$77,29/arroba, em 5 de dezembro, a entrada dos primeiros animais prontos em pasto gerou aumento de oferta, deixando equilibrado o mercado de boi gordo. Em 12 de dezembro, o indicador estava em R$74,77/arroba.

O mercado de reposição apresentou preços aquecidos no ano em função da reduzida disponibilidade de bezerros no mercado. O Indicador de Preço Disponível do Bezerro Esalq/BM&F, com formação no Mato Grosso do Sul, iniciou movimento de elevação no começo de 2007, que se manteve até dezembro. O indicador, cotado em R$479,16/cabeça em 5 de dezembro, apresentou alta de 32,36% em relação a 2 de janeiro, quando fechou em R$362,01/cabeça, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq).

A consistência do mercado de boi gordo encontrou suporte nos preços do atacado, que apresentou excelentes marcas no final de 2007, em função da baixa oferta de carne disponível no mercado interno. O traseiro, em 5 de dezembro, foi negociado a R$5,86/kg; o dianteiro a R$3,60/kg; a ponta de agulha a R$3,48/kg; e a carcaça casada a R$4,67/kg. Em relação ao início do ano, o traseiro registrou valorização de 27,39%; o dianteiro de 57,89%; a ponta de agulha 50%; e a carcaça casada 37,35% no período, quando eram cotados a R$4,60/kg, R$2,28/kg, R$2,32/kg e R$3,40/kg, respectivamente, de acordo com o Cepea.

Em relação às exportações brasileiras de carne bovina, em 2007 estas atingiram US$3,66 bilhões em receita cambial no acumulado de janeiro a outubro, crescimento de 15,67% em comparação aos US$3,17 bilhões exportados no mesmo período de 2006, de acordo com a Secretária de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em equivalente carcaça, as exportações alcançaram 2,14 milhões de toneladas no acumulado do ano ante 1,94 milhão de toneladas registradas nos dez primeiros meses de 2006, elevação de 10,50% no volume exportado.

Maio foi o mês em que as exportações atingiram o melhor desempenho de 2007 ao exportar US$438,66 milhões em receita cambial, o que representa 262,68 mil toneladas em equivalente carcaça. Porém, o mês de outubro registrou os melhores preços médios de carne bovina exportada até o momento (US$3.095,00/tonelada).

Essa alteração de comportamento nos preços do boi gordo, adicionado aos fatores conjunturais, trouxe maior volatilidade ao mercado que, em 2007, foi de 14,30%. Em relação ao primeiro e ao segundo semestres de 2007, a volatilidade do período foi de 11,77% e 16,72%, respectivamente (Gráfico 3). Diante desse acréscimo de volatilidade e das incertezas em relação à direção e à magnitude dos preços, os agentes buscaram mecanismos de proteção ao risco de oscilação dos preços. O mercado futuro de boi gordo da BM&F negociou, até 12 de dezembro, 884.408 contratos, o equivalente a 17,68 milhões de cabeças, ante 392.012 contratos futuros de boi gordo (7,86 milhões de cabeças) transacionados em 2006.

Até 12 de dezembro, no mercado de opções, foram negociados 6.235 contratos ante 1.238 contratos de de 2006. No total, a BM&F negociou 890.643 contratos de boi gordo (futuro e opções), equivalente a 17,81 milhões de cabeças. Em todo o ano de 2006, foram transacionados 393.250 contratos de boi gordo (futuro e opções), o que representa 7,86 milhões de cabeças.

Para 2008 os agentes da cadeia pecuária devem procurar uma corretora membro da BM&F para garantir antecipadamente suas margens de lucro e fixar seus custos de aquisição de boi gordo, soja e milho. A lista encontra-se no site http://www.bmf.com.br/.


Projeções do Agronegócio 2008-2018 do MAPA

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento elaborou um relatório com as projeções do Agronegócio brasileiro e mundial para os próximos 10 anos.

A notícia abaixo foi publicada na Agência Estado é o resumo do trabalho que pode ser encontrado na íntegra, resumo executivo e apresentação em Power Point neste link:


Álcool combustível vai liderar a expansão rural no Brasil até 2018
Agência Estado

(09/01/2008) - O álcool combustível liderará a expansão dos principais produtos agrícolas no Brasil até o fim dos próximos dez anos, de acordo com o estudo "Projeções do Agronegócio Mundial e do Brasil 2006/2007 até 2017/2018". O estudo, da Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Ministério da Agricultura, projetou o desempenho de 16 produtos agrícolas em 12 safras - a passada, a atual e as dez próximas - e mostra que a produção do etanol vai crescer 120,4%. O documento prevê que sejam produzidos 41,63 bilhões de litros em 2017/2018, ante 18,89 bilhões de litros da safra 2006/2007.

As projeções indicam, ainda, que cada vez mais uma parcela maior da cana-de-açúcar produzida no País será destinada ao álcool. Com isso, o açúcar, outro produto da cultura canavieira, terá um crescimento estimado na produção de 40,7%, de 30,7 milhões de toneladas para 43,21 milhões de toneladas, de acordo com as projeções do Ministério da Agricultura.

As estimativas sugerem que o frango irá liderar a produção de carne no Brasil, ultrapassando os bovinos em 2017/2018. A produção de carne de frango deve crescer 46,8% em dez anos e saltar de 9,82 milhões para 14,41 milhões de toneladas, enquanto com o crescimento de 31,5%, a produção de carne bovina deve alcançar 13,97 milhões de toneladas no mesmo período. A produção de carne suína deve aumentar 25%, para 3,71 milhões de toneladas e a produção de leite pode ter um aumento de 24%, para 33,08 bilhões de litros, no fim dos próximos dez anos.

Grãos

Entre os grãos, os maiores aumentos serão para o algodão, com um crescimento de 53% no período avaliado, de 2,29 milhões de t de 2006/2007, para 3,5 milhões de toneladas em 2017/2018. O estudo indica, ainda, que a soja seguirá como o principal produto agrícola brasileiro, com aumento de 30,9% na produção, das atuais 57,55 milhões de t para 75,34 milhões de t até 2017/2018. A produção de milho pode aumentar, no mesmo período, 25,6%, segundo o Ministério da Agricultura, de 51,06 milhões e t para 64,12 milhões de t. As produções de arroz e de feijão terão crescimentos menores, de 16,5% e 16,6% respectivamente, e a produção de trigo deve aumentar 22% até 2017/2018.

Apenas a produção de café, entre os principais produtos agrícolas do País, deve cair. A redução prevista é de 8% entre 2006/2007 e 2017/2018, de 42,51 milhões de sacas (60 kg) para 39 11 milhões de sacas. No entanto, o estudo alerta que as projeções para a cultura podem ser diferentes já que o café enfrenta a bianualidade, com safras maiores e safras pequenas.

Área

O Ministério da Agricultura atribui o crescimento na produção agrícola principalmente ao ganho na produtividade obtido pelo produtor. No cenário avaliado, o crescimento da área agrícola dos grãos e da cana-de-açúcar será de apenas 17,6%, de 52,95 milhões de hectares para 62,27 milhões de hectares em 2017/2018. Os destaques positivos serão os aumentos de 66,6% na área cultivada com cana, de 6,16 milhões para 10,27 milhões de hectares, e de 36,9% e 24,5%, respectivamente, nas áreas de trigo e soja.

Exportação

O álcool e as carnes bovina e suína devem ser as commodities com maior expansão nas exportações entre 2006/2007 e 2017/2018. As vendas externas de etanol no período devem disparar 222,9%, de 3 49 bilhões de litros para 11,19 bi/l. O aumento nas exportações de carne bovina no período pode ser de 97,5%, de 2,26 mi/t para 4,47 mi/t. As exportações de suínos devem crescer 94,7%, para 971,3 milhões de toneladas, e as exportações de frango devem ser no fim de 2017/2018, 49,7% maiores.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Colheita recorde em 2008

A produção agrícola brasileira, segundo nota publicada pelo site Último Segundo, será a maior de todos os tempos, conforme descrito abaixo:

Brasil prevê colheita recorde de grãos, cana-de-açúcar e cereais em 2008

O Brasil elevará este ano sua produção de grãos, cereais e cana-de-açúcar acima das marcas históricas obtidas em 2007, segundo projeções divulgadas hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Cálculos oficiais afirmam que a colheita de grãos deverá crescer 2,1% em 2008 com relação ao ano passado, para 135,7 milhões de toneladas.

No ano passado, o Brasil colheu 133 milhões de toneladas de grãos, representando um aumento histórico de 13,7% se comparado com o resultado de 2006 (117 milhões de toneladas), explicou o IBGE.

A colheita de grãos e cereais de 2007 foi a mais alta na história do país desde 2003, quando foram colhidos 123,6 milhões de toneladas de leguminosas e oleaginosas.

O IBGE prevê também que os 12 principais cultivos do Brasil, incluindo o café, ocupem uma superfície de 49 milhões de hectares, 2,7% superior aos 47,7 milhões de hectares plantados em 2007.

No cálculo deste ano, sete produtos apresentam expansão na área plantada em comparação com 2007, liderada pela cana-de-açúcar (8,6%), que no ano passado registrou 6,5 milhões de hectares.

As áreas de milho (4,5%), algodão (3,7%), amendoim em casca (3,3%), mandioca (2,1%), soja (1,4%) e arroz (1,1%) também vão aumentar em 2008.

Por outro lado, espera-se uma redução nas plantações de batata inglesa (-6,9%), cebola (-6,6%), café (-3,5%), feijão (-1,2%) e fumo em folha (-3,1%).

A produção esperada de cana-de-açúcar para este ano é de 558 milhões de toneladas, quantidade 8,3% maior que a de 2007, que foi de 515,3 milhões de toneladas.

A soja e o milho apresentaram as maiores áreas plantadas em 2007, com 20,6 milhões e 9,2 milhões de hectares, respectivamente.

Na colheita terminada em dezembro, 15 dos 25 produtos estudados registraram aumento na produção.

As maiores expansões foram verificadas nas produções de algodão (33,7%), batata inglesa (22,7%), amendoim (16%), milho (15,6%), cana-de-açúcar (13,2%), feijão (13%) e soja (11,1%).

Retrospectiva 2007 da BM&F para o milho

Como penúltimo artigo de retrospectiva segue a análise para o milho feita pela BM&F. O último artigo será sobre boi gordo.

Brasil alcança terceiro lugar na exportação mundial

Maior necessidade norte-americana de etanol de milho e problemas na produção de trigo na Europa favorecem o milho brasileiro em 2007.

O recente redirecionamento mundial no destino de algumas commodities agrícolas, que atendiam predominantemente setores de consumo animal e humano, para setores de produção de energia combustível, tem gerado dificuldade e incerteza aos mercados. A crescente elevação na demanda de milho por usinas processadoras de etanol nos EUA se refletiu nos preços de diversos mercados ao redor do mundo, como soja, óleos de soja e de palma, etanol, cana-de-açúcar e beterraba.

Em outubro/novembro de 2006, o maior produtor de milho do mundo, os Estados Unidos, colheram 267,6 milhões de toneladas, das quais 53,78 milhões (20%) abasteceram o mercado de etanol. A estimativa para a safra recém-colhida (2007/08), segundo o último relatório do USDA, é de produção de 334,48 milhões de toneladas e consumo destinado ao processamento de etanol de 81,28 milhões de toneladas (Tabela 1). Essa alteração no equilíbrio de oferta e demanda se refletiu nos preços de milho dos EUA (Gráfico 1).

Em meados de 2006, os produtores brasileiros aumentaram a área de milho, influenciados pelos preços correntes do mercado interno (Gráfico 2). Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita entre março e maio de 2007 foi de 36,36 milhões de toneladas, 14,3% acima da safra de verão do ano anterior. Esse aumento foi explicado pelo avanço do cultivo do milho em áreas de soja, assim como clima favorável mesmo com alguns períodos de estiagem. Já em relação à safrinha, a produção ficou em 14,7 milhões de toneladas, 37,4% superior à do ano anterior, graças ao aumento de 37,7% da área de plantio.

O grande destaque do mercado em 2007 foi a quebra de safra de trigo na Europa que gerou necessidade nos processadores de ração de substituição por milho, levando-os à procura por milho no mercado internacional. A Tabela 2 mostra aumento em 33,8% das importações européias e redução pela metade dos estoques finais, com consumo mantendo-se praticamente inalterado. As restrições impostas ao consumo de variedades transgênicas específicas no milho produzido pelos tradicionais fornecedores mundiais (EUA e Argentina), canalizaram a demanda para o milho brasileiro.

O Gráfico 2 mostra o histórico de preços nas principais praças de milho, assim como a região Oeste do Paraná, uma das importantes fornecedoras de milho para exportação pelo Porto de Paranaguá. A partir de agosto os preços de exportação passaram a ter ágio que chegou, segundo o mercado, entre US$80,00/t e US$100,00/t acima da paridade de exportação. Pode-se observar também um movimento ascendente a partir de julho, quando houve problemas na safra de trigo na União Européia. Os preços em Paranaguá no mês de novembro mantiveram-se um pouco mais calmos em relação a Campinas, devido à necessidade de abastecimento do mercado interno.

Os volumes de embarque até o mês de novembro já somam mais de 10 milhões de toneladas, ou seja, 18,7% superior em comparação ao mesmo período em 2006, segundo relatório da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Esse volume representa quase 11% dos 91,89 milhões de toneladas de milho exportados no mundo, deixando o Brasil como o 3º maior exportador mundial de milho.

A estimativa para a safra de verão 2007/08, segundo o último relatório da Conab, ficou em 37,3 milhões de toneladas, ou seja, 2% maior em relação à anterior. Esse acréscimo deve-se ao aumento da área de plantio em 2,8% sobre a safra anterior, totalizando 14,25 milhões de hectares. As estimativas para a safrinha diminuíram 1,4% em área de plantio em relação à safra anterior (66,1 mil ha), conseqüência do plantio tardio da soja, em função do atraso das chuvas.

Em 12 de dezembro, os contratos futuros de milho na BM&F encerraram-se em R$34,57/saca para o vencimento janeiro/ 08 e R$26,53/saca para março/08 (vencimentos mais negociados). No Gráfico 3, nota-se que os preços futuros apresentaram forte movimento ascendente a partir do final de julho.

O mercado futuro de milho na BM&F negociou 183.786 contratos, entre janeiro e novembro de 2007, representando 4,96 milhões de toneladas – só no mês de novembro foram 33.731 contratos, ou 910,7 mil toneladas. No acumulado do ano, foram transacionados, em média, 22,1 mil toneladas por dia.



terça-feira, janeiro 08, 2008

Retrospectiva 2007 da BM&F para soja

Dando sequência à nossa série de retrospectivas pubicadas na edição atual da Síntese Agropecuária da BM&F, segue a análise do mercado da soja:

Brasil pode tornar-se o maior exportador de soja em 2008

Os Estados Unidos, atualmente em primeiro lugar, estão reduzindo a área plantada de soja por milho para produção de etanol.

O ano de 2007 começou com grande safra norte-americana colhida em outubro de 2006, porém insuficiente para reverter a voracidade da demanda mundial do grão para abastecimento alimentar e produção de combustíveis a partir de óleos vegetais. Essa produção foi de 86,8 milhões de toneladas e 30,5 milhões de hectares de área plantada. Já a produção brasileira, colhida entre março e maio de 2007, alcançou 58,4 milhões de toneladas em 20,7 milhões de hectares plantados, com produtividade de 47 saca/ha, segundo a Conab. O Gráfico 1 confronta os dados históricos brasileiros com o recorde atingido. Os custos de produção se mantiveram praticamente estáveis e até caíram sensivelmente, como em Goiás. Em conseqüência da certa estabilidade dos custos e do estoque final elevado, a rentabilidade ao produtor se elevou, porém não proporcionalmente aos preços internacionais em função da depreciação do dólar perante o real.

A comercialização da safra 2006/07 está praticamente finalizada com 94% da produção vendida. As exportações brasileiras de soja em 2007 estão acumuladas em 23,2 milhões de toneladas até novembro/07, e os principais destinos são China, Espanha, Países Baixos e Tailândia, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O Brasil pode tornar-se, em 2008, o maior exportador mundial do grão, deixando os Estados Unidos em segundo lugar. Já a quantidade destinada ao esmagamento foi de 30,5 milhões de toneladas até outubro de 2007 (para o ano/safra 2007/08), frente a 28,7 milhões de toneladas na safra anterior.

A safra americana 2007/08, recém-colhida, sofreu grande redução de área plantada em conseqüência da substituição de áreas de soja por milho para produção de etanol. A projeção para essa safra é de 25,8 milhões de hectares plantados, redução de 15,6%, e produção de 70,6 milhões de toneladas. Essa diminuição contribuiu para a pressão nos estoques finais mundiais de soja, que são projetados em 47,3 milhões de toneladas, pois os Estados Unidos são os maiores produtores da cultura.

Embora forte estiagem tenha atingido o cinturão produtor nos EUA no período de plantio (abril e maio de 2007), as condições se normalizaram a tempo para que não impactasse a safra. Já no período de enchimento das vagens, o índice de condição das lavouras se mostrava superior ao mesmo período do ano anterior.

A produção mundial para a safra 2007/08 é 5,9% inferior à anterior, 221,6 milhões de toneladas, reflexo da redução da safra nos EUA. A safra argentina, segundo o USDA, se manteve praticamente no mesmo patamar da safra anterior, 47 milhões de toneladas. Já a chinesa mostrou significativa redução, devido às condições climáticas, projetada para 14,3 milhões de toneladas. Como a China é a maior importadora mundial e sua safra deve ser menor, espera-se que o ritmo de suas importações mantenha-se crescente.

Já o cenário brasileiro para 2007/08, em plantação, é diferente. A crescente demanda mundial pela soja, os baixos estoques finais e a perda de área plantada para o milho nos Estados Unidos, entre outros fatores, fizeram com que o preço da soja aumentasse constantemente e, em conseqüência, a rentabilidade ao produtor melhorou consideravelmente. No Brasil, a soja que tinha perdido áreas para a cana-de-açúcar, milho e algodão, retomou atratividade no cenário brasileiro.

A estimativa de área plantada para esta safra é de 20,9 milhões de hectares, incremento de 1,3% em relação à anterior. A produção deve chegar a 58,1 milhões de toneladas, 0,5% inferior à safra 2006/07 e a produtividade deve ser de 2,8 toneladas por hectare, 1,8% inferior à safra passada, segundo projeção da Conab em dezembro de 2007.

O clima seco, principalmente no Centro-Oeste brasileiro, provocou atraso no plantio da soja em diversas regiões. No entanto, com a melhora climática, essas regiões se recuperaram, apresentando desempenho similar ao do ano passado. Em 7 de dezembro, registrou-se 100% de área plantada esperada no Mato Grosso, 99% no Paraná, 89% no Rio Grande do Sul e 90% em Goiás. Nos primeiros três estados os números são iguais aos do ano passado, apenas Goiás registra atraso. Ainda assim, há preocupação com a La Niña que pode retardar a colheita 2007/08, assim como ocorreu com a safra anterior, na qual o excesso de chuvas no período de colheita provocou o atraso.

A safra 2007/08 seguia em ritmo acelerado com 35% da produção comercializada em 7 de dezembro. O grande volume de negócios é motivado pelos bons preços e é consideravelmente superior ao mesmo período do ano passado, quando se registrava 25% da safra comprometida.

Os preços internacionais da soja ao longo de 2007 tiveram suporte na redução da produção mundial, na expectativa de aumento de consumo, além das condições climáticas tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. No entanto, novos fatores passaram a influenciar o preço mais diretamente como os óleos vegetais e o petróleo, por causa do biocombustível. A quebra da safra do trigo na Europa e o aumento dos preços do milho também ofereceram suporte à soja. Além desses fatores, pode-se observar a depreciação do dólar em relação às principais moedas ao longo de 2007.

Os preços internos acompanharam a valorização internacional, permitindo ao produtor melhorar sua rentabilidade, embora a desvalorização do real tenha diminuído o impacto da alta das cotações. O indicador de preços de Paranaguá do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) valorizou 51,5% ao longo do ano, ante 9,2% em 2006. Os preços no mercado físico valorizaram 60%, em média, sendo que Brasília mostrou a alta mais forte, de 80,5%.

O prêmio de exportação para embarque de soja em maio 2008 foi negociado em 11 de dezembro a –US$¢68,00/bushel, abaixo de sua cotação em 6 de junho de –US$¢47,00.

O mercado de soja registrou 11.891 contratos em novembro. No acumulado de 2007 a soja negociou 173.717 contratos, o que corresponde em produto a 8,1% da produção prevista para a safra 2007/08. O mercado de opções de soja negociou 394 contratos em novembro e acumula, no ano, 7.631 contratos.


segunda-feira, janeiro 07, 2008

Bom ano para o setor de máquinas agrícolas

Segundo notícia publicada hoje na Agência Estado, o ano de 2007 fechou com bons resultados apesar de dezembro apresentar queda quando comparado a novembro:

Venda de máquinas agrícolas caiu 25,5% em dezembro

Agência Estado /

(07/01/2008) - As vendas internas de máquinas agrícolas automotrizes somaram 2.750 unidades em dezembro de 2007, o que representa uma queda de 25,5% ante novembro, de acordo com dados divulgados hoje pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Na comparação com o mesmo mês de 2006 as vendas do setor evoluíram 60%. No acumulado do ano, foram comercializadas 38.299 unidades, com expansão de 49,2% sobre 2006.

Segundo a entidade, as exportações de máquinas agrícolas totalizaram 2.118 unidades, com queda de 13,8%, na comparação com novembro. Em relação a dezembro de 2006, as vendas externas do segmento cresceram 8,1%. No acumulado do ano, houve alta de 20,6%, totalizando 27.065 unidades.

Retrospectiva 2007 da BM&F para açúcar e álcool

Na edição atual da Síntese Agropecuária da BM&F encontram-se análises de várias commodities agrícolas do ano passado e tendências futuras. A seguir a análise para o setor sucroalcooleiro:


Safra 2007/08 confirma tendência Alcooleira

Preços elevados e crescimento da demanda interna contribuem para incremento na produção de álcool.

O terceiro levantamento da produção brasileira de cana-de-açúcar, safra 2007/08, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indica colheita de 475,1 milhões de toneladas, 10,6% superior à safra 2006/07. Desse total, 47% são destinados à produção de açúcar e 53% para álcool. O crescimento deve-se às boas condições climáticas, aos bons tratos culturais, à irrigação e à introdução de novas variedades mais produtivas. A área ocupada com a cultura é de 6,96 milhões de hectares, 13% (800,4 mil hectares) superior à safra anterior.

O levantamento revela ainda que a produção nacional de álcool será de 20,9 bilhões de litros, 19,5% superior à safra 2006/07. Desse total, 39,2% são de anidro e 60,8% de hidratado. Já a produção de açúcar está estimada em 29,7 milhões de toneladas, 1,9% inferior ao período passado.

No acumulado de janeiro a setembro, os Estados Unidos produziram 17,6 bilhões de litros do biocombustível, aproximadamente 70% do previsto para todo o ano (25 bilhões de litros). Em setembro, as importações do país somaram 95,5 milhões de litros (60,4 milhões de litros do Brasil), queda de 61% quando comparadas a agosto.

Segundo a Organização Internacional do Açúcar (OIA), em seu último relatório de estimativa da safra 2007/08, a produção mundial deverá totalizar 170,3 milhões de toneladas, 2,6% superior a safra 2006/07 (166 milhões de toneladas). O documento aponta também estoque final de 74,7 milhões de toneladas e excedente mundial de 11,1 milhões. Boa parte desse excedente deverá se concentrar na Índia, onde se estima produção de aproximadamente 33 milhões de toneladas e crescimento no estoque de 7 milhões de toneladas.

Conforme estatísticas divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no acumulado de janeiro a novembro, as exportações brasileiras de açúcar totalizaram 17,9 milhões de toneladas, 7,8% superior ao mesmo período de 2006, quando foram exportadas 16,6 milhões de toneladas. Apesar do maior volume 2007, a desvalorização do dólar frente ao real e a queda dos preços internacionais do açúcar contribuíram para redução na receita com exportações (Gráfico 1). No acumulado de janeiro a novembro, a receita com embarques apresentou declínio de 12,5%, totalizando US$4,77 bilhões ante US$5,45 bilhões no ano passado.

No mesmo período, as exportações brasileiras de álcool somaram 3,3 bilhões de litros, 3,9% superior a 2006. No acumulado da safra 2007/08 (maio/07–novembro/07) foram exportados 2,2 bilhões de litros, contra 2,5 bilhões no mesmo período da anterior. Em novembro, o preço médio das exportações foi de US$388,40/m3, decréscimo de 19,6% em relação a novembro passado e de 1,3% em comparação a outubro de 2007. Segundo consultorias do mercado, apesar da euforia mundial pelos biocombustíveis nos últimos anos, as exportações brasileiras de etanol ficaram abaixo do esperado no período.

De janeiro a outubro, os Estados Unidos seguiram como principal destino das exportações brasileiras de etanol, totalizando a compra de 855,9 milhões de litros. Cabe destacar o crescimento das exportações por parte do Japão e Países Baixos no período, 315,3 milhões e 585,7 milhões de litros, respectivamente, o que representa elevação de 39,9% e 68,9% em relação ao exportado durante todo o ano de 2006.

No mercado interno, nota-se demanda regular e aquecida, já que o País conta com uma frota de mais de 4,5 milhões de veículos flex. De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em outubro as vendas internas somaram 1,5 bilhão de litros. O crescimento das vendas deve-se principalmente ao preço favorável do álcool em comparação à gasolina. Dados do Índice de Preços ao Consumidor revelam que mesmo com a alta dos preços do álcool no período da entressafra, em novembro o álcool custou 46,9% do preço da gasolina no Estado de São Paulo.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que, no acumulado de janeiro a novembro, foram vendidos 1.802.404 veículos flex, respondendo por 85,4% do total de veículos comercializados. O montante é 26% superior a toda frota flex licenciada em 2006 (1.430.334 veículos).

Após apresentar, em 20 de abril, cotação média de R$1,0911 por litro no Estado de São Paulo, maior valor do indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) do álcool anidro em 2007(Gráfico 2), a safra 2007/08 começou em maio, entretanto, em novembro o mercado físico apresentou queda nos preços devido ao início da moagem. Em meados de agosto, a qualidade da cana processada e o aumento do preço do petróleo no mercado internacional, próximo dos US$100,00/ barril na Nymex, contribuíram para movimentos de alta no mercado de etanol da BM&F (Gráfico 3).

O Cepea informou que o mercado interno esteve bastante aquecido em novembro e a quantidade de álcool anidro negociado foi 9,7% maior que a de novembro de 2006. Tal fato, aliado à proximidade da entressafra, contribuiu para que, na primeira quinzena de novembro, os preços do álcool no Estado de São Paulo apresentassem forte elevação, estando 22,3% superior ao mês de outubro.

Com o início da safra e a expectativa do aumento do excedente mundial de açúcar, os preços da mercadoria ficaram abaixo de US$12,50/saca no mercado futuro da BM&F (Gráfico 4). Com a desvalorização cambial, a redução da produção brasileira de açúcar e a expectativa da Rússia, maior importador mundial, elevar a tarifa de importação, o mercado internacional de açúcar na terceira semana de setembro valorizou-se. Porém, os fundamentos quase sempre baixistas contribuíram para novo declínio dos preços, que apresentaram recuperação com a proximidade do final da safra.

A liquidez do contrato futuro de etanol da BM&F tem aumentado mensalmente. Desde seu lançamento, em 18 de maio, até 30 de novembro, foram transacionados 14.588 contratos, apresentando também evolução no número de contratos em aberto (Gráfico 5). Em novembro, foram 5.023 contratos, maior volume em um mês: no dia 8, foram 767, o maior volume em um único dia. Já o contrato futuro de açúcar cristal da BM&F encerrou com 43.467 contratos no acumulado de janeiro a novembro ante 61.101 no mesmo período de 2006. Em 14 de março de 2007, foram 2.654 contratos, maior volume em um único dia.



Feliz 2008

Depois de um pequeno período de recesso, estou de volta.

Desejo a todos os leitores um feliz ano novo cheio de sucesso, paz e prosperidade e que o agronegócio brasileiro continue com o excelente desempenho trazendo riqueza e desenvolvimento econômico e social ao nosso país.