terça-feira, julho 10, 2007

Bioquerosene para aviões - mais um biocombustível

Além do etanol e do biodiesel, o Brasil pode ser fornecedor mundial de bioquerosene para aviação, conforme podemos verificar na reportagem do jornal O Globo:

BR QUER VENDER BIOQUEROSENE PARA AVIÕES EM 2008

A presidente da BR Distribuidora, Maria das Graças Foster, anunciou que a empresa quer ser a primeira a disponibilizar o bioquerosene a partir do próximo ano. O chamado Bio-QAV, combustível para uso em aviões, foi desenvolvido pelo engenheiro químico Expedito Parente, o inventor do biodiesel no Brasil.

Segundo a presidente da BR Distribuidora, as experiências da nova tecnologia estão sendo feitas na Tecbio, empresa de Parente. “Nós nos apresentamos ao professor Expedito Parente como candidatos número um para fazer o suprimento do produto. Nós estamos presentes em 120 aeroportos, temos toda infra-estrutura. E com nossa experiência no álcool e no biodiesel, certamente também poderemos colocar o bioquerosene no mercado”, disse Graça Foster.

A Tecbio vem desenvolvendo a tecnologia junto à Nasa e à Boeing. Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em seu programa “Café com Presidente” que o País precisa estar preparado contra adversários dos biocombustíveis. A resposta veio após os jornais europeus terem chamado o etanol de “sujo”. Segundo Lula, o Brasil não pode abrir mão da defesa do etanol e do biodiesel, uma matriz energética revolucionária já comprovada há 30 anos. Para ele, a tecnologia brasileira de biocombustíveis também significa distribuição de renda para países mais pobres.

“Este é um debate que o Brasil não tem de ter medo. Nós não vamos aceitar outra vez o cartel dos poderosos do mundo tentando impedir que o Brasil se desenvolva, tentando impedir que o Brasil se transforme numa grande nação”, disse o presidente. De acordo com Lula, afirmar que a produção de biodiesel pode causar interferência na produção de alimentos é uma coisa descabida. Ele negou ainda que a produção de biocombustíveis possa invadir o território da Amazônia por causa do clima impróprio à cultura.

O jornal “Folha de S.Paulo” publicou que, apesar de berço da cana-de-açúcar no Brasil, o Nordeste está fora dos investimentos do álcool por falta de terras propícias. Os usineiros nordestinos passaram a produzir açúcar e álcool no Triângulo Mineiro, emSão Paulo, em Goiás e em Mato Grosso. “Ao Nordeste restará um papel residual no mercado”, garantiu o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas, Pedro Rogério Nogueira.

Na Colômbia, o presidente Álvaro Uribe inaugurou no domingo a primeira usina de biodiesel no país. O complexo agroindustrial do grupo Oleoflores S.A tem capacidade para processar cerca de 50 mil toneladas de óleo cru de palma africana por ano (O Globo, 9/10/07)

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