quinta-feira, outubro 25, 2007

Produzir açúcar no Brasil ainda interessa aos estrangeiros

Ao contrário de todos os demais grupos internacionais que estão de olho no etanol brasileiro, a maior refinaria de açúcar no mundo pensa em produzir localmente apenas açúcar. O texto a seguir foi publicado no Valor Econômico de ontem

MAIOR REFINARIA DO MUNDO PODE INVESTIR EM AÇÚCAR NO BRASIL

A companhia ainda não tem atividades no Brasil. O grupo, assim como boa parte das refinarias sediadas no Oriente Médio, é importador de açúcar brasileiro.

Considerado um dos empresários mais ricos do açúcar, Jamal Al Ghurair fala pouco e não dá muitos detalhes sobre a estratégia de sua gigante refinaria. A Al Khaleej Sugar entrou em operação em 1995. Hoje, processa em uma única unidade cerca de 1,5 milhão de toneladas de açúcar. A expectativa é industrializar de 2,4 milhões a 2,5 milhões de toneladas de açúcar em 2008. "Exportamos boa parte do açúcar branco para vários mercados da Ásia e Oriente Médio", informa.

Na contramão da maioria dos empresários nacionais e estrangeiros que estão fazendo pesados investimentos no etanol, Al Ghurair disse que não tem interesse no mercado de agroenergia. "Não é o meu foco de negócios", resume.

O mercado de açúcar branco ganhou novos contornos no mercado internacional após a União Européia ter perdido em 2004 processo na Organização Mundial do Comércio (OMC), movido pelo Brasil, Austrália e Tailândia, que questionaram a política de subsídios do bloco ao açúcar. Com isso, a UE vai deixar de exportar de 3 a 4 milhões de toneladas de açúcar branco no mercado internacional, dando espaço a outros países.

Boa parte das refinarias de açúcar está sediada no Oriente Médio. Na Síria, a Crystalsev e a Cargill anunciaram um investimento em uma refinaria em parceria com produtores locais para refinar um milhão de toneladas de açúcar.

Segundo Al Ghurair, que participou da 7ª Conferência de Açúcar e Álcool da Datagro ontem, as refinarias do Oriente Médio têm capacidade para processar este ano 8 milhões de tonelada de açúcar e podem chegar a 11 milhões nos próximos anos.

Nenhum comentário: