Muito interessante o modelo de negócio proposto por empresário do Paraná com relação ao aproveitamento do CO2 da fermentação etílica. A notícia foi publicada no Valor Econômico e encontrada no site do IDEA News:
EMPRESA APROVEITA CO2 DO ÁLCOOL E ATRAI INVESTIDOR
Uma empresa novata do Paraná está atraindo a atenção de investidores externos pelo ineditismo de sua operação. Instalada há três anos em São Carlos do Ivaí, no norte do Estado, ela utiliza o CO2 liberado na produção do álcool para fabricar bicarbonato de sódio.
Sem equivalente no mundo, o projeto industrial estudado há dez anos e desenvolvido pela Raudi, do empresário paulista Ricardo Audi, fechou neste mês contrato com o ABN AMRO de Londres para a venda de futuros créditos de carbono. Até 2012, a empresa, que prevê fechar 2007 com faturamento de R$ 36 milhões, deverá engordar o caixa com pouco mais de R$ 1 milhão.
A operação com o banco só foi possível porque a empresa criou uma forma limpa de produzir bicarbonato de sódio, a resposta química para a mistura de CO2, água, vapor e outros componentes.
Convencionalmente, o CO2 é obtido através da queima de combustíveis fósseis - que poluem o ambiente. O que a Raudi fez foi capturar o gás liberado no processo de fermentação do álcool e pelas caldeiras e transportá-lo para a fábrica. Em vez de "fabricar" o CO2, aproveitou aquele que seria, de qualquer forma, jogado na atmosfera. No jargão industrial, a Raudi encontrou uma nova "rota" de produção. "O CO2 é um subproduto da cana ainda muito desperdiçado", diz Audi.
O negócio começou a sair do papel em 2002, quando a empresa fincou pé no terreno de 60 mil metros cedido pela Coopcana, a Cooperativa Agrícola Regional de Produtores de Cana. A produção começou dois anos depois.
Da usina da cooperativa, que estima produzir nesta safra 150 milhões de litros de álcool (um volume considerável para o mercado), saem três dutos. Um com água, outro com vapor e um terceiro com CO2. De modo geral, 150 milhões de litros de álcool liberam 120 mil toneladas de CO2. Com isso, é possível produzir 120 mil toneladas de sais por ano.
"Hoje, trabalhamos só com 30 mil toneladas do CO2 gerado. Mas estamos crescendo. Em 2011, a expectativa é aproveitar 50%", afirma Audi. Sem citar números, ele lembra que todo o investimento realizado em pesquisa e na fábrica são próprios.
Após estudar vários segmentos, o empresário viu no setor sucroalcooleiro a oportunidade de agregar maior valor a um produto. "Para cada 100 toneladas de cana, 93 são jogadas fora. É o campeão em subprodutos", diz ele. Dois chamaram especialmente a sua atenção: biomassa (palha e bagaço de cana) e CO2.
Mas o bicarbonato de sódio "verde" foi também uma oportunidade de mercado. Utilizado em uma gama sem fim de produtos - de pasta de dente, alimentos e ração a fármacos -, o bicarbonato é altamente consumido no país. Sinal disso é que, apesar da pequena produção, a Raudi tem um portólio de 650 clientes como nomes como Sadia, Perdigão, Bertin, J. Macedo, diz Audi.
Além do bicarbonato, a empresa também produz cloreto de amônio e bicarbonato de amônio. Com a receita dos créditos de carbono, espera crescer e diversificar. Em 2008, deverão ser lançadas a produção de carbonato de cálcio - utilizado em papel, por exemplo - e soda cáustica.
A metodologia para obter os créditos de carbono, aprovada pela ONU, foi desenvolvida pelo filho, Ricardo Audi Junior. "Estamos mostrando para o mundo químico que é possível fazer isso de forma ambientalmente e economicamente viável", diz Junior.
Até 2012, a fábrica em São Carlos do Ivaí deverá emitir 132,5 mil toneladas de CO2 - cada tonelada equivale a um crédito.
O empresário paulista ventila também outros passos, mais ambiciosos. Em maio, a Raudi fechou sociedade com a PML e CC Machinery, da holding alemã MPC Capital, criando a Bioref.
A nova empresa estuda começar a construir ainda este ano uma unidade em Paranavaí, para produção de etanol, metanol à base de bagaço e palha e sais. Segundo Audi, até 2011 a planta deve estar em operação. O investimento é expressivo: pode chegar a US$ 420 milhões.
EMPRESA APROVEITA CO2 DO ÁLCOOL E ATRAI INVESTIDOR
Uma empresa novata do Paraná está atraindo a atenção de investidores externos pelo ineditismo de sua operação. Instalada há três anos em São Carlos do Ivaí, no norte do Estado, ela utiliza o CO2 liberado na produção do álcool para fabricar bicarbonato de sódio.
Sem equivalente no mundo, o projeto industrial estudado há dez anos e desenvolvido pela Raudi, do empresário paulista Ricardo Audi, fechou neste mês contrato com o ABN AMRO de Londres para a venda de futuros créditos de carbono. Até 2012, a empresa, que prevê fechar 2007 com faturamento de R$ 36 milhões, deverá engordar o caixa com pouco mais de R$ 1 milhão.
A operação com o banco só foi possível porque a empresa criou uma forma limpa de produzir bicarbonato de sódio, a resposta química para a mistura de CO2, água, vapor e outros componentes.
Convencionalmente, o CO2 é obtido através da queima de combustíveis fósseis - que poluem o ambiente. O que a Raudi fez foi capturar o gás liberado no processo de fermentação do álcool e pelas caldeiras e transportá-lo para a fábrica. Em vez de "fabricar" o CO2, aproveitou aquele que seria, de qualquer forma, jogado na atmosfera. No jargão industrial, a Raudi encontrou uma nova "rota" de produção. "O CO2 é um subproduto da cana ainda muito desperdiçado", diz Audi.
O negócio começou a sair do papel em 2002, quando a empresa fincou pé no terreno de 60 mil metros cedido pela Coopcana, a Cooperativa Agrícola Regional de Produtores de Cana. A produção começou dois anos depois.
Da usina da cooperativa, que estima produzir nesta safra 150 milhões de litros de álcool (um volume considerável para o mercado), saem três dutos. Um com água, outro com vapor e um terceiro com CO2. De modo geral, 150 milhões de litros de álcool liberam 120 mil toneladas de CO2. Com isso, é possível produzir 120 mil toneladas de sais por ano.
"Hoje, trabalhamos só com 30 mil toneladas do CO2 gerado. Mas estamos crescendo. Em 2011, a expectativa é aproveitar 50%", afirma Audi. Sem citar números, ele lembra que todo o investimento realizado em pesquisa e na fábrica são próprios.
Após estudar vários segmentos, o empresário viu no setor sucroalcooleiro a oportunidade de agregar maior valor a um produto. "Para cada 100 toneladas de cana, 93 são jogadas fora. É o campeão em subprodutos", diz ele. Dois chamaram especialmente a sua atenção: biomassa (palha e bagaço de cana) e CO2.
Mas o bicarbonato de sódio "verde" foi também uma oportunidade de mercado. Utilizado em uma gama sem fim de produtos - de pasta de dente, alimentos e ração a fármacos -, o bicarbonato é altamente consumido no país. Sinal disso é que, apesar da pequena produção, a Raudi tem um portólio de 650 clientes como nomes como Sadia, Perdigão, Bertin, J. Macedo, diz Audi.
Além do bicarbonato, a empresa também produz cloreto de amônio e bicarbonato de amônio. Com a receita dos créditos de carbono, espera crescer e diversificar. Em 2008, deverão ser lançadas a produção de carbonato de cálcio - utilizado em papel, por exemplo - e soda cáustica.
A metodologia para obter os créditos de carbono, aprovada pela ONU, foi desenvolvida pelo filho, Ricardo Audi Junior. "Estamos mostrando para o mundo químico que é possível fazer isso de forma ambientalmente e economicamente viável", diz Junior.
Até 2012, a fábrica em São Carlos do Ivaí deverá emitir 132,5 mil toneladas de CO2 - cada tonelada equivale a um crédito.
O empresário paulista ventila também outros passos, mais ambiciosos. Em maio, a Raudi fechou sociedade com a PML e CC Machinery, da holding alemã MPC Capital, criando a Bioref.
A nova empresa estuda começar a construir ainda este ano uma unidade em Paranavaí, para produção de etanol, metanol à base de bagaço e palha e sais. Segundo Audi, até 2011 a planta deve estar em operação. O investimento é expressivo: pode chegar a US$ 420 milhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário