quarta-feira, agosto 29, 2007

Crédito de Carbono na BM&F

A BM&F inicia o processo de comercialização de créditos de carbono. Leia abaixo em notícia publicada no Estadão:

BM&F vai negociar créditos de carbono

Primeiro leilão está marcado para setembro e deve ajudar a regulamentar o comércio desses títulos no Brasil

Andrea Vialli

A Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) fará, no dia 26 de setembro, o primeiro leilão público de créditos do carbono do mundo desde que esse mercado entrou em vigor, com a ratificação do Protocolo de Kyoto, em fevereiro de 2005. A Prefeitura de São Paulo fará a oferta de créditos correspondentes a 808.450 toneladas de gases de efeito estufa que deixaram de ser lançados na atmosfera, com a expectativa de atrair recursos da ordem de R$ 30 milhões.

Os títulos que serão negociados na BM&F têm como base o projeto Bandeirantes de Gás de Aterro e Geração de Energia. Desde 2003 está em operação uma termoelétrica no aterro Bandeirantes, que transforma o gás metano proveniente do lixo em energia elétrica. A empresa Biogás, sócia do projeto com a prefeitura de São Paulo, já havia realizado uma primeira venda de créditos provenientes do aterro. Foram 1 milhão de toneladas de carbono negociadas com o banco alemão KfW. ''''A venda do primeiro lote de créditos foi bem-sucedida. Agora, a tecnologia de captação e queima do metano será implementada em outros aterros sanitários, e para isso vamos conversar com o BNDES e a iniciativa privada'''', diz Walter Aluísio Rodrigues, secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Finanças.

NOVA FASE

A negociação dos créditos de carbono da Prefeitura de São Paulo na BM&F marca uma nova fase nesse mercado, que deve ser regulado em breve e tem potencial para movimentar US$ 1,2 bilhão até 2012 no Brasil, segundo levantamento do BNDES. ''''O leilão formaliza a abertura desse mercado no País, por ser a primeira operação a ser realizada em uma bolsa reguladora de futuros'''', diz Guilherme Fagundes, superintendente de projetos especiais da BM&F.

Até então, as empresas negociavam seus títulos com intermediários - geralmente fundos ou bancos europeus e japoneses - que, por sua vez, vendiam os créditos às empresas interessadas em compensar sua poluição. ''''A entrada da Bolsa nesse mercado vai estimular um marco regulatório para o comércio de créditos de carbono no País'''', diz Fagundes.

Atualmente o Brasil tem cerca de 230 projetos em análise pelo comitê executivo da ONU que trata da questão. Uma vez aprovados os projetos, as empresas podem começar a oferecer seus créditos no mercado.

O Grupo Balbo, de Sertãozinho (SP), dono da marca de açúcar orgânico Native, fechou este ano um contrato de antecipação de recebíveis com o banco ABN Amro referente à venda de 111 mil toneladas de carbono para uma empresa japonesa. O grupo gera 32 MW de energia a partir do bagaço da cana e deve receber em torno de 1,5 milhão com a venda dos créditos. ''''Vamos fazer novas ofertas. Esse mercado vai crescer'''', diz Clésio Balbo, diretor-financeiro do Grupo Balbo.

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