Exportações brasileiras do grão devem atingir 29,69 milhões/t na próxima safra
Soja brasileira deverá ocupar topo do ranking em produção na próxima safra. EUA ampliaram áreas com milho
Da Agência Estado – Brasília
O Brasil tem condições para se tornar o maior produtor mundial de soja a partir de 2009, afirmou ontem o diretor de Logística e Gestão Empresarial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Porto.
Com a redução do plantio de soja nos Estados Unidos por conta da expansão do milho, movimento de substituição que deve persistir até 2010, o Brasil e a Argentina são os países com mais condições para alcançar a dianteira na produção da oleaginosa, explica Porto.
Já na próxima safra, com o esperado aumento da produção brasileira, o Brasil deve liderar o ranking dos maiores exportadores do grão. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que as exportações brasileiras de soja na próxima safra (07/08), devem atingir 29,69 milhões de toneladas, enquanto os norte-americanos devem embarcar no mesmo período 29,39 milhões de toneladas. Os dados da Conab mostram que na atual safra (06/07), o País deverá embarcar 26,3 milhões de toneladas.
No décimo levantamento da produção divulgado ontem, a Conab fez alguns ajustes para a soja. A produção na safra passada (05/06) foi revisada para 55,027 milhões de toneladas, ante estimativa anterior de 53,413 milhões de toneladas.
De acordo com Porto, o ajuste ocorreu em função da diferença entre os estoques de passagem apurados em dezembro de 2006 e dos dados de consumo e exportação. A revisão foi feita através da comparação entre os números de esmagamento divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal (Abiove), de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dos dados de consumo no período. Os ajustes foram feitos na área plantada com soja no Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul e nos níveis de produtividade do Paraná e Rio Grande do Sul.
ENDIVIDAMENTO - A reunião do grupo de trabalho sobre o endividamento terminou ontem em impasse. A expectativa dos produtores era discutir a prorrogação das dívidas de custeio e investimento das safras anteriores que vencem neste ano.
Mas a proposta apresentada pelo ministério da Fazenda incluía apenas as operações para a safra 2007/08. O deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que participou da reunião do grupo de trabalho no ministério da Agricultura, informou que a reunião foi suspensa e deve prosseguir hoje, às 14 horas.
Do estoque das dívidas rurais, estimado em R$ 131 bilhões, o montante de débitos referentes a custeio é de R$ 7 bilhões e de investimento R$ 50 bilhões. São estas dívidas que os produtores esperavam prorrogar, mas que não foram incluídas na proposta discutida ontem. Segundo ele, a proposta apresentada pelo assessor especial do ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, prevê a prorrogação da dívida de custeio da safra 2007/08, estimada em R$ 1,4 bilhão, para 12 meses após o vencimento do contrato.
No caso dos financiamentos para investimento no atual ciclo, a Fazenda propõe o pagamento de 30% dos débitos neste ano e os 70% restantes também seriam pagos um ano após o vencimento dos contratos. "Não queremos pagar nada neste ano", afirmou Heinze, que já havia alertado o governo de que os produtores não teriam condições de pagar as dívidas oriundas da crise provocada após a seca em 2004 e 2005 e pela desvalorização do dólar. Além disso, Heinze afirmou que os produtores esperam uma resolução definitiva para a questão do endividamento rural.
Heinze deve agora reunir-se com representantes da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo ele, o grupo também deverá contar com representantes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).
Nenhum comentário:
Postar um comentário