quinta-feira, março 22, 2007

Exportação ainda é um bom negócio para o Agronegócio, apesar de tudo!

Um recente trabalho do CEPEA da ESALQ mostrou que 2006 apesar de ser um ano muito ruim para o agronegócio brasileiro, mostrou-se interessante para quem exportou. O site do CEPEA é http://www.cepea.esalq.usp.br

EXPORTAR AINDA É ATRAENTE – E DEVERÁ CONTINUAR ASSIM! .

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Por Geraldo Barros e Fabiana Fontana

O agronegócio, como qualquer setor econômico, opera subordinado a condições dos mercados interno e externo. No Brasil, como todos sabem, o mercado interno apresenta-se praticamente estagnado, restando o mercado externo como fator de dinamismo. O mercado internacional permaneceu em expansão em 2006, com os países emergentes puxando a fila, seguidos de longe pelos desenvolvidos. Os emergentes, por sua vez, são os países em que a demanda pelos produtos do agronegócio responde mais intensamente aos crescimentos de renda.

Dado esse cenário geral, no último ano o agronegócio teve aumento de preços em dólar e de volumes exportados. Acompanhando a figura 1, nota-se que os preços internacionais (em dólares) seguem padrão de alta iniciado em 2002, tendo havido aumento de 9,6% de 2005 para 2006. Porém , desde aquele mesmo ano, a taxa de câmbio no Brasil vem se valorizando, ou seja, o dólar vem caindo em relação ao real. Somente entre 2005 e 2006, o câmbio do agronegócio (IC-Agro/Cepea, composto por cesta de moedas de 10 principais compradores do agronegócio brasileiro) caiu 9,5%. Do balanço dessas duas forças resultou – nos últimos dois anos - estabilidade dos preços em reais recebidos pelos exportadores brasileiros.

O traço importante é que apesar da quase estabilidade dos preços em reais, as exportações agregadas do agronegócio continuam em expansão – o crescimento foi de 5,6% de 2005 para 2006 (Ver figura 2). Essa continuidade no ímpeto exportador tem sido explicada pelo aumento na eficiência, aumentos de produtividade e esforço extra de manutenção dos mercados conquistados.

Impulsionados pelos preços externos, os indicadores de atratividade (IAT/Cepea – câmbio vezes preço internacional) para o complexo soja, açúcar e álcool, suco de laranja, café e carnes, no período de 2000 a 2006 (figura 3) tiveram alta. O grupo de maior destaque foi o sucroalcooleiro, onde o álcool ficou 176% mais atrativo para o exportador comparado ao início do período (2000). Apenas entre 2005 e 2006, o preço em reais recebido pela exportação de álcool subiu 44,4%.

Outros produtos bafejados pelo estímulo do mercado em expansão em 2006 – comparado a 2005 - foram o açúcar (+37%), suco de laranja (+20%) e carne bovina (+17,6%). Do outro lado, em queda, estiveram, por exemplo, o frango (-15,2%), a soja (-13,8%) e, em menor grau, o café (-3,5%).

Para o corrente ano (2007), as perspectivas são, em geral, boas para os produtos do agronegócio. Prosseguem as taxas relativamente baixas de juros e a economia global em expansão – talvez só um pouco mais devagar. Em adição, prevê-se impacto substancial dos programas de agroenergia nos Estados Unidos, Europa, Brasil e quase em toda parte. O aquecimento do mercado promete pressão altista nos preços agropecuários. Para acessar análise na íntegra, com gráficos, clique aqui

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