quarta-feira, março 28, 2007

Cola de madeira à base farelo de soja

A utilização de sub-produtos dos processos agroindustriais é bastante antiga e em certos produtos ocorre uma mudança de produto em função de utilizações mais nobres, como por exemplo, o bagaço de cana que no passado era usado na fabricação de papel e agora gera energia elétrica para todo o acionamento da usina e uma quantidade extra que é enviada à rede. Porém pesquisadores buscam constantemente a agregação de valor edstes sub-produtos. Encontrei no site da Embrapa (www.embrapa.br) a seguinte notícia:

Cola de madeira à base de farelo de soja será apresentada em seminário (18/03/2007)

O farelo de soja, considerado a mais importante matéria-prima para alimentação animal, está sendo usado também para o desenvolvimento de produtos não alimentares, devido à sua quantidade abundante e baixo custo. A pesquisadora Mila P. Hojilla–Evangelista, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), irá apresentar os resultados da utilização do farelo de soja na produção de cola de madeira, no seminário internacional Soja: recurso renovável para usos industriais não alimentares, que será realizado, nos dias 11 e 12 de abril, no Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro (RJ), pela Embrapa Soja, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A pesquisadora Mila P. Hojilla–Evangelista irá apresentar os resultados da utilização do farelo de soja em colas para a madeira, a serem aplicadas como selante. “Vou apresentar os resultados da nossa formulação, que é aplicada por spray, e a comparação da força ligante dos adesivos à base de soja com os adesivos padrões, que possuem farinha de trigo como componente”, explica.

Durante a palestra, Evangelista pretende abordar como o farelo de soja foi usado no passado em produtos não alimentares. Segundo ela, na década 40, o farelo de soja era matéria-prima em cola de papéis laminados e adesivos para madeira, indústria têxtil e moldes plásticos. “No entanto, com o surgimento de materiais sintéticos alternativos mais baratos, o uso do farelo da soja foi limitado à alimentação animal”, explica.

Economia

O farelo de soja é considerado a mais importante matéria-prima para alimentação animal, sendo responsável por 65% do suprimento mundial de proteína. Evangelista afirma que o farelo de soja é o mais barato produto protéico da soja. Baseando-se em valores de dezembro de 2006, a pesquisadora disse que o farelo de soja é vendido a aproximadamente U$ 181/ton, a farinha de soja a U$ 480/t, o concentrado protéico de soja U$ 2050/t e o isolado protéico de soja a U$ 2700/t. “Comparando-se seu preço com aqueles farelos de outras oleaginosas, o preço do farelo de soja é próximo ao do farelo de algodão (U$178/t) e da canola (U$163/t), maior do que o de girassol (U$95/t) e menor do que o preço do farelo de milho (U$325/t), o qual é outra fonte protéica para alimentação animal”, enumera.

Em 2006, a produção de farelo de soja americana foi de 42 milhões de toneladas, sendo que 33 milhões foram utilizadas no País e 8 milhões exportadas. No Brasil, foram produzidas 22 milhões de toneladas e 13 milhões exportadas. “Ele é considerado o produto final de maior valor agregado da soja processada, porque contribui com 50-75% do valor de processamento. A sua produção gera receitas substanciais para os produtores de soja de todo o mundo”, contabiliza.

Antes do seminário internacional, no dia 10 de abril, a Embrapa Soja, juntamente com a Sociedade Americana dos Químicos de Óleo (American Oil Chemist´s Society -AOCS), irá promover também no Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro, um curso sobre Biodiesel: tendências, mercado, química e produção.

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